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unesp DEPARATMENTO DE ENERGIA

LABORATÓRIO DE HIDRÁULIA GERAL

ENSAIO DE CAVITAÇÃO

1. OBJETIVOS

1.1.Objetivo geral

Conhecer e compreender o fenômeno de cavitação, assim como também os parâmetros envolvidos na


sua análises.

1.2.Objetivo específico

Conhecer o procedimento para a determinação da cavitação num tubo de Venturi.

2. INTRODUÇÃO TEÓRICA

2.1 Introdução

Estudos clássicos de cavitação explicam que este é um fenômeno que se produz sempre que a pressão
num ponto do escoamento de um líquido diminui abaixo da pressão de vaporização do líquido na
temperatura do escoamento. Nesta condição o líquido evapora-se originando no seu interior cavidades
de vapor, daí o seu nome de cavitação, ver Fig. 1. Estas cavidades ou borbulhas de vapor arrastadas
pelo escoamento chegam a regiões em que a pressão está muito acima da pressão de vaporização,
produzindo ali uma condensação violenta das borbulhas, também chamada de implosão. Como o
volume específico do liquido é inferior ao volume específico do vapor, o colapso das bolhas implicará
na existência de um vazio, proporcionando o aparecimento de ondas de choque. na realidade conforme
pode-se observar na Fig. 2 a depressão originada pela deformação da bolha produz um micro jato. O
efeito é mais severo quando o colapso ocorre junto ou perto as paredes solidas. Neste caso o micro jato
incide directamente sobre as paredes, entanto que, no caso das bolhas que implodem na corrente
líquida, o impacto é transmitida por ondas de choque.
Figura 1. Cavitação em uma Hélice

Figura 2. Processo do fenómeno cavitação em três situações características.

Estudos mais recentes explicam que, para que uma cavidade possa ser criada há a necessidade de
ruptura do liquido e esta ação não é medida pela pressão de vapor e sim pela resistência à tensão,
correlacionada com a tensão superficial do liquido na temperatura de operação. Líquidos puros e
homogéneos podem resistir a valores bastante altos de pressão negativa ou tensão, sem cavitar.
A análise do fenómeno levou à conclusão de que impurezas devem estar presentes no liquido
ocasionando a diminuição de sua resistência á tensão. Então, quando a pressão atinge um valor critico,
próximo à pressão de vapor, o que realmente acontece é a oportunidade para o crescimento de bolhas já
existentes no seio do líquido. Assim sendo, o início da cavitação seria mais bem definido como sendo o
aparecimento de bolhas macroscópicas a partir de bolhas microscópicas ou núcleos existentes como
impureza no seio do liquido quando a pressão atinge um valor crítico.
As conseqüências que acarreta o fenômeno de cavitação são: danos ao material das paredes sólidas
próximas ás implosões, As peças que sofrem o efeito da cavitação apresentam um aspecto poroso,
como se apresenta na Fig. 3. Aparecem barulhos, vibrações, e as curvas características dos
equipamento apresentam uma alteração considerável.
Figura 3. Rotor de uma bomba danificada pelo efeito da cavitação

A prevenção da cavitação se realiza por duas formas:


* Mediante o desenho dos equipamentos, se projeta máquinas ou as instalações de tal forma que não se
apresente este fenómeno.
* Mediante a selecção dos materiais, que sejam resistentes a cavitação, se no projeto se tolera a
ocorrência deste fenómeno.
O Fenômeno de cavitação pode acontecer em aparelhos hidráulicos estáticos como: tubo de Venturi, ou
em máquinas hidráulicas como: bombas, turbinas, hélices, entre outras.

2.2. Cavitação em tubo de Venturi

Na Figura 4 se apresenta um tubo de Venturi, onde se mostra a distribuição de pressão em função da


distância x, pode-se observar também que a pressão mínima é na garganta, e é neste ponto onde se tem
perigo de que ocorra a cavitação.
Figura 4. Distribuição de pressão e cavitação numa tubulação com diâmetro variável

Aplicando um balanço de energia entre a entrada (1) e a garganta (2) e a garganta do Venturi temos:
P1 V12 P V2
+ + Z1 = 2 + 2 + Z 2 + Δhr (1)
γ 2.g γ 2.g
Isolando P2 temos:
P2 P1 V22 − V12
= − + ( Z1 − Z 2 ) − Δh (2)
γ γ 2.g

Como Z1 = Z2 e V1 =0, a Eq. 2 fica como:


P2 P1 V22
= − − Δh (3)
γ γ 2.g

Na Eq. (3) o termo da energia cinética é um termo negativo, igualmente, Δh, é negativo, em
conseqüência , o valor da pressão na garganta P2 é menor que o valor da pressão. Ademais, por ser a
velocidade máxima na garganta neste posição é que se encontra a pressão mínima no Venturi, e é nesta
localização que existe o maior risco de que ocorra a cavitação, isto verifica o observado na Fig. (4).

2.2.1. Cálculo da cavitação num tubo de Venturi

A cavitação num tubo de Venturi pode ser calculada com o coeficiente de cavitação ou coeficiente de
Thomas como também se conhece o qual se calcula da seguinte maneira:

p − pv
σ = 2 (4)
1
ρ .V g2
2
Onde:
Q
Vg = (5)
Ag
σ : Coeficiente de cavitação.
P2 : Pressão na saída do Venturi (Pa)
Pv : Pressão de vaporização da água na temperatura ambiente (Pa)
ρ : Massa especifica do líquido (kg/m3)
Vg : Velocidade na garganta (m/s)
Ag : Área da garganta (m/s)
Q : Vazão (/m3/s)

2.3. Cavitação em uma bomba

Nas bombas centrifugas o ponto onde se tem a pressão mínima é na entrada do rotor, Na Fig. 5 se
apresenta um sistema de bombeamento. O ponto 1 indica o reservatório de sucção e o ponto 2 a entrada
do rotor e os pontos e e s indicam a entrada e a saída da bomba respectivamente.
Figura 5. Instalação de um sistema de bombeio.

Se fazemos um balanço de energia entre a sucção e a entrada do impulsor temos:


P1 V12 P V2
+ + Z1 = 2 + 2 + Z 2 + Δhr (6)
γ 2.g γ 2.g

Realizando o mesmo processo que foi realizado com o Venturi temos que a Eq. (4) fica como:
P2 P1 V22
= − − Z s − Δh (7)
γ γ 2.g

da Eq. (7) se pode observar que os três últimos termos do lado direito são negativos, em conseqüência a
pressão P2 na entrada do rotor é menor que a pressão P1 do reservatório de sucção. A entrada do rotor é
um ponto de risco para a ocorrência da cavitação. Quanto menor seja sua pressão maior será o risco de
ocorrência de cavitação, então pela Eq. (3) podemos concluir que há maior probabilidade da bomba
cavitar quando:

Œ Menor é a pressão do reservatório P1.


Œ Quando maior seja a velocidade na entrada da bomba. Isto pode acontecer quando a vazão é maior.
Ou o menor o diâmetro do tubo de sucção.
Œ Quando maior é a diferença de cotas entre a entrada da bomba e o nível de água no reservatório de
sucção.
Œ Quando maior seja a temperatura da água que ingressa na bomba, isto por que a pressão de
saturação do vapor de água aumenta com a temperatura.
Œ Quando maior são as perdas por atrito no tubo de sucção.

Finalmente podemos escrever:

(NPSH )d > (NPSH )r

Para que a bomba não cavite o (NPSH)d tem que ser maior que (NPSH)r. A margem de segurança na
práctica é de 2 ft (0,6m).
2.3.1.2 Coeficiente de cavitação:

O coeficiente de cavitação de Thoma é definido como:

NPSH r
σ= (16)
H

σ : Coeficiente de cavitação de Thoma


H : Altura manométrica.

2.2. Medida da vazão com vertedores

Os vertedores são medidores que servem para medir vazão. Eles podem ter diferentes
geometrias: podem ser horizontais de largura plena, horizontais de largura parcial e em v. Na presente
experiência será utilizado um vertedor horizontal de largura plena como o apresentado na Fig. (6).
Figura 6. Vertedor

A vazão medida com um vertedor pode ser obtida com as seguinte formulas.

2
Q= 2.g .Cd .L.h e3 / 2 (17)
3

Onde:
h
C d = 0,602 + 0,075 (18)
p

h e = h + 0,01 (19)

Cd : Coeficiente de descarga
L : Largura do vertedor [m]
he : Altura da lamina de água corrigida [m]
h : Altura da lamina de água [m]
p : Altura do vertedor [m]

3. PARTE EXPERIMENTAL

3.1 Descrição dos equipamentos

Os equipamentos utilizados na determinação do coeficiente de cavitação, utilizamos os seguintes


equipes e acessórios: uma bomba centrifuga, um tubo de Venturi, um manômetro de mercúrio, um
manômetro de Bourdon, duas válvulas gavetas, um vertedor e um sistema de tubulações, como
indicados na Fig. 7.
Figura 7. Bancada para teste de cavitação

3.2. Procedimento

Liga-se a bomba e espera até a estabilização do fluxo, após isso, deve-se anotar as medidas das
Pressões na saída do Venturi P2, a vazão Q e a altura da lamina de água h no vertedor. Estes valores
são lidos primeiro variando a abertura da válvula Va2, depois variando a rotação da bomba e por ultimo
fazemos outras variações em conjunto.

3.3. Tabela de medidas

Leitura P2 h [mm]
[kgf/cm2]
1
2
3
4
5

3.4. Cálculos

Dados:

Diâmetro da garganta Dg = 0,013 m


Altura do vertedor p = 0,56 m
Largura do vertedor L = 0,39 m
Realizar todos os cálculos no sistema internacional

ƒ Calcular a vazão com as equações (17) (18) e (19).


ƒ
Calcular a área da garganta Ag
ƒ Calcular a velocidade na garganta como:

Vg =Q / Ag

ƒ Com a Eq. (4) calcular o coeficiente de cavitação de Thoma.

3.5. Tabela de resultados

Leitura P2 [Pa] h [m] Q [m3/s] Vg [m/s] σ


1
2
3
4
5

3.6 Gráfico

Com os valores obtidos, plotar o gráfico σxQ, para cada uma das variações

3.7. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES

Fazer os respectivos comentários sobre os gráficos.


Falar como vc evitaria o fenômeno da cavitação.

3.8. SUGESTÕES

3.9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOX, R. W. Introdução á Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro: LTC, 2001. 504 p.
MATAIX, C. Mecânica de Fluidos y Maquinas Hidráulicas. México: Harla, 1970. 582 p.
MUNSON, B. R., YOUNG, D. F., OKIISHI, T. H. Fundamento da Mecânica dos Fluidos. São Paulo:
Edgard Blücher, 1997. 804p.
VENNARD, J. K., STREET, R. L Elementos de Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro: Guanabara
Dois, 5 ed., 1978. 687 p.
MATTOS, E. E., FALCO, R. Bombas Industriais. 2da Edição.

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