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Usos e sentidos do tempo livre na velhice: um estudo sobre a velhice

vivida de forma performática


Fabíola Orlando Calazans Machado
Uriel Ricardo de Araújo
INTRODUÇÃO

A supervalorização do jovem e a busca pelo prolongamento da juventude estão


entre as características mais palpáveis da sociedade contemporânea, entretanto, as
reflexões sobre essa realidade ainda estão alheias à grande maioria das pessoas. No
Brasil, assim como em grande parte do mundo, o envelhecimento populacional deve
crescer exponencialmente, a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que no ano
de 2050 mais de 2 bilhões de pessoas tenham 60 anos ou mais em todo o planeta, destes,
24% estarão na América Latina (O GLOBO, 2015). No Brasil, dados do Ministério da
Saúde divulgados em 2016 projetam que a população velha¹ no país será a quinta maior
do mundo (JORNAL USP, 2018). À luz destes dados, surge a inquietação de se
compreender quais os usos e sentidos da velhice nesse contexto, sobretudo no Brasil.

As mudanças no modo como a velhice é compreendida e imaginada são


constantes, na década de 1960, por exemplo, um famoso refrão de uma canção dos
Beatles pergunta: “Você ainda vai precisar de mim, você ainda vai me alimentar quando
eu tiver 64 anos?” (THE BEATLES, 1967), percebe-se que a velhice era entendida
como uma etapa na qual o individuo perde seu valor e sua utilidade, torna-se um ser
descartável, hoje a realidade é um pouco diferente. Ainda existe o preconceito e a
depreciação em torno da população velha, porém, gradativamente essa desvalorização
dá lugar ao imperativo da produção que exerce fortes pressões sobre o modo como as
pessoas velhas vivem.

O convívio social contemporâneo tem como um dos seus pilares a imposição de


uma produtividade que deve ser maximizada de todas as formas. Esta busca por
produtividade somada à alta exposição característica das plataformas digitais, sobretudo
das redes sociais, faz com que o homem esteja imerso em processos ininterruptos de
avaliação (FERRAZ, 2014). Assim, as barreiras entre o tempo de produção e o tempo
do descanso tornam-se cada vez menos visíveis.

1 Nesta pesquisa serão utilizados os termos “população velha”, assim como “pessoas velhas”
para abranger a etapa da vida correspondente a velhice. Não serão relacionados a estes
termos os sentidos negativos que normalmente os cercam.
Neste contexto, a competitividade, antes restrita ao mundo empresarial ou
esportivo, emerge como uma matriz constituinte da construção dos modos de ser e estar
no mundo, isso ocorre, pois, o espírito da empresa invade todos os âmbitos e sentidos da
vida. Imersos nesse ambiente de competição, os indivíduos desenvolvem uma
admiração por aqueles que apresentam melhores resultados, a este efeito o sociólogo
francês Alain Eherenberg chama de “culto da performance” (EHRENBERG, 2010)

Todo esse contexto ganhou uma nova perspectiva no ano de 2020, a pandemia
do novo Coronavírus impôs ao mundo uma realidade inesperada, a qual acrescentou
novas camadas à relação dos indivíduos com o tempo disponível, principalmente para
aqueles que se viram mais ameaçados pela doença, os seres humanos velhos. A
necessidade de isolamento social e o cenário de extrema incerteza ocasionado pela crise
sanitária decorrente da pandemia trouxeram consigo novos problemas à já problemática
relação da sociedade com o tempo. A conjuntura anterior apresentava uma forte
midiatização e imposição de uma velhice performática (FREITAS, 2018), porém esse
contexto se altera quando as pessoas velhas passam a ser as principais vítimas da
pandemia.

Em meio a todos esses fatos, é objetivo da presente pesquisa entender de que


modo o culto a uma vivência performática, investigada tanto no âmbito teórico quanto no
midiático, associa-se aos usos e sentidos do tempo livre na velhice dentro do contexto da
pandemia do Coronavírus. Para tanto, por meio da análise de conteúdo, será investigado o
canal do Youtube “Avós da razão”, que segundo pesquisa de 2019 da consultoria de
marketing de influência Squid mostra que existem hoje no Brasil cerca de 65 micro
influenciadores com mais de 54 anos, entre os destaques está o canal formado por
Helena Wiechamn de 91 anos, Gilda Bandeira de Melo de 78 anos, e Sonia Bonetti de
83 anos. Amigas a mais de 50 anos, elas discutem em seu canal os mais variados temas
relacionados à velhice, e durante os meses de isolamento elas criaram um quadro
especifico para falar sobre a quarentena, este quadro será o objeto de análise da
pesquisa.

REFERENCIAL TEÓRICO

Para sustentar os pontos de vista e análises ao longo desta pesquisa recorreremos


à um arcabouço teórico constituído por pensadores contemporâneos que nos ajudarão a
compreender as nuances dos indivíduos com seu próprio tempo. Jonathan Crary (Crary,
2014) é um dos autores que se debruça sobre a nova experiencia temporal da
contemporaneidade, em seu livro “24/7: Capitalismo Tardio e os Fins do Sono” ele
mostra como o modo de consumir alterou a relação das pessoas com o tempo, de modo
a se impor um consumo “non-stop”, incessante. Segundo Crary (2014, pg. 39) “24/7
anuncia um tempo sem tempo, um tempo sem demarcação material ou identificável, um
tempo sem sequência nem recorrência”, o capitalismo aproveita desta ausência de
demarcadores temporais claros para tornar o consumo mais refinado, fazendo com que
todo o tempo se torne uma oportunidade para tal.

Os pensamentos de Jonathan Crary conduzem as discussões acerca do tempo, e


ajudam a entender como esse estado sempre alerta, com ausência de um tempo de
descanso, torna-se motivo de orgulho (CALAZANS, 2018), assim, a necessidade de ser
produtivo não encontra limites e invade até mesmo o tempo livre individual,
ressignificando ele. Neste contexto, iniciamos a compreender como a sociedade torna-se
avaliativa (FERRAZ, 2014), uma vez que se consome a todo tempo, chega-se a um
ponto no qual a sociedade passa a consumir as imagens que seus indivíduos criam de si,
neste cenário a tecnologia torna-se peça central desta relação. As mídias sociais
tornam-se mais um espaço de consumo, de disputa. Usuários das mídias sociais estão a
todo o momento avaliando uns aos outros por meio de curtidas e comentários, neste
contexto ter uma boa performance é fundamental para o sucesso individual. Alain
Ehrenberg (EHRENBERG, 2010) investigou a fundo o imperativo performático em sua
obra “O Culto da Performance”, no qual ele apresenta a figura do empresário de si, um
indivíduo que assume para si as características de uma empresa, este individuo é imerso
numa vivência performática (EHRENBERG, 2010) de modo a buscar ter sempre um
desempenho melhor.

Esses pensamentos ajudam a compreender a problemática relação da sociedade


com o tempo livre, em um contexto de competição, consumo e avaliação constante, o
tempo dedicado a não produção perde seu sentido e se torna um fardo, pois para esta
pessoa o não produzir significa descer degraus nos critérios de avaliação impostos por
ela a si mesma e por outros, essa improdutividade será cobrada pela sociedade. Este
fardo torna-se mais uma característica da contemporaneidade, afinal, com tantas
pressões para produzir mais e melhor, a existência de um tempo vago é uma ameaça à
avaliação individual. Tal conjunto de elementos desvela ainda um cansaço da sociedade,
o qual é descrito por Byung-chul Han (HAN, 2015, pg. 70) em a “Sociedade do
Cansaço”, para ele a “sociedade do desempenho e a sociedade ativa geram um cansaço
e esgotamento excessivos”. Han desenvolve esta ideia e defende que este esgotamento
gera uma estagnação do ser.

Durante a década de 1970 no Brasil, o campo de estudos sobre a gerontologia


ganhou novas perspectivas. Em 1976 o Ministério da Previdência e Assistência Social
(MPAS) em parceria com o Serviço Social do Comércio de São Paulo (SESC SP)
realizou seminários que resultaram no documento “Políticas para a terceira Idade –
Diretrizes Básicas”, este documento apontava para a necessidade de políticas voltadas para a
população velha. Esse estudo foi o embrião para programas que promovessem o bem-estar e a
saúde das pessoas velhas, como por exemplo, o “Trabalho Social com Idosos” (TSI) oferecido
pelo SESC.

O crescimento destes programas ao longo dos últimos anos das décadas de 1980
e 1990 e início dos anos 2000 aflorou o debate acerca da vivência da velhice. Tal debate
gerou investigações mais profundas acerca desta temática, como por exemplo o estudo
desenvolvido pela pesquisadora Solange Maria Teixeira intitulado “Lazer e tempo livre
na “terceira idade”: potencialidades e limites no trabalho social com idosos”
(TEIXEIRA, 2007, pg. 187), para ela, ainda que os trabalhos sociais tenham seu papel
na socialização e geração de autoestima na população velha, seu peso negativo é
evidente, pois aliena as pessoas velhas ao induzirem que as atividades desempenhadas
são autônomas e livres do condicionamento social.

Trabalhos como o da pesquisadora Solange criticam justamente esta busca por


uma velhice produtiva, ou seja, uma velhice que incorpora para si a necessidade de estar
performando. A pesquisadora Vanessa Santos de Freitas vai além nesta crítica e
investiga a midiatização da velhice produtiva, analisando a série “Grace and Frankie” da
Netflix, ela descreve a sensação de invisibilidade das pessoas velhas, sobretudo das
mulheres velhas, somada ao preconceito ligado ao seu corpo, de modo a desvelar uma
pressão ainda maior sobre a velhice no sentido de negar as próprias características. A
mídia e a sociedade pressionam os velhos à performar sob o discurso de uma “velhice
saudável”, este discurso é carregado de pressões estéticas que agem na velhice expondo
esse espectro social à uma produtividade em seu tempo livre. segundo Freitas
(FREITAS, 2018, pg.127) “a velhice é vista como um período de perdas do capital
erótico e corporal, na medida em que o afastamento desses capitais característicos da
juventude acaba favorecendo o sentimento de invisibilidade pelas mulheres velhas.”
Entretanto, na contemporaneidade esse debate é incorporado pelo meio digital.
A emergência da figura de influenciadores digitais velhos, faz com que esse debate
ganhe novas camadas, portanto, surgem novas questões, sobretudo no que diz respeito a
relação dos influenciadores velhos com seu público e como essa relação assume
características de uma empresa. A auto exposição mostra inda como essas
características são assimiladas pelos influenciadores e então disseminadas.

Os sentidos do tempo livre na velhice podem agora ser observados de forma


ainda mais clara com o advento de influenciadores digitais velhos. O influenciador
digital se caracteriza por expor sua vida de forma a maximizar sua performance nos
meios digitais, sendo assim, todo momento se torna uma oportunidade para gerar
engajamento em suas redes, deste modo, o tempo livre se torna objeto de
comercialização. Neste contexto surge o canal “Avós da razão”, um canal do Youtube
formado por 3 mulheres velhas, são elas por Helena Wiechamn de 91 anos, Gilda
Bandeira de Melo de 78 anos e Sonia Bonetti de 83 anos. Juntas elas decidiram iniciar a
produzir os vídeos e em 1 de outubro de 2018 postaram o primeiro vídeo do canal que já
conta com mais de 49 mil subscritos e quase 100 vídeos publicados, além de um quadro
intitulado “quarentena com as avós” criado durante a pandemia do novo Corona vírus.
Os vídeos do canal têm em média 10 minutos e muitas vezes são pautados por perguntas
recebidas.

AVÓS DA RAZÃO: VELHICE, PERFORMANCE E PANDEMIA

O surgimento de uma pandemia viral tornou o ano de 2020 extremamente


atípico, as barreiras sanitárias e, principalmente, a necessidade de distanciamento social
impôs obstáculos ao cotidiano das pessoas nunca antes imaginados. Este cenário, que
restringiu o contato presencial entre as pessoas, intensificou significativamente a
intermediação do meio digital no dia a dia. O trabalho tornou-se remoto, assim como as
atividades escolares e o entretenimento, que usou ao máximo as plataformas digitais
para continuar exercendo seu papel de influência sobre as pessoas. Nesse contexto, as
distrações da realidade passaram a ser mais buscadas, levando a um crescimento
exagerado do consumo digital, nos primeiros meses de isolamento, os vídeos ao vivo
promovidos por celebridades foram semanalmente quebrando seus recordes de
audiência.
A atuação de influenciadoras velhas neste cenário, torna-se um bom campo de
análise para se entender os usos que essas pessoas atribuem ao próprio tempo, uma vez
que se encontram ameaçadas pois, além das pressões e anseios que naturalmente cercam
a velhice (como a própria morte), neste contexto pandêmico, elas tornam-se as
principais vítimas da doença. Dada esta conjuntura, surge o canal “Avós da Razão”

Iniciado em 2018, “Avós da Razão”, canal do Youtube criado por três mulheres
velhas, discute as mais variadas temáticas relacionadas à velhice. As apresentadoras,
Helena Wiechamn, Gilda Bandeira de Melo e Sonia Bonetti, são amigas há muitos anos
e compartilham em seu canal suas experiencias de vida. O canal conta com mais de 100
vídeos e quase 50 mil inscritos. A produção dos vídeos costuma ser simples, e com
exceção do primeiro vídeo e algumas curtas mensagens de natal ou ano novo, a
estrutura predominante do conteúdo é baseada nas perguntas enviadas ao canal pelos
espectadores.

O programa “Quarentena com as avós”, que até o dia 02 de novembro de 2020


conta com 29 vídeos, inicialmente mostrou como as apresentadoras se adaptaram a nova
realidade, mas já no sexto vídeo publicado no programa tratou-se de uma temática que
tornou-se um dos assuntos centrais da pandemia, a alta taxa de mortalidade de velhos
em decorrência da pandemia. O vídeo intitulado “Só Velho Morre!” foi publicado em
30 de março e traz o pensamento das três amigas sobre essa questão. Segundo Sonia
Bonetti “Eu estava pensando em um filme chamada “marcado para morrer”, eu descobri
quem está marcado para morrer [...], é o velho.” Esta declaração mostra como o este
período está sendo encarado por todos, enquanto poucas ações eficazes foram tomadas
pelos responsáveis para contenção da pandemia, as pessoas velhas sentem-se ainda mais
descartáveis.

Em outro vídeo do programa, intitulado “avos97-quarentena- Histórias das


vovós e suas profissões ao longo da vida”, as apresentadoras respondem sobre o as
profissões que tiveram ao longo da vida e se ainda planejam algo para o futuro
profissional. O questionamento sobre o futuro profissional demonstra a pressão pela
continuidade da vida produtiva ao que a resposta dada pelas apresentadoras revela a
incorporação deste discurso produtivo na velhice. Após contar sobre suas antigas
profissões, a nonagenária Helena Wiechamn diz, referindo-se à atividade no canal,
“agora estou nessa profissão com as minhas queridas colegas de mesa de bar”, em
seguida Gilda Bandeira diz “a gente recomeçou a trabalhar o que é muito bom, porque
você se sente útil”. As declarações de Helena e Gilda mostram claramente como a
produtividade está intimamente atrelada à uma noção de utilidade, o ser, sobretudo o
velho, deve se manter produtivo para se manter útil, para não perder seu valor. Isto faz
com que se torne comum que as atividades desempenhadas no tempo livre sejam ditadas
pela necessidade de ser produtivo.

A analise desses dois vídeos denota como o discurso sobre a necessidade de ser
produtivo está incorporada no pensamento das apresentadoras. Este discurso mostra
como gradativamente os espaços de autonomia do ser são tomados pela produtividade.
Na velhice, etapa que tem possui características limitadoras em ao corpo, esse discurso
torna-se ainda mais perverso, a cobrança pela performance exige uma superação não de
obstáculos, mas de características intrínsecas à velhice. Todo este contexto torna-se
ainda mais complexo quando os propagadores do discurso são as próprias pessoas
velhas.

Há ainda mais pontos de análise sobre o canal, em outro vídeo, em que a


temática central é o enfrentamento da depressão, as apresentadoras destacam a
incidência desse problema na velhice, alertam que os jovem devem estar preparados
para a solidão da velhice e apontam a manutenção da produtividade por meio de
“hobbies” como uma forma de combater a depressão.

Além do conteúdo analisado no decorrer dos vídeos que integram o programa


“Quarentena com as avós”, analisa-se também os vídeos mais populares do canal.
Quando observados os vídeos mais populares, constata-se a temática mais recorrente e
mais popular do canal: o sexo. O sexo é tema recorrente no canal, assim como todas as
temáticas relacionadas a ele, como os relacionamentos amorosos, sites de
relacionamento, orientação sexual, o padrão de beleza feminino, enfim, tudo que cerca
esta temática é recorrente no canal. Nos mais de 100 vídeos do canal, 22 apresentam
alguma referência ao sexo, ou tema relacionado, no título do vídeo. Este dado
demonstra a cobrança sexual sobre a velhice, e sobretudo, sobre as mulheres velhas.
Mesmo na velhice o sexo mantém-se como um parâmetro de avaliação, a ótica imposta
sobre os corpos velhos femininos ainda é extremamente avaliativa mesmo que velada
sob o discurso de liberdade sexual.

CONLUCSÃO
As vivencias de velhice experienciadas e propagadas pelas três amigas
apresentadoras do canal “Avós da razão” ajudam a compreender os novos sentidos
atribuídos a velhice na contemporaneidade, de forma destacada a vivencia performática
da velhice (FREITAS, 2018). Os discursos propagados no canal mostram como a
juventude ainda exerce uma forte influência sobre a velhice, a recorrência de temas
joviais como o sexo, cuidados estéticos e ocupação profissional, denotam a falta de real
autonomia dos seres humanos velhos, o espaço para subjetividade é guiado por pressões
e imperativos que pregam a produção e a jovialidade como determinantes para uma
“velhice bem”.

O culto a performance explorado por Ehrenberg em 2010 explica características


atuais que ditam os modos de ser no mundo. O modo das amigas se apresentarem no
canal sempre maquiadas, o cabelo colorido de Gilda e as temáticas mostram como os
processos de incorporação do discurso sobre a produtividade e a performance “ótima e
feliz” (CALAZANS, 2013) estão presentes no cotidiano das pessoas velhas.

O tempo livre, na contemporaneidade, perde sua característica vital de ser um


espaço de autonomia e liberdade do ser, essa autonomia é substituída por um anseio à
produção, anseio este que deixa de vir em forma de cobrança externa e passa por um
processo internalização, ou seja, as pessoas avaliam a si mesmas (FERRAZ, 2014) e sob
a necessidade performar mais e melhor buscam esse resultado a todo momento,
principalmente em seu tempo livre. Na velhice esse processo é preocupante e cada vez
mais comum.

Helena, Gilda e Sonia são mulheres que vivem todo esse processo cotidianamente,
como elas, a população velha tende a interiorizar todo esse processo e além disso,
propaga-lo. Com a perspectiva de que em 30 anos 2 bilhões de habitantes mundo à fora
tenham 60 anos ou mais, a retomada do tempo livre como um ambiente de livre escolha
é essencial para um envelhecimento que não dependa da produtividade para ter sentido.

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Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/em-2030-brasil-tera-a-quinta-
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