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FEIRA DE SANTANA

ELETRICIDADE
BÁSICA
FEIRA DE SANTANA

ELETRICIDADE
BÁSICA

Feira de Santana
2011

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Copyright ® 2011 por SENAI DR BA. Todos os direitos reservados
Área Elétrica e Automação
Elaboração: Matheus Araujo de Assis
Revisão Técnica: Pedro Raimundo Soares da Conceição
Natalia Cristina Amorim Nascimento
Revisão Pedagógica:
Normalização: Gerusa Maria Teles de Oliveira

Catalogação na Fonte (NDI - Núcleo de Documentação e Informação)


______________________________________________________________________________
SENAI-DR BA. Eletricidade básica. – Feira de Santana, 2011.
92 p. il.: (Rev.00).

1. Geração de energia 2. Formas de energia 3. Circuitos 4. Lei de Ohm

CDD: 621.31

SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL


JAIME VILAS BOAS FILHO
Av. Eduardo Fróes da Motta, 5000 – Campo Limpo
Feira de Santana - Bahia
Tel: (75) 3229-9100
Fax: (75) 3229-9103
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SUMÁRIO
Apresentação ............................................................................................................................... 6
1. Geração, Transmissão e Distribuição de Energia ................................................................ 7
2. Formas de Energia ............................................................................................................ 9
3. Grandezas Elétricas......................................................................................................... 13
4. Circuitos Elétricos ........................................................................................................... 22
5. Lei de Ohm .................................................................................................................... 24
6. Lei de Kirchhoff .............................................................................................................. 27
7. Associação de Resistores ................................................................................................ 28
8. Potência Elétrica ............................................................................................................. 40
9. Resistividade .................................................................................................................. 46
10. Queda de Tensão ............................................................................................................ 48
11. Magnetismo ................................................................................................................... 51
12. Eletromagnetismo .......................................................................................................... 54
13. Geração de Corrente Contínua (C.C) e Corrente Alternada (C.A.) ...................................... 59
14. Potência em Corrente Alternada ..................................................................................... 62
15. Transformadores ............................................................................................................ 64
16. Circuitos Trifásicos .......................................................................................................... 70
17. Indutância, Impedância e Reatância ................................................................................ 72
18. Exercícios ....................................................................................................................... 77

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APRESENTAÇÃO

Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contínua do padrão de qualidade


e produtividade da indústria, o SENAI BA desenvolve programas de educação
profissional e superior, além de prestar serviços técnicos e tecnológicos. Essas
atividades, com conteúdos tecnológicos, são direcionadas para indústrias nos
diversos segmentos, através de programas de educação profissional, consultorias e
informação tecnológica, para profissionais da área industrial ou para pessoas que
desejam profissionalizar-se visando inserir-se no mercado de trabalho.

Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta.
Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional,
e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que
possibilita, de forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do
conteúdo apresentado no módulo.

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1. Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica

1.1.Geração de Energia Elétrica

A geração industrial de energia elétrica pode ser usada por meio do uso da energia potencial
da água (geração hidroelétrica) ou utilizando energia potencial dos combustíveis (geração
termoelétrica).
No Brasil, cerca de 90% da energia gerada, é através de hidroelétricas.

1.1.1. Usina Hidroelétrica

As usinas hidroelétricas utilizam a força das quedas de água para colocarem em movimento as
suas turbinas, movimentando assim os geradores e conseqüentemente gerando eletricidade.
Devem se localizar próximos de rios e em lugares montanhosos, o custo desse tipo de usina é
apenas de manutenção em geral e instalação da mesma.

1.1.2. Usina Termoelétrica

As usinas termoelétricas utilizam a energia térmica para acionar os seus geradores, são
compostas basicamente de turbinas acionadas pela queima de algum tipo de combustível,
(carvão, petróleo, etc...). Devem se localizar próximo dos locais de produção do combustível
em regiões planas de fácil acesso, o custo desse tipo de usina é maior do que a anterior, pois
além do custo de manutenção em geral existe o custo da aquisição do combustível.

1.1.3. Usina Nuclear

As usinas nucleares utilizam a energia nuclear para acionar os seus geradores, possuem
reatores nucleares onde é depositado o material radioativo, que libera a energia utilizada para
movimentar as turbinas, que por sua vez movimentam os geradores, produzido energia
elétrica.
Pode se localizar em qualquer lugar, pois o material radioativo demora a ser substituído,
(centenas de anos), seu custo principal é com manutenção geral, a segurança é um ponto que
deve ser tratado com cuidado, pois o material radioativo é muito poluente causando vários
problemas ao meio ambiente caso haja um vazamento.

1.1.4. Usina Alternativa

Entre as usinas alternativas podemos destacar as usinas eólicas, utilizam a força dos ventos
para movimentar seus geradores e as usinas solares, utilizam a energia solar para movimentar
seus geradores.
Sua produção de energia é pouca seu custo é alto e sua localização deve ser especial, ou seja,
lugares onde não falte vento (usina eólica), lugares onde não falte sol (usina solar).

1.2.Transmissão de Energia Elétrica

A transmissão de eletricidade significa o transporte da energia elétrica gerada até os centros


consumidores.

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Para que seja economicamente viável a tensão gerada nos geradores trifásicos de corrente
alternada normalmente de 13,8kV deve ser elevada a valores padronizados em função da
potência a ser transmitida e da distância dos centros consumidores.
As tensões mais usuais em corrente alternada para linhas de transmissão são de: 69kV,
138kV, 230kV, 400kV, 500kV.
A partir de 500kV, somente um estudo econômico vai decidir se deve ser utilizada corrente
alternada ou corrente contínua. Como é o caso da linha de transmissão de Itaipu com 600kv
em corrente contínua. Neste caso, a instalação necessita de uma subestação retificadora, ou
seja, transformar a tensão alternada em contínua e ao chegar próximo dos centros
consumidores, uma subestação inversora para transformar a tensão contínua em alternada,
outra vez, antes de distribuir aos centros consumidores.
O objetivo principal da transmissão em corrente contínua será o da diminuição das perdas por
efeito corona, que é resultante da ionização do ar em torno dos condutores, com tensões
alternadas muito elevadas.

1.3.Distribuição de Energia Elétrica

A distribuição de eletricidade é a parte do sistema elétrico já dentro dos sistemas de utilização


(cidades, bairros, indústrias).
A distribuição começa na subestação abaixadora onde a tensão de linha de transmissão é
abaixada para valores padronizados nas redes de distribuição primária (13,8kV, 34,5kV, 69kV
etc.).
A parte final de um sistema de distribuição de energia elétrica são os transformadores de
distribuição que ficam localizados nos postes, (figura 1), ou em subestações como no caso das
indústrias para abaixar tensão para um nível de utilização (380/220, 220/110, etc.).

Figura 1. Transformador de distribuição trifásico.

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2. FORMAS DE ENERGIA - TEORIA ELETRÔNICA

2.1. ENERGIA CINÉTICA

É a energia que surge em conseqüência do movimento de um corpo.


Exemplo: um automóvel em velocidade poderá utilizar-se da energia cinética para subir uma
ladeira; um martelo que se move rapidamente pode exercer uma força num prego e fazê-lo
penetrar numa tábua; um pêndulo mantém-se em movimento durante certo tempo, utilizando-
se da energia cinética.
Outro exemplo é o de abertura de comportas ou registros das represas hidroelétricas, que
proporcionam a descida da água pela tubulação em grande velocidade, apresentando uma
grande energia cinética, que é utilizada para acionar as turbinas dos geradores.
A energia toma as mais variadas formas. As mais comuns são: energia mecânica, térmica,
química, elétrica.

2.2. ENERGIA MECÂNICA

Manifesta-se pela produção de um trabalho mecânico, no deslocamento ou deformação de


um corpo. Exemplo: um operário empurrando um caixote.

2.3. ENERGIA TÉRMICA OU CALOR

Manifesta-se nos corpos através da elevação de temperatura. Exemplo: uma máquina a vapor
utiliza calor produzido na fornalha, que aquece a água, formando o vapor para acionar os
pistões no cilindro.

2.4. ENERGIA QUÍMICA

Manifestam-se desde que certos corpos que a possuam são postos em contato.
Numa pilha elétrica, por exemplo, quando ligamos o pólo positivo com o pólo negativo
através de uma lâmpada, conforme figura 2 e 3, obtemos a energia química do seu
interior,transformada em energia elétrica e, esta, produzindo luz pela incandescência do
filamento da lâmpada.

Figura 2 Figura 3

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2.5. ENERGIA ELÉTRICA

Manifesta-se em nossos sentidos por seus efeitos: magnéticos (rotação de um motor);


térmicos (aquecimento de um condutor); luminoso (incandescência de uma lâmpada);
fisiológico (choque elétrico).

2.6. TRANSFORMAÇÃO DA ENERGIA E A LEI DA SUA CONSERVAÇÃO

Lei da Conservação da Energia:


“A energia nunca desaparece. Transforma-se, pois ela é indestrutível.”
Transformação da energia elétrica em energia mecânica:
Um dos meios de se transformar energia elétrica em mecânica é a utilização do motor elétrico,
que recebe energia elétrica nas bobinas do seu enrolamento e a transforma em mecânica, que
aparece em forma de rotação do seu eixo.
Durante o funcionamento, o motor sofre um pequeno aquecimento que ocasiona alguma perda
de energia durante a transformação.
Transformação da energia química em energia térmica, térmica em mecânica e mecânica em
elétrica:
Numa máquina a vapor, a energia potencial química do grupo carbono-oxigênio (combustível
e oxigênio do ar) transforma-se em energia térmica que aquece a água, formando o vapor.
Este, por sua vez, vai acionar o pistão transformando energia térmica em mecânica que,
através do excêntrico, produz movimento de rotação. Acoplando-se ali um gerador elétrico,
transforma-se energia mecânica em energia elétrica.

2.7. TEORIA ELETRÔNICA

Matéria - É tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço. Ela existe em três estados: sólido,
líquido e gasoso. Exemplo: Madeira, água, hidrogênio etc.
Corpo - É uma quantidade limitada da matéria que possui uma determinada forma. Exemplo:
bloco de cimento, viga de madeira gota d’água etc.

Corpos Simples - São os corpos constituídos de um só tipo de elemento. Ex.: ouro, cobre,
hidrogênio etc.

Corpos Compostos - São corpos formados pela combinação de dois ou mais corpos simples.
Exemplo: cloreto de sódio (sal de cozinha) que é formado pela combinação de cloro e sódio; a
água (H2O), que é formada por duas partes de hidrogênio e uma parte de oxigênio.
Os corpos podem ser divididos em partes cada vez menores, podendo, por processos
especiais, chegar a partes tão pequenas que seria impossível vê-las a olho nu. A menor
partícula em que se pode dividir um corpo, sem que este perca as suas características, chama-
se molécula.
Se formos dividindo uma gota d’água em
muitas partes, ela vai se tornar cada vez
menor, até chegar à molécula, figura 4,
isto é, a menor partícula em que pode ser
dividida, conservando as suas
características.

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Átomo - É a menor partícula física em que se pode dividir um elemento.
O átomo é formado por inúmeras partículas, mas vamos estudar somente as que interessam à
teoria eletrônica.
O átomo, figura 5, é formado por uma parte central fixa, chamada núcleo que é constituída de
dois tipos de partículas, chamadas prótons e nêutrons.
Núcleo – composto de prótons e nêutrons

Figura 5

Os prótons possuem carga elétrica positiva e os nêutrons são partículas eletricamente


neutras.
Em torno do núcleo dos átomos existem as órbitas, que são produzidas pelo giro de partículas
em alta velocidade chamadas elétrons.
O elétron possui carga elétrica negativa. O número de elétrons e prótons em um átomo é
igual.

Existe uma grande variedade de elementos, com variações no número de elétrons e órbitas,
conforme exemplo abaixo e figura 6.

Exemplos:

Carbono 6 elétrons com duas órbitas eletrônicas


Silício 14 elétrons com três órbitas eletrônicas
Ferro 26 elétrons com quatro órbitas eletrônicas
Zinco 30 elétrons com quatro órbitas eletrônicas
Prata 47 elétrons com cinco órbitas eletrônicas
Ouro 79 elétrons com seis órbitas eletrônicas
Urânio 92 elétrons com sete órbitas eletrônicas

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O que mantém os elétrons em suas órbitas é o equilíbrio entre a força centrífuga e centrípeta,
ou de atração, figura 7. O número de órbitas depende do número de elétrons que o elemento
possui.

A = Força centrípeta ou de atração


C = Força centrífuga

Existem átomos, como é o caso do hélio, com dois elétrons, e o hidrogênio, com um
elétron, que possui somente uma órbita.
O alumínio tem 13 elétrons em três órbitas. O cobre tem 29 elétrons com quatro órbitas
etc.
Os elétrons das órbitas internas são chamados Elétrons Presos, dificilmente removíveis.
Os elétrons das órbitas externas são chamados Elétrons Livres, pois têm certa facilidade
de se desprenderem de seus átomos.

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3. GRANDEZAS ELÉTRICAS

3.1. CORRENTE ELÉTRICA

É o movimento ordenado de cargas elétricas por um condutor.


A intensidade de corrente se refere à quantidade de cargas elétricas, num dado momento, que
passa num ponto qualquer do circuito elétrico.
Toda vez que passar uma corrente de elétrons em um circuito elétrico ela poderá, também, ser
medida.
Quando, num ponto qualquer de um circuito elétrico, passar 6,25 x 1018 elétrons, diz-se que
passou um Coulomb, medida essa utilizada para medir cargas elétricas.
Porém, se passar, num ponto do mesmo circuito, um Coulomb de elétrons no tempo de 1
segundo, a corrente será de 1 ampére.
1A = 1 Coulomb /s

Movimento ordenado de
elétrons

3.1.1. MEDIÇÃO DE CORRENTE ELÉTRICA

O aparelho utilizado para medir a intensidade da corrente (em ampère) de um circuito é o


amperímetro.
O amperímetro é ligado em série, pois ele registrará a quantidade de elétrons que estiver
passando naquela parte do circuito, conforme figura 8.

Figura 8

Simbologia para
Amperímetro

3.1.2. FLUXO DA CORRENTE


Foi definido que, no circuito elétrico, o fluxo da corrente vai do pólo positivo (+) para o pólo
negativo (-) corrente convencional, figura 9. Os elétrons livres, porém, se movem do pólo
negativo (-) para o pólo positivo (+) corrente eletrônica ou real, figura 10.
Sentido Real: ocorre nos condutores sólidos, é o movimento dos elétrons e acontece do
polo negativo para o polo positivo. Sentido convencional: é o sentido da corrente
elétrica que corresponde ao sentido do campo elétrico no interior do condutor, que vai 12
do polo positivo para o negativo.
Figura 9 Figura 10

3.1.3. TIPOS DE CORRENTE

A corrente elétrica fornecida a um circuito consumidor pode ser contínua (C.C) ou alternada
(C.A.), sendo que neste último caso ela ainda poderá ser monofásica (1 fase) ou trifásica (3
fases).

 Corrente Contínua (C.C.)

 Corrente Alternada (C.A.)

Pode-se observar que a corrente contínua se mantém constante em relação ao tempo,


enquanto que a corrente alternada é variável tanto na polaridade (+ e -) quanto na
intensidade (valores medidos).

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Corrente Elétrica

Símbolo para Formula I

Unidade de Medida Ampère

Simbolizada por A

Múltiplos e Submúltiplos

1MA 106 1.000.000

1kA 10³ 1.000

1A 100 1

1mA 10-3 0,001

1µA 10-6 0,000001

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3.2. TENSÃO ELÉTRICA (DIFERENÇA DE POTENCIAL – DDP)

Vimos que a corrente elétrica é o movimento ordenado de elétrons circuito mais para
isso é necessária uma força ou pressão para fazer com que os elétrons se movimentem,
conforme figura 11.
A esta pressão damos o nome de diferença de potencial (d.d.p.) ou tensão, que nos é
dada em volts.

Figura 11

Num circuito fechado, figura 12, onde se tem eletricidade dinâmica, a tensão aplicada é
que faz com que as cargas elétricas se movimentem, formando, assim, a corrente
elétrica.

Figura 12

As cargas elétricas que se movimentam são os elétrons.


Na unidade anterior; estudamos as fontes de eletricidade. São exatamente estas fontes
que geram a pressão ou a força, que é a tensão ou d.d.p. nos elétrons.

3.2.1. Analogia entre o circuito elétrico e circuito hidráulico

Podemos compará-lo à água num encanamento. Ela não sobe a um determinado reservatório
porque não há pressão suficiente para que isso aconteça.
Por isso, é necessário que o reservatório que abastece a região ou local seja colocado numa
altura tal que proporcione a pressão desejada.
Esta diferença de nível é que proporcionará a pressão hidráulica necessária, figura 13.

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Figura 13

O mesmo ocorre com a eletricidade, pois nós temos elétrons nos condutores, mas se não
houver uma tensão elétrica ou d.d.p. não haverá fluxo de corrente.

3.2.2. Medição de tensão:

O equipamento utilizado para medir valores de tensão chama-se voltímetro, e deve ser
ligado em paralelo conforme figura abaixo

Voltímetro ligado em paralelo Simbologia de voltímetro

3.2.3. Tipos de Tensão

 Tensão continua: Não varia em módulo e sentido em relação ao tempo.

 Tensão alternada: Varia seu módulo e sentido em relação ao tempo.

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Tensão Elétrica

Símbolo para Fórmula U

Unidade de Medida Volt

Simbolizada por V

Múltiplos e Submúltiplos

1MV 106 1.000.000

1kV 10³ 1.000

1V 100 1

1mV 10-3 0,001

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3.3. RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Resistência é a dificuldade que um condutor oferece à passagem da corrente elétrica.


No caso da água, podemos dizer que há, também, resistência devido a curvas, cotovelos,
luvas, reduções, etc. Tudo isso dificulta a passagem, da água, opondo-se à sua circulação.
A resistência elétrica nos é dada de acordo com o próprio material, conforme a facilidade ou
não de movimentação dos seus elétrons.

3.3.1. MEDIÇÃO

O aparelho usado para medição da resistência elétrica é o ohmímetro, figura 14.


Para se efetuar a ligação do ohmímetro deve-se tomar a precaução de desligar a corrente
elétrica do circuito em questão, isto porque o ohmímetro possui bateria própria para o seu
funcionamento, figura 14.

Figura 14

Simbologia para Ohmímetro

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Resistência Elétrica

Símbolo para Formula R

Unidade de Medida Ohm

Simbolizada por Ω

Múltiplos e Submúltiplos

1M Ω 106 1.000.000

1k Ω 10³ 1.000

1Ω 100 1

1m Ω 10-3 0,001

1µΩ 10-6 0,000001

3.3.2. ISOLANTES, CONDUTORES, RESISTORES E SEMICONDUTORES

3.3.2.1. Isolantes: são materiais que oferecem grande dificuldade à


passagem da corrente elétrica, não permitindo que seus elétrons se
libertem facilmente dos seus átomos. Esses materiais são utilizados
para bloquear a passagem da corrente elétrica.

Isolantes
Louça Plásticos
Vidro Ebonite
Borracha Fibras

3.3.2.2. Condutores: são matérias que oferecem pouca dificuldade à passagem da


corrente elétrica e são usados para transportá-la de um local para outro. Esses
materiais possuem grande quantidade de elétrons livres em suas órbitas,
facilmente removíveis. Os metais são os melhores condutores de eletricidade,
dentre eles, o cobre e o alumínio são os mais usados. O cobre tem tido maior
aplicação porque, além de ser um bom condutor, oferece resistência mecânica e
suas emendas podem ser facilmente soldadas. O alumínio é um bom condutor e
tem um peso baixo em relação ao cobre, porém a única inconveniência de sua
aplicação é que ele requer uma solda especial. É muito usado nas linhas de alta
tensão.

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3.3.2.3. Resistores: São elementos usados para se introduzir resistência adicional aos
circuitos. Os resistores são fabricados com materiais mal condutores, ou seja,
materiais que permitem a passagem de corrente elétrica, porém com certa
dificuldade São feitos de fios metálicos, de materiais a base de grafite (carbono)
ou de películas metálicas.

3.3.2.4. Semicondutores - São materiais que têm propriedades intermediárias entre


condutores e isolantes. Os semicondutores permitem a passagem de corrente num
só sentido, não possibilitando o seu retorno. São empregados na produção de
diodos retificadores, fotocélulas, células fotoelétricas, diodos piezoelétricos, etc.

Semicondutores
 Selênio
 Germânio
 Silício

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4. CIRCUITOS ELÉTRICOS

4.1. Os principais elementos que compõem um circuito elétrico

4.1.1. Dispositivo de manobra:


Os dispositivos de manobra são elementos que servem para acionar ou desligar um circuito
elétrico. Exemplo para estes elementos: chaves e interruptores.

4.1.2. Resistor elétrico:


O resistor é um dispositivo cujas principais funções são: dificultar a passagem da corrente
elétrica e transformar energia elétrica em energia térmica por Efeito Joule.

4.1.3. Fonte:
Fontes são elementos cuja função é alimentar os circuitos, isto é, fornecer-lhes a energia
necessária para seu funcionamento. Caracterizam-se por apresentar entre seus terminais de
saída uma tensão.Ex.: Pilhas, Baterias, Gerador.

4.1.4. Dispositivo de segurança:


Os dispositivos de segurança servem para interromper a passagem de corrente elétrica quando
for necessário. Exemplos de dispositivos de segurança são os fusíveis, disjuntores, DR’s.

4.2. Tipos de ligações dos circuitos elétricos

Os circuitos elétricos, de um modo geral, dividem-se em três tipos. Conforme as suas


ligações, eles podem ser: Série, Paralelo e Misto

4.2.1. Circuito Série - São aqueles cujos elementos são ligados um após outro, figuras 15,
sendo que um elemento depende do outro e constitui uma malha elétrica. Esse circuito
recebe o nome de dependente, porque se um dos elementos for interrompido os demais
deixarão de funcionar; isto porque ele se compõe de um só ramo, ou seja, um só
caminho para a passagem da corrente.

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Figura 15 Figura 15

4.2.2. Circuito Paralelo - São aqueles em que seus elementos são colocados um
independente do outro. Isto quer dizer que, se um elemento qualquer deixar de
funcionar, não perturbará o funcionamento dos demais, conforme figuras 16.

Figura 16 Figura 16

4.2.3. Circuito Misto - É formado pela combinação dos dois anteriores, sendo parte em série
e parte em paralelo, figuras 17.

Figura 17 Figura 17

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5. LEI DE OHM

Nos circuitos elétricos, os valores da tensão, corrente e resistência estão proporcionalmente


relacionados entre si por uma lei fundamental da eletricidade, denominada ”Lei de OHM”.

A lei OHM determina a seguinte relação: “A corrente elétrica num circuito é diretamente
proporcional à tensão aplicada e inversamente proporcional à resistência do circuito”.

Análise de circuito apresentado nas figuras abaixo.

Conferir os valores na tabela e observar o gráfico.

Observação
U (V) 1,5 3,0 4,5
I (A) 31,9 63,8 95,7
R (Ω) 47 47 47

Conclusão: Usando o mesmo resistor e aumentando a tensão, a corrente aumentará


proporcionalmente ao aumento da tensão.
Podemos dizer que a corrente é diretamente proporcional à tensão.

I ∝U

∝ = símbolo de proporcionalidade

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Fórmula da lei de ohm

A lei de Ohm é expressa pela seguinte fórmula:

Obtendo da mesma lei outras duas fórmulas:

Observação: Para calcular qualquer grandeza da fórmula da Lei de Ohm podemos representar
a lei por um triângulo, com seus valores no interior do mesmo. As letras dispostas formam a
palavra RUI, e assim podem facilitar a transformação das fórmulas entre si.

Exercícios
1- Calcular a resistência da lâmpada no circuito ao lado:

24
2- Através dos dados abaixo, construa o gráfico da reta resistência e determine o seu
valor:

U1=3 V I1=0,04 A
U2=6 V I2=0,08 A
U3=9 V I3=0,12 A

3- Determine, por meio gráfico do exercício 2:

a) Quais os valores de tensão U1 e U2 quando a corrente for de:


I1 = 0,05A e I2 = 0,1ª

b) Quais os valores de I3 e I4 quando a tensão for de:


U3 = 4,5V e U4 = 8V

4- Qual a tensão correta de um aparelho elétrico quando I = 0,3A e R = 80Ω

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6. LEIS DE KIRCHHOFF

O funcionamento dos circuitos Série, Paralelo e Misto, para a corrente e tensão, é definido
pelas leis de Kirchhoff.

6.1. 1ª Lei de Kirchhoff (Lei dos Nós)


A intensidade da corrente que chega a um ponto de circuito é igual à intensidade que dele
sai, conforme figuras 18.

Figura 18

Figura 18

6.2. 2ª Lei de Kirchhoff (Lei de Malhas)

A tensão total de uma malha é igual à soma das tensões parciais dessa malha, conforme
figuras 19.

Figura 19
Figura 19

26
7. ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

Para se calcular a resistência equivalente ou total dos circuitos onde haja associação de
resistores utiliza-se as seguintes fórmulas.

7.0.1. Associação em Série:

+ R1 R2 R3 R4 -

7.0.2. Associação em Paralelo:

R1
+ -
R2

7.0.3. Associação Mista:

R2
+ R1 -
R3

7.0.4. Associação em Paralelo com resistores iguais:

R1 vR = valor do resistor
+ - nºR = número de
resistores associados em
paralelo
R2

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7.1. Praticando associação em série:

- - 1W,
voltímetros; amperímetros; ohmímetros.

Circuito, abaixo, proposto.

Valores de U,R e I conforme tabela abaixo:

Observação
Unidade I Medição II Medição III Medição Total
U (V) U1=1,75 V U2=1,75 V U3= 6,5 V U= 10 V
I (A) I1= 0,096 A I2= 0,096 A I3= 0,096 A I= 0,096 A
R (Ω) R1=18 Ω R2= 18 Ω R3= 68 Ω R= 104 Ω
A resistência é igual à soma de todas as resistências oferecidas pelos resistores
desse circuito.

Rt = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

A intensidade de corrente num circuito é igual em todas as partes do circuito.

It = I1 = I2 = I3 = ... = In

Observação: Para encontrarmos um valor desconhecido de I, U ou R em qualquer


circuito, primeiro empregamos as Leis de Kirchhoff e depois a Lei de Ohm.

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Exemplo:
Determine no circuito abaixo: a resistência RT; a corrente total ( It ) e as tensões parciais U1,
U2 e U3. Dado: R1 = 50Ω; R2 = 100Ω; R3 = 70Ω e Ut = 220V.

a)

b)

c)

d)

e)

Controle:

Exercício 1

No circuito abaixo, mede-se os seguintes valores: R1= 20 Ω; Rt= 100 Ω; Ut= 24


V. Determine: R2, U2 e I

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Exercício 2
Ligar lâmpadas de 6V / 0,1A em série. Determine:

a) Quantas lâmpadas podem ser ligadas a uma tensão de U = 42 V?

b) Qual a resistência R de cada lâmpada e qual a resistência total ( Rt ) do circuito?

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7.2. Praticando associação em paralelo:

Composto de: Fonte de tensão U = 10 V; 3 resistores, R1 = 10Ω - 10W, R2 = 20Ω - 5W, R3 =


68Ω - 2W; voltímetros, amperímetros.

Valores de U, R e I,conforme tabela abaixo:

Observação
Unidade I Medição II Medição III Medição Total
U (V) U1=10 V U2=10 V U3= 10 V U= 10 V
I (A) I1= 1 A I2= 0,5 A I3= 0,147 A I= 1,65 A
R (Ω) R1=10 Ω R2= 20 Ω R3= 68 Ω R= 6 Ω

Conclusão:
1. A tensão no circuito paralelo é a mesma em todas as partes do circuito.
2. A corrente que chega a um ponto no circuito é igual à soma das correntes que dele saem
(figura 20) ou vice-versa. É definido pela 1ª Lei de Kirchhoff.
3. A resistência total Rt de um circuito elétrico ligado em paralelo é menor do que a
resistência oferecida pelo menor resistor do circuito.

31
Para se calcular a resistência total Rt de um circuito paralelo, aplicamos as fórmulas da Lei de
Ohm.

Sabendo-se que a fórmula para calcular It do circuito paralelo é:

It = I1 + I2 + I3 +...+ In

Exemplo 1
 Cálculo da resistência total Rt.

32
 O resultado do valor da resistência total deverá ser menor que o valor do menor resistor
da associação paralelo.
Exemplo 2
 Cálculo de Circuitos em Paralelo
Dois resistores, R1 = 30Ω e R2 = 60Ω, são ligados paralelamente.
A tensão é de U = 12V.
Cálculo da resistência Rt, a corrente It, I1 e I2.

SOLUÇÃO

33
Exercício
1- Calcule os valores de Rt, It, I1, I2 e I3 do exemplo anterior, se for ligado um terceiro
resistor R3 = 20Ω paralelamente.

34
7.3. Praticando associação mista:

No circuito abaixo, devem ser calculados os valores de R, U e I.


Dados: R1 = 20Ω; R2 = 60Ω; R3 = 25Ω; R4 = 40Ω e Ut 20V
Cálculos dos valores de Ra; Rb; Rt; I1; I2; I3; I4, It; UI e U3

35
Conforme o desenho do circuito parcial III, podemos concluir que Rb e R4 recebem o valor
total de tensão U, sendo Ut = 20V. Os dois resistores têm o mesmo valor de 40Ω, por isso, as
correntes também são iguais.

Cálculos das correntes e tensões

a) Utilizando o circuito parcial II e aplicando a Lei de Ohm temos.


Onde, Rb = 40Ω

b) Com o valor de I3 conhecido podemos calcular a tensão U2 sobre R3, usando a


Lei de Ohm.

c) Assim, é possível, agora, calcular a tensão U1, importante para os cálculos de I1 e I2,
aplicando a Lei de Ohm e a Lei de Kirchhoff.

36
c) Confirmando I3, U1 pela lei de Kirchhoff.

e) Confirmando It usando a lei de Kirchhoff, aplicando a lei de Ohm para calcular I4.

7.4. Exercícios

1) Calcule a resistência Rt dos resistores: R1 = 10Ω, R2 = 30Ω e R3 = 70Ω.

Se eles forem ligados:

a) em série

b) em paralelo

2) Calcule os valores que faltam ao circuito ao lado.

a) Rt

b) It

c) I1

d) I2

37
3) Calcule os valores que faltam ao circuito abaixo.
a) U1
b) U2
c) Rt
d) It

38
8. POTÊNCIA ELÉTRICA

E a quantidade de trabalho elétrico efetuado na unidade de tempo.


Esse trabalho realizado dentro de um tempo determinado, que representa a potência
elétrica.
A unidade de medida é Watt (W).
Análise de circuito
Meios: Fonte de tensão variável de U = 0 a 100 V; voltímetro, amperímetro; resistor
R =1.000Ω - 10W; Wattímetro.
Análise conforme o desenho abaixo.

a) Primeiro passo: Verificar a corrente para valores de tensão, conforme a tabela, e conferir os
valores obtidos.

b) Segundo passo: Dados do wattímetro conforme o desenho ao abaixo.

39
c) Verificar a potência para cada um dos valores de tensão (U) da tabela anterior,
conferindo os valores com a coluna U x I.

Conclusão:
O valor da leitura do wattímetro é o mesmo obtido pelo produto U x I.
Podemos definir:

P=UxI
Potência Elétrica = Tensão x Corrente

Potência Elétrica

Símbolo para Formula P

Unidade de Medida Watt

Simbolizada por W

Múltiplos e Submúltiplos

1MW 106 1.000.000

1KW 10³ 1.000

1W 100 1

1mW 10-3 0,001

40
8.1. Fórmulas Básicas

1- Aplicando as fórmulas da Lei de Ohm, podemos transforma a fórmula de potência,


conforme demonstração abaixo.

Substituindo U da fórmula Substituindo I da fórmula

41
8.2.TRABALHO ELÉTRICO
Ao ligarmos um motor elétrico a uma tensão este será capaz de acionar uma máquina,
executando trabalho, figura 21. O trabalho elétrico do motor transforma-se em trabalho
mecânico e em energia calorífica (efeito Joule). Trabalho é sempre uma forma de energia.
Trabalho elétrico é energia elétrica

Figura 21

Exemplo de trabalho elétrico


O nosso motor tem a potência de 2 kW. Após uma hora de funcionamento, o consumo elétrico
é de 2 kWh. Esse consumo elétrico é o trabalho elétrico induzido no motor. E é exatamente
este consumo que deve ser pago ao fornecedor da eletricidade.

CÁLCULO
Podemos calcular o trabalho elétrico através da seguinte fórmula:
Trabalho = Potência X Tempo

Logo:

Para calcular o preço do consumo elétrico residencial (trabalho elétrico), multiplicamos o


trabalho pelo kWh.

8.3. Praticando Potência:

1- Um aquecedor elétrico de uma potência de 1.000 Watts é ligado a uma tensão de


110V. Qual a corrente do aquecedor?
Solução: usa-se a fórmula de potência aplicada para corrente.

2- Um motor elétrico tem uma potência de 5,5kW, o que corresponde a uma corrente
I = 50A.
Calcule:
a) A tensão, em V
b) A resistência do motor, em Ω
Solução:
a) Transforma-se primeiro a potência que se encontra em kW para W
42
Usa-se a fórmula de potência aplicada para tensão

b) Para calcular a resistência usa-e a fórmula da lei de ohm aplicada para resistência já
que se têm os valores de tensão e corrente conhecidos.

Trabalho

4. O motor de um torno é ligado a 380V. A corrente medida é de I = 14,47A


Calcule:
a) A potência do motor.
b) O trabalho elétrico após 8 horas de uso do torno.
c) O preço para o consumo dia e mês, quando o custo do kWh for de R$=0,42
Solução:

a)
b)
c) Custo dia: 1kWh = R$ 0,42

Preço = 44kWh x R$ 0,42 Preço = R$ 18,48 por dia

Custo mês:

Preço = R$ 18,48 x 30 dias = R$ 554,40 por mês

43
Exercícios

1. A potência de um chuveiro é de 4.000W. Tensão necessária de 220V. Calcule:

a) A corrente I no chuveiro.

b) O disjuntor do circuito é para 30A. Será possível ligar, ao mesmo tempo, mais um
aparelho de 1,5kW?

2. A potência de uma máquina de lavar é de 2.000W. A tensão 110V. Calcule:

a) Consumo após 4 horas de funcionamento.

b) Qual o disjuntor necessário no circuito?

c) Preço para o funcionamento de 3 horas, com o kWh a R$ =0,52567

3. Uma lâmpada de P = 100W é ligada a uma U = 110V. Calcule e responda:

a) Qual a corrente I?

b) Qual a resistência da lâmpada?

44
9. RESISTIVIDADE ELÉTRICA

A resistividade elétrica corresponde a uma constante de proporcionalidade que caracteriza o


tipo de material de que é feito um condutor elétrico.

Calcula-se a resistividade de um condutor através da seguinte fórmula:

O valor da resistência de um condutor depende:

 Da resistência específica do material ( ) em

 Do comprimento do condutor (ℓ) em metros (m)

 Da secção transversal do condutor (A) em mm²

 Temperatura.

Valor de resistividade especifica dos condutores conforme tabela abaixo:

Condutibilidade e Resistência dos Condutores


Condutores Condutibilidade elétrica em Resistividade especifica a 30ºC
Nome Símbolo

Ouro Au 45,7 0,0219


Prata Ag 60 0,0167
Cobre Cu 56 0,0178
Alumínio Al 36 0,0278
Constantan (CuNi) 2,04 0,4902
Carbono C 0,015 66,6667

45
Exemplo:
130 m de comprimento e
Uma secção de 6 mm2,(A = 6,0 mm2, ) quando a resistência específica for :

Cálculo do diâmetro do fio condutor de 6,0mm²

46
10. QUEDA DE TENSÃO

Para que os aparelhos, equipamentos e motores possam funcionar satisfatoriamente, é


necessário que a tensão, sob a qual a corrente lhes é fornecida, esteja dentro de limites
prefixados. Ao longo do circuito, desde o quadro geral ou a subestação até o ponto de
utilização em um circuito terminal, ocorre uma queda na tensão. Assim, é necessário
dimensionar os condutores para que esta redução na tensão não ultrapasse os limites
estabelecidos pela norma NBR 5410, da ABNT.

10.1. Limites de queda de tensão admissível

10.1.1 Instalações Alimentadas A Partir Da Rede De Alta Tensão

Isto é, partir da subestação.

 Iluminação e tomadas: 7%;


 Outros usos: 7%.

10.1.2. Instalações Alimentadas Diretamente Em Rede De Baixa Tensão

 Iluminação e tomadas: 4%;


 Outros usos: 4%.

Para qualquer dos dois casos, a queda de tensão, a partir do quadro terminal até o dispositivo
ou equipamento consumidor de energia, deverá ser, no máximo, de 4%. A figura 22 mostra
como as quedas de tensão devem ser consideradas.

Figura 22
47
10.2. Cálculo da queda de tensão admitida:

A queda de tensão admissível, em volts

( ) ( )

Onde: ∆U = Queda de tensão


e(%) = Porcentagem de queda admissível
U = Tensão de fase

Para se calcular a tensão que chega à carga usa-se a seguinte fórmula:

Onde: Uc = Tensão na carga

Para se calcular a secção do cabo pelo critério da queda de tensão usa-se a seguinte fórmula:

( )

Exemplo:
Um quadro de distribuição localizado a 300m de um motor-bomba de potência 600W e tensão
monofásica de 220V. Sabendo que a queda de tensão admissível é de 3% e que o condutor
utilizado é de cobre
(ρ = 0,0178Ω) , calcule:

a) Tensão na carga
b) Valor da resistência do motor
c) A corrente que será solicitada pelo circuito
d) A secção do condutor que iremos utilizar

Resolução:

a) Uc = U – (e(%).U)
Uc = 220 – (0,03 . 220)
Uc= 220 – 6,6
Uc= 213,4 V

b)

48
c)

d)

( )

49
11. MAGNETISMO
Dá-se o nome de magnetismo à propriedade que certos corpos possuem de atrair materiais
ferrosos.
Em época bastante remota, os gregos descobriram que certo tipo de rocha, encontrada na
cidade de Magnésia, na Ásia Menor, tinha o poder de atrair pequenos pedaços de ferro.
A rocha era constituída por um tipo de minério de ferro chamado magnetita e por isso o seu
poder de atração foi chamado de magnetismo.
Mais tarde, descobriu-se que prendendo um pedaço dessa rocha (ímã natural) na extremidade
de um barbante, figura 23, ela se posicionava de tal maneira que uma de suas extremidades
apontava sempre para uma mesma direção.
Esses pedaços de rocha, suspensos por um fio, receberam o nome de “pedras-guia” e foram
usadas pelos chineses há 2 mil anos, para viagens no deserto, e também pelos marinheiros,
quando das primeiras descobertas marítimas.
Assim sendo, descobriu-se que a terra é um grande ímã natural e o giro dos ímãs em direção
ao norte é causado pelo seu magnetismo.

Figura 23

11.1. PÓLOS DOS ÍMÃS


Em qualquer ímã, por menor que ele seja, existem duas regiões distintas onde suas
polaridades magnéticas se manifestam com mais intensidade. Essas regiões são chamadas de
pólos magnéticos. Esses pólos são denominados de Norte e Sul.

Nos pólos, a força magnética do ímã é maior, por ser esse local de maior concentração de
linhas magnéticas. Para provar, praticamente, a existência das linhas de força magnética do
ímã, pode fazer a experiência do espectro magnético. Para tal, coloca-se um ímã sobre uma
mesa, figura 24, sobre o ímã um vidro plano e, em seguida, derrama-se limalhas, aos poucos,
sobre o vidro. As limalhas se unirão pela atração do ímã, formando o circuito magnético do
ímã sobre o vidro, mostrando, assim, as linhas magnéticas.

Figura 24

50
11.2. SENTIDO DAS LINHAS DE FORÇA DE UM ÍMÃ

O sentido das linhas de força de um ímã, por convenção, figura 25, é sempre, externamente,
do pólo norte para o pólo sul e, internamente, ao ímã, o sentido é do pólo sul para o pólo
norte.

Figura 25

11.3. LEI DE ATRAÇÃO E REPULSÃO DOS ÍMÃS

No ímã, observa-se o mesmo princípio das cargas elétricas. Ao aproximarmos uns dos
outros, pólos de nomes diferentes se atraem e pólos de nomes iguais se repelem, conforme
figura 26.

Figura 26

Se cortarmos um imã ao meio, teremos dois novos imãs distintos, cada um com seu pólo norte
e sul. Da mesma forma ocorrerá se cortarmos um imã em vários pedaços.

51
11.4. Materiais Magnéticos:
Os materiais que apresentam propriedades magnéticas são classificadas em vários tipos.
Destaca-remos apenas dois: materiais ferromagnéticos e materiais não ferromagnéticos.
11.4.2. Materiais Ferromagnéticos:
Dizemos que um material é ferromagnético quando ele é fortemente atraído por um
imã, a exemplo do ferro, níquel, cobalto e algumas ligas que contem esses
elementos.

11.4.3. Materiais Não-Ferromagnéticos:


São materiais que não são atraídos pelos imãs, a exemplo do alumínio, plástico,
latão.

11.5. ÍMÃS ARTIFICIAIS


São aqueles fabricados pelo homem, e podem ser obtidos pelo contato ou atrito com outro ímã
ou pela influência de uma corrente elétrica.
Esses ímãs oferecem uma vantagem sobre os naturais, pois, além de proporcionar maior força
de atração, podem ser fabricados em tamanhos e formatos variados.
Os ímãs artificiais são classificados em permanentes e temporários.

52
12. ELETROMAGNETISMO

É o poder de atração que a corrente elétrica ao passar pelo condutor exerce sobre os materiais
ferrosos (geração de campo magnético).

Na figura acima temos um condutor em forma de bobina onde se encontra um campo


magnético com maior intensidade (linhas de força).
Ao se aplicar uma corrente baixa, cria-se um campo fraco; ao se aplicar uma corrente alta,
cria-se um campo forte (mais intenso).

12.1. Bobina
É o condutor enrolado em muitas espiras, em camadas sucessivas, umas sobre as outras.
Na bobina também existe um só campo magnético de maior intensidade.

12.2. Eletroímã
Um eletroímã é constituído de uma ou duas bobinas de fio de cobre e um núcleo de
ferro, com o respectivo fecho. Ele tem, portanto, o circuito elétrico das bobinas e o
circuito magnético do núcleo. A corrente passando nas bobinas cria um campo
magnético no núcleo, que atrai fortemente o fecho móvel.

53
O fecho de ferro é atraído pelos pólos do eletroímã e, quanto mais o fecho se aproximar, mais
violenta é a atração.

A força de atração depende dos elementos seguintes:

 Área de secção do núcleo;


 Número total de espiras das bobinas;
 Intensidade da corrente

Nos aparelhos elétricos, muitas vezes torna-se necessário saber qual o sentido do campo
magnético, isto é, onde ficam os pólos norte e sul. Para determinar os pólos N e S aplicamos a
Regra da Mão Direita

Tomando-se o solenóide na mão direita, como na figura acima, as pontas dos dedos indicarão
o sentido da corrente e o dedo polegar indicará o sentido do fluxo interno das linhas
magnéticas do solenóide ou, simplesmente, o seu pólo Norte.

Aplicações: O eletroímã tem inúmeras aplicações em eletrotécnica, principalmente nos


comandos à distância. Algumas aplicações em sinalização:

54
12.3. CONDUTORES EM POSIÇÃO PARALELA
 Correntes no mesmo sentido - Ao lado, temos dois condutores em paralelo. Por eles
passam correntes de mesmo sentido e a mesma intensidade, produzindo campos
magnéticos de mesma densidade e fluxo no mesmo sentido. Observando os campos
magnéticos dos condutores verificamos que as linhas da forças dos campos
magnéticos, entre os condutores, estão em sentidos contrários. Logo não existirá
campo magnético entre os condutores. Neste caso, as linhas de forças magnéticas
formam um único campo em tomo dos dois condutores

 Correntes em sentidos opostos - Ao lado, temos dois condutores percorridos por correntes
de mesma intensidade e sentidos opostas, produzindo campos magnéticos da mesma
densidade, porém com fluxo em sentido contrário. Observando os campos magnéticos
dos condutores, verificamos que as linhas da forças dos campos magnéticos entre os
condutores estão no mesmo sentido. Logo o campo magnético entre os condutores será
mais intenso. Neste caso, as linhas da forças magnéticas serão concentradas entre os
condutores, formando um fluxo magnético mais intenso.

55
12.4. Experiências Eletromagnéticas

12.4.1. Indução Eletromagnética

Meios: Bobina 12.000 espiras, ímã permanente e voltímetro (MV).

Execução: Faça a ligação conforme o desenho ao lado e movimente o ímã dentro da bobina.

Observação: Pelo movimento de um ímã numa bobina é produzida uma corrente elétrica I,
ou, podemos também dizer, uma tensão U nas espiras. O mesmo efeito se obtém ao mover a
bobina.

Conclusão: Pelo movimento do ímã, varia-se a grandeza e o sentido do fluxo magnético nas
espiras. Esta variação é responsável pela geração de uma corrente ou uma tensão elétrica que
chamamos de tensão induzida. Esse processo é denominado por indução.

12.4.2. Inverter os pólos do acumulador e, assim, inverter a direção da corrente.

Observação: A bússola se posiciona na direção contraria.

Conclusão: Para desviar a bússola, atraída normalmente pelo magnetismo da Terra, foi
preciso outra força magnética. Essa força aparece no condutor quando este é percorrido por
uma corrente elétrica. Sempre que um condutor for percorrido por uma corrente elétrica, a
bússola posicionada corretamente terá a agulha desviada pelo campo magnético formado no
condutor.

Este é o efeito magnético da corrente ou o eletromagnetismo.

56
12.4.3. Linhas de Força Magnética

Execução: Conecte por intermédio de uma chave um fio grosso de cobre em série com um
fonte de alimentação. Introduza as chapas de acrílico na posição horizontal, perpendicular ao
condutor. Ligue o interruptor e espalhe a 1imalha de ferro. A seguir, bata levemente nas
chapas de acrílico para ajudar o alinhamento da 1imalha.

Observação: A figura formada chama-se espectro eletromagnético. Esta experiência é


utilizada para demonstrar a existência de um campo magnético ao redor de um condutor,
quando percorrido por uma corrente elétrica.

57
13. GERAÇÃO DE CORRENTE CONTÍNUA (C.C.) E CORRENTE ALTERNADA
(C.A.)

13.1. Geração de C.C.

A geração de C.C. mais simples é formada por um enrolamento contendo uma única espira
de fio. Este enrolamento de uma espira intercepta o campo magnético para produzir a
tensão. Se houver um circuito fechado, passará uma corrente no sentido indicado pelas
setas (figura 27a). Nessa posição o segmento 1 do comutador estará em contato com a
escova 1 enquanto o segmento 2 do comutador está em contato com a escova 2. À medida
que a armadura gira meia volta no sentido horário, os contatos entre os segmentos do
comutador e as escovas são invertidos (figura 27b). Agora o segmento 1 esta em contato
com a escova 2 e o segmento 2 esta em contato com a escova 1. Em virtude dessa ação de
comutação, o lado da espira que esta em contato com qualquer uma das escovas esta
sempre interceptando o campo magnético no mesmo sentido. Portanto, as escovas 1 e 2
têm polaridade constante, e é liberada uma corrente contínua pulsante para o circuito de
carga externo.

Figura 27 – Funcionamento básico de um gerador C.C.

58
13.2. Geração de C.A.

Praticamente toda energia elétrica consumida nas residências e indústrias é fornecida


pelos geradores de corrente alternada localizados nas usinas que produzem eletricidade.
Um gerador simples é formado por um campo magnético forte e constante, condutores
que giram através do campo magnético e anéis de contato com escovas para manter uma
ligação continua dos condutores à medida que eles giram.

O gerador ao acima apresenta uma bobina e é, portanto, monofásico. E, como tem coletor
de anéis, produz CA monofásica.

A figura abaixo ilustra o gráfico de tensão alternada gerada pela bobina.

59
13.2.1. Gerador Trifásico

Um ímã indutor girando no centro de um sistema de três bobinas, colocadas a 120° uma
da outra, constitui um gerador de corrente trifásica.
Cada vez que o pólo N passa em frente a uma bobina, produz-se uma CA nessa bobina;
em uma volta completa do pólo N, produzem-se 3 CA, deslocadas 120° uma das outras.
As 3 correntes alternadas geradas em atraso de 1/3 do ciclo uma da outra. Chama-se
“corrente trifásica”.

Gráfico produzido pelo gerador de corrente trifásica

60
14. POTÊNCIA EM CORRENTE ALTERNADA (C.A.)

Em C.C. (corrente contínua) verificamos que a potência em watts era igual ao produto da
tensão pela corrente (V x I).

Já em C.A. (corrente alternada) o mesmo não ocorre. Em C.A. encontramos três tipos de
potência:

 Potência aparente

É a potência total absorvida da rede e é dada pelo produto da tensão pela corrente. Sua
unidade de medida é o Volt-Ampère (VA)

 Potência ativa

É a parcela da potência aparente que é utilizado pelas cargas para a transformação em


trabalho. A potência ativa é medida em watts (W).

 Potência reativa

É a potência usada para a manutenção do campo magnético nas máquinas elétricas que
possuem enrolamentos de indução. Ex: transformadores, motores, máquinas de solda,
reatores, etc. Sua unidade de medida é o Volt-Ampère Reativo (VAr)

14.1. Fator de Potência

É a relação entre a potência ativa e a potência aparente.

61
O fator de potência representa o quanto da potência total (VA) está sendo usado para produzir
trabalho (W).

É expresso em decimal ou em porcentagem.

O Fator de potência pode variar de 0 a 1 ou 0 a 100% , sendo que quando o Fp é igual a 1 ou


100% significa que a potência ativa é igual a potência total. Quando o fp for 0 significa que o
circuito esta absorvendo apenas potência reativa da rede, neste caso é igual a potência total.

A ANEEL determina que o fator de potência no Brasil deve ser maior ou igual a 0,92

Para forçar os consumidores a corrigir o fator de potência as concessionárias de energia


elétrica cobram multas quando o mesmo é menor que 92%.

62
15. TRANSFORMADORES

Os transformadores são equipamentos muito importantes no transporte de energia elétrica.


Graças a eles podemos elevar a tensão para transportamos a mesma potência com uma
corrente mais baixa, reduzindo-se assim as perdas, bem como abaixamos a tensão para valores
mais seguros para que possa ser utilizada.
Como vimos, a maior parte da corrente que trabalhamos é alternada.

A razão disso são os transformadores, pois os mesmos só funcionam com este tipo de
corrente.

No trafo observamos fios de entrada e fios de saída. A entrada é chamada de primário e a


saída de secundário.

O trafo serve para alterar valores de corrente e tensão da seguinte maneira:

a) Eleva a tensão e abaixa a corrente:

b) Abaixa a tensão e eleva a corrente:

63
15.1. Transformador monofásico

Constituição:

 Um núcleo de ferro
 Enrolamentos (primário e secundário)
 Isolamento (entre o núcleo e os enrolamentos)

Alimentando-se a bobina do primário com corrente alternada (C.A.), esta produz um campo
magnético alternado (que é composto de linhas de força). O núcleo de ferro conduz as linhas
de força (campo magnético), submetendo a bobina secundária à ação deste campo. O campo
magnético variável (alternado) induz uma corrente elétrica na bobina secundária.

Para que um transformador seja elevador de tensão, é necessário que tenha maior número de
espiras no secundário e menor número de espiras no primário.

64
Para que o trafo seja abaixador de tensão, é necessário que tenha maior número de espiras no
primário e menor número de espiras no secundário.

Assim, verificamos que a relação entre tensão e espiras é diretamente proporcional e


inversamente proporcional a corrente, a qual é dada pela fórmula:

U1= Tensão do primário

U2= Tensão do secundário

N1= Número de espiras do primário

N2= Número de espiras do secundário.

I1= Corrente do primário

I2= Corrente do secundário

Exemplo:

Um transformador tem 550 espiras no primário e 1100 espiras no secundário. Sua tensão de
primário é de 110V. Calcular a tensão do secundário.

Considerando que a corrente no primário do trafo acima é de 10 A. Calcular a corrente no


secundário.

65
15.2.Potência de um Transformador

O transformador ideal não teria perdas de potência, por isso, podemos definir:

Potência indutora (bobina primária):

dada em VA

Potência induzida (bobina secundária):

dada em VA

Como não existe perda (transformador ideal), logo:

Para uma mesma potência, as correntes dos secundários dos transformadores são
inversamente proporcionais às tensões.

Exercícios:

1. Um transformador tem as tensões 220V / 24V. O número de espiras do primário é de 1.060.

a) Calcule o número de espiras do secundário.

b) Considere a corrente do primário 3,5A . Calcule a corrente do secundário.

2. Um pequeno transformador para uma maquina de solda tira de uma fonte elétrica de 220V
uma corrente de 11,5A. A tensão na secundária é de 31 V.

a) Calcule a corrente para soldar.

b) Qual é a potência do transformador?

66
15.3.Perda no Transformador
Ela não é transferida para o secundário, ocorrendo assim a que chamamos de perda no
transformador.
Essa perda de potência é assim distribuída:
 Perdas no núcleo:
 Calor por correntes parasitas
 Perdas magnéticas, que são linhas de força que não transferem energia para o
secundário.
 Perdas na bobina:
 São perdas em forma de calor, que é desenvolvido na bobina como se esta fosse um
resistor (resistividade intrínseca do material)

15.4. Rendimento do Transformador


É a porcentagem da potência de entrada, que é obtida na saída. O rendimento é representado
pela letra grega “η” (lê-se êta).
Para calcular ” η ” em porcentagem:

15.5. Tipos de transformadores

Em função das diferentes aplicações os transformadores podem ser classificados em:

15.5.1. Transformador de potencial (TP)


O TP é um transformador para instrumentos, cuja função é reduzir a tensão a valores
convenientes à medição e proteção, isolando os equipamentos da AT.

Ligação – em paralelo no circuito.


Neste caso a leitura do voltímetro deverá ser multiplicada pela relação do TP (RTP) para obter
a tensão primária.
Ex: leitura = 100V, a tensão primária será 100 x 120 = 12.000 V

67
15.5.2. Transformador de Corrente (TC)

O TC é um equipamento destinado a reduzir a corrente a valores que possam ser aplicados aos
aparelhos de medição e proteção.
Um exemplo prático de TC é o alicate volt-amperímetro, onde a bobina do primário é o
próprio condutor da rede, e a bobina secundária está enrolada em torno das garras do alicate.
A bobina secundária alimenta o circuito interno do volt-amperímetro (o galvanômetro).

Alicate Volt-amperímetro

A principal característica do TC é que este possuí poucas espiras no primário e muitas no


secundário.

Ligação – em série no condutor

Nota importante:
Ao se desligar o secundário do TC devemos curto-circuitá-lo. Se deixarmos o secundário
aberto, surgirá uma AT no mesmo, pois passará a funcionar como um transformador elevador
de tensão, o que pode ocasionar uma descarga elétrica no equipamento, trazendo danos tanto
para o equipamento como para o operador.

68
16. CIRCUITOS TRIFÁSICOS

A energia elétrica que mais utilizamos é gerada em corrente alternada, o que possibilita
uma geração em larga escala e a baixo custo.
Os geradores usados são trifásicos, ou seja, possuem um enrolamento com três bobinas,
nas quais é gerada a energia através da indução eletromagnética, e a cada uma destas
bobinas damos o nome de fase.
Como estas bobinas estão dispostas em posição físicas separadas e eqüidistantes uma
das outras, a geração ocorre em momentos distintos nas mesmas, provocando desta
maneira uma defasagem entre as tensões geradas.

Temos então três tensões iguais e defasadas entre si (120 º).

Uma das extremidades das três bobinas é interligada a um condutor comum o qual damos o
nome de neutro, e as extremidades restantes formam as três fases onde cada uma representa
uma bobina do gerador.

69
Entre uma fase e um neutro teremos uma tensão que chamamos de tensão de fase e
neutro (Vfn) ou tensão de fase.
Entre duas fases a tensão que encontramos é bem maior a qual chamamos de tensão
fase-fase (Vff) ou tensão de linha.

70
17. INDUTÂNCIA, IMPEDÂNCIA E REATÂNCIA

Propriedade que um circuito tem de opor-se a qualquer variação da corrente que o


atravessa, devido á presença de indutores. A unidade de medida de indutância. L, é o
Henry, tendo como símbolo o H.
Relações importantes:
1 – A indutância de uma bobina é proporcional ao quadrado do número de voltas.
2 – a indutância de uma bobina aumenta diretamente conforme a permeabilidade do
material com o qual é feito o seu núcleo.
3 – A indutância de uma bobina aumenta diretamente com o aumento da área da seção reta
do núcleo.
Assim uma bobina de CA projetada para funcionar com núcleo ferroso, certamente
queimará se for ligada com núcleo de ar, pois com esta mudança haverá a redução da
quantidade de linhas magnética. Portanto, conseqüentemente haverá a redução da
indutância, da força conta eletromotriz, diminuindo a oposição e aumentando a corrente
principal.

17.1. Auto-Indução
Quando uma corrente alternada percorre um condutor reto apresenta alguma indutância.
Sabemos que uma corrente alternada fluindo ao longo de um condutor produz em torno
dele um campo magnético. Quando a corrente muda de valor o campo varia e induz no
condutor uma força eletromotriz. Esta tensão induzida é denomina de FEM auto-induzida
porque é induzida no próprio condutor que conduz a corrente. Quando a corrente em um
circuito está aumentada, o fluxo magnético também aumenta. Este fluxo corta o condutor e
induz nele uma FEM de polaridade tal que se opõe ao aumento da corrente e do fluxo
magnético. Da mesma forma, quando a corrente diminui, uma FEM é induzida de
polaridade tal que se opõe à redução da corrente.

Lei de LENZ: A FEM induzida em qualquer circuito é de polaridade tal que se opõe ao
efeito que a produziu.

Desta forma a auto-indutância está constantemente presente em um circuito CA porque a


corrente varia constantemente de valor. Nos circuitos CC a auto-indutância está presente
somente nos instantes que estão sendo abertos ou fechados os circuitos. Lenz descobriu
que FEM auto-induzida que produz corrente gera uma força contra eletromotrial ( FCEM ).

17.2. Capacitância

É a propriedade de um dispositivo elétrico ou de um circuito em se opor à variação de tensão.


A capacitância também é uma medida de habilidade de duas superfícies condutoras, separadas
por um material não condutor (dielétrico), em armazenar carga elétrica. Este dispositivo com
esta característica é chamado de capacitor. A unidade de medida e o Farad. Simbolizado por
F.

17.3. Impedância

A impedância é uma grandeza que compreende a resistência, reatância capacitiva e reatância


indutiva. A impedância é a soma vetorial das reatâncias com a resistência do circuito. Sendo
71
assim podemos concluir que a Lei de Ohm, quando aplicada a circuitos de C.A. passa a ter o
seguinte enunciado: A INTENSIDADE de uma de uma CORRENTE ELÉTRICA é
diretamente proporcional à FORÇA ELETROMOTRIZ e inversamente proporcional à
IMPEDÂNCIA.

Circuito resistivo.
Numa resistência a corrente e a voltagem estão em fase

72
Circuito indutivo.
Num indutor a corrente está atrasada de 90º em relação à tensão
A reatância indutiva XL (ohms)

73
Circuito capacitivo
Num capacitor a corrente está adiantada de 90º em relação à tensão
A reatância capacitiva XC (ohms)

74
Impedância total de um circuito

Z = Impedância em OHMS
I = corrente em AMPÉRES
E = força eletromotriz em VOLTS
C = capacitância em FARAD
L = indutância em HENRY
f = freqüência em HERTZ
XC = reatância capacitiva em OHM
XL = reatância indutiva em OHM

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18. EXERCÍCIOS

MATÉRIA
1- Ao lado de cada uma das afirmativas abaixo, registre F ou V, conforme sejam as
afirmativas Falsas ou Verdadeiras.
a) ( ) O núcleo apresenta carga elétrica positiva proveniente dos nêutrons.

b) ( ) O número de camadas depende da quantidade de elétrons presentes no átomo.

c) ( ) As camadas da eletrosfera são identificadas por letras maiúsculas.

d) ( ) A eletrosfera é as camada ou órbitas formadas pelos elétrons em movimento, em


volta do núcleo.

e) ( ) Núcleo é o centro do átomo, onde se encontram as partículas prótons e elétrons.

2- Ao lado de cada uma das afirmativas abaixo, sobre camada de valência, registre F ou V,
conforme sejam as afirmativas Falsas ou Verdadeiras.

a) ( ) A camada mais distante do núcleo é chamada camada de valência.

b) ( ) Na camada de valência o número de elétrons pode variar de 1 a 10.

c) ( ) Valência é a capacidade de um átomo combinar-se com outro átomo.

GRANDEZAS ELÉTRICAS

3- Ao lado de cada uma das afirmativas abaixo, registre V ou F, conforme seja a afirmativa
Falsa ou Verdadeira:

a) ( ) Grandezas Elétricas são grandezas que provocam ou são provocadas por efeitos
elétricos; ou, ainda, que contribuem ou interferem nesses efeitos.

b) ( ) Se um átomo possuir 9 elétrons e 6 prótons, estará com carga elétrica neutra.

c) ( ) Um átomo que possui 15 elétrons e 13 prótons, está com carga elétrica neutra.

d) ( ) Quando um átomo está com maior número de elétrons e menor número de prótons,
está com carga elétrica positiva.

e) ( ) O átomo é composto basicamente de nêutrons, prótons e elétrons.

f) ( ) Os átomos nunca procuram manter seu equilíbrio elétrico.

g) ( ) A corrente elétrica é simbolizada pela letra I.

h) ( ) Quando um átomo possui o número de elétrons igual ao número de prótons,


dizemos que o átomo está em equilíbrio elétrico.

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4- Assinale com um X a alternativa correta:
I- Um Coulomb é igual a quantos elétrons?
a) ( ) 6,25 x 1018 b) ( ) 625 x 1018

c) ( ) 5,26 x 1018 d) ( ) 6,25 x 1810

II- Qual é a unidade de medida prática para medir a intensidade da corrente elétrica?
a) ( ) volt b) ( ) ampère

c) ( ) quilo d) ( ) metro

III- 1 ampère é igual a:


a) ( ) 1 Coulomb/min b) ( ) 1 Coulomb/seg

c) ( ) 1 Coulomb/km d) ( ) 1 Coulomb/hora

IV- Medindo a intensidade de corrente de um condutor, constatamos que é de 5 ampères.


Quantos elétrons estão passando no condutor por segundo?

a) ( ) 30 250 000 000 000 000 000 b) ( ) 31 250 000 000 000 000 000

c) ( ) 6,25 x 10 d) ( ) 6 250 000 000 000 000 000

5- Sabendo que o múltiplo do ampère é o quiloampère, efetue as transformações:

Ampère (A) Quiloampère (KA)


Modelo 3 000 A 3 kA
1 13 000 A
2 8,5 kA
3 45 000 A
4 1 kA
5 7 000 A

6- Faça a equivalência entre a unidade (ampere) e os submúltiplos (miliampere e


microampere):

Microampère (µA) Miliampère (mA) Ampère (A)


Modelo 3 500 000 µA 3 500 mA 3,5 A
1 7 800 mA
2 4 000 000 µA
3 8 000 mA
4 1,5 A
5 6 500 000 µA

7- Faça a equivalência entre o múltiplo (quiloampere), a unidade (ampere) e o submúltiplo


(miliampere):

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Miliampère (mA) Ampère (A) Quiloampère (kA)
Modelo 250 000 mA 250 A 0,25 kA
1 4 500 mA
2 2A
3 4 kA
4 500 000 mA
5 3 000 A

8- Na questão abaixo, consulte os aparelhos e registre, o valor indicado e sua unidade


correspondente:

9- Analise o diagrama e complete as afirmações:

I – O interruptor a1 está ligado em ________________________com os consumidores:


___,___,___e___. (Paralelo, Série).

II–O consumidor h3 está ligado em série com ____________________, em paralelo com:


_________________.

III – O consumidor h4 está ligado em ______________________ com h1, h2, h3. (Paralelo,
Série).

10- De acordo com o circuito anterior, registre os consumidores que funcionam e os que
não funcionam:

I- Consumidores que funcionam: __________________________.


II- Consumidores que não funcionam: _________________________.

78
11- Os circuitos abaixo não estão funcionando. Registre, sob cada um deles, o que é preciso
fazer para que funcionem.
Circuito 1.
É preciso:
a) ( ) fechar a1
b) ( ) fechar a1 e roscar h3
c) ( ) fechar h3

Circuito 2.
É preciso:
a) ( ) fechar a1
b) ( ) roscar h3
c) ( ) fechar a1 e roscar h3

12- Analise cuidadosamente cada circuito abaixo e responda às questões correspondentes,


justificando a sua escolha:

79
80
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
13 – Calcule a resistência total das associações de resistores abaixo, e escreva os cálculos
correspondentes a cada associação, nos espaços próprios:

81
LEI DE OHM

14- Represente o voltímetro no diagrama abaixo, para medir a tensão aplicada ao resistor:

82
15 – Verifique os diagramas abaixo e represente o voltímetro para medir a tensão nos
resistores indicados:
a) R1 e R2

b) R2, R4 e R5

16- Identifique, assinalando com um X, o diagrama que demonstra as ligações correta do


amperímetro nos resistores R1 e R2, e do voltímetro nos resistores R4 e R5.

83
17- Demonstre (desenhando) a ligação dos voltímetros do diagrama abaixo, para medir a
tensão em cada consumidor, e dê o valor de saída da tensão na fonte.

84
18- Analise os diagramas abaixo e calcule a tensão na fonte e a tensão aplicada nos
consumidores:
a)

b)

19- Dê o valor da corrente indicada no amperímetro A3:

85
20- Demonstre (calculando) o valor da tensão aplicada aos consumidores R1, R2, R3, R4 e
R5.

a)

b)

21- Analise o diagrama abaixo e calcule o valor da corrente, aplicando aos consumidores I2 e
I3:

86
22- Analise o diagrama abaixo e determine o valor da tensão nos consumidores R1, R3,
R4 e R6.

23- Um aquecedor elétrico de 220 V e 25 A é instalado a uma distância de 15 metros da fonte


de energia elétrica. Calcular a secção do condutor para que a queda de tensão admissível
seja de 1%. ρ =0,0178 Ω

24- Analise o diagrama abaixo e calcule os dados que faltam no circuito:

87
25- Calcule a secção de um condutor de cobre para instalar um grupo de lâmpadas onde a
queda de tensão admissível na rede seja de 2%, tendo 30m de extensão.

26- Calcule a secção de um condutor de cobre para instalar um chuveiro, tendo 20 m de


extensão e 3% de queda de tensão admissível. ρ= 0,0178 Ω

27- Estude os circuitos abaixo e calcule as incógnitas:

88
28- Calcule os dados abaixo:

29- Calcule as incógnitas dos circuitos abaixo:

a)

b)

89
c)

POTÊNCIA

30- No mostrador abaixo temos:

31- Um chuveiro funcionando 48 minutos com uma corrente de 8 A e ligado em 380 V


realizará um trabalho de:

a) ( ) 24,32 kWh
b) ( ) 2, 432 kWh
c) ( ) 8 939 520 kWh
d) ( ) 893 952 kWh

32- Um aquecedor funcionando 12 minutos com uma corrente de 4 A e ligado em 180 V


realizará um trabalho de:

a) ( ) 0,144 kwh
b) ( ) 144 kwh
c) ( ) 640 kwh
d) ( ) 720 kwh

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34 – Nas questões abaixo, assinale com um X a resposta correta.
a) Um ferro de engomar funcionou 15 minutos com uma corrente de 5 A e tensão de 120
volts. A energia consumida é:

1) ( ) 540 kWh
2) ( ) 540 000 W.s
3) ( ) 9 000 W
4) ( ) 9 000 kW

b) Um aquecedor com 15 Ω de resistência, com uma corrente aplicada de 5 A, funcionou


durante 1 h 30 minutos. Qual a energia consumida?

1) ( ) 1 125 kW
2) ( ) 5 625 Ws
3) ( ) 1 125 kWh
4) ( ) 0,5 625 kWh

c) Um aquecedor para 120 V e 8 Ω de resistência ficou ligado 8 h e 30 minutos. Qual foi o


consumo de energia?

1) ( ) 8,16 kWh
2) ( ) 1 530 Ws
3) ( ) 15,3 kWh
4) ( ) 1 530 kWh

d) Qual a energia consumida durante 30 minutos por R2?


1) ( ) 39 kWh
2) ( ) 1,440 kWh
3) ( ) 0,234 kWh
4) ( ) 0,144 kWh

e) Qual a energia consumida por R1 durante 2 horas?


1) ( ) 0,32 kWh
2) ( ) 4,40 kWh
3) ( ) 320 Ws
4) ( ) 440 Ws

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REFERÊNCIAS

Curso Completo de Eletricidade Básica, HENUS.

Módulo instrucional: Eletrotécnica: 18 Impedância – SENAI – DN

CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 14. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2004.

CAVALCANTE, Paulo João Mendes. Fundamentos de Eletrotécnica. 21. ed. Rio de


Janeiro: Freitas Bastos, 2001.

MARTIGNONI, Alfonso. Eletrotécnica. 8.ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987.

COMISSÃO Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico no Estado de São Paulo.


Eletricidade básica. São Paulo: Fundação COGE, 2005.

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