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Sistema de Coleta e Análise de Dados de Atividades de Intervenção a Emergências com

Produtos Perigosos

Introdução

O trabalho consiste, basicamente, na revisão do atual sistema de coleta de dados de atendimentos


emergencial, especificamente, o anexo SDO-4 produtos perigosos.

Os Relatório de Atividades de Bombeiros baseou-se no mesmo conceito adotado pelo relatório de


atividades normalizado pela ABNT (NBR 14.023/97), que sugere a utilização de um formulário
único para registro das várias atividades emergenciais atendidas pelos Corpo de Bombeiros.

Os objetivos originais do projeto de aprimoramento de coleta e análise de dados de atividades de


bombeiro foram:

 Integrar, de forma mais ágil e confiável, o sistema de coleta de dados de forma que o fluxo
de informações seja contínuo desde a entrada da chamada no Centro de Atendimento e
Despacho (CAD) até o fechamento do atendimento com o retorno da equipe de atendimento
ao posto e preenchimento do Relatório;

 Incluir recursos de programação para identificar erros de preenchimento (dados


incompatíveis) e duplicidade de registro de relatórios em dois níveis: no computador onde
os dados estão sendo digitados e no recebimento do relatório pelo banco de dados central
(na Seção de Estatística do Corpo de Bombeiros);

 Prever, no RACB, espaço para alocação de eventuais registros necessários ocasionalmente,


permitindo o levantamento de alguma pesquisa específica por um determinado período de
tempo, originado por demanda interna ou externa;

 Criar um programa de coleta de informações, que elimine redundâncias ao longo do


processo (repetidas digitações / transcrições de uma mesma informação nas várias fases do
atendimento, por diferentes personagens), e, adicionalmente, que agilize a recuperação da
informação para confecção do Atestado de Sinistro, hoje, realizado manualmente; e,

 Criar rotinas para agilizar a elaboração de relatórios semanais e mensais no próprio Centro
de Atendimento e Despacho (CAD).
Comunicações e Acionamentos:
O Procedimento Operacional para intervenção em emergências segue as seguintes ações:
 Identificação dos produtos;
 Isolamento da área afetada;
 Uso de EPI nas atividades de Salvamento;
 Controle e contenção de vazamentos;
Descontaminação dos recursos empenhados.
 Os rádios fixos e portáteis para a comunicação devem ser intrinsecamente seguros e
construídos em material para facilitar a limpeza e desmontagem para a descontaminação.
 Durante o atendimento da ocorrência, o uso do rádio deve permitir manter as mãos livres
para o trabalho, quando do uso interno em roupas encapsuladas. As organizações que devem
ser notificadas e/ou acionadas para os eventos são:
 Produtos Químicos: ABIQUIM;
 Produtos Biológicos e Farmacêuticos: Centro de Informação Toxicológica;
 Materiais Radioativos: Comissão Nacional de Energia Nuclear através do Instituto de
Pesquisas Nucleares;
 Substâncias Explosivas: Comando Militar do Exército Brasileiro;
 Embalagens Aéreas: INFRAERO;
 Embalagens Náuticas: Capitanias dos Portos;
 Dutovias, Rodovias e Ferrovias: Agência Nacional de Transportes Terrestres;
 Concessionárias, DNER, DER; Polícia de Trânsito Urbano, Rodoviário e Ferroviário;
 Acidentes Ambientais: IBAMA e o Órgão Ambiental Estadual;
 Transportador: Associação Brasileira dos Transportadores de Cargas Líquidas e Produtos
Derivados.

Relatório Específico para Intervenção em Emergências com Produtos Perigosos

Os anexos específicos para o atendimento às emergências com produtos perigosos foram traduzidos
e adaptados do Sistema Nacional de Relatórios de Ocorrências de Incêndio (NFIRS) usado por
Corpos de Bombeiros Americanos desde 1974. O NFIRS analisa informações a respeitos da
prevenção e controle de incêndios nos EUA.

Este sistema faz parte da Agência Federal de Gerenciamento de Emergência (FEMA), notadamente,
para a Divisão de finanças, aquisição de equipamentos de bombeiros e telemática possam atualizar
e programar dados de seus associados.

Os cerca de 14 mil Corpos de Bombeiros de 42 Estados Americanos (44 % do total ) notificam, via
sistema web, seus atendimentos de incêndio. Este sistema usa um softer licenciado pelo governo
americano (US Fire Administration), que também faz auditorias para conferência e consistência dos
dados transmitidos pelo sistema. Os relatórios anuais são publicados a respeito dos resultados das
auditorias para aperfeiçoamento da ferramenta NFIRS.

As informações analisadas pelo sistema, apresentada em forma de anuário estatístico comentado,


podem fornecer perfis na natureza dos incêndios, media de feridos e óbitos a áreas destas
ocorrências. Os dados podem responder questões básicas tais como:

 Número de ocorrências nos domingos, segundas-feiras, etc.?


 Número de ocorrências a cada hora do dia ou mês do ano?
 Qual a média do tempo de resposta para as ocorrências?
 Quantas vezes o mesmo posto de bombeiros atendeu a média das ocorrências na área?

A outra razão para estudar e analisar dados de ocorrências de bombeiros é melhorar os recursos de
atendimento as emergências, identificar treinamentos necessários, diminuir o tempo de resposta às
ocorrências e rever as normas e procedimentos operacionais.

O NFIRS 7 é específico para ocorrências ou acidentes com produtos perigosos. O documento


original pode ser visto no anexo 1 deste trabalho. O guia de referência rápida é o manual de
preenchimento dos relatórios, descreve o que deve ser preenchido em cada campo e traz todas as
tabelas do sistema.

Comentários do NFIRS 7

Os dados são inseridos em campos alfa-numéricos, preenchidos a partir de consultas a listas de


dados disponíveis no manual de preenchimento. Os campos do NFIRS 7 são:

 A – Identificação: cidade, data, posto de bombeiros, nº. da chamada, codificação mudança


de estado físico ou remoção de produto perigoso;
 B – Identificação do produto perigoso: Nº. da ONU, nº. do risco, Registro CAS, Nome
Químico;
 C1 – Tipo de container; C2 – Peso estimado do container; C3 – Unidade de capacidade
volumétrica: onças, galões, barris, litros, pés cúbicos, metros cúbicos; capacidade de peso:
onças, libras, gramas, quilogramas;
 D1 – Quantidade estimada vazada;
 D2 - Unidade de capacidade volumétrica: onças, galões, barris, litros, pés cúbicos, metros
cúbicos; capacidade de peso: onças, libras, gramas, quilogramas;
 E1 – Estado físico quanto vazado: sólido, líquido gasoso, indeterminado;
 E2 – Vazado para (nome da localidade ou ambiente);
 F1- Vazado de: abaixo da fase ou grau; 1- dentro da instalação estrutural; 2- fora da
instalação estrutural;
 F2 – Densidade populacional: 1- Urbana; 2 – Suburbana e 3 – Rural;
 G1 – Área afetada: anotar medidas 1 – pés quadrados; 2- quarteirões; 3 – milhas quadradas;
 G2 – Área de remoção dos usuários: zero 1 – pés quadrados; 2- quarteirões; 3 – milhas
quadradas;
 G3 – Número estimado de pessoas retiradas do local afetado;
 G4 – Número estimado de prédios com ocupantes retirados: anotar o número;
 H – Ação tática no AEPP adotada: primeira, segunda e terceira ação adotadas;
 I – Se houve incêndio ou explosão envolvidos, qual ocorreu primeiro? 1- Ignição 2 –
Vazamento 3 – Indeterminado;
 J – Causa do vazamento: 1 – intencional; 2- vazamento não-intensional; 3- falha de
container/ frenagem; 4- ato da natureza; 5 – causa sob investigação; U- causa indeterminada
após investigação;
 K – Fatores que contribuíram para os vazamentos: relacionar três fatores;
 L – Fatores que afetaram ou impediram a mitigação da ocorrência: relacionar três fatores;
 M – Equipamentos envolvidos no vazamento: Nenhum; codificar o recurso; ano, marca,
modelo e número de série;
 N – Propriedade móvel envolvida no vazamento: Nenhum; tipo da propriedade móvel;
marca, nº. da placa e licenciamento; número do MOPE na CNH;
 O- Disposição final de resíduos: 1- feito somente pelo CB; 2- feito pelo serviço de água e
esgoto; 3- manejado pela regional da prefeitura; 4- manejado pela prefeitura; 5- manejado
pelo governo estadual; 6 – manejado pelo governo federal; 7 – manejado por agencia não-
governamental; 8- manejado pelo proprietário ou gerente do produto;
 P – Vítimas civis resultantes dos efeitos dos produtos: nº. de óbitos e nº. feridos.
O NFIRS é resultado das exigências legais e normativas 1, cuja notificação do acidente envolvendo
produtos perigosos deve iniciar pelo embarcador, transportador e armazenador aos órgãos de
governo ligado a proteção ambiental.

A folha inicial de notificação de acidentes com produtos perigosos, que a legislação definiu para os
EUA, contém itens mínimos que são necessários para conhecimento do evento e eventual tomada
de decisão frente aos riscos ambientais listados no formulário, tais como:

 Há derramamento, incêndio ou escape gasoso perigoso?


 Qual o nome do produto?
 Quais as condições do tempo e temperatura? Faz sol? Está chovendo?
 Como é a geografia do terreno?
 O que está em risco? A população? Propriedade? Meio ambiente?
 Quais recursos são necessários e poderiam estar disponíveis para minimizar o evento?
 Qual a primeira providência operacional que as equipes de resposta devem adotar?

Finalmente, o poluidor ou responsável pela comunicação do acidente notifica o Centro Nacional de


Desastres (NRC); autoridade ambiental do condado; Agência Ambiental Federal, Policiamento e
Defesa Civil Estadual Americana.

Os dados da notificação e outros dados entendidos como fundamentais para coleta e análise da
situação foram traduzidos e adaptados ao cenário estadual paulista para ser preenchidos por equipes
de bombeiros especializadas em AEPP, motivo pelo qual foi elaborado comentários sobre cada
campo do atual SDO-4, afim de aperfeiçoar e atualizar seu emprego.

1
Section 304 of the Superfund Amendments and Reauthorization Act (SARA, Title III); Section 103 of the
Comprehensive Environmental Response Compensation and Liability Act (CERCA); 40 CRF part 110 discharge of
oil and part 112 oil pollution prevention.

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