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Problema 2 - Fundamentos de Eletromagnetismo

Paola Machado1 , Paulo Palmuti1


1
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Grupo 3

1. Problema
A NASA perguntou à sua equipe de cientistas de foguetes sobre a viabilidade de
um novo lançador de satélite que economize combustı́vel de foguete. A ideia da NASA é
basicamente um estilingue elétrico que consiste em 4 eletrodos dispostos em um quadrado
horizontal com lados de comprimento d a uma altura h acima do solo. O satélite é então
colocado no solo alinhado com o centro do quadrado. Uma fonte de alimentação fornecerá
a cada um dos quatro eletrodos uma carga de +Q/4 e ao satélite uma carga de −Q.
Quando o satélite é liberado do repouso, ele se move para cima e passa pelo centro do
quadrado. No instante em que atinge o centro do quadrado, a alimentação é desligada
e os eletrodos são aterrados, dando-lhes carga elétrica zero. Para testar essa ideia, você
decide usar considerações de energia para calcular quão grande Q terá que ser para levar
um satélite de 100 Kg a uma altura orbital suficiente. Suponha que o satélite comece 15
metros abaixo do quadrado dos eletrodos e que os lados do quadrado tenham 5 metros
cada. Em seu texto de fı́sica, você acha que a massa da Terra é 6.0 · 1024 Kg.

Q
Figure 1. Representação do Problema. q1 = 4, q2 = −Q.
2. Solução
Primeiramente, calculamos o potencial dos eletrodos no ponto inicial do satélite.
A distância do satélite para qualquer eletrodo é a hipotenusa do triângulo pelos vertı́ces
q1, q2 e pelo vértice imediatamente abaixo de q1, como podemos ver na figura 1. Desse
modo, chamando de x a distância de algum ponto q1 para q2:
√ 2 √
5 2 5 38
x2 = 2
+ 152 → x = 2
1 q
Utilizando a equação para o potencial elétrico: V = 4πε0
· r
, e multiplicando o
valor por 4 (são quatro cargas q1):
1 q1 1 4Q Q 1
Vi = 4 · 4πε0
· r
= 4πε0
· x
4
= 4πε0
· x

Agora encontrando o potencial de quando o satélite atinge a altura dos eletrodos.


Vamos chamar de d a diagonal do quadrado:
1 q1 1 4Q 2Q 1
Vf = 4 · 4πε0
· r
= 4πε0
· 4
d = 4πε0
· d
2

Calculando a diferença de pontecial:


Q
2 1

∆V = Vf − Vi = 4πε0 d
− x

Calculando o trabalho realizado para elevar o satélite a 15 metros do chão:


W = q∆V
Q −Q2
2 1 2 1

W = −Q · 4πε 0 d
−x = 4πε0 d
− x

Agora calculamos o valor do raio da órbita em que o satélite será lançado. Para
isso utilizamos a Terceira Lei de Kepler e assumiremos que o satélite ficará em uma órbita
geoestacionária.
T2 4π 2 864002 4π 2
R3
= GM
→ 3
Rorb
= (6,67·10−11 )(6,0·1024 )

Rorb = 4.22975 · 107


Com o raio em mãos, vamos calcular a velocidade necessária para colocá-lo em
orbita:
mv 2 GM m GM
r
= r2
→ v2 = r

Agora iremos igualar o trabalho encontrado com a variação de energia cinética


necessária para levar o satélite até sua órbita geoestacionária. E com essa equação encon-
tramos o valor de Q.
1 Q2
2
2 1
2
mv = W = 4πε0 d
−x
Substituindo valor de v 2 :
1 mGM Q2
2 1

2 r
= 4πε0 d
− x
Recapitulando, temos:
2
m = 100kg 10−12 NC·m2
ε0 = 8, 85 · √
3
G = 6, 67 · 10−11 kg·s2
m
d = 5 2m

24
M = 6, 0 · 10 kg x = 5 238 m
r = Rorb = 4, 22975 · 107 m
2 1

Isolando Q2 , e fazendo α = d
− x
:
1 GM m·4πε0
Q2 = 2 Rorb ·α

Substituindo os valores, encontramos:


1 6,67·10−11 ×6,0·1024 ×100 4π×8,85·10−12
Q2 = 2
× 4.22975·107
× " # Q2 = 0.241391
2 1
√ − √
5 2 5 38
2

E finalmente, a carga Q necessária:


Q = 0.491316 C

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