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FACULDADE UNIÃO EDUCACIONAL NORTE PARÁ.

DISCIPLINA: DIREITO CIVIL IV.


PROFESSOR: JOÃO OLIARI.
ALUNO: WARLISOM FURTADO MENDES.
TRABALHO AVALIATIVO.
TEMA: CONTRATO DE TRANSAÇÃO.

TAILANDIA-PA
2021
CONTRATO DE TRANSAÇÃO
CONCEITO:
É um instituto do direito civil composto pela prevenção ou o termino de um
litigio referente a uma obrigação através de concessões (Art. 840 do C.C). No sentido
técnico-jurídico do termo, contudo, constitui negócio jurídico bilateral, pelo qual as
partes previnem ou terminam relações jurídicas controvertidas, por meio de
concessões mútuas. Resulta de um acordo de vontades, para evitar os riscos de futura
demanda ou para extinguir litígios judiciais já instaurados, em que cada parte abre
mão de uma parcela de seus direitos, em troca de tranquilidade. Segundo Cunha
Gonçalves, “transação é o contrato pelo qual os transigentes previnem ou terminam
um litígio, cedendo, um deles ou ambos, parte das suas pretensões ou prometendo um
ao outro alguma coisa em troca do reconhecimento do direito contestado”.

NATUREZA JURIDICA:
A transação é um instituto sui generis, por consistir numa modalidade especial
de negócio jurídico bilateral, que se aproxima do contrato, na sua constituição, e do
pagamento, nos seus efeitos, por ser causa extintiva de obrigações, possuindo dupla
natureza jurídica: a de negócio jurídico bilateral e a de pagamento indireto. É um
negócio jurídico bilateral declaratório, uma vez que, tão somente, reconhece ou
declara direito, tornando certa uma situação jurídica controvertida e eliminando a
incerteza que atinge um direito. A finalidade da transação é transformar em
incontestável no futuro o que hoje é litigioso ou incerto.

CLASSIFICAÇÃO:
A transação é um negócio jurídico bilateral, pelo qual as partes interessadas,
fazendo-se concessões mútuas, previnem ou extinguem obrigações litigiosas ou
duvidosas.
É Bilateral e Oneroso: Tendo em vista que ambas partes diminuem os seus
patrimônios para atingir um determinado objetivo.
É Consensual e Cumulativo: Pois depende da vontade das duas partes e as
prestações reciprocas (o que cada parte cede a outra são equivalentes)

OBJETO:
O código civil é explícito ao determinar que só serão objeto de transação os
direitos patrimoniais de caráter privado. Portanto não é possível dispor de direitos
personalíssimos ou de caráter público. (Art. 841 do C.C)
Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação.
Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. A transação
concernente a obrigações resultantes de delito não extingue a ação penal pública. A
responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se
acharem decididas no juízo criminal.

CARACTERISTICAS:
Indivisível - Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
Quando a transação versar sobre diversos direitos contestados, independentes entre
si, o fato de não prevalecer em relação a um não prejudicará os demais.
Interpretação restrita - A transação interpreta-se restritivamente,
É de negócio jurídico declaratório - e por ela não se transmite, apenas se
declaram ou reconhecem direitos.
ESPECIES DE TRANSAÇÃO E SUAS FORMAS:
Judicial e extrajudicial, A transação far-se-á por escritura pública, nas
obrigações em que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas em que ela o
admite; se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública,
ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz.
O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,
informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a
conciliação ou a transação.
Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o
autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus
advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da
aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

NULIDADES:
São inteiramente aplicáveis à transação não só as normas relativas ao regime
dos negócios jurídicos em geral.
É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença passada em
julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título
ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto
da transação.
Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
 A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou
coisa controversa. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões
que foram objeto de controvérsia entre as partes.

EFEITOS:
Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua
obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação
pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que
aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
 É admissível, na transação, a pena convencional.
 Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato
posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula
especial ou simplesmente à mora.
Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da
obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.
Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança
especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação
da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da
obrigação principal.
A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles,
incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado,
respondendo cada um dos outros somente pela sua quota.
 Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro
do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação.
Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.
Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale
como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem,
ainda que diga respeito a coisa indivisível.
Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador.
Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste
para com os outros credores.
 Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em
relação aos co-devedores.
Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível,
esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores
ou devedores.
A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um
fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou
dada a razão determinante do negócio jurídico.
Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será
obrigado pela dívida toda.
O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos
outros coobrigados.
Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira;
mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - A todos conjuntamente;
II - A um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os
outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação
ou confusão.
 Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e
danos.
Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais. Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os
outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
 Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor
ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento
da prestação por inteiro.
O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os
demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele
transferida à outra parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto
cabe o direito de reclamar perdas e danos.
Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre a coisa
renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo.
A transação concernente a obrigações resultantes de delito não extingue a ação
penal pública.
A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou
coisa controversa. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões
que foram objeto de controvérsia entre as partes.
O erro é substancial quando: Sendo de direito e não implicando recusa à
aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.

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