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COERÊNCIA NARRATIVA – implicações lógicas. Para executar uma ação, deve-se ter a
capacidade ou saber fazê-la.
Quando um sujeito executa uma ação que não tem condição de executá-la, chama-se
incoerência narrativa.
Ex.: No interior da sala, havia muita fumaça que não deixava ver ninguém. Fiquei no canto da
sala, observando as pessoas que lá estavam. (Como não podia ver ninguém por causa da
fumaça e observei as pessoas? Isso é incoerência narrativa, não podia ver e viu).
COERÊNCIA ARGUMENTATIVA – relações de implicação ou adequação entre
pressupostos ou afirmações explícitas inseridas no texto e conclusões retiradas dele.
Ex.1: O descontrole orçamentário é a causa da inflação e este é o problema mais grave do
país. Conclui-se... O governo deve aumentar os gastos públicos para reaquecer a economia.
Ex.2: Todo cão come carne. O cão é uma constelação. Logo, uma constelação come carne.
(silogismo é uma coerência argumentativa)
COERÊNCIA FIGURATIVA – combinatória de figuras (imagens) ou compatibilidade de
figuras entre si.
As figuras no texto devem ser compatíveis entre si, criando uma conexão conceitual.
Ex.1: uma festa, numa biblioteca, com serviço de chá, estantes de mogno, livros encadernados
em couro, tapetes persas, quadro de pintores famosos, homens vestidos de terno e gravata,
mulheres vestidas de tailleur, chá servido por mordomo uniformizado, e a música de fundo era
pagode. (A figura da música é incompatível com a figura do ambiente.)
Ex.2: Eu não viso o trabalho ao lucro. Visar (por o visto) – em objetos concretos. Visar (almejar)
– objetos abstratos. (Há incompatibilidade entre as ideias de trabalho e lucro. A frase correta
seria “Não associo o trabalho ao lucro”).
COERÊNCIA TEMPORAL – sucessividade dos eventos. Compatibilidade entre
elementos do texto, na localização temporal.
Ex.: Quando o professor entrou, ele já tinha posto a cola embaixo da prova e sentava tranquilo
em seu lugar. O professor pegou-o em flagrante, quando estava colocando a cola embaixo da
prova. (Há incompatibilidade dos enunciados sob o ponto de vista temporal, uma vez que o
mesmo evento é considerado, ao mesmo tempo, anterior).
COERÊNCIA ESPACIAL – compatibilidade entre enunciados sob o ponto de vista de
localização no espaço.
Ex.: Embaixo do único lustre, colocado no meio do teto, um grupo de pessoas conversava.
Quando ele entrou, todos pararam de falar e olharam para ele, que não se importou e foi
também postar-se embaixo do lustre num dos cantos do salão. (incompatibilidade espacial:
no meio do salão ou no canto do salão?)
COERÊNCIA DE LINGUAGEM – compatibilidade da variante linguística escolhida. É
inadequado usar expressões chulas em textos formais.
Ex.: Magnífico Reitor da USP, tendo tomado conhecimento pelos periódicos paulistas,
manifesto o repúdio ao fato de uma instituição pública querer subtrair da população de uma
cidade desumana um espaço de lazer. Francamente, achei a maior sujeira da parte da USP,
sacanagem, nada a ver. (Inadequado usar palavras chulas em textos formais).
Quando não há coerência narrativa, há incoerência.
Quando não há coerência figurativa, há incompatibilidade.
Quando não há coerência temporal, há incompatibilidade.
Quando não há coerência espacial, há incompatibilidade.
Quando não há coerência de linguagem, há inadequação de expressões.
COESÃO pode se dar “fora” do texto (exofórica). Uso dos artigos: Era uma vez um rei. O rei...
REFERÊNCIAS EXOFÓRICAS OU DÊITICAS - Dêixis mostra ou aponta para o contexto
situacional da interação.
ANÁFORA – recupera o referente já expresso. Inicia vários versos ou frases pela mesma
palavra. A anáfora é praticada tanto em prosa quanto em verso.
Ex.: Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente; é um contentamento
descontente; é dor que desatina sem doer; é um não querer mais que bem querer. (Camões).
CATÁFORA – faz projeção do termo que será citado. Usa-se a pró-forma antes do termo citado.
Ex.1: A dona de casa foi ao mercado e comprou tudo isto: feijão, arroz, carne.
Ex.2: O marido, ao sair de casa, pegou suas coisas: roupas, livros etc.
Ex.3: O inspetor de alunos flagrou os dois matando aulas: Carlos e João.
COESÃO REFERENCIAL – estabelece referência, não são interpretados semanticamente. São
vazios semanticamente. Ex.: pronomes, advérbios.
Nomes gerais como gente, pessoa, coisa, negócio, lugar, ideia, funcionam como itens de
referência.
Ex.: Até que o mar, quebrando um mundo, anunciou de longe que trazia nas suas ondas coisa
nova, desconhecida... trouxe a coisa, e depois depositou na areia, um homem morto... (coisa
= catáfora)
COESÃO REFERENCIAL POR REITERAÇÃO (HIPERÔNIMO E HIPÔNIMO)
HIPERÔNIMO – o 1º elemento mantém com o 2º uma relação todo/parte, classe/elemento.
Ex.: Móvel (cadeira, mesa, armário)
TEXTO: a) é a unidade máxima de funcionamento de uma língua; b) não deve ter este ou
aquele tamanho para ser um texto; e c) podemos ter texto de uma só palavra.
Texto é o encadeamento semântico de sentenças, criando uma trama semântica a que damos
o nome de TEXTUALIDADE.
TEXTUALIDADE é a unidade em relação ao seu contexto e envolve coesão e coerência.
INTENCIONALIDADE E ACEITABILIDADE
Releituras de Canção do Exílio de Gonçalves Dias, feitas por Drummond e Quintana é fator de
textualidade: intertextualidade.
e[udo
Releitura da Carta de Caminha feita por Oswald de Andrade é fator de textualidade:
intertextualidade.
PRODUÇÃO TEXTUAL – é a função social atribuída ao texto por marcas específicas em cada
organização apresentada.
PRODUÇÃO TEXTUAL - são instrumentos culturais disponíveis nas interações sociais. /
historicamente são mutáveis. / relativamente são estáveis./ são singulares.
GÊNEROS TEXTUAIS – são estruturas que compõem os textos (orais ou escritos). São
variadas formas (formais ou informais) de linguagem que circulam em nossa sociedade. Tem
estilo próprio. É identificado e diferenciado dos demais através de suas características.
PARÁGRAFO
a) determina o modo de organização do texto;
b) forma e função: integrado no todo que é a forma;
c) composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve
determinada ideia central ou nuclear, ao qual se agregam ideias secundárias relacionadas
logicamente e semanticamente a essa ideia nuclear; (questionário cead)
d) parágrafo-padrão;
e) não é um modelo padrão, mas é usual dos principais autores;
f) há parágrafos com desordem de raciocínio (incoerências, incongruências, falta de unidade,
hiatos lógicos, falta de objetividade) que se revelam ineficazes como formas de comunicação.
(questionário oficial) O SO SAD Campos é o responsável pela supervisão dos documentos expedidos
pela Seção de Pessoal de sua unidade. Houve necessidade da confecção de um relatório de prestação
de contas paro ACI do GAP a qual a unidade estava subordinada. O SO Campos solicitou ao 3S
Novaes que redigisse a minuta desse relatório, tendo em vista sua familiarização com o setor. O SO
Campos, ao receber o documento, percebeu que havia trechos extensos, com muitas ideias e outros
trechos muito fragmentados, com ausência de ideias. Como supervisor do setor, chamou o 3S Novaes
para orientá-lo quanto à organização dos parágrafos do relatório. Que conceito se aplica, neste caso, à
orientação do SO Campos ao 3S Novaes? Escolha uma: a) Parágrafo é uma característica que se
aplica aos textos, de forma rígida, inclusive com número de linhas definido para cada documento; b)
Parágrafo é a unidade linguística dotada de ideias que podem ser explicadas todas no mesmo espaço,
desde que cumpram a característica de observar o número de linhas permitido. c) Parágrafo é uma
junção de ideias, todas apresentadas de forma justaposta, podendo ou não haver encadeamento entre
elas. d) parágrafo é uma estrutura textual que busca embelezar o texto, oferecendo proporcionalidade e
visual ao documento. e) parágrafo é uma composição constituída por um ou mais períodos em que se
desenvolve uma ideia nuclear a qual se agregam ideias secundárias, relacionadas logicamente e
semanticamente a essa ideia nuclear. RESPOSTA Letra e.
TÓPICO FRASAL
É um meio muito eficaz de expor ou explanar ideias. Logo de saída, enuncia a ideia-núcleo e
garante objetividade, coerência e unidade do parágrafo. Define, assim, o propósito e evita
digressões impertinentes.
Para que a comunicação tenha um propósito é essencial saber o que se deseja comunicar,
seu objetivo ou meta (o que você quer comunicar).
1) Manter sua atenção voltada para o outro (para ver, ouvir e sentir como a sua
comunicação está atingindo pessoas – seu objetivo está sendo atingido?).
2) Ter flexibilidade para modificar o que faz ou diz, até atingir o objetivo de comunicar o
que deseja de modo eficiente (mudar o modo de se comunicar para atingir o outro
conforme a sua meta inicial).
Se você sabe exatamente o que quer comunicar e faz isso conscientemente com
congruência, empatia e assertividade é capaz de avaliar, enquanto comunica, se o seu
ouvinte está compreendendo-o. Em face dessa percepção é capaz de reajustar sua
comunicação para se fazer melhor compreendido.
ESTRESSE E COMUNICAÇÃO – impede que o indivíduo expresse claramente suas ideias e
sentimentos, mesmo diante de um grupo pequeno de pessoas.
Quanto à qualidade vocal, podem-se observar: 1) rouquidão; 2) tremor na voz; 3) voz tensa;
4) dificuldade em manter uma altura (loudness) adequada: fala forte (alto) ou excessivamente
fraco (baixo); 5) falhas de frequência (quebras na voz); 6) dificuldade em coordenar a fala e a
respiração.
Além dos principais recursos da comunicação verbal, é preciso dominar o assunto que irá falar
e os recursos audiovisuais que utilizará como microfone, transparências, slides, textos de
apoio.
NÃO SEJA CHATO – um dos fundamentos para uma abordagem natural de conversa inclui
remover todas as barreiras para a comunicação natural com o público, as quais podem
incluir a leitura de notas, ficar atrás de um púlpito, não ter um bom contato visual, falar muito
suavemente ou usar jargões ou linguagem que sejam formais, rígidos ou fracassem em
conseguir apelo emocional ao público e sua curiosidade natural.
O EXPOSITOR É COMPREENDIDO
ASPECTOS PARA O EXPOSITOR SER COMPREENDIDO: 1) desenvolvimento da exposição;
2) clareza; e 3) adaptação às reações de audiência.
1) Desenvolvimento da exposição – toda exposição deve progredir sem atritos ou
interrupções intencionais. Tendo despertado o interesse da audiência, a melhor
maneira de conservá-la é desenvolver o raciocínio numa sequência lógica e continuada.
O assunto deve ser esgotado e esmiuçado. É muito prejudicial a interrupção de uma
aula por alguém que deseja dar um recado à determinada pessoa presente no recinto.
2) Clareza – o expositor deve evitar frases difíceis (excesso de palavras rebuscadas) ou
palavras desconhecidas. Utilizar sempre linguagem que seja de fácil compreensão por
parte da audiência.
3) Adaptação às reações da audiência – eficiente contato visual pode dar esse
“feedback” pela simples observação da expressão fisionômica e direção do olhar dos
participantes. O expositor deve reformular ideias, relembrar conceitos ou mesmo
esclarecer pontos.
ATRIBUTOS DE UM EXPOSITOR: 1) integridade (retidão de caráter, imparcialidade); 2)
conhecimento (do assunto, das técnicas e do elemento humanos); e 3) habilidade (em
organizar e apresentar sua exposição). (I-C-H)
Os atributos integridade, conhecimento e habilidade serão fundamentais para sua melhor
aceitação pela audiência.
A eloquência é uma faculdade natural que pode ser aperfeiçoada por meio da prática.
A efetividade de uma exposição repousa no que é visto, ouvido e compreendido.
O CÉREBRO INTERPRETA OS SINAIS. Enxergamos não com os nossos olhos, e sim com o
nosso cérebro, que interpreta todos os sinais. É preciso olhar para todos os itens e
hierarquizar a informação.
EXTRA:
Falar bem em público é uma necessidade fundamental de se comunicar com clareza.
Ansiedade e nervosismos são fatores que podem estar presentes em momentos que
antecedem uma apresentação. O aspecto relacionado ao auxílio ou manutenção da tensão ou
estresse que antecedem uma apresentação é preciso treinar a apresentação. (falta de ar e
barreiras verbais são sensações que podem acompanhar o estresse de falar em público /
controle de qualidade vocal são recursos da comunicação verbal)
Sensações que podem acompanham o estresse de falar em público: -1) taquicardia
apenas em pensar em falar; 2) respiração curta e ofegante dando uma sensação de
falta de ar; 3) boca e garganta secas; 4) sensação de pigarro; 5) tremor nas pernas; 6)
suor excessivo; 7) aumento de repetições de palavras, hesitações (hum ãh) e barreiras
verbais (tá? Né? Ok? Etc.).
PRINCIPAIS RECURSOS DA COMUNICAÇÃO VERBAL: 1) equilíbrio de tensão da
musculatura; 2) controle da qualidade vocal (intensidade e frequência); 3) modulação
da voz; 4) velocidade da fala e articulação.
PRODUÇÃO TEXTUAL
TEXTO é um tecido, uma tessitura, é um arranjo dotado de significação e de sentido.
Texto é uma rede de significados, de sentidos, é algo tecido por quem o escreve.
O sujeito é alguém que: a) ocupa um lugar no discurso; b) se determina na relação com o
outro.
O sujeito se constitui na relação com o outro.
Texto é um conjunto de enunciações coerentes, intencionalmente estruturadas sintática e
semanticamente, estreitamente ligadas a fatores comunicativos e referenciais.