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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTRUTURAS DE CONCRETO
ARMADO II

Autor
Prof. João Bosco da Costa, M.Sc.
MATERIAIS I-1

CAPÍTULO I - DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO DOS MATERIAIS

1.1 – Aços (Item 8.3.6):

O módulo de elasticidade dos aços Es é admitido constante e igual a 210 Gpa.


O diagrama tensão-deformação do aço, resistência ao escoamento e à tração, os
valores característicos da resistência ao escoamento f yk , da resistência à tração f stk e
da deformação na ruptura ε uk devem ser obtidos de ensaios de tração realizados
segundo a NBR 6152. O valor de f yk para os aços sem patamar de escoamento é o
valor da tensão correspondente à deformação permanente de 2 o/oo.
Para cálculo nos estados-limite de serviço e último pode-se utilizar o diagrama
simplificado mostrado na figura 1.1, para os aços com ou sem patamar de escoamento.

Figura 1.1 - Diagrama tensão-deformação para aços de armaduras passivas

Este diagrama é válido para intervalos de temperatura entre -20ºC e 150ºC e pode
ser aplicado para tração e compressão.

1.2 – Concreto:

a)- Módulo de Elasticidade (Item 8.2.8):

O módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial, deve ser


obtido segundo ensaio descrito na NBR 8522. Quando não forem feitos ensaios e não
existirem dados mais precisos sobre o concreto usado na idade de 28 dias, pode-se
estimar o valor do módulo de elasticidade usando a expressão :

E ci = 5600 ⋅ f ck
onde Eci e fck são dados em megapascal (MPa).

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MATERIAIS I-2

O módulo de elasticidade numa idade j ≥ 7 dias pode também ser avaliado


através dessa expressão, substituindo-se f ck por f ckj .
Quando for o caso, é esse o módulo de elasticidade a ser especificado em projeto
e controlado na obra.
O módulo de elasticidade secante a ser utilizado nas análises elásticas de projeto,
especialmente para determinação de esforços solicitantes e verificação de estados
limites de serviço, deve ser calculado pela expressão :

E cs = 0,85 ⋅ E ci

Na avaliação do comportamento de um elemento estrutural ou seção transversal


pode ser adotado um módulo de elasticidade único, à tração e à compressão, igual ao
módulo de elasticidade secante ( E cs ).
Na avaliação do comportamento global da estrutura, pode ser utilizado em projeto
o módulo de deformação tangente inicial ( E ci ).

b)- Resistência de Cálculo do Concreto (Item 12.3.3):

No caso específico da resistência de cálculo do concreto ( f cd ), alguns detalhes


adicionais são necessários, conforme a seguir descrito:

b1)- quando a verificação se faz em data j igual ou superior a 28 dias, adota-se a


expressão:
f
f cd = ck
γc
Nesse caso, o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito
aos 28 dias, de forma a confirmar o valor de fck adotado no projeto;

b2)- quando a verificação se faz em data j inferior a 28 dias, adota-se a expressão:


f ckj f
f cd = ≅ β 1 ⋅ ck
γc γc
sendo β1 a relação f ckj f ck dada por:
⎡ ⎛ 28 ⎞⎤
β 1 = exp ⎢ s ⋅ ⎜⎜1 − ⎟⎥
⎢⎣ ⎝ t ⎟⎠⎥⎦
onde:
s = 0,38 para concreto de cimento CPIII e IV;
s = 0,25 para concreto de cimento CPI e II;
s = 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI.
t é a idade efetiva na análise dos esforços resistentes do concreto, em dias.

Essa verificação deve ser feita aos t dias, para as cargas aplicadas até essa data.
Ainda deve ser feita a verificação para a totalidade das cargas aplicadas aos 28
dias.

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MATERIAIS I-3
Nesse caso, o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito em
duas datas: aos t dias e aos 28 dias, de forma a confirmar os valores de f ckj e f ck
adotados no projeto.

c)- Diagrama Tensão-Deformação (Item 8.2.9):

Para tensões de compressão menores que 0,5 ⋅ f c , pode-se admitir uma relação
linear entre tensões e deformações, adotando-se para módulo de elasticidade o valor
secante dado pela expressão constante do item anterior.
Para análises no estado limite último, pode ser empregado o diagrama tensão-
deformação idealizado mostrado na figura 1.2.
Como o concreto é um material cuja resistência depende de inúmeros fatores
que variam como o tempo, Hubert Rüsch, após ensaios realizados com os corpos de
prova carregados com diferentes velocidades de carregamento, concluiu que o concreto
pode, para fins de dimensionamento, ser admitido com uma resistência de pico igual a
0,85 * fc ( 2) , sondo 0,85 o produto de três fatores: k mod 1 * k mod 2 * k mod 3 .
k mod 1 - correspondendo ao efeito de ganho de resistência após 28 dias, conhecido
como amadurecimento do concreto (k mod 1 = 1,23) .
k mod 2 - que corresponde a perda de resistência do concreto no ensaio de carga
mantida (k mod 2 = 0,72) .
k mod 3 - coeficiente que procura corrigir o erro associado ao ensaio de corpos de
prova cilíndricos e a real resistência da estrutura k mod 3 0,96 .
Portanto, como se sabe, este coeficiente, chamado de coeficiente Rüsch, é
utilizado multiplicado à tensão de pico do concreto, ou seja, 0,85 * f cd . Desta forma, está
considerado nos modelos de cálculo o crescimento por amadurecimento e a perda por
carga mantida que ocorrerão após o marco dos 28 dias, então, a resistência do concreto
para fins de verificação de segurança, deve ser tomada na idade de referência de 28
dias, não cabendo a consideração de ganhos de resistência após esta data, senão
aqueles que superem as próprias expectativas da teoria que admite 23% de ganho em
aproximadamente dois anos e meio.

Figura 1.2 – Diagrama tensão – deformação idealizado do concreto

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1.3 – Bibliografia:

[ 1 ] – ABNT, Associação de Normas e Técnicas. Norma Brasileira NBR-6118.


Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro,
2004.

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HIPÓTESES BÁSICAS II-1

CAPÍTULO II - HIPÓTESES BÁSICAS (Item 17.2.2):

2.1 - Domínios:
Na análise dos esforços resistentes de uma seção de viga ou pilar, devem ser
consideradas as seguintes hipóteses básicas:

a) as seções transversais se mantêm planas após deformação;

b) a deformação das barras aderentes em tração ou compressão, deve ser a


mesma do concreto em seu entorno;

c) as tensões de tração no concreto, normais à seção transversal, podem ser


desprezadas;

d) a distribuição de tensões no concreto se faz de acordo com o diagrama


parábola retângulo definido no item 1.2.c com tensão de pico igual a 0,85 f cd , com f cd
definido conforme item 1.2.b. Esse diagrama pode ser substituído pelo retângulo de
altura 0,8 ⋅ x (onde x é a profundidade da linha neutra), com a seguinte tensão:

- 0,85 f cd no caso da largura da seção, medida paralelamente à linha neutra, não


diminuir a partir desta para a borda comprimida;

- 0,80 f cd no caso contrário;

Figura 2.1 – Distribuição das Tensões no Concreto.

As diferenças de resultados obtidos com esses dois diagramas são pequenas e


aceitáveis, sem necessidade de coeficiente de correção adicional.

e) a tensão nas armaduras deve ser obtida a partir dos diagramas tensão-
deformação, com valores de cálculo, definidos nos item1.1.

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HIPÓTESES BÁSICAS II-2
f) o estado limite último é caracterizado quando a distribuição das deformações na
seção transversal pertencer a um dos domínios definidos na figura 2.2.

Figura 2.2 – Domínios de Estado Limite Último de uma seção transversal

• Deformação plástica excessiva:

¾ Reta a: Tração uniforme;


¾ Domínio 1: Tração não uniforme, sem compressão;
¾ Domínio 2: Flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do
concreto ( ε c = 3,5 0 00 ) e com máximo alongamento ( 10 0 00 ) permitido na
armadura.

• Ruptura:

¾ Domínio 3: Flexão simples (seção normalmente armada) ou composta,


com simultaneidade de escoamento do aço tracionado e com tensão de
ruptura no concreto da região comprimida;
¾ Domínio 4: Flexão simples (seção super-armada) ou composta, sendo
que o concreto atinge a tensão de ruptura antes que aço entre em
escoamento ( ε sd = ε yd );
¾ Domínio 4a: Flexão composta com armaduras comprimidas;
¾ Domínio 5: Compressão não uniforme, sem tensões de tração;
¾ Reta b: Compressão uniforme.

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HIPÓTESES BÁSICAS II-3

2.2 – Bibliografia:

[ 1 ] – ABNT, Associação de Normas e Técnicas. Norma Brasileira NBR-6118.


Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro,
2004.

[ 2 ] – Santos, Lauro Modesto. Cálculo de Concreto Armado, Vol 1. Editora LMS


Ltda. São Paulo, 1983.

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DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DE PILARES III - 1

3- PRESCRIÇÕES DA NBR-6118:2007 PARA DIMENSIONAMENTO


E DETALHAMENTO DE PILARES:

3.1 – Dimensões Mínimas de Pilares e Pilares-Parede (Item 13.2.3):

A seção transversal de pilares não deve apresentar dimensão menor que 19 cm.

Em casos especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19 cm e 12


cm, desde que se multiplique as ações a serem consideradas no dimensionamento por
um coeficiente adicional γn, de acordo com o indicado na tabela 3.1.

Tabela – Valores do coeficiente adicional γn

Menor dimensão da seção do pilar (b)


a ≥ 19 18 17 16 15 14 13 12
γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35
O coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nos
pilares, quando de seu dimensionamento.

3.2 – Ancoragem ou Comprimento de Transpasse (Item 9.4):

a)- Resistência à Tração:

A resistência à tração direta pode ser avaliada por meio das seguintes equações:

3 2
fctm = 0,3 f ck

fctk,inf = 0,7 fctm


fctk,sup = 1,3 fctm
onde:

fctm e fck são expressos em megapascais.

Sendo fckj ≥ 7MPa, estas expressões podem também ser usadas para idades
diferentes de 28 dias.

b)- Verificação da Aderência (posições da barra durante a concretagem) :

Considera-se em boa situação quanto à aderência os trechos das barras que


estejam em uma das posições seguintes:

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- Com inclinação maior que 45° sobre a horizontal;

- As barras horizontais ou com inclinação menor que 45° sobre a horizontal, para
elementos estruturais com h < 60 cm, localizados no máximo 30 cm acima da face
inferior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima ou para elementos
estruturais com h ≥ 60 cm, localizados no mínimo 30 cm abaixo da face superior do
elemento ou da junta de concretagem mais próxima.

Os trechos das barras em outras posições e quando do uso de formas deslizantes


devem ser considerados em má situação quanto à aderência.

c)- Valores das Resistências de Aderência:

A resistência de aderência de cálculo entre armadura e concreto na ancoragem de


armaduras passivas deve ser obtida pela seguinte expressão:

fbd = η1 η2 η3 fctd

sendo:

fctd = fctk,inf / γc

⎧1,0 para barras lisas (CA25 ou CA60)



η1 = ⎨1,4 para barras dentadas (CA60 dentado )
⎪2,25 para barras nervuradas (CA50)

⎧1,0 para situações de boa aderência


η2 = ⎨
⎩0,7 para situações de má aderência

⎧1,0 para φ < 32 mm


η3 = ⎨
⎩(132 - φ )/100, para φ > 32 mm

d)- Comprimento de Ancoragem Longitudinal:

Define-se comprimento de ancoragem básico como o comprimento reto de uma


barra de armadura passiva necessário para ancorar a força limite Asfyd nessa barra,
admitindo, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual a fbd.

O comprimento de ancoragem básico é dado por:

φ f yd
lb = *
4 f bd

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DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DE PILARES III - 3
O comprimento de ancoragem necessário pode ser calculado por:

As ,calc
l b,nec = α 1 * l b * ≥ l b,min
As ,ef
sendo:

⎧1,0 para barras sem gancho,



α 1 = ⎨0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao
⎪ do gancho ≥ 3φ .

⎧0,3l b

l b,min ≥ ⎨10φ
⎪10cm

Permite-se, em casos especiais, considerar outros fatores redutores do


comprimento de ancoragem necessário. Na tabela D.1 do apêndice D, apresenta-se os
valores do comprimento de ancoragem básico ( lb ), variando-se a resistência do
concreto ( fck ).

e)- Ancoragem de estribos:

Os ganchos dos estribos podem ser :

- semi circulares ou em ângulo de 45º (interno), com ponta reta de comprimento


igual a 5φt, porém não inferior a 5 cm;
- em ângulo reto, com ponta reta de comprimento maior ou igual a 10φt, porém não
inferior a 7 cm (este tipo de gancho não deve ser utilizado para barras e fios lisos).

O diâmetro interno da curvatura dos estribos deve ser, no mínimo, igual ao índice
dado na tabela 3.2.

Tabela 3.2 - Diâmetro dos pinos de dobramento para estribos

Bitola Tipo de aço


mm CA-25 CA-50 CA-60
≤ 10 3 φt 3 φt 3 φt
10<φ< 20 4 φt 5 φt 6 φt
≥ 20 5 φt 8 φt -

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3.3 – Armaduras Longitudinais (Item 18.4.2):

a) – Armadura Mínima:

A taxa de armadura deve ter o valor mínimo, expresso a seguir:

As f
ρ min = = 0.15 * cd *ν ≥ 0.4%
Ac f yd
sendo:
Nd
ν= ,onde ν é o valor da força normal em termos adimensionais.
Ac * f cd

b) – Armadura Máxima:

A maior armadura possível em pilares deve ser 8% da seção real, considerando-


se inclusive a sobreposição de armadura existente em regiões de emenda, ou seja:

As
ρ max = ≤ 8 .0 %
Ac

c) – Diâmetro Mínimo e Máximo:

10.0 mm ≤ φl ≤ menor dimensão / 8

d) – Número Mínimo de Barras:

- Seções poligonais = 1 barra em cada vértice;


- Seções circulares = 6 barras distribuídas ao longo do perímetro.

e) – Espaçamentos Entre Barras:

O espaçamento livre entre armaduras, medido no plano da seção transversal,


fora da região de emendas, deve ser igual ou superior ao maior dos valores:

⎧ 2 cm

e min ≥ ⎨2 * φ l
⎪1 . 2 * φ
⎩ agregado ( inclusive nas emendas )

O espaçamento máximo entre eixos das barras deve ser:

⎧2 ∗ Menor Dimensão
emax ≤ ⎨
⎩40 cm

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3.4 – Armaduras Transversais – Estribos (Item 18.4.3):

A armadura transversal de pilares, constituída por estribos e, quando for o caso,


por grampos suplementares, deve ser colocada em toda a altura do pilar, sendo
obrigatória sua colocação na região de cruzamento com vigas e lajes.

a) – Bitola Mínima:

⎧5.0 mm
φt ≥ ⎨
⎩φ l / 4

b) – Espaçamento entre Estribos:

⎧20 cm;
⎪Menor Dimensão da Seção;

S≤⎨
⎪24 * φ l ( Para CA − 25)
⎪⎩12 * φ l ( Para CA − 50)

Pode ser adotado o valor φt < φl /4 desde que as armaduras sejam constituídas do
mesmo tipo de aço e o espaçamento respeite também a limitação:

⎛ φ t2 ⎞ 1
s max = 9000 ⎜⎜ ⎟
⎟ f onde fyk é dado em MPa
⎝ φl ⎠ yk

Quando houver necessidade de armaduras transversais para cortantes e torção,


esses valores devem ser comparados com os mínimos especificados para vigas.

c) – Proteção Contra Flambagem das Barras:

Os estribos poligonais garantem contra a flambagem as barras longitudinais


situadas em seus cantos e as por eles abrangidas, situadas no máximo à distância de
20 Фt do canto, se nesse trecho de comprimento 20 Фt não houver mais de duas
barras, não contando a de canto. Quando houver mais de duas barras nesse trecho
ou barra fora dele, deve haver estribos suplementares.
Se o estribo suplementar for constituído por uma barra reta, terminada em
ganchos, ele deve atravessar a seção do elemento estrutural e os seus ganchos
devem envolver a barra longitudinal. Se houver mais de uma barra longitudinal a ser
protegida junto à mesma extremidade do estribo suplementar, seu gancho deve
envolver um estribo principal em ponto junto a uma das barras, o que deve ser
indicado no projeto de modo bem destacado.

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Figura – Proteção contra a flambagem das Barras

3.5 – Cobrimento (Item 7.4.7)

a)- Agressividade do Ambiente:

Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental pode ser


classificada de acordo com o apresentado na tabela 3.3.

Tabela 3.3 - Classes de agressividade ambiental

Classe de
Risco de deterioração
agressividade Agressividade
da estrutura
ambiental (CAA)
I Fraca insignificante
II Moderada pequeno
III forte grande
IV muito forte elevado

A agressividade do meio ambiente às estruturas de concreto armado e


protendido pode ser avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição
da estrutura ou de suas partes, conforme estabelece a tabela 3.4.

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Tabela 3.4- Classes de agressividade ambiental em função das condições


de exposição

Micro-clima

Macro-clima Ambientes internos Ambientes externos e


obras em geral
Seco 1) Úmido ou Seco 3) Úmido ou
UR ≤ 65% ciclos 2) de UR ≤ 65% ciclos 4) de
molhagem molhagem
e secagem e secagem
Rural I I I II

Urbana I II I II

Marinha II III ----- III

Industrial II III II III

5)
Especial II III ou IV III III ou IV

Respingos de maré ----- ----- ----- IV

Submersa ≥ 3m ----- ----- ----- I

Solo ----- ----- agressivo I Úmido e


agressivo
II, III ou IV
1)
Salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de
apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com
concreto revestido com argamassa e pintura.
2)
Vestiários, banheiros, cozinhas, lavanderias industriais e garagens.
3)
Obras em regiões de clima seco, e partes da estrutura protegidas de
chuva em ambientes predominantemente secos.
4)
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia,
branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de
fertilizantes, indústrias químicas.
5)
Macro clima especial significa ambiente com agressividade bem
conhecida, que permite definir a classe de agressividade III ou IV nos
ambientes úmidos. Se o ambiente for seco, deve ser considerada classe de
agressividade II nos ambientes internos e classe de agressividade III nos
externos.

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DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DE PILARES III - 8

b)- Qualidade do concreto e cobrimento:

A durabilidade das estruturas é altamente dependente das características do


concreto e da espessura e qualidade do concreto do cobrimento da armadura.
Ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da estrutura frente ao
tipo e nível de agressividade previsto em projeto devem estabelecer os parâmetros
mínimos a serem atendidos. Na falta destes e devido à existência de uma forte
correspondência entre a relação água/cimento ou água/aglomerante, a resistência à
compressão do concreto e sua durabilidade, permite-se adotar os requisitos mínimos
expressos na tabela 3.5.

Tabela 3.5 - Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do


concreto

Concreto Tipo Classe de agressividade (tab 3.3)


I II III IV
Relação
água/aglomerante CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
em massa
Classe de concreto CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
(NBR 8953)
NOTAS : CA Componentes e elementos estruturais de concreto armado

Para garantir um cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem


considerar o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da
tolerância de execução (Δc). Assim as dimensões das armaduras e os espaçadores
devem respeitar os cobrimentos nominais.

Nos casos de haver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de


tolerância da variabilidade das medidas durante a execução pode-se adotar o valor
Δc=5 mm. Em caso contrário, nas obras correntes, seu valor mínimo é de Δc=10 mm.
Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre referidos à superfície da
armadura externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento nominal de uma
determinada barra deve sempre ser:
cnom ≥ φ barra
cnom ≥ φ feixe = φn = φ n

A dimensão máxima característica do agregado graúdo, utilizado no concreto


não pode superar em 20% a espessura nominal do cobrimento, ou seja:

dmax ≤ 1.2 cnom

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DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DE PILARES III - 9

Tabela 3.6- Correspondência entre classe de agressividade ambiental e


cobrimento nominal para Δc=10mm

Classe de agressividade ambiental (tab 3.3)


Componente I II III IV
ou elemento Cobrimento nominal (mm)
Concreto
Pilares 25 30 40 50
armado

3.6 – Bibliografia:

[ 1 ] – ABNT, Associação de Normas e Técnicas. Norma Brasileira NBR-6118.


Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro,
2004.

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 1

CAPÍTULO IV – DIMENSIONAMENTO DE PILARES:

4.1- Definição (Item 14.4.1.2)

Os pilares são elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical,


em que as forças normais de compressão geralmente são preponderantes.

4.2- Efeitos de 2a Ordem:

Os efeitos de 2ª ordem são aqueles que se somam aos obtidos numa análise de
primeira ordem (em que o equilíbrio da estrutura é estudado na configuração geométrica
inicial), quando a análise do equilíbrio passa a ser efetuada considerando a
configuração deformada.
Os efeitos de 2a Ordem
podem ser desprezados sempre
que não representarem acréscimo
superior a 10% nas reações e nas
solicitações relevantes da
estrutura. Na figura 4.1, o efeito
de 2a ordem (Nd * e2) poderá ser
desconsiderado se M2d ≤ 0,10 M1d

Md = M1d Md = M1d + M2d


Md = Hd * L Md = (Hd * L) + (Nd * e2)

Figura 4.1 – Efeitos de 1a e 2a Ordem

4.3- Momento Mínimo de 1a Ordem (Item 11.3.3.4.c)


O momento total M1d,min de primeira ordem, isto é, o momento de primeira ordem
acrescido dos efeitos das imperfeições locais, deve respeitar o valor mínimo dado por:

M1d,mín = Nd (0,015 + 0,03h)

onde: h é a altura total da seção transversal na direção considerada, em metros.

Nas estruturas reticuladas usuais admite-se que o efeito das imperfeições locais
esteja atendido se for respeitado esse valor de momento total mínimo. No caso de
pilares submetidos à flexão oblíqua composta, esse mínimo deve ser respeitado em
cada uma das direções principais, separadamente.

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 2

4.4- Comprimento de Flambagem (Item 15.6):


Nas estruturas de nós fixos, o cálculo pode ser realizado considerando cada
elemento comprimido isoladamente, como barra vinculada nas extremidades aos
demais elementos estruturais que ali concorrem, onde se aplicam os esforços obtidos
pela análise da estrutura efetuada segundo a teoria de 1ª ordem.
A análise dos efeitos locais de 2ª ordem deve ser realizada de acordo com o
estabelecido a seguir.
O comprimento equivalente le do elemento comprimido (pilar), deve ser o menor
dos valores da figura 4.2:

Figura 4.2 – Comprimento de Flambagem

onde:
l0 é a distância entre as faces internas dos elementos
⎧l + h
le ≤ ⎨ 0 estruturais, supostos horizontais, que vinculam o pilar;
⎩L h é a altura da seção transversal do pilar, medida na direção
considerada;
L distância de eixo a eixo do pilar;
No caso de pilar engastado na base e livre no topo, o valor de le = 2L.

4.5 - Raio de Giração:

Da resistência dos materiais, o cálculo do raio de giração é dado por:

I Onde : I = Inércia da seção transversal;


i= S = Área da seção transversal.
S

a)- Para seções retangulares:

h y h x3 hx
Ix = ∴ ix =
12 12

h x h y3 hy
Iy = ∴ iy =
12 12

Figura 4.3 – Raio de giração para seções retangulares

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 3
b)- Para seções circulares:

π D4 D
I= ∴ i=
64 4

Figura 4.4 – Raio de giração para seções circulares

4.6 – Índice de Esbeltez λ e Classificação (Item 15.8.2):

O índice de esbeltez é calculado pela expressão que relaciona o comprimento de


flambagem com o raio de giração da peça, ou seja :

le
λ=
i

Os pilares se classificam em função do índice de esbeltez:

a)- pilares curtos (λ ≤ λ1):


Desprezam-se os efeitos de 2a Ordem

b)- pilares médios (λ ≤ 90):


Os efeitos de 2a Ordem podem ser avaliados por métodos aproximados.

c)- pilares esbeltos (λ > 90):


Deve-se considerar obrigatoriamente a fluência que deve ser acrescentada
aos efeitos de 1a Ordem.
Segunda a NBR-6118, “a deformação por fluência do concreto compõe-se de
duas partes, uma rápida e outra lenta. A deformação rápida é irreversível e ocorre
durante as primeiras 24 horas após a aplicação da carga que a originou. A deformação
lenta é por sua vez composta por duas outras parcelas: a deformação lenta irreversível
e a deformação lenta reversível”.

4.7 – Coeficiente αb (Item 15.8.2):

O momento máximo em um pilar depende dos valores dos momentos de topo e de


base, além da carga axial e da flambagem, Assim, o momento máximo pode não
ocorrer nas extremidades.
Nestes casos, corrige-se o valor do momento máximo através do coeficiente de
uniformidade αb que é calculado para um dos 4 casos abaixo:

a)- Para pilares biapoiados sem cargas transversais:

Os momentos Mtopo e Mbase são os momentos de 1ª ordem nos extremos do pilar.


Deve ser adotado para MA o maior valor absoluto ao longo do pilar biapoiado e para MB
o sinal positivo, se tracionar a mesma face que MA (momentos em sentido contrário), e
negativo no outro caso (momentos em mesmo sentido).

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 4

Momentos Curvatura Curvatura


Extremos Simples (MB positivo) Dupla (MB negativo)
Figura 4.5 – Momentos e Curvaturas

M
α b = 0 , 60 + 0 , 40 B
≥ 0 , 40
M A

b)- Para pilares biapoiados com cargas transversais significativas, ao longo da


altura:

αb = 1,0

Figura 4.6 – αb para pilares com cargas transversais

c)- Para pilares em balanço:

O momento MA é o momento de 1ª ordem no engaste e MC é o momento de 1ª


ordem no meio do pilar em balanço.

M
α b = 0 ,80 + 0 , 20 C
≥ 0 ,85
M A

Figura 4.7 – αb para pilares em balanço

d)- Para pilares biapoiados ou em balanço com momentos menores que o


momento mínimo estabelecido no item 4.3:
αb = 1,0
MA ≤ M1d,min ⇒

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 5

4.8 – Dispensa da Análise dos Efeitos Locais de 2a Ordem (Item 15.8.2):

Os esforços locais de 2ª ordem em elementos isolados podem ser desprezados


quando o índice de esbeltez λ for menor que o valor limite λ1 estabelecido neste item.
O valor de λ1 depende de diversos fatores, mas os preponderantes são:
- a excentricidade relativa de 1ª ordem e1/h;
- a vinculação dos extremos da coluna isolada;
- a forma do diagrama de momentos de 1ª ordem.
λ1 pode ser calculado pela expressão:

25 + 12,5 e1 / h
λ1 =
αb
sendo:
- α b calculado conforme item anterior;
35 - e1 / h é a excentricidade relativa de 1a ordem;
≤ λ 1 ≤ 90
αb - e1 = MA / Nd ;
- h = altura da seção transversal na direção considerada.

4.9 – Efeitos Locais de 2a Ordem (Item 15.8.3.3.1):


O cálculo do momento de 2 a ordem pode ser feito por métodos aproximados
e ser empregado apenas para pilares com λ ≤ 90, seção constante e armadura
simétrica e constante ao longo de seu eixo.
O momento total máximo no pilar deve ser calculado pela expressão:
M d , tot = α b M1d, A + N d e 2 ≥ M1d, A

e e2 avaliada pela expressão aproximada:


l 2e 0,005 l 2e 0,005
e2 = * ≤ *
10 h (ν + 0,5) 10 h
sendo:
- ν = Nd / (Acfcd)
- M1d,A ≥ M1d,min
- h é a altura da seção na direção considerada;

4.10 – Dimensionamento à Compressão Centrada:

No dimensionamento à compressão centrada admite-se que o encurtamento da


ruptura do concreto e do aço seja εc = εs = 2o/oo.

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 6
a)- Equações de Equilíbrio:

ΣFv = 0
Nd = Rs1 + Rs2 + Rcc
e
Rs1 = As1 * σsd-0,002
Rs2 = As2 * σsd-0,002
Rcc = Ac * 0.85 fcd

Logo ;

Nd = As1*σsd-0,002 + As2*σsd-0,002 + Ac*0.85 fcd


Figura 4.8 - Seção Comprimida Nd = (As1 + As2) * σsd-0,002 + Ac * 0.85 fcd

N d − 0,85 f cd Ac
As ,TOTAL =
σ sd −0, 002

b)- Pré-Dimensionamento:

Uma outra equação pode ser escrita em função da taxa de armadura ρ e da área
de concreto da seção, podendo ser utilizada para pré-dimensionar a seção de concreto
Ac , ou seja:

Nd = (ρ * σsd-0,002 + 0.85 fcd) * AC

Nd
Ac =
0,85 fcd + ρ σ sd −0, 002

c)- Valores de σsd-0,002:

Os valores das tensões nos aços são determinadas segundo os diagramas


tensão-deformação apresentados no capítulo I, para uma deformação εs = 2o/oo e γf =
1,15.
Para o aço CA-25, σsd-0,002 = 217,4 Mpa = 2174 Kgf/cm2.
Para o aço CA-50, σsd-0,002 = 420 Mpa = 4200 Kgf/cm2.

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 7

4.11 – Processos aproximados para o dimensionamento à flexão


composta (Item 17.2.5):

4.11.1- Flexão Normal Composta:

O cálculo para o dimensionamento de seções retangulares ou circulares com


armadura simétrica, sujeitas à flexão normal composta, em que a força normal reduzida
(ν) seja maior ou igual a 0,7, pode ser realizado como um caso de compressão centrada
equivalente, onde:

⎛ e⎞ *
γ * = ⎜1 + β ⎟ N =γ . N Md,eq = 0
⎝ h⎠ d ,eq d

sendo:

Nd e Md 1
ν= = β=
h Nd h d′
Ac f cd (0,39 + 0,01 α ) − 0,8
h

Sendo αs a relação:

Valores de α em função αs :

•α = -1/αs se αs < 1 em seções retangulares;


•α = αs se 1 ≤ αs ≤ 6 em seções retangulares;
•α = 6 se αs > 6 em seções retangulares;
•α = - 4 em seções circulares.

O arranjo de armadura adotado para detalhamento, a armadura superior e inferior


são perpendiculares à direção do momento Msd (ver figura 4.9), deve ser fiel aos valores
de αS e d’/h pressupostos.
Supondo todas as barras iguais, αs é dado por:

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 8

(nh − 1)
αs =
(nv − 1)

Figura 4.9 - Arranjo de armadura caracterizado pelo parâmetro αs.

4.11.1.1- Exemplo 1: Pré-Dimensionar a seção do pilar. Supor os momentos de 1a


ordem em torno do eixo Y:
Dados:
fck = 20 Mpa, Aço CA-50
Cobrimento = 2,5 cm
Nk = 600 KN = 60 tf
hx = 18 cm
le = 300 cm
Mtopo = 15 KN*m = 1,5 tf*m
Mbase = 20 KN*m = 2,0 tf*m
Figura 4.10 – Seção e Esquema estático

a)-Cálculo dos Momentos de 1a Ordem:

Nd = γn * γf * Nk = 1,05 * 1,4 * 600 = 882 KN


M1d,min = Nd (0,015 + 0,03h) = 882 (0,015 + 0,03 * 18 / 100) = 18 KN*m

MA = Maior valor absoluto = γn * γf * Mbase = 1,05 * 1,4 * 20 = 29,4 KN*m


MB = Menor valor absoluto = γn * γf * Mtopo = 1,05 * 1,4 * 15 = 22 KN*m

MA ≥ M1d,min ⇒ OK.

b)-Normal Equivalente:

Supondo-se α = 6 (maior valor α) e d´= 3,8 cm vem:

e1 = MA / Nd = 29,4 / 882 = 0,033 m = 3,33 cm


1 1
β= = = 3,56
d′ 3,8
(0,39 + 0,01 α ) − 0,8 (0,39 + 0,01 * 6) − 0,8 *
h 18

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 9
A Força normal equivalente para pré-dimensionamento, supondo apenas a
excentricidade de 1a ordem, será:

⎛ e1 ⎞ ⎛ 3,33 ⎞
γ * = ⎜1 + β ⎟ = ⎜1 + 3,56 ⎟ = 1,659
⎝ h⎠ ⎝ 18 ⎠
*
N =γ *N = 1,659 * 882 = 1463, 2 KN
d ,eq d

c)-Seção Necessária:

Adotando-se ρ = 2% - valor intermediário.

N d ,eq 1463,2
Ac = = = 712 cm 2
0,85 * fcd + ρ * σ sd −002 2 2
0,85 * + * 42
1,4 100

hx * hy = 712 cm2 = (18x40) ou (18x45) ⇒ esta seção é apenas indicativa, podendo não
ser suficiente no dimensionamento.

4.11.1.2- Exemplo 2: Dimensionar e detalhar o pilar. Supor os momentos de 1a ordem


em torno do eixo Y:
Dados:
fck = 20 Mpa, Aço CA-50
Cobrimento = 2,5 cm
Nk = 600 KN = 60 tf
hx = 18 cm
hy = 45 cm
le = 300 cm
Mtopo = 15 KN*m = 1,5 tf*m
Figura 4.11 – Seção e Esquema estático Mbase = 20 KN*m = 2,0 tf*m

a)- Índices de Esbeltez :

l e 12 300 12 l e 12 300 12
λx = = = 57,73 e λy = = = 23,09
hx 18 hy 45

b)-Cálculo dos Momentos de 1a Ordem:

Nd = γn * γf * Nk = 1,05 * 1,4 * 600 = 882 KN

M1d,min = Nd (0,015 + 0,03h) = 882 (0,015 + 0,03 * 18 / 100) = 18 KN*m


MA = Maior valor absoluto = γn * γf * Mbase = 1,05 * 1,4 * 20 = 29,4 KN*m
MB = Menor valor (positivo, curvatura simples) = γn * γf * Mtopo = 1,05 * 1,4 * 15 = 22KN*m

MA ≥ M1d,min ⇒ OK.

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 10

c)-Parâmetro αb :
M
α b = 0 , 60 + 0 , 40 B
≥ 0 , 40
M A

αb = 0,90 ≥ 0.4 ⇒ OK.

c)-Cálculo de λ1:

e1 = MA / Nd = 29,4 / 882 = 0,033 m = 3,33 cm


25 + 12,5 e1 / h 25 + 12,5 * 0,185
λ1 = = = 30,35
αb 0,90
35
≤ λ 1 ≤ 90 ⇒ λ1 = 38,9
αb

λx = 57,73 > λ1 ⇒ Pilar médio. Considerar efeito de 2a Ordem.

d)-Efeito de 2a Ordem:

ν = Nd / (Acfcd) = 882 / (18*45*2/1,4) = 0,762 ≥ 0,7 ⇒ OK.

l 2e 0,005 l 2e 0,005
e2 = * ≤ * ∴
10 h (ν + 0,5) 10 h

300 2 0,005 300 2 0,005


e2 = * ≤ *
10 18 (0,762 + 0,5) 10 18

e2 = 1,98 cm ≤ 2,5 cm ⇒ OK.

M d , tot = α b M 1d, A + N d e 2 ≥ M 1d, A


Md,tot = 0,90 * 29,4 + 882 * 0,0198 = 43,9 KN*m ≥ 29,4 KN*m ⇒ OK.

e)-Esforços Equivalentes:

Adotando-se a distribuição de armaduras da figura 4.12, vem:

10 φ

d´ = 3,8 cm

(nh − 1) (5 − 1)
αs = = =4 ⇒ αs = α = 4
(nv − 1) (2 − 1)

Figura 4.12 – Cálculo de αs d´ / hx = 3,8 / 18 = 0,211

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 11
1 1
β= = = 3,83
d′ (0,39 + 0,01 * 4) − 0,8 * 0,211
(0,39 + 0,01 α ) − 0,8
h

e M 43 , 9 * 100
d
= = 0 , 277
h N h 882 * 18
d
A Força normal equivalente para dimensionamento a compressão centrada será:

⎛ e⎞
γ * = ⎜1 + β ⎟ = (1 + 3,83 * 0,277 ) = 2,061
⎝ h⎠
*
N =N *γ = 882 * 2,061 = 1818 KN
d ,eq d

f)-Dimensionamento à compressão centrada:

N d − 0,85 f cd Ac 1818 − 0,85 * 2 / 1,4 * 18 * 45


As = =
σ sd −0,002 42

As = 19,87 cm2 ⇒ 10 φ 16,0 mm = 20,0 cm2 ⇒ Coerente com a distribuição adotada.

ρefetivo = As,efetivo / Ac = 20,0 / ( 18 * 45 ) = 2,47%

g)-Disposições construtivas:

-Bitola Longitudinal: 10,0 mm ≤ φl ≤ 18 / 8 * 10


10,0 mm ≤ φl ≤ 22,5 mm ⇒ OK.

As ,min f cd
-Armadura Mínima: ρ min = = 0,15 * *ν ≥ 0,4%
Ac f yd
As ,min 2 / 1,4
ρ min = = 0,15 * * 0,762 = 0,376%
Ac 50 / 1,15
ρmin = 0,4%

-Armadura Máxima: ρmax ≤ 8% (Inclusive no trespasse) ⇒ OK.

⎧5,0 mm
-Bitola do Estribo: φ t ≥ ⎨ ⇒ φt = 5,0 mm
⎩φ l / 4 = 16,0 / 4 = 4 ,0 mm
⎧20 cm

-Espaçamentos dos Estribos: s ≤ ⎨ Menor Dimensão = 18 cm ⇒ s = 18,0 cm
⎪12 * φ = 12 * 16,0 / 10 = 19,2 cm
⎩ l

⎧2,0 cm

-Espaçamento Mínimo entre Barras: emin ≥ ⎨2 φ l = 2 * 1,6 = 3,2 cm ⇐
⎪1,2 φ
⎩ agregado = 1,2 * 1,5 = 1,8 cm

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 12

⎧2 * Menor Dimensão = 2 * 18 = 36 cm
-Espaçamento Máximo entre Barras: emax ≤ ⎨
⎩40 cm

-Ancoragem:

Da tabela D.1 : lb = 44φ = 70,4cm e α1 = 1,0


As ,calc
l b,nec = α 1 * l b * ≥ l b, min
As ,ef
⎧0,3 l b
18,24 ⎪
lb ,nec = 1,0 * 70,4 * = 64,2 = 64 cm ≥ ⎨10 φ
20,0 ⎪10 cm

-Grampos: 20φt = 20 * 5,0 / 10 = 10,0 cm ⇒ Usar um grampo.

h)-Detalhamento:

Figura 4.13 – Detalhamento do Pilar.

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 13

4.12 – Dimensionamento à flexão normal composta com o uso dos


ábacos de iteração:

4.12.1 – Equações de Equilíbrio:

Seja a seção da figura 4.14 solicitada pela ação conjunta dos esforços Md e Nd,
resistidos pela área comprimida de concreto e pelas áreas comprimida e tracionada de
aço. O equilíbrio de forças será dado por:

a)- ΣFv = 0
Nd = Rs1 + Rs2 + Rcc
onde:
Rs1 = As1 * σsd1
Rs2 = As2 * σsd2
Rcc = bw * y * 0.85 fcd
Nd = As1 * σsd1 + As2 * σsd2 +
0.85 fcd * bw * y
b)- ΣMA = 0
Nd * h/2 – Md = Rs1 * d´ + Rs2 * d +
Rcc * y/2
Nd * h/2 – Md = As1 * σsd1 * d´ +
Figura 4.14 – Seção e Forças As2 * σsd2 * d + 0,85 * fcd * bw * y * y/2
Em geral, no dimensionamento, a geometria da seção é previamente estabelecida,
ficando como incógnitas as variáveis As1, As2 e y , havendo somente duas equações de
equilíbrio. Assim, o problema tem infinitas soluções. Para se ter a solução do problema
uma dessas variáveis deve ser necessariamente arbitrada.
O assunto foi estudado por diversos autores, dos quais sugere-se Lauro Modesto
dos Santos e ou Péricles Brasiliense Fusco.
Para o curso em questão, serão adotados os ábacos de interação ou tabelas de
dimensionamento, largamente utilizadas.

4.12.2 – Ábacos de Interação:

Uma maneira simplificada de se dimensionar seções solicitadas à flexão normal


composta e flexão composta oblíqua, é através dos “ábacos de interação força normal –
momento fletor”. Os ábacos são as linhas que unem os pares N, M que levam uma peça
a um Estado Limite Último para uma dada armadura e seção de concreto.
Eles dependem da distribuição da armadura na seção e são traçados, geralmente,
em função dos adimensionais:

Nd Nd * e A s * f yd
ν= μ= ϖ =
Ac * f cd Ac * h * f cd A c * f cd

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 14

Figura 4.15 – Ábacos de Interação ν x μ

No apêndice B são apresentados ábacos para diversas distribuições de


armaduras, como se verá.

4.12.3.1 – Exemplo1: Refazer o pilar do exemplo anterior, onde os valores dos esforços
finais eram:

Nd = 882 KN
Md,tot = 0,90 * 29,4 + 882 * 0,0198 = 43,9 KN*m

Nd 882
ν= = = 0,762
f cd * Ac 2 / 1,4 * 18 * 45
Md 43,9 * 100
μ= = = 0,211
f cd * Ac * h 2 / 1,4 * 18 * 45 * 18

d´ 3.8
= = 0,211 ≅ 0,15 (adotado)
h 18

Do ábaco B-2 (armaduras perpendiculares à direção do momento), obtêm-se:

ω = 0,55
A * f cd 18 * 45 * 2 / 1,4
As = ω * c = 0,55 * = 14,64 cm 2 ⇒ 8φ16.0mm = 16,0 cm2
f yd 50 / 1,15
Valor bem menor que o encontrado no exemplo anterior, quando comparado ao
valor encontrado pelo processo simplificado da NBR-6118, onde se encontrou:
As,ef = 10φ16.0mm = 20,0 cm²

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 15
4.12.3.2 – Exemplo2 : Dimensionar e detalhar o pilar.

Dados:
fck = 25 Mpa
Aço CA-50
Cobrimento = 2,5 cm

a)– Esforços:

Nd = γ f * γ u * Nk
N d = 1,4 * 1,0 *1350 = 1890 KN

M d,x = γ f * γ u * (H * l )
M d , x = 1,4 * 1,0 * (20 * 5) = 140 KN .m

M 1d ,min, x = N d * (0,015 + 0,03 * h )


M 1d ,min, x = 1890 * (0,015 + 0,03 * 0,6 )
M 1d ,min, x = 62,37 KN .m
Figura 4.16 – Seção e Esquema estático

b) – Índices de esbeltez:

Le1x * 12 500 * 2 12 Le1 y * 12 250 * 12


λx = = = 57,73 e λy = = = 34,64
hx 60 hy 25

c) – Parâmetro αb:

MC 1
α bx = 0,8 + 0,2 * ≥ 0,85 ; α bx = 0,8 + 0,2 * = 0,9 > 0,85 ⇒ OK !
MA 2

d) – Cálculo de λ1:
M 140
e1x = A = = 0,074 m = 7,4 cm
Nd 1890
e1 7,40
25 + 12,5 * 25 + 12,5 *
λ1x = h = 60 = 29,5
αb 0.9
35
= 38,9 ≤ λ1 ≤ 90 ⇒ λ1x = 38,9
αb
λ x > λ1x ⇒ pilar médio

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 16
e) – Efeitos de 2ª ordem:

Nd 1890
ν = = = 0,706 > 0,7 ⇒ ( pode simplificar )
f cd * Ac 2,5
* 25 * 60
1,4
2 2
le 0,005 l 0,005
e2 x = * ≤ e *
10 (ν + 0,5) * h 10 h

e2 x =
(2 * 500 )
2
*
0,005
= 6,92 cm ≤
(2 * 500) * 0,005
2

10 (0,706 + 0,5) * 60 10 60
e2 x = 6,92 cm ≤ 8,33 cm ⇒ OK !
M d , tot = α b * M 1d , A + N d * e2 ≥ M 1d , A
M d , tot = 0,9 * 140 + 1890 * 0,0691
M d , tot = 256,6 KN .m ≥ 140 KN .m ⇒ OK

f) – Ábacos:

ϑ = 0,705
Md tot 256,6 * 100
μ= = = 0,16
f cd * Ac * h 2,5
* 25 * 60 * 60
1,4
d ' 3,8 Armadura simétrica nas quatro faces.
= = 0,0633 ≅ 0,10 ( Adotado ! )
h 60 Figura 4.17 – Interação no Ábaco

Do ábaco tem-se: ω ≅ 0,32

Ac * f cd 25 * 60 * 2.5 / 1,4
As tot = ω * = 0,32 * = 19,71 cm 2 ⇒ 12φ16 = 24cm 2
f yd 50 / 1,15
ρefetivo = As,efetivo / Ac = 24 / ( 25 * 60 ) = 1,6%

g) – Para efeito comparativo, resolvendo o exemplo pelo processo simplificado do


item anterior, vem:

– Esforços Equivalentes:
(nh − 1) (4 − 1)
αs = = =1
(nv − 1) (4 − 1)
1
βx =
(0,39 + 0,01*α s ) − 0,8 * d '
hx
1 1
Figura 4.18 – Cálculo de αs βx = = = 2,86
(0,39 + 0,01*1) − 0,8 * 0,0633 0,354
e M sd 256,60 *100
= = = 0,226
h N sd * h 1890 * 60

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 17

⎛ e⎞
N d , eq = N sd * ⎜1 + β * ⎟ = 1890 * (1 + 2,86 * 0,226) = 3112 KN
⎝ h⎠
2,5
3112 − 0,85 * * 25 * 60
N sd ,eq − 0,85 * f cd * Ac 1,4
As = = = 19,89 ≅ 12φ 16 mm
σ sd 42
Valor muito próximo do obtido no item f)

h) –Disposições construtivas:

-Bitola Longitudinal: 10,0 mm ≤ φl ≤ 25 / 8 * 10


10,0 mm ≤ φl ≤ 31,25 mm ⇒ OK.
As ,min f
-Armadura Mínima: ρ min = = 0,15 * cd *ν ≥ 0,4%
Ac f yd
As , min 2,5 / 1,4
ρ min = * * 0,706 = 0,120% ∴ ρmin = 0,4% ⇒ OK.
Ac 50 / 1,15

-Armadura Máxima: ρmax ≤ 8% (Inclusive no trespasse) ⇒ OK.


⎧5,0 mm
-Bitola do Estribo: φ t ≥ ⎨ ⇒ φt = 5,0 mm
⎩φ l / 4 = 16,0 / 4 = 4,0 mm
⎧20 cm

-Espaçamentos dos Estribos: s ≤ ⎨Menor Dimensão = 25 cm ⇒ s = 19,20 cm
⎪12 * φ = 12 * 16 / 10 = 19,2 cm
⎩ l

⎧2,0 cm

-Espaçamento Mínimo entre Barras: emin ≥ ⎨2 φ l = 4 * 1,6 = 3,2 cm
⎪1,2 φ
⎩ agregado = 1,2 * 1,5 = 1,8 cm

⎧2 * Menor Dimensão = 2 * 25 = 50 cm
-Espaçamento Máximo entre Barras: emax ≤ ⎨
⎩40 cm
-Ancoragem: Da tabela D.1 do apêndice D: lb = 38φ e α1 = 1,0
lb = 38 * 1,6 = 60,8 cm
As ,calc
lb ,nec = α 1 * lb * ≥ lb ,min
As ,ef
⎧0,3 l b
19,71 ⎪
lb ,nec = 1,0 * 60,8 * = 49,93 ≅ 50 cm ≥ ⎨10 φ
24,0 ⎪10 cm

-Grampos: 20φt = 20 * 5,0 / 10 = 10,0 cm ⇒ Usar grampos.

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 18

i)-Detalhamento:

Figura 4.19 – Detalhamento do Pilar

Obs: Adotou-se o arranque (ancoragem) do pilar com mesma quantidade e


mesma bitola que o pavimento dimensionado.

4.13 – Dimensionamento à flexão composta oblíqua:

4.13.1 – Equações de Equilíbrio:

Na flexão composta oblíqüa tem-se momentos nos 2 eixos principais, além da


força normal axial, conforme figura abaixo.

M xd
ex =
Nd

M yd
ey =
Nd

Figura 4.20 – Seção e excentricidades

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 19
Neste caso, a linha neutra não é paralela aos eixos principais x e y, mas inclinada,
ou seja:

Figura 4.21 – Flexão Composta Oblíqüa

As condições de equilíbrio podem ser escritas:

n
N d = ∫∫ σ cd dXdY + ∑ Asi σ sid
Acc
1
n
M xd = Fd * e x = ∫∫ σ cd X * dXdY + ∑ Asi σ sid * X i
Acc
1
n
M yd = Fd * e y = ∫∫ σ cd Y * dXdY + ∑ Asi σ sid * Yi
Acc
1
onde:

σsid = tensão em cada barra i que deve ser menor que fyd ;
Xi, Yi = coordenadas de cada barra em relação ao centro de gravidade ;

Com essas equações pode-se construir ábacos de maneira semelhante aos


ábacos de Flexão normal composta. Eles dependem da distribuição da armadura na
seção e são traçados, geralmente, em função dos admensionais υ, μx, μy e ω. Para υ
constante, traça-se várias curvas de ω.

Nd N d * ey
ν= μy =
Ac * f cd Ac * hy * f cd

A s * f yd N d * ex
ϖ = μx =
A c * f cd Ac * hx * f cd
Figura 4.22 – Ábacos υ x μx x μy

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 20
4.13.2.1 – Exemplo 1: Dimensionar o pilar abaixo:

fck = 25 Mpa, Aço CA-50


Cobrimento = 2,5 cm, d´/h = 0,10
Nd = 800 KN = 80 tf
hx = 50 cm
hy = 20 cm
Mdx = 90 KN*m = 9,0 tf*m
Mdy = 55 KN*m = 5,5 tf*m
Figura 4.23 – Seção e Esforços

a)- Excentricidades:
M dx 90 M dy 55
ex = = = 0,09 m = 9 cm e e y = = = 0,055 m = 5,5 cm
Nd 1000 Nd 1000

b)- Parâmetros de entrada ábaco B.10 – Armadura igual nas 4 faces:


Ma 55 * 100
μa = 2
= 2 = 0,15
a * b * f cd 20 * 50 * 2,5 / 1,4
Mb 90 * 100
μb = 2
= 2 = 0,10
b * a * f cd 50 * 20 * 2,5 / 1,4
Nd 800
ν = = = 0,45
a * b * f cd 20 * 50 * 2,5 / 1,4

Figura 4.24 – Seção e Esforços do ábaco

No ábaco, se μa > μb ⇒ μ1 = μa = 0,15


μ2 = μb = 0,10

Para ν = 0,4 ⇒ ω = 0,35 e para ν = 0,6 ⇒ ω = 0,45

Interpolando-se para ν = 0,45 ⇒ ω = 0,375

a * b * f cd 20 * 50 * 2,5 / 1,4
A área de aço será : As = ω * = 0,375 *
σ sd −002 42

As = 15,94 cm2 ⇒ 8 φ 16,0 mm

c)-Para armadura perpendicular a altura a, ábaco B.12, vem:

Para ν = 0,4 ⇒ ω = 0,35 e para ν = 0,6 ⇒ ω = 0,45

Interpolando-se para ν = 0,45 ⇒ ω = 0,375

a * b * f cd 20 * 50 * 2,5 / 1,4
A área de aço será : As = ω * = 0,375 *
σ sd −002 42

As = 15,94 cm2 ⇒ 8 φ 16,0 mm (mesma quantidade do item b)

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 21

4.13.2.2 – Exemplo 2: Dimensionar e detalhar o pilar P1 para uma carga normal cor
respondente a 20 andares mais 7% por conta do peso próprio do pilar.

Dados:
fck = 30 Mpa,
Aço CA-50;
Mkx = 9,7 KNm;
Mky = 8,2 KNm;
Cob. = 2,5 cm;
Lex = Ley = 2,8 m.

a) - Seção b) – Diagrama de Momento Fletor

Figura 4.25 – Seção e diagrama de Momento Fletor

Carga normal de 1 pavimento = 76 KN


N k = 20 * 76 + 0,07 * 76
N k = 1626,4 KN

a)- Índices de esbeltez:

Direção “x” Direção “y”


l 12 280 * 12 l 12 280 * 12
λx = e = = 38,8 λy = e = = 19,4
hx 25 hy 50

b)-Esforços:

N d = γ n * γ f * N k = 1,0 *1,4 * 1626,4


N d = 2277 KN

Direção “x” Direção “y”

M 1d,A,x = 1,4 * 9,7 = 13,58 KNm M 1d,A, y = 1,4 * 8,2 = 11,48 KNm
M 1d,B,x = 1,4 * 9,7 = 13,58 KNm M 1d,B, y = 1,4 * 8,2 = 11,48 KNm
M 1d,min, x = N d * (0,015 + 0,03 * h x ) M 1d,min, y = N d * (0,015 + 0,03 * h y )
M 1d,min, x = 2277 * (0,015 * 0,03 + 0,25) M 1d,min, y = 2277 * (0,015 * 0,03 + 0,5)
M 1d,min,x = 51,23 KNm M 1d,min, y = 68,31 KNm

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 22

Logo:
N d = 2277 KN
Se M 1d,A,x < M 1d,min,x ⇔ M 1d,A,x = M 1d,min,x Se M 1d,A,y < M 1d,min, y ⇔ M 1d,A,y = M 1d,min, y
M 1d,A,x = M 1d,min, x = 51,23 KNm M 1d,A, y = M 1d,min, y = 68,31 KNm

c)-Cálculo de α b :

Para pilares bi-apoiados com momentos menores que o mínimo:

M 1d,A,x ≤ M 1d,min, x ⇒ adotar α bx = 1,0 M 1d,A, y ≤ M 1d,min, y ⇒ adotar α by = 1,0


α bx = 1,0 α by = 1,0

d)-Cálculo de λ 1 :

Direção “x” Direção “y”

M 1d,A,x 51,23 *100 M 1d,A, y 68,31 *100


e1x = = e1y = =
Nd 2277 Nd 2277
e1x = 2,25 cm e1y = 3,0 cm
h x = 25,0 cm h y = 50,0 cm
e1x e1 y
25 + 12,5 * 2,25 25 + 12,5 * 3,0
25 + 12,5 * hy 25 + 12,5 *
hx 25 50
λ 1x = = λ 1y = =
α bx 1,0 α by 1
λ 1x = 26,12 λ 1y = 25,75
35 35 35 35
≤ λ 1x ≤ 90 ⇔ ≤ 26,12 ≤ 90 ≤ λ 1y ≤ 90 ⇔ ≤ 25,75 ≤ 90
α bx 1 α by 1
λ 1x = 35 λ 1y = 35

λ x > λ1x ⇒ Efeitos de 2° ordem! λ y ≥ λ1 y ⇒ Desprezar efeitos de 2° ordem!

e)-Efeitos de 2º ordem (apenas na direção “x”):

Nd 2277
ϑ= = = 0,85
f cd * A c 3,0 / 1,4 * 25 * 50
Lex 2 0,005 280 2 0,005
e 2x = * = * = 1,16 cm
10 h x * (ϑ + 0,5) 10 25 * (0,85 + 0,5)
M d, total , x = α b * M 1d,A,x + N d * e 2 x ≥ M 1d,A
M d, total , x = 1,0 * 51,23 + 2277 * 0,0116 > 51,23
M d, total , x = 77,64 > 51,23 ∴ M d, total , x = 77,64 KNm

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 23

f)-Parâmetros para entrada de dados no ábaco:

d' 4 d' 4
δa = = = 0,16 e δb = = = 0,08
b 25 a 50

Nd 2277
ϑ= = = 0,85
f cd * A c 3,0 / 1,4 * 25 * 50

M dx 77,64 * 100 M dy 68,31 *100


μx = = μy = =
Ac * hx * f cd (25 * 50) * 25 * 3,0 / 1,4 Ac * h y * f cd (25 * 50) * 50 * 3,0 / 1,4
μ x = μ a = 0,116 μ y = μ b = 0,05

1ª Solução – Armaduras iguais nas 4 faces (Ábaco B.10, Apêndice B):

μ a > μ b ⇒ μ1 = μ a e μ 2 = μ b
ϑ = 0,8 ⇒ ω = 0,3⎫ 1,0 − 0,8 1,00 − 0,85
⎬⇒ = ⇒ ω = 0,35
ϑ = 1,0 ⇒ ω = 0,5⎭ 0,5 − 0,3 0,5 − ω
Ac * f cd 25 * 50 * 3 1,4
As ,tot = ω = 0,35 *
σ sd 0, 002 42
⎧⎪12φ16.0 = 24 cm 2 ←
As ,tot = 22,3 cm ⎨ 2

⎪⎩8φ 20.0 = 25,2 cm 2

Figura 4.26 - Geometria Figura 4.27 - Detalhamento

2ª Solução – Armaduras nas 2 faces maiores (Ábaco B.12, Apêndice B):

μ a > μ b ⇒ μ1 = μ a e μ 2 = μ b
ϑ = 0,8 ⇒ ω = 0,35⎫ 1,0 − 0,8 1,00 − 0,85
⎬⇒ = ⇒ ω = 0,40
ϑ = 1,0 ⇒ ω = 0,55⎭ 0,55 − 0,35 0,55 − ω

Ac * f cd 25 * 50 * 3 1,4
As ,tot = ω = 0,40 *
σ sd 0,002 42
⎧⎪14φ16.0 = 28 cm 2
As ,tot = 25,5 cm ⎨ 2

⎪⎩8φ 20.0 = 25,2 cm 2

Figura 4.28 - Geometria Figura 4.29 - Detalhamento

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 24
3ª Solução – Armaduras 3 vezes maior nas faces maiores (Ábaco B.14, Apêndice B):

μ a > μ b ⇒ μ1 = μ a e μ 2 = μ b
ϑ = 0,8 ⇒ ω = 0,35⎫ 1,0 − 0,8 1,00 − 0,85
⎬⇒ = ⇒ ω = 0,40
ϑ = 1,0 ⇒ ω = 0,55⎭ 0,55 − 0,35 0,55 − ω

Ac * f cd 25 * 50 * 3 1,4
As ,tot = ω = 0,40 *
σ sd 0,002 42
{
As ,tot = 25,5 cm 2 20φ112.5 = 24,54 cm 2

Figura 4.30 - Geometria Figura 4.31 - Detalhamento


Obs: O detalhamento adotado foi o referente ao ábaco B.10, com 12φ16.0 .

g)-Disposições construtivas:

Menor dimensão
-Bitola Longitudinal: 10,0 mm ≤ φ l ≤
8
250
10,0 mm ≤ φ l ≤ ⇒ OK.
8
f
-Armadura Mínima: ρ min = 0,15 * cd * ϑ ≥ 0,4%
f yd
3,0 / 1,4
ρ min = 0,15 * * 0,85 = 0,63% ≥ 0,4% ⇒ OK
50 / 1,15
-Armadura Máxima: ρ max ≤ 8% (Inclusive no trespasse!) ⇒ OK.
As ,ef 24,00
-Armadura efetiva: ρ ef = =
Ac (50 * 25)
ρ ef = 1,92% → No arranque : ρ ef = 2 *1,92 = 3,84% ⇒ OK.
⎧5,0 mm ⇐
-Bitola do Estribo: φ t ≥ ⎨
⎩φ l / 4 = 16,0 / 4 = 4,0 mm
⎧20 cm

-Espaçamento dos estribos: s ≤ ⎨Menor Dimensão = 25 cm ⇒ s = 19,0 cm
⎪12 * φ = 12 * 1,6 = 19,2 cm
⎩ l

⎧2,0 cm

-Espaçamento mínimo entre barras: e min ≥ ⎨2 * φ l = 2 * 1,6 = 3,2 cm ⇐
⎪1,2 * φ
⎩ agregado = 1,2 * 1,5 = 1,8 cm

⎧2 * Menor Dimensão = 2 * 25 = 50 cm
-Espaçamento Máximo entre barras: e max ≤ ⎨
⎩40 cm ⇐
-Grampos: 20φ t = 20 * 0,5 = 10 cm

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 25

-Ancoragem:

Da tabela D.1 : lb = 34 φ = 54,4 cm e α1 = 1,0


A s,calc
l b,nec = α1 * l b * ≥ l b,min
A s,ef
⎧0,3 * l b = 0,3 * 54,4 = 16,32 cm
22,32 ⎪
l b,nec = 1,0 * 54,4 * = 50,59 = 50 cm ≥ ⎨10 * φ = 10 * 1,6 = 16,0 cm
24,00 ⎪10 cm

h)-Detalhamento final:

Figura 4.32 – Detalhamento do Pilar.

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DIMENSIONAMENTO DE PILARES IV - 26

4.14 – Bibliografia:

[ 1 ] – ABNT, Associação de Normas e Técnicas. Norma Brasileira NBR-6118.


Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro,
2007.
[ 2 ] – Guimarães, Gilson Natal. Apostila de Estruturas de Concreto Armado.
Universidade Federal de Goiás, 2003.
[3]– SANTOS, Lauro Modesto dos. Cálculo de Concreto Armado. Vol. 2, Editora
LMS Ltda. São Paulo,1981.
[ 4 ] – FUSCO, Péricles Brasiliense. Estruturas de Concreto; solicitações normais;
estados limites últimos. Editora Guanabara Dois. Rio de Janeiro, 1986.
[ 5 ] – Exemplo de um Projeto Completo de um Edifício de Concreto Armado.
USP. São Paulo, 2001.

1N = 0,1 kgf 1 MPa = 1 MN/m² = 10 kgf/cm²


1 kN = 100 kgf = 0,1 tf 1 kN/m = 100 kgf/m = 0,1 tf/m
1 kN.m = 100 kgf.m = 0,1 tf.m 1 kN/m² = 100 kgf/m² = 0,1 tf/m²
1 kN.cm = 100 kgf.cm = 0,1 tf.cm 1 kN/m³ = 100 kgf/m³ = 0,1 tf/m³
1 MPa = 0,1 kN/cm² = 100 N/cm²

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TORÇÃO _ ______ V-1

5 - TORÇÃO

5.1 – Torção Pura (Item 17.5.1):

As condições fixadas pela NBR-6118-2004 pressupõem um modelo resistente


constituído por treliça espacial, definida a partir de um elemento estrutural de seção
vazada equivalente ao elemento estrutural a dimensionar.

As diagonais de compressão dessa treliça, formada por elementos de concreto,


têm inclinação que pode ser arbitrada pelo projeto no intervalo 30° ≤ θ ≤ 45°.

5.1.1 – Torção de Equilíbrio e Torção de Compatibilidade (Item 17.5.1.1):

Para a grelha da figura 5.1, isostática,


seja quais forem as inércias à flexão e
torção de suas barras, atuará o momento
torçor Td = Pd * a, sendo obrigatória a sua
consideração no dimensionamento. Trata-
se, portanto, de torção de equilíbrio. Figura 5.1 – Torção de Equilíbrio

Já para a grelha duplamente simétrica da figura 5.2, apresentam-se os


diagramas solicitantes (fletor e torçor) traçados para duas situações de inércia
(elevada e tão pequena que se admite nula) à torção das barras biengastadas, e uma
rigidez a flexão constante.

Figura 5.2 – Torção de Compatibilidade

5.1.2 – Armadura Mínima (Item 17.5.1.1):

Sempre que a torção for necessária ao equilíbrio do elemento estrutural, deve


existir armadura destinada a resistir aos esforços de tração oriundos da torção. Essa
armadura deve ser constituída por estribos verticais normais ao eixo do elemento
estrutural e barras longitudinais distribuídas ao longo do perímetro da seção resistente,

ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.


TORÇÃO _ ______ V-2
calculada de acordo com as prescrições desta seção e com taxa geométrica mínima
dada pela expressão:
A f
ρ sl = ρ sw = sw ≥ 0,2 ctm
bw s f ywk
Quando a torção não for necessária ao equilíbrio, caso da torção de
compatibilidade é possível desprezá-la, desde que o elemento estrutural tenha a
adequada capacidade de adaptação plástica e que todos os outros esforços sejam
calculados sem considerar os efeitos por ela provocados. Para garantir um nível
razoável de capacidade de adaptação plástica deve-se respeitar a armadura mínima de
torção e a força cortante limitada, tal que: Vd ≤ 0,7 VRd2.

5.1.3 – Seção Vazada Equivalente (Item 17.5.1.3.1):

No caso de torção, trabalha-se com seções como se fossem vazadas,


desprezando-se a função resistente de seu núcleo. Isto se deve ao fato teórico de o
maior percentual da torção ser combatido e absorvido na periferia da seção e além
disto, a armação de combate à torção ser disposta na periferia da seção.
A seção vazada equivalente se define a partir da seção cheia com espessura da
parede equivalente he dada por:
he ≤ A/μ
he ≥ 2 c1
onde:
A é a área da seção cheia;
μ é o perímetro da seção cheia;
c1 é a distância entre o eixo da armadura longitudinal do canto e a face lateral do
elemento estrutural.
A figura 5.3 ilustra a seção vazada de área Ae e de perímetro u.

Figura 5.3 – Seção Ideal Equivalente

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TORÇÃO _ ______ V-3
5.1.4 – Verificação da Compressão Diagonal do Concreto (Item 17.5.1.4):

A resistência decorrente das diagonais comprimidas de concreto deve ser obtida


por:
Td ≤ TRd2

TRd2 = 0,50 av fcd Ae he sen 2 θ


sendo:
a v = 1 - f ck / 250, com f ck em megapascal.
onde:
θ é o ângulo de inclinação das diagonais de concreto, arbitrado no intervalo
30° ≤ θ ≤ 45°;
Ae é a área limitada pela linha média da parede da seção vazada, real ou
equivalente, incluindo a parte vazada;
he é a espessura equivalente da parede da seção vazada, real ou
equivalente, no ponto considerado.

5.1.5 – Dimensionamento das armaduras (Item 17.5.1.5):

Devem ser consideradas efetivas as armaduras contidas na área correspondente


à parede equivalente, quando:

a)- a resistência decorrente dos estribos normais ao eixo do elemento estrutural atende
à expressão:
As ,90 Td
=
s 2 * Ae * f ywd * cot gθ
onde:
fywd é a resistência de cálculo do aço, limitada a 435 MPa.

b)- a resistência decorrente das armaduras longitudinais atende à expressão:

Asl Td
=
u 2 * Ae * f ywd * tg θ
onde:
Asl é a soma das áreas das seções das barras longitudinais;
u é o perímetro de Ae.

A armadura longitudinal de torção de área total Asl pode ter arranjo distribuído ou
concentrado, mantendo-se obrigatoriamente constante a relação ∆Asl /∆u, onde ∆u é o
trecho de perímetro, da seção efetiva, correspondente a cada barra ou feixe de barras
de área ∆Asl.
Nas seções poligonais, em cada vértice dos estribos de torção, deve ser colocada
pelo menos uma barra longitudinal.

5.1.6 – Disposições Construtivas das Armaduras de Torção (Item 18.3.4):

Consideram-se efetivos na resistência os ramos dos estribos e as armaduras


longitudinais contidos no interior da parede fictícia da seção vazada equivalente.

ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.


TORÇÃO _ ______ V-4
5.1.6.1 – Estribos:

Os estribos para torção devem ser fechados em todo o seu contorno, envolvendo
as barras das armaduras longitudinais de tração, e com as extremidades
adequadamente ancoradas por meio de ganchos em ângulo de 45º.

a)- Bitolas dos Estribos:

φt ≥ 5,0 mm
φt ≥ 4,2 mm ( para tela soldada )

φt ≤ bw / 10
φt ≤ 12 mm ( barra lisa )

b)- Espaçamento Mínimo entre Estribos:

smin ≥ passagem do vibrador

c)- Espaçamento Máximo entre Estribos:

Se Vd ≤ 0,67VRd 2 , então s máx = 0,6d ≤ 30cm ;


Se Vd > 0,67VRd 2 , então s máx = 0,3d ≤ 20cm .

entre ramos sucessivos da armadura constituída por estribos:

Se Vd ≤ 0,20VRd 2 , então st ,máx = d ≤ 80cm ;


Se Vd > 0,20VRd 2 , então s t ,máx = 0,6d ≤ 35cm .

5.1.6.1 – Armadura Longitudinal:

a)- Bitola Mínima: φl ≥ φt.

b)- Número Mínimo de Barras: As seções poligonais devem conter, em cada vértice dos
estribos de torção, pelo menos uma barra.

c)- Espaçamentos entre Barras Longitudinais:

As barras longitudinais da armadura de torção podem ter arranjo distribuído ou


concentrado ao longo do perímetro interno dos estribos, espaçadas no máximo de
35cm.
d)- Armadura de Pele:
A mínima armadura lateral deve ser 0,10% Ac ,alma em cada face da alma da viga e
composta por barras de alta aderência (η1 ≥ 2,25) com espaçamento não maior que d/3
e 20 cm.
Em vigas com altura igual ou inferior a 60 cm pode ser dispensada a utilização da
armadura de pele.

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TORÇÃO _ ______ V-5
5.1.7 – Exemplo: Dimensionar e detalhar a armação de combate ao momento torçor
cujo valor de cálculo é de Td = 170 KN * m, para uma seção retangular de bw = 60 cm e
h = 80 cm, com concreto fck = 25 MPa, Aço CA 50 e CA 60 e cobrimento lateral de 2,5
cm.

a)- Seção Ideal Equivalente:

A área e o perímetro da seção cheia será:


A = bw * h = 60 * 80 = 4800 cm2
μ = 2 * ( bw + h ) = 2 * ( 60 + 80 ) = 280 cm

Adotando-se, inicialmente, Φl = 10,0 mm e Φt = 8,0 mm, vem:


c1 = cobrimento + Φl / 2 + Φt = 2,5 + 0,8 + 0,5 = 3,8 cm

A espessura fictícia da parede é adotada igual a:


he = A / μ ≤ 4800 / 280 = 17,14 cm
he ≥ 2 * c1 ⇒ OK.

A área e o perímetro da seção equivalente:


bs = bw – he = 60 – 17,14 = 42,86 cm
hs = h – he = 80 – 17,14 = 62,86 cm

Ae = bs * hs = 42,86 * 62,86 = 2694,18 cm2


u = 2 * ( bs + hs ) = 2 * ( 42,86 + 62,86 ) = 211,44 cm

b)- Verificação do Concreto:

Adotando-se θ = 45˚, vem:


αv = 1 - fck / 250 = 1 – 25 / 250 = 0,9
TRd2 = 0,50 av fcd Ae he sen 2 θ = 0,50 * 0,9 * 2,5 / 1,4 * 2694,18 * 17,14 * sen 90˚

TRd2 = 371 KN * m
TRd2 ≥ Td ⇒ OK.
c)- Dimensionamento dos Estribos:

As ,90 Td 170 * 100


= =
s 2 * Ae * f ywd * cot g θ 2 * 2694,18 * 50 / 1,15 cot g 45 o

As ,90
= 0,0725 cm 2 / cm = 7,25 cm 2 / m = φ 10,0 c/11 = 7,27 cm2/m
s

d)- Dimensionamento da Armadura Longitudinal:

Asl Td 170 *100


= =
u 2 * Ae * f ywd * tg θ 2 * 2694,18 * 50 / 1,15 * tg 45 o

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TORÇÃO _ ______ V-6
Asl
= 0,0725 cm 2 / cm
u
Asl = 0,0725 * 211,44 = 15,34 cm2 ⇒ 14 φ 12,5 = 17,5 cm2

e)- Disposições Construtivas:

φt ≥ 5,0 mm
φt ≤ bw / 10 = 60 /10 = 60,0 mm

φl ≥ φt.
Número Mínimo de Barras: 4 barras.
Espaçamentos entre Barras Longitudinais ≤ 35 cm.
Armadura de Pele:
As,Face = 0,10% Ac,Alma para face > 60 cm.
As,Face = 0,10 / 100 * 60 * 80 = 4,8 cm2
⎧d / 3 = 76 / 3 = 25,3 cm
elong ≤ ⎨
⎩20 cm

f)- Detalhamento da Seção:

Figura 5.4 – Detalhamento da Seção

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TORÇÃO _ ______ V-7
5.2 – Torção Combinada com Flexão (Item 17.7):

5.2.1- Dimensionamento:

Nos elementos estruturais submetidos a torção e a flexão simples ou composta, as


verificações podem ser efetuadas separadamente para a torção e para as solicitações
normais, somando-se os resultados.

5.2.2- Verificação do Concreto:

Na combinação de torção com força cortante, o projeto deve prever ângulos de


inclinação das bielas de concreto θ coincidentes para os dois esforços.

A resistência à compressão diagonal do concreto deve ser satisfeita atendendo à


expressão:
Vd T
+ d ≤1
VRd 2 TRd 2
onde :
Vd e Td são os esforços de cálculo que agem concomitantemente na seção;
TRd2 é calculado conforme item 5.1.4;

VRd2 = 0,27 αv fcd bw d ( para θ = 45° )


sendo: αv = 1 - fck/250 e fck em megapascal.

5.2.3- Exemplo: Refazer o exemplo anterior, supondo-se que, além da atuação de Td =


170 KN * m, ocorra um esforço cortante Vd = 580 KN (valor máximo) e do momento
fletor Md = 660 KN * m, comprimindo as fibras superiores.

Adotando-se d = 80 – 4 = 76 cm, vem:

a)- Verificação do Concreto:

αv = 1 - fck/250 = 1 – 25/250 = 0,9


VRd2 = 0,27 αv fcd bw d = 0,27 * 0,9 * 2,5/1,4 * 60 * 76 = 1978,7 KN

Vd T 580 170
+ d ≤1 ⇒ + = 0,75 ≤ 1 ⇒ OK
VRd 2 TRd 2 1978,7 371

b)- Dimensionamento da armadura de flexão:

bw * d 2 60 * 76 2
Kc = = = 5,25 ⇒ tabela A.3 ⇒ Ks= 0,025
Md 66000

Md 66000
As = K s * = 0,025 * = 21,7 cm 2
d 76
A armadura mínima longitudinal para vigas retangulares é dada por:

Da tabela A.4, tem-se ρmin = 0,15% e,

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TORÇÃO _ ______ V-8

AS,Min = ρmin * Ac = 0,0015 * 60 * 80 = 7,2 cm2 ⇒ OK.

Para vigas com h ≥ 60 cm a armadura de pele deve ser no mínimo igual a 0,10%
Ac,Alma em cada face, ou seja :
As,Alma = 0,0010*60*80 = 4,8cm2, satisfeita para menor face com 4φ12,5 = 5,0 cm2.

c)- Dimensionamento dos estribos de flexão:

f ctm = 0,3 * 3 fck 2 = 0,3 * 3 25 2 = 2,56 MPa


fctk,inf = 0,7 * fctm = 1,79 Mpa
fctd = fctk,inf / γc = 1,79 / 1,4 = 1,28 Mpa
Adotando-se α = 90° (estribo vertical)
Vc = Vc0 = 0,6 * fctd * bw * d = 0,6 * 0,128 * 60 * 76 = 350,21 KN
Asw (Vd − Vc ) (580 − 350,21)
= = = 0,0773 cm 2 / cm
s 0,9 * d * f ywd * ( sen α + cos α ) 0,9 * 76 * 50 / 1,15

com f ywd ≤ 435MPa

Asw
= 7,73 cm 2 / m
s
A armadura mínima devida a força cortante é dada por:
Asw,min 0,2 * f ctm * bw

s f ywk

Asw,min 0,2 * 2,56 * 60


= = 0,0614 cm 2 / cm = 6,14 cm 2 / m ⇒ OK
s 500

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TORÇÃO _ ______ V-9
d)- Armaduras Longitudinais Finais:

Somam-se as armaduras correspondentes, ou seja:

Torção = 4 φ 12,5 = 5,0 cm2 (na região da tração da flexão)


Flexão = 21,7 cm2
Total = 26,5 cm2 ⇒ Tabela A.1 ⇒ 9 φ 20,0 mm = 28,35 cm2

Figura 5.5 – Armação para combate de Torção + Flexão

e)- Armaduras Transversais Finais (estribos):

Armadura devida à Torção que deve ser resistida por cada perna de estribo.
As ,90
= 0,0725 cm 2 / cm = 7,25 cm 2 / m
s
Armadura devido ao cortante que deve ser dividida pelo número de pernas dos
estribos:
Asw
= 7,73 cm 2 / m
s
Adotando-se um estribo interno de combate ao cortante - φ 8,0 c/15, obtém-se
para as duas pernas, área de 2 x 3,33 cm2/m = 6,66 cm2/m. Resta ainda uma área de
(7,73 – 6,66 ) / 2 = 0,535 cm2/m a ser acrescido a um estribo externo.
Assim, a área do estribo externo será 7,25 cm2/m (devido a torção) + 0,535 cm2/m
(restante do cortante), ou seja, 7,8 cm2/m que resulta no estribo - φ 10,0 c/ 10 = 8
cm2/m.
O espaçamento máximo admitido para Vd > 0,67 VRd2 é de 0,3 * d = 0,3 * 76 = 22,8
cm e menor que 20cm, plenamente satisfeito.

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TORÇÃO _ ______ V - 10

Figura 5.6 – Armação para combate de Torção + Cortante

f)- Detalhamento Final:

Figura 5.7 – Detalhamento Final

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TORÇÃO _ ______ V - 11
5.3 – Bibliografia:

[ 1 ] – ABNT, Associação de Normas e Técnicas. Norma Brasileira NBR-6118.


Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro,
2007.

[ 2 ] – Süssekind, José Carlos. Curso de Concreto, Vol. II. Editora Globo. Rio de
Janeiro, 1984.

1N = 0,1 kgf 1 MPa = 1 MN/m² = 10 kgf/cm²


1 kN = 100 kgf = 0,1 tf 1 kN/m = 100 kgf/m = 0,1 tf/m
1 kN.m = 100 kgf.m = 0,1 tf.m 1 kN/m² = 100 kgf/m² = 0,1 tf/m²
1 kN.cm = 100 kgf.cm = 0,1 tf.cm 1 kN/m³ = 100 kgf/m³ = 0,1 tf/m³
1 MPa = 0,1 kN/cm² = 100 N/cm²

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ESCADAS _ VI - 1
Versão 2016_1
6. ESCADAS

6.1 – Limitações Geométricas:


A figura 6.1 indica o corte e a planta genéricos de uma escada composta de dois
patamares e um lance de escada. São feitas algumas observações para a boa
funcionalidade das escadas, que são:

Figura 6.1 – Limitações Geométricas

- A altura ae dos espelhos deve variar de 16 a 19 cm;


- O comprimento ad dos degraus deve variar de 29 a 30 cm;
- A relação entre os espelhos e os degraus deve ser: 2*ae + ad = 61 a 65 cm;
- O ângulo de inclinação  do lance deve variar de 30 a 33;
- Quando n > 19, é conveniente criar um patamar intermediário com comprimento
maior ou igual a 80 cm;
- A largura da escada deve ser, geralmente, de 80 cm e 120 cm em edifícios de
apartamentos, de hotéis e escritórios.

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ESCADAS _ VI - 2

6.2 – Carregamento das Escadas:

Os principais carregamentos a serem considerados no cálculo das escadas são:

a)- Peso Próprio;


b)- Peso de Revestimentos;
c)- Cargas Acidentais ou Sobrecargas ( NBR 6120:1980 );
d)- Cargas de Peitoril;
e)- Cargas Localizadas.

6.2.1- Peso Próprio:

O peso próprio inclui a laje inclinada e os degraus que são considerados como
um enchimento de altura variável. Adota-se, então, uma altura média, ou seja:

hm = h1 + ae/2

h ae2  a d2 ae
hm  
ad 2

qpp = hm * c

c = 25 KN/m3

qpp é uma carga distribuída na área


da escada.
Figura 6.2 – Altura Média

6.2.2- Revestimento:

Os revestimentos mais utilizados são as cerâmicas, as pedras, madeiras e etc. O


peso desses revestimentos varia conforme sua espessura e seu peso específico. Para
as cerâmicas pode-se adotar uma carga de 1,0 KN/m2 e para as pedras uma carga de
1,5 KN/m2.

6.2.3- Carga Acidental:

A carga acidental é determinada segundo a NBR 6120:1980 e segundo ROCHA,


Aderson Moreira, deve ser tomada como distribuída na área de projeção horizontal da
escada, podendo-se adotar os seguintes valores:
- Escadas secundárias ................................................... 2,0 a 2,5 KN/m 2
- Escadas de edifícios residenciais................................. 2,5 a 3,0 KN/m 2
- Escadas de edifícios públicos....................................... 4,0 a 5,0 KN/m 2
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ESCADAS _ VI - 3
Conforme NBR 6120:1980, Tabela 2, de valores mínimos das cargas verticais, a
carga da escada depende de sua classificação, podendo ser classificada em com
acesso ao público e sem acesso ao público.

Local kN/m²

Figura 6.3 – NBR 6120:1980 – Tabela 2.

6.2.4- Carga de Peitoril:

Segundo a NBR-6120, ao longo dos parapeitos e balcões, devem ser


consideradas uma carga horizontal de 0,8 KN/m e uma carga vertical mínima de 2,0
KN/m. Este carregamento pode ser exagerado para escadas com corrimão leve, por
exemplo, metálico, sem parede.

6.2.5- Cargas Localizadas:

Quando uma escada for constituída por degraus isolados, estes devem ser
calculados para suportarem uma carga concentrada de 2,5 KN, aplicada na posição
mais desfavorável. Este carregamento não deve ser considerado na composição de
cargas das vigas que suportam os degraus.

6.3 – Classificação das Escadas:

As escadas podem ser divididas em quatro grupos principais que são:

a)-Escadas em laje armada longitudinalmente;


b)-Escadas em laje armada transversalmente;
c)-Escadas em laje armada em cruz;
d)-Escadas com degraus isolados.

6.3.1- Escadas em laje armadas longitudinalmente:

O cálculo estático é feito como se a laje fosse uma viga inclinada de largura igual
à largura da escada, e de vão (L) na horizontal igual à distância horizontal entre os
eixos dos apoios. Na figura 6.3 são apresentados quatro casos de escadas armadas
longitudinalmente, com os respectivos esquemas estáticos (a posição do apoio móvel
não influi).

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ESCADAS _ VI - 4

Figura 6.4 – Escadas armadas logitudinalmente

6.3.1.1- Dimensionamento da armadura:

Dimensiona-se a armadura principal ( AS,Princ ) para o máximo momento solicitante


( Md ), supondo-se que a laje funcione como uma viga inclinada de largura igual a um
metro e altura igual a altura da escada.
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ESCADAS _ VI - 5
Tal armadura não deve ser inferior à mínima: AS,Min = ρmin * Ac, ou seja, AS,Princ ≥
AS,Min. Os valores de ρmin e AS,Min estão tabelados no apêndice A, nos itens A.4 e A.5,
respectivamente.

O espaçamento da armadura principal das lajes armadas em uma direção não


deve exceder a:
20 cm
S
2 * h

Qualquer barra da armadura de flexão deve ter diâmetro no máximo igual a h/8.
A armadura positiva (secundária) de lajes armadas em uma direção ou armadura
de distribuição será dada por:
1 / 5 * AS ,Pr inc

AS , Dist  0,5 * AS , Min
 2
0,9 cm / m

O espaçamento máximo da armadura de distribuição não deve exceder a 3Φ/m ou


seja s ≤ 33 cm.

6.3.1.2 – Verificação do Concreto:

As lajes podem prescindir de armadura transversal para resistir aos esforços de


tração oriundos da força cortante, quando a tensão convencional de cisalhamento
obedecer à expressão:

VSd ≤ VRd1
VRd1 = [ τRd *κ* ( 1,2 + 40 ρ1 ) + 0,15 σcp ] * bw * d

onde:
τRd = 0,25 * fctd
fctd = fctk,inf / γc
A
1  S1 , não maior que |0,02|
bw * d
N
 cp  Sd
Ac
κ é um dos seguintes valores:
-elementos onde 50% da armadura inferior (positiva) não chega até o apoio: κ=|1|
-para os demais casos: κ=|1,6 - d|, não menor que |1|, com d em metros

d= h-cob- Φ/2

onde:

d: altura útil da seção (cm);


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ESCADAS _ VI - 6
h: espessura da laje no lance (cm);
c: comprimento nominal da armadura (cm);
Φ:bitola da armadura (cm);

O cobrimento (cob) é dado de acordo com a Classe de Agressividade Ambiental.


Determinado pela NBR 6118:2013;

6.3.1.3 - Empuxo ao Vazio (item 18.2.3):

Quando houver tendência à retificação de barra tracionada em regiões em que a


resistência a esses deslocamentos seja proporcionada por cobrimento insuficiente de
concreto, a permanência da barra em sua posição deve ser garantida por meio de
estribos ou grampos convenientemente distribuídos. Deve ser dada preferência à
substituição da barra por outras duas prolongadas além do seu cruzamento e ancoradas
conforme item anterior (ver figura 6.7).

Figura 6.5 - Mudança de direção


das armaduras

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ESCADAS _ VI - 7
6.3.1.3 - Exemplo – Dimensionar e detalhar a armadura do primeiro lance da
escada da figura 6.5. Dados: fck = 25 MPa e Aço CA-50. Considerar, inicialmente, a laje
da escada com uma altura h = 10 cm. A bitola da armadura (Φ) será adotada
inicialmente 10mm.

Figura 6.6 – Planta de forma da Escada

a) Carregamentos:

-Peso Próprio do Patamar:


PPpatamar = h * c = 0,10 * 25 = 2,5 KN/m2

-Peso Próprio do Lance:

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ESCADAS _ VI - 8

10 17 2  30 2 17
hm    20 cm
30 2
PPlance = hm * c = 0,20 * 25 = 5,0 KN/m2

-Revestimento: 1,5 KN/m2

-Carga Acidental (Sobrecarga): 3,0 KN/m2

b) Esquema Estático e Esforços:

MB = 0
3,82 * VA
- 7,0 * 0,86 * 3,39
- 9,5 * 2,1 * 1,91
- 7,0 * 0,862 / 2 = 0

VA = 16 KN/m

FV = 0
VA + VB = 32 KN/m

VB = 16 KN/m
Figura 6.7 – Esquema Estático

Calculando-se o momento máximo no tramo, vem:

Ms = VA * x – 7,0 * 0,86 * ( x – 0,86 / 2 ) – 9,5 * ( x – 0,86 )2 / 2


dM s
Qs = = 0  x = 1,91 m  Ms,max = 16,41 KN*m/m
dx

a)Esforço Normal

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b)Esforço Cortante

c) Momento Fletor
Figura 6.8 – Diagramas de Esforços
Observação: Desprezou-se a ação do Esforço Normal.

c) Dimensionamento da armadura:

A espessura da laje para que ela seja simplesmente armada será:

Conforme tabela A.3:

M d * K c ,3 lim 1,4 * 1641 * 1,8


Kc,3lim =1,8  d min    6,43 cm
bw 100

hmin = dmin + 1,5 = 7,93 cm (adotou-se h = 10 cm) OK.

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A armadura principal de flexão será:

d= h-cob- Φ/2
d= 10-1,5-1/2 = 8,0 cm

bw * d 2 100 * 8,0 2
Kc    2,78  Tabela A.3  Ks = 0,027
Md 1,4 * 1641
Md 1,4 * 1641 cm 2
AS ,Pr inc  K S  0,027  7,75
d 8,0 m

A armadura principal não deve ser inferior a armadura mínima, calculada em


função do fck, conforme tabela A.4, ou seja:

AS,Min = 0,15% * bw * h = 0,0015 * 100 * 10 = 1,5 cm2/m

AS,Princ. = 7,75 cm2/m  Tabela A.2  Φ 10.0 c/ 10 cm = 8,00 cm2/m

A bitola máxima utilizável é: Φ ≤ h / 8 ≤ 10 / 8 ≤ 1,25 cm ≤ 12,5 mm

O espaçamento máximo da armadura principal fica limitado à:


20 cm
S
2 * h  2 * 10  20 cm

A armadura de distribuição será dada por:

AS,Dist ≥ 1/5* AS,Princ = 1/5*8,00=1,55 cm²/m


0,5*As,min= 0,5*1,5= 0,75cm²/m
0,9cm²/m

AS,Dist = 1,55 cm2/m  Tabela A.2  Φ 5.0 c/ 12.5 cm = 1,67 cm2/m

d) Verificação do Concreto:

VSd = 1,4 * 16 = 22,4 KN/m

2
fctm = 0,3 3 f ck = 0,3 3 25 2 = 2,56 MPa
fctk,inf = 0,7 fctm = 1,795 MPa
fctd = fctk,inf / γc = 1,28 MPa

τRd = 0,25 * fctd = 0,32 MPa = 0,032 KN/cm2


κ = |1,6 - d| = |1,6 – 0,085| = 1,515 > 1  κ = 1,515
AS1 8,00
1    0,010  0,02
bw * d 100 * 8,0
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N Sd
 cp  =0
Ac
VRd1 = [ τRd *κ* ( 1,2 + 40 ρ1 ) + 0,15 σcp ] * bw * d
VRd1 = [ 0,032 * 1,515 * ( 1,2 + 40 * 0,010 ) + 0 ] * 100 * 8,0

VRd1 = 62,05 KN/m

VSd ≤ VRd  OK. (sem estribos)

e) Verificação de Ancoragem:

e.1) Ancoragem no Apoio:

Conforme tabela D.1, para fck = 25MPa, boa aderência:

lb= 38Ф

A.l Fs
As , calc  *
d fyd
Fs  Vsd  Nsd

Fs  22,4KN / m

A.l
Para lajes,  1,5
d
500
fyd   434,8MPa
1,15
22,4
As , calc  1,5 *  0,77 cm ²
43,48

0,77
lb, nec  1,0 * 38 *1 *  3,65cm
8

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ESCADAS _ VI - 12
Devido as lajes apresentarem mecanismos de solicitações diferentes aos das
vigas, elementos lineares, a ancoragem das lajes deve ser no mínimo 4 cm além
do eixo teórico do apoio.

Assim, o lb_nec não precisa ser maior que o lb_min.

Item 20.1 da NBR 6118:2014

lb,min= 10cm
lb, min> lb,nec OK!

Deverá ser adotada ancoragem até o cobrimento, com gancho.

e.2) Ancoragem no Empuxo ao Vazio:

7,75
lb, nec  0,7 * 38 *1 *  25,77cm  26cm
8

0,3 * 38  11,4 cm

lb, min  10 *1  10cm
10cm

lb, min> lb,nec OK!

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g) Detalhamento Final:

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Figura 6.9 – Detalhamento dos Cortes da Escada

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ESCADAS _ VI - 15
6.3.1.4- Escadas em “L” Armadas Longitudinalmente:

Na figura 6.9 apresenta-se o esquema estático simplificado de uma escada em “L”


com lances armados longitudinalmente. Supõe-se, que o patamar do lance inferior apóie
o patamar do lance superior. Note-se que foi desprezado o carregamento no patamar do
lance superior (inclusive o peso próprio) que será considerado no lance inferior. A
compatibilidade estática fica garantida com a distribuição da reação “RL1” no patamar
do lance inferior.

Figura 6.10 – Escada em “L”

6.3.1.5- Escadas em “U” Armadas Longitudinalmente:

No esquema estático simplificado de uma escada em “U” com lances armados


longitudinalmente apresentado na figura 6.10, supõe-se que os patamares do lance
inferior e do lance superior apóiem o lance intermediário. Note-se que uma vez mais,
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ESCADAS _ VI - 16
desprezou-se os carregamentos nos patamares inferior e superior do lance
intermediário (inclusive o peso próprio) que serão considerados no lance inferior e
superior. Para manter a compatibilidade estática, as reações do lance intermediário RL1
e RL2) foram distribuídas nos patamares dos lances inferior e superior.

Figura 6.11 – Escada em “U”

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ESCADAS _ VI - 17
6.3.1.6- Escadas em Cascata (Plissadas) Armadas Longitudinalmente:

No caso, os espelhos são flexo-tracionados ou flexo-comprimidos, e os pisos são


solicitados à flexão simples. Detalha-se as armaduras conforme figuras 6.13 e 6.14, no
quadro abaixo.

Figura 6.12 - Corte de um lance de


escada em cascata

Figura 6.14 – Detalhamento Típico da


Armadura para Pequenos Vãos

Figura 6.15 – Detalhamento Típico da


Armadura para Grandes Vãos
Figura 6.13 – Esquema Estático e
Esforços
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ESCADAS _ VI - 18
6.3.2- Escadas em lajes armadas transversalmente:

Este tipo de escada apóia-se geralmente em paredes ou vigas inclinadas,


trabalhando numa só direção (lado menor). A figura 6.11 mostra o caso típico. Se as
paredes forem estruturais ou se as vigas de apoio tiverem grande rigidez, o
esgastamento poderá ser considerado no cálculo, isto é, a “viga de largura 1m” será bi-
engastada. Caso contrário bi-apoiada.

Figura 6.16 – Exemplo de escada em laje armada transversalmente

6.3.3- Escadas em laje armadas em cruz:

Para escadas com vãos grandes, maiores que 6m, por exemplo, é conveniente,
sempre que possível, apoiar a escada em vigas em todo o perímetro. Quando a largura
é da ordem de grandeza do vão, resulta a laje “em cruz”.

Quando 0,5  L2 / L1  2,0 , a laje da escada


deve ser armada em cruz, respeitando-se as
condições de apoio dos lados da laje.

Figura 6.17 – Vãos da Escada


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ESCADAS _ VI - 19

Figura 6.18 – Planta de Forma de uma Escada em Cruz

6.3.4- Escadas com degraus isolados em balanço:

Nestes casos, admite-se que a viga esteja apoiada em pilares ou outros


elementos estruturais nas suas extremidades, que lhe confiram engastamento à torção,
necessário ao equilíbrio da estrutura. A figura 6.14 ilustra o caso.
O esquema estrutural dos degraus é uma viga em balanço, carregado com o peso
próprio, revestimento e sobrecarga; esta última situada na ponta do balanço (não sendo
tomada para cálculo da viga principal). Verifica-se a seção do engastamento à flexão e
ao cisalhamento.

Figura 6.19 – Escada com degraus isolados

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ESCADAS _ VI - 20

Figura 6.20 – Detalhamento típico

Obs.: Deve-se ancorar bem a armadura de flexão do degrau, para que possa ser
transmitida perfeitamente a torção para a viga principal.

6.4 – Bibliografia:

[ 1 ] – ABNT, Associação de Normas e Técnicas. Norma Brasileira NBR-6118.


Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro,
2014.

[ 2 ] – ROCHA, Aderson Moreira da. Concreto armado. Livraria Nobel S. A. São


Paulo,1985. 3 vol.

[3]– SANTOS, Lauro Modesto dos. Edifícios de concreto armado. EPUSP. São
Paulo,1984.

1N = 0,1 kgf 1 MPa = 1 MN/m² = 10 kgf/cm²


1 kN = 100 kgf = 0,1 tf 1 kN/m = 100 kgf/m = 0,1 tf/m
1 kN.m = 100 kgf.m = 0,1 tf.m 1 kN/m² = 100 kgf/m² = 0,1 tf/m²
1 kN.cm = 100 kgf.cm = 0,1 tf.cm 1 kN/m³ = 100 kgf/m³ = 0,1 tf/m³
1 MPa = 0,1 kN/cm² = 100 N/cm²

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MARQUISES VII - 1

7 - MARQUISES

7.1 – Classificação:

7.1.1 – Quanto à armação:

As marquises podem ser armadas da seguinte forma:

a)-Armadas transversalmente (Vãos pequenos):

Constituídas por lajes armadas na direção transversal, engastadas em um


extremo e livres na outra extremidade.

Figura 7.1 – Corte e Planta de uma marquise armada transversalmente.

b)-Armadas longitudinalmente (Vãos médios):

São aquelas em que os consolos são pouco espaçados em relação ao balanço da


marquise, ou seja, lc / lm < 0.5.

c)-Corte

b)-Vista

a)-Planta
d)-Apoios
Figura 7.2 – Corte e Planta de uma marquise armada longitudinalmente

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MARQUISES VII - 2
c)-Armadas em cruz (Vãos médios):

Quando o espaçamento entre consolos ultrapassar metade do comprimento do


balanço e não é superior a três vezes este valor, deve-se calcular as lajes em duas
direções.

lc
0,3 ≤ ≤ 0,5
lm

Figura 7.3 – Planta de uma marquise armada em cruz.

d)-Armadas com consolos e vigas longitudinais ( Grandes vãos ) :

Para grandes marquises, pode-se projetar, ao mesmo tempo, consolos e vigas


longitudinais, com o fim de diminuir a espessura das lajes, reduzindo-se o peso próprio
da marquise, como mostra a figura abaixo.

Figura 7.4 – Planta e Corte da marquise armada com consolos e vigas longitudinais

Calculam-se, primeiramente, as vigas longitudinais que estarão apoiadas nos


consolos. Determinam-se, então, os esforços nos consolos onde as reações das vigas
longitudinais serão consideradas como cargas concentradas, mantendo-se assim a
compatibilidade estática.

7.1.2 – Quanto ao engastamento: ( Ligação com a estrutura )

As Marquises podem estar ligadas à estrutura, das seguintes formas :

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MARQUISES VII - 3

a)-Engastadas em lajes :

O engastamento se realiza por meio da continuidade existente entre as lajes da


marquise e do piso

Figura 7.5 – Marquise engastada na laje L1.

Para cálculo da marquise ter-se-ia o seguinte esquema estático:

Figura 7.6 – Esquema estático da marquise.

Para o cálculo da laje conjugada, utiliza-se do efeito de superposição, somando-se


os resultados. Primeiramente, determinam-se os esforços para a laje L1 solicitada pelo
seu carregamento. Calcula-se, a seguir, a laje L1 solicitada pelo momento de
engastamento da marquise, enquanto se mantém a compatibilidade estática.

b)-Engastadas em vigas :

Pode-se engastar a marquise em vigas ligadas a pilares, como mostra a figura.

Figura 7.7- Marquise engastada na viga V1.

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MARQUISES VII - 4
O esquema estático para cálculo da marquise é análogo ao apresentado no item
anterior. Já para a viga que fornece o engastamento, o esquema estático é o
apresentado abaixo. No caso, para se manter a compatibilidade estática, a viga que
fornece o engastamento estará solicitada a uma carga distribuída vertical

correspondente à reação de apoio da marquise (cortante no engastamento da


marquise) além de um momento torçor distribuído (momento de engastamento da
marquise), mostrados na figura abaixo:

Figura 7.8 – Carregamentos e esforços na viga de engastamento.

c)- Engastadas em pilares :

As lajes da marquise se apóiam nos consolos, que por sua vez estão engastados
nos pilares.

Figura 7.9 - Corte e Planta da marquise engastada em pilares.

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MARQUISES VII - 5
O esquema estático e as armaduras são apresentadas na figura abaixo:

Figura 7.10 – Esquema Estático e diagramas de esforços.

Figura 7.11 – Detalhe da armadura da marquise e do pórtico.

7.2 – DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DAS LAJES :

Para o correto dimensionamento e adequada escolha de bitola e de espaçamento,


importa não esquecer algumas prescrições normativas:

a)- Armadura Mínima (item 19.3.3.2):

Dimensiona-se a armadura principal ( AS,Princ ) para o máximo momento solicitante


( Md ), supondo-se que a laje funcione como uma viga de largura igual a um metro e
altura igual a altura da laje. Tal armadura não deve ser inferior à mínima: AS,Min = ρmin *
Ac, ou seja, AS,Princ ≥ AS,Min. Os valores de ρmin estão mostrados na Tabela 7.1.

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MARQUISES VII - 6

Tabela 7.1 – Taxa Mínima de Armadura


Valores de ρmin* ( % )
ωmín fck 20 25 30 35 40 45 50
0,035
0,150 0,150 0,173 0,201 0,230 0,259 0,288
* Os valores de ρmin estabelecidos nesta tabela pressupõem o uso de aço CA-50, γc =
1,4 e γs = 1,15. Caso esses fatores sejam diferentes, ρmin deve ser recalculado com
base no valor de ωmín dado.

Para melhorar o desempenho e a dutilidade à flexão e à punção, assim como


controlar a fissuração, são necessários valores mínimos de armadura dados na tabela
7.2. Esta armadura deve ser constituída preferencialmente por barras com alta
aderência ou por telas soldadas.

Tabela 7.2 - Valores mínimos para armaduras


Armadura Elementos estruturais sem
armaduras ativas

Armaduras negativas ρs ≥ ρmin


Armaduras positivas de lajes
armadas nas duas direções ρs ≥ 0,67ρmin
Armadura positiva (principal)
de lajes armadas em uma ρs ≥ ρmin
direção
Armadura positiva ρs ≥ 20 % da armadura principal
(secundária) de lajes ρs ≥ 0,5 ρmin
armadas em uma direção 2
ρs ≥ 0,9 cm /m
ρs = As/bwh
Os valores de ρmin constam da tabela 7.1

b)- Espaçamentos:

O espaçamento da armadura principal das lajes armadas em uma direção não


deve exceder a:
⎧20 cm
S≤⎨
⎩2 * h
Para lajes armadas em cruz o espaçamento das armaduras nas duas direções não
devem exceder a 20 cm.

O espaçamento mínimo entre as armaduras deve ser de 7 cm.

c)- Diâmetro Máximo da Armadura:

Qualquer barra da armadura de flexão deve ter diâmetro no máximo igual a h/8.

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MARQUISES VII - 7

d)- Armadura de Distribuição:

A armadura positiva (secundária) de lajes armadas em uma direção ou armadura


de distribuição será dada por:
⎧1 / 5 * AS ,Pr inc

AS , Dist ≥ ⎨0,5 * AS , Min
⎪ 2
⎩0,9 cm / m

e)- Espaçamento Máximo da Armadura de Distribuição:

O espaçamento máximo da armadura de distribuição não deve exceder a 3Φ/m ou


seja s ≤ 33 cm.

7.3 - EXEMPLO : Calcular e detalhar a armadura das lajes L3 e L4 :


Dados : fck = 25 Mpa, Aço CA-50 e 60, hL3 = 10 e hL4 = 10 cm.

Figura 7.12 – Planta de eixo e de forma das lajes.

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MARQUISES VII - 8

a)- Carregamentos :

Para a marquise considera-se dois trechos com carregamentos diferenciados, ou seja:

Figura 7.13 – Faixas de distribuição do carregamento

Condição da faixa central ( de largura 1,0 m ) :

Peso próprio + carga acidental : ( 25 kN/m³ * 0,10 m + 0,90 kN/m² + 1,50 kN/m² )
= 4,9 kN/m²
Peitoril (alvenaria 1 + carga peitoril) : [ ( 1,85 kN/m² * 1,1 m ) + 2,0 kN/m ] = 4,035
kN/m
Peitoril ( carga horizontal ) : 0,8 kN/m

Condição da faixa lateral ( de largura 1,0 m ) :

Divide-se o peso do peitoril ( alvenaria 2 ) na área Lm2/3, ou seja:

Peso próprio + carga acidental : ( 25 kN/m³ * 0,10 m + 0,90 kN/m² + 1,50 kN/m² +
(1,85 kN/m² *1,1 m + 2,0 kN/m )/(1,56/3) ) = 12,66 kN/m²
Peitoril (alvenaria 1 + carga de peitoril ) : [ ( 1,85 kN/m² * 1,1 m ) + 2,0 kN/m ] =
4,035 kN/m

b)- Cálculo dos esforços :

Condição da faixa central ( de largura 1,0 m ) :

4,9 * (1,56) 2
Xy = + (4,035 *1,56) + (0,8 * 1,1) = 13,13KN ⋅ m / m
2

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MARQUISES VII - 9
Condição da faixa lateral ( de largura 1,0 m ) :

12,66 * (1,56) 2
Xy = + (4,035 *1,56) = 21,7 KN ⋅ m / m
2

Figura 7.14 – Momentos negativos compatibilizados

c)- Dimensionamento:

Condição da faixa central ( l = 4,0 m )

b ⋅ d 2 100 ⋅ 8,5 2
Kc = = = 3,93 ⇒ tabela A.3 ⇒ K s = 0,025
Md 1,4 ⋅ 1313

⎪⎧φ 8,0 c / 9 = 5,56 cm / m


2
K s ⋅ M d 0,025 ⋅ 1,4 ⋅ 1313
As = = = 5,4 cm 2 / m ⎨
d 8,5 ⎪⎩φ 10,0 c / 14 = 5,71 cm 2 / m

Condição da faixa lateral ( l = 0,5 m )

b ⋅ d 2 100 ⋅ 8,5 2
Kc = = = 2,38 ⇒ tabela A.3 ⇒ K s = 0,0275
Md 1,4 ⋅ 2170

⎪⎧φ 10,0 c / 8 = 10,0 cm / m


2
K s ⋅ M d 0,0275 ⋅ 1,4 ⋅ 2170
As = = = 9,83 cm / m ⎨
2

d 8,5 ⎪⎩φ 12,5 c / 12,5 = 10,0 cm 2 / m

Armadura Mínima: As,min = ρmin * Ac = 0,0015 * 100 * 10 = 1,5 cm2/m ≥ 0,9 cm2/m

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MARQUISES VII - 10
Bitola Máxima: Фmax ≤ h/8 ≤ 10/8 ≤ 12,5 mm

⎧20cm
Espaçamento Máximo ≤ ⎨
⎩2 * h = 20cm

Armadura de distribuição:
⎧1
⎪ 5 ⋅ As , princ = 2,0 cm / m
2

⎪⎪
As ,dist ≥ ⎨0,5 * As ,min = 0,75 cm 2 / m
⎪ 2
⎪0,9cm / m
⎪⎩

As,dist = 2,0 cm2/m = φ 6,3 c/ 15 cm = 2,10 cm2/m

Smax,dist ≤ 33 cm

Ancoragem: Para o fck = 25 MPa, ℓb = 38 * Ф

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MARQUISES VII - 11

d)- Detalhamento Final:

Figura 7.15 – Detalhamento da Marquise

1N = 0,1 kgf 1 MPa = 1 MN/m² = 10 kgf/cm²


1 kN = 100 kgf = 0,1 tf 1 kN/m = 100 kgf/m = 0,1 tf/m
1 kN.m = 100 kgf.m = 0,1 tf.m 1 kN/m² = 100 kgf/m² = 0,1 tf/m²
1 kN.cm = 100 kgf.cm = 0,1 tf.cm 1 kN/m³ = 100 kgf/m³ = 0,1 tf/m³
1 MPa = 0,1 kN/cm² = 100 N/cm²

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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 1

8 – VIGAS-PAREDE

8.1 – Definição:

Designam-se “vigas-parede” as vigas retas, geralmente de seção constante, cuja


relação entre o vão (L) e a altura total (h) da peça satisfaçam a uma das seguintes
condições:

Figura 8.1 – Definição de Vigas-Parede

Sendo o vão “L” dado pelo menor dos valores:

⎧a / 2 + lo + b / 2 ⎧a / 2 + lo
L≤⎨ L≤⎨
⎩1 .15 l o ⎩1 .15 lo

Figura 8.2 – Definição do Vão Teórico

8.2 – Altura Útil das vigas-parede:

Define-se a altura útil das vigas-parede como o menor valor:


⎧ − Vão Teórico ( L )
hu ≤ ⎨
⎩ − Altura ( h )
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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 2

8.3 – Largura Mínima das vigas-parede:

A largura b w das vigas-parede está limitada ao maior dos valores da tabela 8.1
abaixo:
Tabela 8.1 – Valores Mínimos de bw

8.4 – Dimensionamento:

Os esforços solicitantes devidos à cargas e a outras ações são calculados como


no caso das vigas de esbeltez normal.
Se M d designa o valor de cálculo do momento fletor, a seção da armadura
principal deve ser pelo menos igual àquela que, sob o mesmo momento M d , deveria
armar uma viga comum de mesma largura b w e braço de alavanca Z dado na tab. 8.2:

Tabela 8.2 – Valores do Braço de Alavanca Z

*Expressões nas quais h representa a altura total da parede.

Assim, a área de aço de combate à flexão é fornecida por:

Md
As =
f yd ⋅ Z

8.5 – Disposição da armadura principal longitudinal:

8.5.1 – Faixa para Distribuição da Armadura Longitudinal:

A armadura principal, cuja seção terá sido determinada de acordo com o item 8.3,
deve ser mantida, sem redução, de um apoio ao outro, e deve ser repartida sobre uma
altura igual a:
μ = 0.15 ⋅ h

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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 3

Figura 8.3 – Faixa para Distribuição da Armadura Principal

8.5.2 – Ancoragem da Armadura Longitudinal nos Apoios:

É necessário se ancorar as barras no apoio para a força Fd . O comprimento de


ancoragem se limita ao comprimento dos pilares, uma vez que se evita a dobra vertical
devido a um possível fendilhamento dessas barras.

0.8 ⋅ M d
Fd = 0.8 ⋅ Rst =
Z

Esta força corresponde a uma


tensão fb,at dada por:

Fd
f b ,at =
μ s * Δl

onde:
μ s = perímetro das barras a
serem ancoradas;
Δl = comprimento de
ancoragem.

Figura 8.4 – Ancoragem no Apoio

Fazendo-se N camadas de 2 barras, o perímetro μs fica :

μs = N*2*π*φ

A tensão f b,at não deve ser superior à tensão f bd , ou seja:

f b , at ≤ f bd

Substituindo-se os valores de fb,at e μs, vem:


Fd
≤ f bd
μ s * Δl

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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 4

Fd
N *φ ≥
2 * π * f bd

O valor de fbd é dado por:

f bd = η1 * η 2 *η 3 * f ctd

sendo:
fctm = 0,3 3 f ck 2
fctk,inf = 0,7 fctm
fctd = fctk,inf / γc

⎧1,0 para barras lisas (CA25 ou CA60)



η1 = ⎨1,4 para barras dentadas (CA60 dentado)
⎪2,25 para barras nervuradas (CA50)

⎧1,0 para situações de boa aderência


η2 = ⎨
⎩0,7 para situações de má aderência

⎧1,0 para φ < 32 mm


η3 = ⎨
⎩(132 - φ )/100, para φ > 32 mm

8.6 – Verificação da segurança em relação ao concreto comprimido:

Nas vigas-parede, o esforço cortante devido às cargas é determinado como nas


vigas comuns de esbeltez normal. Ele não deve ultrapassar o valor limite:

Vd,lim = 0.10 ⋅ bw ⋅ hu ⋅ f cd

ou seja: Vd ≤ Vd,lim

8.6 – Dimensionamento da armadura de alma:

Geralmente, é suficiente prever uma leve malha de armaduras ortogonais,


compostas por estribos verticais e barras horizontais dispostas em cada uma das faces.
As seções das barras da malha vertical e horizontal são dadas pela expressão:

Ash = Asv = 0.10 % ⋅ bw ⋅ s

Expressão em que “s” designa o espaçamento das barras da malha.


Um arranjo adequado da armadura na vizinhança dos apoios pode ser obtido pela
introdução de barras complementares, de mesmo diâmetro que a armadura de alma,
como indicado na figura abaixo:

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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 5

Figura 8.5 – Armaduras de Alma

8.7 – Armadura de Cisalhamento:

Nos casos em que Vd ≥ 0.75 ⋅ Vd ,lim é conveniente a adoção de estribos


oblíquos, no sentido de se assegurar a transferência de cargas aos apoios, cujo valor é
calculado pela seguinte expressão:

0.8 ⋅ Vd
A sc =
f yd
distribuída conforme figura abaixo:

Figura 8.6 – Armadura de Cisalhamento

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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 6

8.8 – EXEMPLO: Dimensionar e detalhar a viga-parede da figura abaixo. Existem


cargas distribuídas aplicadas nas faces inferior e superior, além do peso próprio.

Dados:
bw = 15 cm;
Fck = 30 Mpa = 3 KN/cm2;
Aço CA-50;
Cobrimento = 2,5 cm

Figura 8.7 – Carregamentos na Viga Parede

a) – Vão Teórico (L):


⎧a b
⎪ + l 0 + = 507 ,5 cm
L ≤ ⎨2 2 ⇒ L = 507 ,5 cm
⎪⎩1,15 l 0 = 557 ,75 cm

b) – Tipo de Viga:

L 507 ,5
= = 1, 41 < 2 ⇒ Viga − Parede
h 360

c) – Ações e Solicitações:

Peso próprio : q pp = 3,60 .0,15 .25 = 13,5 KN / m


Peso total : q t = 13,5 + 6,84 + 48 ,55 = 68 ,89 = 69 KN / m

q t L2 qt L
M K ,max = = 222 ,14 KN .m , VK = = 175 ,1 KN
8 2

Figura 8.8 – Diagramas de Esforços Solicitantes


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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 7

d) – Altura Útil hu:


⎧Vão Teórico = L = 507 ,5 cm
hu ≤ ⎨ ⇒ hu = 360 cm
⎩ Altura = h = 360 ,0 cm

d) – Verificação da Largura bw:


L3 γ f . qt 507 ,5 3 1, 4 . 0,69
bw , fliamb = . 3 = .
8 f cd . hu 8 3 3
. 360
1, 4
bw , flamb ≥ 6,84 cm ⇒ OK !
Vd 1, 4 . 175 ,1
bw ,cisal = =
0,1 . j cd .hu 3
0,1 . . 360
1, 4
bw ,cisal ≥ 3,18 cm ⇒ OK

bw,const ≥ 12 cm ⇒ OK

f) – Dimensionamento da Armadura Principal:

- Braço de alavanca Z:
Para 1 < L < 2 ⇒ Z = 0 , 2 . (L + 2 h )
h
Z = 0, 2 . (507 ,5 + 2 . 360 ) = 245 ,5 cm

- Área de Aço:

Md 1, 4 . 222 ,14
As , princ = =
Z . f yd 50
245 ,5 .
1,15
⎧⎪10 φ 6,3 = 3,15 cm 2
As , princ = 2,91 cm 2
⇒ ⎨
⎪⎩6 φ 8,0 = 3,0, cm 2 ⇒ adotado !

- Faixa para distribuição da armadura (parte inferior da viga):

μ = 0,15 . h
μ = 0,15 . 360
μ = 54 cm

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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 8

Figura 8.9 – Faixa de Distribuição da Armadura

- Ancoragem:

Md 1, 4 . 222 ,14
Fd = 0,8 . = 0,8 . = 101,34 KN
Z 245 ,5
f bd = η1 . η 2 . η 3 . f ctd
f bd = 2, 25 . 1,0 . 1,0 . 0,15 . 3 2
f ck
f bd = 2, 25 . 1,0 .1,0 . 0,15 . 3
30 2
f bd = 3, 26 MPa

Adotando-se Δl = 12,5 cm (os ferros penetram 12,5 cm no apoio), vem:

Fd 101,34
Nφ = = = 3,96 cm
2π . Δl . f bd 2π . 12,5 . 0,326

Variando-se as bitolas, fica:

⎧φ 6,3 ⇒ N = 6, 28 ≅ 7 camadas de 2 barras


Para ⎨
⎩φ 8,0 ⇒ N = 4,95 ≅ 5 camadas de 2 barras ⇒ adotado !

Distribuindo-se 5 x 2 φ 8.0 na faixa μ = 54 cm, vem:

Figura 8.10 – Armadura de Ancoragem

As,princ,ancoragem > As, princ ⇒ Adotar a ancoragem.

g)– Verificação do Concreto:

V d = 1, 4 . V k V d ,lim = 01 . bw . hu . f cd
V d = 1, 4 . 175 ,5 3
V d ,lim = 01 . 15 . 360 .
V d = 245 ,7 KN 1, 4
V d ,lim = 1157 KN
V d < V d ,lim OK !

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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 9

h)– Armadura de Alma (estribos):


Ash A
= sv = 0,1 % . bw . 100 = 1,5 cm 2 / cm em cada face
s s
Ash A ⎧φ 5,0 c / 13
= sv = 1,5 cm 2 / m ⇒ ⎨
s s ⎩φ 6,3 c / 21 ⇒ adotado !

Figura 8.11 – Armadura de Alma

i)– Armadura de Cisalhamento:

Como Vd ≤ 0,75Vdlim ,
pode-se dispensar a
armadura Asc.

Figura 8.12 – Armadura de Cisalhamento

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VIGAS-PAREDE ___ VIII - 10

j)– Detalhamento Final:

1N = 0,1 kgf 1 MPa = 1 MN/m² = 10 kgf/cm²


1 kN = 100 kgf = 0,1 tf 1 kN/m = 100 kgf/m = 0,1 tf/m
1 kN.m = 100 kgf.m = 0,1 tf.m 1 kN/m² = 100 kgf/m² = 0,1 tf/m²
1 kN.cm = 100 kgf.cm = 0,1 tf.cm 1 kN/m³ = 100 kgf/m³ = 0,1 tf/m³
1 MPa = 0,1 kN/cm² = 100 N/cm²

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 1

9 – RESERVATÓRIOS

9.1 – Definição:

O comportamento tridimensional de reservatórios d’água exige uma análise mais


detalhada, que consiste em calcular quadros hiperestáticos obtidos cortando o
reservatório segundo três planos: um horizontal e dois verticais (transversal e
longitudinal).
Porém, é comum a adoção de simplificações para se avaliar os esforços, isolando-
se os diversos elementos.
Assim sendo, calcula-se a tampa e o fundo como laje; as faces laterais como
placas (lajes) sob a ação do empuxo d’água, e como chapas (viga parede) ou como
vigas comuns sob a ação do peso próprio e dos pesos descarregados pelas lajes
horizontais (tampa e fundo). Para as faces laterais, calcula-se a placa e a chapa
separadamente, e superpõem-se as armaduras encontradas.
Os reservatórios são divididos em dois grupos:
• Reservatórios elevados;
• Reservatórios subterrâneos.

9.2 – Reservatórios Elevados:

Na figura 9.1 apresenta-se a planta de um reservatório elevado cujas lajes da


tampa e do fundo se apóiam nas vigas VR1, VR2, VR3 e VR4, que por sua vez, se
apóiam nos pilares P1, P2, P3 e P4.

Figura 9.1 – Perspectiva, Planta do Fundo e Corte do Reservatório

9.2.1 – Funcionamento Tridimensional:


Na figura 9.2 apresenta-se os carregamentos e o diagrama de momento fletor
admitindo-se o quadro hiperestático de um dos cortes verticais ( Corte AA ).

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 2

Figura 9.2 – Carregamentos e Diagrama de Momento Fletor do Corte AA

Já para a figura 9.3, apresentam-se os carregamentos e os momentos fletores do


quadro hiperestático do plano horizontal.

Figura 9.3 – Carregamentos e Diagrama de Momento Fletor em Planta

9.2.2 – Funcionamento Simplificado:

9.2.2.1 – Carregamentos nas Lajes:

a)– Laje da Tampa ( Horizontal ):

São solicitadas, geralmente, pelo peso próprio, por uma impermeabilização inferior
e outra superior além da carga acidental ( laje sem acesso ao público ).

b)– Laje do Fundo ( Horizontal ):

Atuam, além do peso próprio, a impermeabilização superior, o reboco inferior (se


houver) e o peso d´água. Pode-se desprezar a carga acidental.

c)– Lajes Laterais:

As paredes laterais (vigas) funcionam como placas (lajes) sob a ação do empuxo
d´água. No caso, o carregamento é triangular e distribuído na área da laje.

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 3
9.2.2.2 – Reação das Lajes nas Vigas (quinhão de cargas das lajes nas vigas):

Supondo-se que as lajes horizontais (tampa e fundo) são sustentadas pelas vigas
laterais, determinam-se as reações por áreas de influência ou por quinhões de cargas
que cada viga recebe.

Definindo-se:
lx = menor vão;
ly = maior vão;
q = carga total distribuída na área da laje

Figura 9.5 – Reações das Lajes

As cargas distribuídas médias nas vigas paralelas aos lados lx e ly serão:


1 lx
Rx = ⋅ q ⋅ l x = ..........( KN / m) e Ry = Rx ⋅ (2 − ) = ..........( KN / m)
4 ly

9.2.2.3 – Cargas nas vigas:

As vigas são solicitadas pelo peso próprio, revestimentos e as reações das lajes
da tampa e do fundo (conforme item anterior)

9.2.2.4 – Cálculo dos esforços nos elementos:


9.2.2.4.1 – Lajes:
Através de tabelas para cálculo dos esforços em lajes, determinam-se os
momentos, de acordo com as condições de contorno (apoios e engastes são baseados
nos esforços obtidos no modelo tridimensional). Posteriormente, compatibiliza-se os
momentos das bordas das lajes.

a) – Laje da tampa: É uma laje simplesmente apoiada nas quatro bordas.

Figura 9.6 – Momentos na tampa

b) – Laje do fundo: Supõem-se o engastamento nas quatro bordas.

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 4

Figura 9.7 – Momentos no fundo


c) – Lajes verticais (paredes): São solicitadas pelo empuxo d´água, admitindo-se o
apoio na laje da tampa e o engastamento nas lajes laterais e do fundo:

Figura 9.8 – Momentos nas lajes verticais


d) – Compatibilização dos momentos das bordas: Como as lajes foram calculadas
separadamente, é necessário a compatibilização dos momentos de engastamento nas
bordas:

Figura 9.9 – Compatibilização dos Momentos das bordas


Esta compatibilização se fará, para cada caso, através da relação:
⎧ Mb (1) + Mb (2 )

Mbequilíbrio ≥⎨ 2
⎪⎩ 0.8 * Mb (maior )

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 5
9.2.2.4.2 – Vigas:
Conhecido o quinhão das lajes, os esforços são calculados para a viga isostática
(comum ou parede, conforme o caso).

Figura 9.10 – Viga isostática


Observação : As paredes laterais são solicitadas pelo empuxo d’água e por cargas
gravitacionais (reações das lajes, peso próprio e revestimentos) que foram consideradas
independentemente para as paredes calculadas como lajes e como vigas. Adota-se,
usualmente, a maior das armaduras encontradas para a laje e ou para a viga. Isto, para
cada direção da parede.

9.2.3 – Exemplo:

Dimensionar e detalhar o reservatório elevado.

Figura 9.11 – Planta de Forma do Reservatório

Dados: fck = 30 Mpa Cobrimento viga = 3,0 cm


Aço CA 50 e 60 Cobrimento laje = 2,0 cm

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 6
9.2.3.1 - Resolução como lajes:

a) - Carregamento das lajes:

Tampa Fundo Laterais


Peso Próprio = 0.08*25 = 2 Peso Próprio = 0.15*25 = 3.75 Empuxo d´água =
Impermeabilização = 2*1,5 = 3 Impermeabilização = 1,5 3,37*10 = 33,7
Carga Acidental = 0,5 Peso d´água = 3,37*10= 33,7
qtampa = 5,5 KN/m2 qfundo = 38,95 KN/m2 qempuxo = 33,7 KN/m2

b) - Esforços nas lajes:

• Tampa:

q tampa = 5,5 KN / m 2
L x = 4,15 m L y = 5,15 m
ly ⎧m x = 15,9
= 1,25 → ⎨ (Tabela C .1)
lx ⎩m y = 22,4
M x = 5,5 x 4,15 2 / 15,9 = 5,96 KN . m / m
M y = 5,5 x 4,15 2 / 22,4 = 4,23 KN . m / m Figura 9.12 – Carregamento e
momentos do tampa

• Fundo:

q fundo = 39 KN / m 2
L x = 4,15 m L y = 5,15 m
⎧m x = 33,4
⎪m = 50,5
ly ⎪ y
= 1,25 → ⎨ (Tabela C.9)
lx ⎪ n x = 14,9
⎪n y = 17,7

M x = 39 x 4,15 2 / 33,4 = 20,11 KN . m / m
M y = 39 x 4,15 2 / 50,5 = 13,30 KN . m / m
Figura 9.13 – Carregamento e
M bx = 39 x 4,15 2 / 14,9 = − 45,08 KN . m / momentos do fundo
M by = 39 x 4,15 2 / 17,7 = − 37,95 KN . m /

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 7
• Lateral (VR1 = VR2):

qlateral = 33,7 KN / m 2
Lx = 3,485 m L y = 5,15 m
⎧m x = 48,2
⎪m = 83,2
ly ⎪ y
= 1,50 → ⎨ (Tabela C.10)
lx ⎪ n x = 18,8
⎪n y = 28,2

M x = 33,7 x3,485 2 / 48,2 = 8,5 KN . m / m
M y = 33,7 x3,485 2 / 83,2 = 4,92 KN . m /
Figura 9.14 – Carregamento e
Mbx = 33,7 x3,485 2 / 18,8 = − 21,77 KN momentos da lateral
Mb y = 33,7 x3,485 2 / 28,2 = − 14,51 KN .

• Lateral (VR3 = VR4):


qlateral = 33,7 KN / m 2
Lx = 3,485 m L y = 4,15 m
⎧m x = 65,2
⎪m = 77,7
ly ⎪ y
= 1,20 → ⎨ (Tabela C.10
lx ⎪n x = 22,9
⎪n y = 30,3

M x = 33,7 x 3,485 2 / 65,2 = 6,28 KN . m /
M y = 33,7 x 3,485 2 / 77,7 = 5,27 KN . m /
Figura 9.15 – Carregamento e
M bx = 33,7 x 3,485 2 / 22,9 = − 17,84 KN momentos da lateral
M by = 33,7 x 3,485 2 / 28,2 = − 13,5 KN .

c)- Compatibilização dos momentos de borda:

Figura 9.16 – Momentos de borda das lajes

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 8

⎧ − 14,51 − 13,50
⎪M ed = = − 14,01 KN . m / m (adotado)
Lateral / Lateral ⇒ ⎨ 2
⎪⎩M A1 = 0,8 × −14,51 = − 11,61 KN . m / m
⎧ − 17,87 − 37,95
⎪M ed = = − 27,91 KN . m / m
Lateral / Fundo ⇒ ⎨ 2
⎪⎩M A1 = 0,8 × −37,95 = − 30,36 KN . m / m (adotado)
⎧ − 21,77 − 45,08
⎪M ed = = − 33,43 KN . m / m
Lateral / Fundo ⇒ ⎨ 2
⎪⎩M A1 = 0,8 × −45,08 = − 36,06 KN . m / m (adotado)

d)- Dimensionamento da armadura positiva das lajes:

• Tampa:

h = 8 cm → d = h − d ' = 8 − 2,5 = 5,5 cm


bw × d 2 100 × 5,5 2
bw × d 2
100 × 5,52
K cy = =
K cx = = Md y 1,4 × 423
Md x 1,4 × 596
K cy = 5,11 → (Tabela A.3) → K sy = 0,024
K cx = 3,62 → (Tabela A.3) → K sx = 0,025
Md x 1,4 × 596 Md y 1,4 × 423
Asx = K sx × = 0,025 × Asy = K sy × = 0,024 ×
d 5,5 d 5,5
⎧φ 6,3 c / 8,0 cm ⎧φ 6,3 c / 12 cm
Asx = 3,79 cm 2 / m ⎨ Asy = 2,58 cm 2 / m ⎨
⎩φ 8,0 c / 12,5 cm ⎩φ 8,0 c / 19 cm

Para f ck = 30 MPa → ρ min = 0,173 %


0,173
As min = ρ min × bw × h = × 100 × 8
100
As min = 1,38 cm 2 / m > 0,9 cm 2 / m
h 8
φ max ≤ = → φ max = 10,0 mm
8 8
⎧20 cm Figura 9.17 – Armadura positiva
s max ≤ ⎨ da tampa
⎩2 × h = 2 × 8 = 16 cm

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 9
• Fundo:

h = 15 cm → d = h − d ' = 15 − 2,5 = 12,5 cm


bw × d 2 100 × 12,5 2
bw × d 2
100 × 12,5 2
K cy = =
K cx = = Md y 1,4 × 1330
Md x 1,4 × 2011
K cy = 8,39 → (TabelaA.3) → K sy = 0,024
K cx = 5,55 → (Tabela A.3) → K sx = 0,024
Md x 1,4 × 2011 Md y 1,4 × 1330
Asx = K sx × = 0,024 × Asy = K sy × = 0,024 ×
d 12,5 d 12,5
⎧φ 8,0 c / 9 cm ⎧φ 8,0 c / 14 cm
Asx = 5,40 cm 2 / m ⎨ Asy = 3,58 cm 2 / m ⎨
⎩φ 10,0 c / 14 cm ⎩φ 10,0 c / 22 cm
0,173
As min = ρ min × bw × h = × 100 × 15
100
As min = 2,60 cm 2 / m > 0,9 cm 2 / m

h 15
φ max ≤ = → φ max = 18,0 mm
8 8
⎧20 cm
s max ≤ ⎨ Figura 9.18 – Armadura positiva
⎩2 × h = 2 × 15 = 30 cm do fundo

• Lateral VR1 = VR2:

h = 15 cm → d = h − d ' = 15 − 2,5 = 12,5 cm


bw × d 2 100 × 12,5 2
bw × d 2
100 × 12,5 2 K cy = =
K cx = = Md y 1,4 × 492
Md x 1,4 × 850
K cy = 22,68 → (Tabela A.3) → K sy = 0,023
K cx = 13,13 → (Tabela A.3) → K sx = 0,023
Md y 1,4 × 492
Md x 1,4 × 850 Asy = K sy × = 0,023 ×
Asx = K sx × = 0,023 × d 12,5
d 12,5
Asy = 1,27 cm 2 / m
Asx = 2,19 cm / m 2

0,173
As min = ρ min × bw × h = × 100 × 15
100
As min = 2,60 cm 2 / m > 0,9 cm 2 / m
h 15
φ max ≤ = → φ max = 18,0 mm
8 8
⎧20 cm
s max ≤ ⎨ Figura 9.19 – Armadura positiva da
⎩2 × h = 2 × 15 = 30 cm
lateral VR1 = VR2
Como Asx = 2,19 cm 2 / m e Asy = 1,26 cm 2 / m < As min = 2,60 cm 2 / m
⎧φ 6,3 c / 12 cm
Adotar para ambos As = As min = 2,60 cm 2 / m ⎨
⎩φ 8,0 c / 19 cm

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 10
• Lateral VR3 = VR4:

h = 15 cm → d = h − d ' = 15 − 2,5 = 12,5 cm


b × d 2 100 × 12,5 2 bw × d 2 100 × 12,5 2
K cx = w = K cy = =
Md x 1,4 × 628 Md y 1,4 × 527
K cx = 17,7 → (Tabela A.3) → K sx = 0,023 K cy = 21,18 → (Tabela A.3) → K sy = 0,023
Md x 1,4 × 628 Md y 1,4 × 527
Asx = K sx × = 0,023 × Asy = K sy × = 0,023 ×
d 12,5 d 12,5
Asx = 1,62 cm / m2
Asy = 1,36 cm 2 / m
0,173
As min = ρ min × bw × h = × 100 × 15
100
As min = 2,60 cm 2 / m > 0,9 cm 2 / m

h 15
φ max ≤ = → φ max = 18,0 mm
8 8
⎧20 cm
s max ≤ ⎨
⎩2 × h = 2 × 15 = 30 cm Figura 9.20 – Armadura positiva da
lateral VR3 = VR4
Como Asx = 2,19 cm 2 / m e Asy = 1,26 cm 2 / m < As min = 2,60 cm 2 / m
⎧φ 6,3 c / 12 cm
Adotar para ambos As = As min = 2,60 cm 2 / m ⎨
⎩φ 8,0 c / 19 cm

e)- Dimensionamento das armaduras de borda (negativas):

- Fundo com Laterais VR1 = VR2:

M k = − 32,06 KN .m / m
bw × d 2 100 × 12,5 2
Kc = =
Md 1,4 × 3606
K c = 3,1 → (Tabela A.3) → K s = 0,0255
Md 1,4 × 3606
As = K s × = 0,0255 ×
d 12,5
⎧φ 10,0 c / 7,5 cm
As = 10,30 cm 2 / m ⎨
⎩φ 12,5 c / 12 cm

1
lb = × maior dos menores lados
4
⎧VR = VR2 = 3,485 m Figura 9.21 – Armadura negativa do
menores lados⎨ 1
⎩ fundo = 4,150 m
Fundo com a lateral VR1 = VR2
4,150
lb = = 1,04 m
4

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 11
- Fundo com Laterais VR3 = VR4:

M k = − 30,36 KN .m / m
bw × d 2 100 × 12,5 2
Kc = =
Md 1,4 × 3036
K c = 3,68 → (Tabela A.3) → K s = 0,025
Md 1,4 × 3036
As = K s × = 0,025 ×
d 12,5
⎧φ 10,0 c / 9 cm
As = 8,50 cm 2 / m ⎨
⎩φ 12,5 c / 14 cm
1
lb = × maior dos menores lados
4
⎧VR = VR4 = 3,485 m
menores lados⎨ 3
⎩ fundo = 4,150 m
4,150 Figura 9.22 – Armadura negativa do
lb = = 1,04 m Fundo com a lateral VR3 = VR4
4

- Lateral VR1 = VR2 com Lateral VR3 = VR4:

M k = − 14,01 KN .m / m
bw × d 2 100 × 12,5 2
Kc = =
Md 1,4 × 1401
K c = 7,97 → (Tabela A.3) → K s = 0,024
Md 1,4 × 1401
As = K s × = 0,024 ×
d 12,5
⎧φ 8,0 c / 13 cm

As = 3,77 cm / m ⎨φ 10,0 c / 20,5 cm
2

⎪φ 12,5 c / 32,5 cm

1
lb = × maior dos menores lados
4 Figura 9.23 – Armadura negativa
⎧VR1 = VR2 = 3,485 m das Laterais
menores lados ⎨
⎩VR3 = VR4 = 3,485 m
3,485
lb = = 0,87 m
4

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 12
f)- Reações das lajes nas vigas:

• Tampa (qt = 5,5 Kn/m2): (tabela C.1)

V x = 0,30 → R x = q × l x × V x = 5,5 × 4,15 × 0,30


R x = 6,85 KN / m
V y = 0,20 → R y = q × l y × V y = 5,5 × 5,15 × 0,20
R y = 5,67 KN / m

• Fundo (qf = 39 Kn/m2): (tabela C.9)

V x = 0,30 → R x = q × l x × V x = 39 × 4,15 × 0,30


R x = 48,56 KN / m
V y = 0,20 → R y = q × l y × V y = 39 × 5,15 × 0,20
R y = 40,17 KN / m

g)- Cálculo das Vigas Paredes:

As vigas-parede serão calculadas para o carregamento gravitacional conforme


item anterior. Deve-se, ainda, comparar a armadura obtida para o empuxo d’água e
para o cálculo das vigas-parede e se adotar a maior das armaduras para cada
direção.

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 13
h)- Detalhamento Final

Figura 9.24 – Detalhamento do Reservatório

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RESERVATÓRIOS ______ IX - 14

1N = 0,1 kgf 1 MPa = 1 MN/m² = 10 kgf/cm²


1 kN = 100 kgf = 0,1 tf 1 kN/m = 100 kgf/m = 0,1 tf/m
1 kN.m = 100 kgf.m = 0,1 tf.m 1 kN/m² = 100 kgf/m² = 0,1 tf/m²
1 kN.cm = 100 kgf.cm = 0,1 tf.cm 1 kN/m³ = 100 kgf/m³ = 0,1 tf/m³
1 MPa = 0,1 kN/cm² = 100 N/cm²

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APÊNDICE A – TABELAS DE ARMADURAS E DE FLEXÃO SIMPLES _A-1

TABELA A.1 – Área da Seção de Armadura As (cm2)

TABELA A.2 – Área da Seção de Armadura Por Metro de Largura (cm2/m)

___________________________________________________________________
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APÊNDICE A – TABELAS DE ARMADURAS E DE FLEXÃO SIMPLES _A-2

TABELA A.3 – Dimensionamento à Flexão Simples Para γc = 1.4 e γs = 1.15


Armadura Armadura Dupla : Unidades: KN , cm
Simples: M d ,3 lim ΔM d
As = K s + K s2 1N = 0,1 Kgf
d d − d' 1KN = 100 Kgf = 0,1tf
Md ΔM d 1KN.m = 100 Kgf.m = 0,1 tf.m
As = K s As' = K s' 1 KN.cm = 100 Kgf.cm = 0,1 tf.cm
d d − d' 1 MPa = 0,1 KN/cm2 = 100 N/cm2

Para ξ =ξ3lim δ = d´/d


Ks´
Aço Ks2
0,05 0,10 0,15 0,20
CA-50A 0,023 0,023 0,023 0,023 0,023
CA-60B 0,019 0,021 0,022 0,024 0,026

Kc = bw * d2 / Md Ks

ξ=x/d Para fck (Mpa) Para os aços


CA- CA-
15 20 25 30 35 40 45 50 50A 60B
0,02 69,2 51,9 41,5 34,9 29,6 25,9 23,1 20,8 0,023 0,019
0,04 34,9 26,2 20,9 17,4 14,9 13,1 11,6 10,5 0,023 0,019
0,06 23,4 17,6 14,1 11,7 10,0 8,8 7,8 7,0 0,024 0,020
0,08 17,7 13,3 10,6 8,9 7,6 6,6 5,9 5,3 0,024 0,020

Domínio 2
0,10 14,3 10,7 8,6 7,1 6,1 5,4 4,8 4,3 0,024 0,020
0,12 12,0 9,0 7,2 6,0 5,1 4,5 4,0 3,6 0,024 0,020
0,14 10,4 7,8 6,2 5,2 4,5 3,9 3,5 3,1 0,024 0,020
0,16 9,2 6,9 5,5 4,6 3,9 3,4 3,1 2,7 0,025 0,020
0,18 8,2 6,2 4,9 4,1 3,5 3,1 2,7 2,5 0,025 0,021
0,20 7,4 5,6 4,5 3,7 3,2 2,8 2,5 2,2 0,025 0,021
0,22 6,8 5,1 4,1 3,4 2,9 2,6 2,3 2,1 0,025 0,021
0,24 6,3 4,7 3,8 3,2 2,7 2,4 2,1 1,9 0,025 0,021
0,2593 5,9 4,4 3,5 3,0 2,5 2,2 2,0 1,8 0,026 0,021
0,26 5,9 4,4 3,5 2,9 2,5 2,2 2,0 1,8 0,026 0,021
0,28 5,5 4,1 3,3 2,8 2,4 2,1 1,8 1,7 0,026 0,022
0,30 5,2 3,9 3,1 2,6 2,2 1,9 1,7 1,6 0,026 0,022
Domínio 3

0,32 4,9 3,7 3,0 2,5 2,1 1,8 1,6 1,5 0,026 0,022
0,34 4,7 3,5 2,8 2,3 2,0 1,8 1,6 1,4 0,027 0,022
0,36 4,5 3,3 2,7 2,2 1,9 1,7 1,5 1,3 0,027 0,022
0,38 4,3 3,2 2,6 2,1 1,8 1,6 1,4 1,3 0,027 0,023
0,40 4,1 3,1 2,5 2,0 1,8 1,5 1,4 1,2 0,027 0,023
0,4384 3,8 2,8 2,3 1,9 1,6 1,4 1,3 1,1 0,028 0,023
0,44 3,8 2,8 2,3 1,9 1,6 1,4 1,3 1,1 0,028 -
0,46 3,7 2,7 2,2 1,8 1,6 1,4 1,2 1,1 0,028 -
0,48 3,5 2,7 2,1 1,8 1,5 1,3 1,2 1,1 0,028 -
0,50 3,4 2,6 2,1 1,7 1,5 1,3 1,1 1,0 0,029 -
0,52 3,3 2,5 2,0 1,7 1,4 1,2 1,1 1,0 0,029 -
0,54 3,2 2,4 1,9 1,6 1,4 1,2 1,1 1,0 0,029 -
0,56 3,2 2,4 1,9 1,6 1,4 1,2 1,1 0,9 0,030 -
0,58 3,1 2,3 1,8 1,5 1,3 1,2 1,0 0,9 0,030 -
0,60 3,0 2,3 1,8 1,5 1,3 1,1 1,0 0,9 0,030 -
0,6283 2,9 2,2 1,8 1,5 1,3 1,1 1,0 0,9 0,031 -

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APÊNDICE A – TABELAS DE ARMADURAS E DE FLEXÃO SIMPLES _A-3

TABELA A.4 – Taxa Mínima de Armadura de Flexão para Lajes e Vigas

Valores de ρmin* ( % )
Forma da seção fck 20 25 30 35 40 45 50
ωmín
Retangular 0,035 0,150 0,150 0,173 0,201 0,230 0,259 0,288
T(mesa comprimida) 0,024 0,150 0,150 0,150 0,150 0,158 0,177 0,197
T (mesa tracionada) 0,031 0,150 0,150 0,153 0,178 0,204 0.229 0,255
Circular 0,070 0,230 0,288 0,345 0,403 0,460 0,518 0,575
* Os valores de ρmin estabelecidos nesta tabela pressupõem o uso de aço CA-50,
γc = 1,4 e γs = 1,15. Caso esses fatores sejam diferentes, ρmin deve ser recalculado
com base no valor de ωmín dado.
Nas seções tipo T, a área da seção a ser considerada deve ser caracterizada pela
alma acrescida da mesa colaborante.

Para melhorar o desempenho e a dutilidade à flexão e à punção, assim como


controlar a fissuração, são necessários valores mínimos de armadura dados na tabela
A.4. Esta armadura deve ser constituída preferencialmente por barras com alta
aderência ou por telas soldadas.

Armadura Elementos estruturais sem


armaduras ativas

Armaduras negativas ρs ≥ ρmin


Armaduras positivas de
lajes armadas nas duas ρs ≥ 0,67ρmin
direções
Armadura positiva
(principal) de lajes ρs ≥ ρmin
armadas em uma direção
Armadura positiva ρs ≥ 20 % da armadura principal
(secundária) de lajes ρs ≥ 0,5 ρmin
armadas em uma direção
ρs ≥ 0,9 cm /m
2

ρs = As/bwh
Os valores de ρmin constam da tabela A.4

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APÊNDICE A – TABELAS DE ARMADURAS E DE FLEXÃO SIMPLES _A-4

TABELA A.6 – LIMITES PARA FUROS E ABERTURAS EM LAJES

Em lajes lisas ou lajes-cogumelo, a resistência e deformação devem ser


verificados e não ultrapassar os limites previstos na Norma NBR-6118. De maneira
geral os furos têm dimensões pequenas em relação ao elemento estrutural enquanto as
aberturas não. Um conjunto de furos muito próximos deve ser tratado como uma
abertura.
Outros tipos de lajes podem ser dispensados dessa verificação, devendo ser
armada nas duas direções e verificadas, simultaneamente, as seguintes condições:

a)- as dimensões da abertura


devem corresponder no
máximo a 1/10 do vão
menor (lx);
b)- a distância entre a face de
uma abertura e uma
borda livre da laje deve
ser igual ou maior que ¼
do vão, na direção
considerada; e
c)- a distância de aberturas
adjacentes deve ser maior
que a metade do menor
vão.

TABELA A.7 – ARMADURAS EM BORDAS LIVRES E ABERTURAS EM LAJES :

Em bordas livres e junto às aberturas devem ser respeitadas as prescrições


mínimas contidas na figura abaixo. Os valores de lb são calculados conforme tabela D.1
e D.2 do apêndice D.

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-1

TABELA B.1 – Ábacos de interação – ν x μ

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-2

TABELA B.2 – Ábacos de interação – ν x μ

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-3

TABELA B.3 – Ábacos de interação – ν x μ

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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.
APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-4

TABELA B.4 – Ábacos de interação – ν x μ

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-5

TABELA B.5 – Ábacos de interação – ν x μ

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-6

TABELA B.6 – Ábacos de interação – ν x μ

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-7

TABELA B.7 – Ábacos de interação – ν x μ

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-8

TABELA B.8 – Ábacos de interação –ν x μ

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B-9

TABELA B.9 – Ábacos de Interação υ x μx x μy

TABELA B.10 – Ábacos de Interação υ x μx x μy

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B - 10

TABELA B.11 – Ábacos de Interação υ x μx x μy

TABELA B.12 – Ábacos de Interação υ x μx x μy

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APÊNDICE B – ÁBACOS DE INTERAÇÃO___________________ B - 11

TABELA B.13 – Ábacos de Interação υ x μx x μy

TABELA B.14 – Ábacos de Interação υ x μx x μy

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APÊNDICE C – TABELAS DE ESFORÇOS DE LAJES __ C-1
Tabela C.1
LAJE RETANGULAR COM 4 BORDAS APOIADAS - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx vy f
1,00 22,7 22,7 - - 0,250 0,250 21,4
1,05 20,8 22,5 - - 0,262 0,238 19,4
1,10 19,3 22,3 - - 0,273 0,227 17,8
1,15 18,1 22,3 - - 0,283 0,217 16,5
1,20 16,9 22,3 - - 0,292 0,208 15,4
1,25 15,9 22,4 - - 0,300 0,200 14,3
1,30 15,2 22,7 - - 0,308 0,192 13,6
1,35 14,4 22,9 - - 0,315 0,185 12,9
1,40 13,8 23,1 - - 0,321 0,179 12,3
1,45 13,2 23,3 - - 0,327 0,173 11,7
1,50 12,7 23,5 - - 0,333 0,167 11,2
1,55 12,3 23,5 - - 0,339 0,161 10,8
1,60 11,9 23,5 - - 0,344 0,156 10,4
1,65 11,5 23,5 - - 0,349 0,152 10,1
1,70 11,2 23,5 - - 0,353 0,148 9,8 pl x2
M x = R x = ql x v x
1,75 10,8 23,5 - - 0,357 0,144 9,5 mx
1,80 10,7 23,5 - - 0,361 0,139 9,3 pl x2
1,85 10,4 23,5 - - 0,365 0,136 9,1 M y = R y = ql y v y
my
1,90 10,2 23,5 - - 0,368 0,132 8,9
1,95 10,1 23,5 - - 0,372 0,129 8,7 p * l x4
a =
2,00 9,9 23,5 - - 0,375 0,125 8,6 Ech 3 f
>2,00 8,0 23,5 - - 6,7

Tabela C.2
LAJE RETANGULAR COM 3 BORDAS LIVREMENTE APOIADAS E
UMA BORDA MENOR (Lx) ENGASTADA - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx vy1 vy2 f


1,00 32,4 26,5 - 11,9 0,183 0,402 0,232 31,2
1,05 29,2 25,0 - 11,3 0,193 0,388 0,226 27,6
1,10 26,1 24,4 - 10,9 0,202 0,378 0,218 24,7
1,15 23,7 23,9 - 10,4 0,211 0,366 0,212 22,3
1,20 22,0 23,8 - 10,1 0,220 0,355 0,205 20,3
1,25 20,2 23,6 - 9,8 0,230 0,342 0,198 18,7
1,30 19,0 23,7 - 9,6 0,239 0,331 0,191 17,3
1,35 17,8 23,7 - 9,3 0,248 0,320 0,184 16,1
1,40 16,8 23,8 - 9,2 0,256 0,310 0,179 15,1
1,45 15,8 23,9 - 9,0 0,264 0,300 0,173 14,2
1,50 15,1 24,0 - 8,9 0,272 0,289 0,167 13,5
1,55 14,3 24,0 - 8,8 0,280 0,280 0,161 12,8
1,60 13,8 24,0 - 8,7 0,286 0,272 0,156 12,2
1,65 13,2 24,0 - 8,6 0,292 0,265 0,152 11,7
1,70 12,8 24,0 - 8,5 0,298 0,257 0,148 11,2
1,75 12,3 24,0 - 8,5 0,304 0,249 0,144 10,8
1,80 12,0 24,0 - 8,4 0,310 0,241 0,139 10,5
1,85 11,5 24,0 - 8,4 0,315 0,235 0,136 10,1
1,90 11,3 24,0 - 8,3 0,320 0,229 0,132 9,9
1,95 10,9 24,0 - 8,3 0,325 0,223 0,129 9,6
2,00 10,8 24,0 - 8,2 0,329 0,217 0,125 9,4
>2,00 8,0 24,0 - 8,0 6,7
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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.
APÊNDICE C – TABELAS DE ESFORÇOS DE LAJES __ C-2
Tabela C.3
LAJE RETANGULAR COM 3 BORDAS LIVREMENTE APOIADAS E UMA
BORDA MAIOIR (Ly) ENGASTADA - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx1 vy vx2 f


1,00 26,5 32,4 11,9 - 0,402 0,183 0,232 31,2
1,05 25,7 33,3 11,3 - 0,412 0,175 0,238 29,2
1,10 24,4 33,9 10,9 - 0,422 0,167 0,244 27,4
1,15 23,3 34,5 10,5 - 0,431 0,160 0,249 26,0
1,20 22,3 34,9 10,2 - 0,440 0,153 0,254 24,8
1,25 21,4 35,2 9,9 - 0,447 0,147 0,259 23,8
1,30 20,7 35,4 9,7 - 0,455 0,141 0,263 22,9
1,35 20,1 37,2 9,4 - 0,461 0,136 0,267 22,1
1,40 19,7 39,9 9,3 - 0,468 0,131 0,270 21,5
1,45 19,2 41,1 9,1 - 0,474 0,126 0,274 20,9
1,50 18,8 42,5 9,0 - 0,479 0,122 0,277 20,4
1,55 18,3 42,5 8,9 - 0,484 0,118 0,280 20,0
1,60 17,8 42,5 8,8 - 0,488 0,115 0,282 19,6
1,65 17,5 42,5 8,7 - 0,492 0,112 0,285 19,3 pl x2
Mx = Rx1 = ql x vx1
1,70 17,2 42,5 8,6 - 0,496 0,109 0,287 19,0 mx
1,75 17,0 42,5 8,5 - 0,500 0,106 0,290 18,7 pl x2
1,80 16,8 42,5 8,4 - 0,504 0,102 0,292 18,5 My = Rx 2 = ql x vx 2
my
1,85 16,5 42,5 8,3 - 0,507 0,100 0,294 18,3
pl x2
1,90 16,4 42,5 8,3 - 0,511 0,097 0,296 18,1 Xx = R y = ql y v y
nx
1,95 16,3 42,5 8,3 - 0,514 0,095 0,298 18,0
p*l x4
2,00 16,2 42,5 8,3 - 0,517 0,092 0,299 17,8 a=
Ec h 3 f
>2,00 14,2 42,5 8,0 - - - - 16,7

Tabela C.4
LAJE RETANGULAR COM DUAS BORDAS MAIOR (Ly) APOIADAS E DUAS
BORDAS MENORES (Lx) ENGASTADAS - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx vy f
1,00 46,1 31,6 - 14,3 0,144 0,356 45,3
1,05 39,9 29,8 - 13,4 0,151 0,349 39,2
1,10 36,0 28,8 - 12,7 0,159 0,341 34,4
1,15 31,9 27,7 - 12,0 0,166 0,334 30,4
1,20 29,0 26,9 - 11,5 0,173 0,327 27,2
1,25 26,2 26,1 - 11,1 0,180 0,320 24,5
1,30 24,1 25,6 - 10,7 0,188 0,312 22,3
1,35 22,1 25,1 - 10,3 0,196 0,304 20,4
1,40 20,6 24,8 - 10,0 0,203 0,297 18,8
1,45 19,3 24,6 - 9,8 0,210 0,290 17,5
1,50 18,1 24,4 - 9,5 0,217 0,283 16,3
1,55 17,0 24,3 - 9,3 0,225 0,275 15,3
1,60 16,2 24,3 - 9,2 0,233 0,267 14,4
1,65 15,4 24,3 - 9,1 0,240 0,261 13,7 pl x2
M x = R x = ql x v x
1,70 14,7 24,3 - 8,9 0,246 0,254 13,0 mx
1,75 14,0 24,3 - 8,8 0,253 0,248 12,4 pl x2
M y = R y = ql y v y
1,80 13,5 24,3 - 8,7 0,259 0,241 11,9 my
1,85 13,0 24,3 - 8,6 0,265 0,235 11,4 pl x2
X y =
1,90 12,6 24,3 - 8,5 0,270 0,229 11,0 ny
1,95 12,1 24,3 - 8,4 0,275 0,223 10,6 p *l x4
a =
2,00 11,8 24,3 - 8,4 0,280 0,217 10,3 Ech3 f
>2,00 8,0 24,3 - 8,0 6,7
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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.
APÊNDICE C – TABELAS DE ESFORÇOS DE LAJES __ C-3
Tabela C.5
LAJE RETANGULAR COM DUAS BORDAS MAIORES (Ly) ENGASTADAS
E DUAS BORDAS MENORES (Lx) APOIADAS - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx vy f
1,00 31,6 46,1 14,3 - 0,356 0,144 45,3
1,05 29,9 46,4 13,8 - 0,363 0,137 43,2
1,10 29,0 47,2 13,5 - 0,369 0,131 41,5
1,15 28,0 47,7 13,2 - 0,375 0,125 40,1
1,20 27,2 48,1 13,0 - 0,380 0,120 39,0
1,25 26,4 48,2 12,7 - 0,385 0,115 37,9
1,30 25,8 48,1 12,6 - 0,389 0,111 37,2
1,35 25,3 47,9 12,4 - 0,393 0,107 36,5
1,40 24,8 47,8 12,3 - 0,397 0,103 36,0
1,45 24,4 47,7 12,2 - 0,401 0,099 35,6
1,50 24,2 47,6 12,2 - 0,404 0,096 35,1
1,55 24,0 47,6 12,1 - 0,407 0,093 34,7
1,60 24,0 47,6 12,0 - 0,410 0,090 34,5 pl x2
Mx = RX = ql x v x
1,65 24,0 47,6 12,0 - 0,413 0,088 34,2 mx
1,70 24,0 47,4 12,0 - 0,415 0,085 33,9 pl x2
1,75 24,0 47,3 12,0 - 0,418 0,083 33,8 My = R y = ql y v y
my
1,80 24,0 47,2 12,0 - 0,420 0,080 33,7
pl x2
1,85 24,0 47,1 12,0 - 0,422 0,078 33,6 Xx =
nx
1,90 24,0 47,1 12,0 - 0,424 0,076 33,5
1,95 24,0 47,1 12,0 - 0,426 0,074 33,4 p *l x4
a=
2,00 24,0 47,0 12,0 - 0,428 0,072 33,3 Ec h3 f
>2,00 24,0 47,0 12,0 - 32,0

Tabela C.6
LAJE RETANGULAR COM DUAS BORDAS ADJACENTES ENGASTADAS
E OUTRAS DUAS APOIADAS - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx1 vy1 vx2 vy2 f


1,00 34,5 34,5 14,3 14,3 0,317 0,317 0,183 0,183 41,3
1,05 32,1 33,7 13,3 13,8 0,332 0,302 0,191 0,175 37,1
1,10 30,1 33,9 12,7 13,6 0,347 0,288 0,198 0,167 34,5
1,15 28,0 33,9 12,0 13,3 0,359 0,276 0,205 0,160 31,7
1,20 26,4 34,0 11,5 13,1 0,371 0,264 0,212 0,153 29,9
1,25 24,9 34,4 11,1 12,9 0,381 0,254 0,218 0,147 28,2
1,30 23,8 35,0 10,7 12,8 0,391 0,244 0,224 0,141 26,8
1,35 23,0 36,6 10,3 12,7 0,400 0,235 0,229 0,136 25,5
1,40 22,2 37,8 10,0 12,6 0,408 0,227 0,234 0,131 24,5
1,45 21,4 39,1 9,8 12,5 0,416 0,219 0,239 0,126 23,5
1,50 20,7 40,2 9,6 12,4 0,424 0,211 0,243 0,122 22,7
pl x2
1,55 20,2 40,2 9,4 12,3 0,431 0,204 0,247 0,118 22,1 Mx = R x1 = ql x v x1
mx
1,60 19,7 40,2 9,2 12,3 0,437 0,198 0,250 0,115 21,5
1,65 19,2 40,2 9,1 12,2 0,443 0,193 0,253 0,112 21,0 pl x2
My = Rx 2 = ql x v x 2
1,70 18,8 40,2 8,9 12,2 0,448 0,187 0,257 0,109 20,5 my
1,75 18,4 40,2 8,8 12,2 0,454 0,182 0,260 0,106 20,1 pl x2
Xx = R y1 = ql y v y1
1,80 18,1 40,2 8,7 12,2 0,459 0,176 0,263 0,102 19,7 nx
1,85 17,8 40,2 8,6 12,2 0,463 0,172 0,266 0,099 19,4 pl x2
1,90 17,5 40,2 8,5 12,2 0,468 0,168 0,269 0,097 19,0 Xy = R y 2 = ql y v y 2
ny
1,95 17,2 40,2 8,4 12,2 0,472 0,164 0,272 0,094 18,8
2,00 17,1 40,2 8,4 12,2 0,476 0,159 0,274 0,091 18,5 p *l x4
a=
>2,00 14,2 40,2 8,0 12,0 16,7 Ec h 3 f
___________________________________________________________________
ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.
APÊNDICE C – TABELAS DE ESFORÇOS DE LAJES __ C-4
Tabela C.7
LAJE RETANGULAR COM UMA BORDA MAIOR (Ly) APOIADA
E AS OUTRAS TRÊS BORDAS ENGASTADAS - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx1 vy vx2 f


1,00 44,6 38,1 18,3 16,2 0,250 0,304 0,142 55,4
1,05 41,7 37,3 16,6 15,4 0,263 0,294 0,149 49,1
1,10 38,1 36,7 15,4 14,8 0,275 0,284 0,157 44,1
1,15 34,9 36,4 14,4 14,3 0,288 0,274 0,164 40,1
1,20 32,1 36,2 13,5 13,9 0,301 0,264 0,171 36,7
1,25 29,8 36,1 12,7 13,5 0,314 0,254 0,178 33,8
1,30 28,0 36,2 12,2 13,3 0,327 0,244 0,185 31,7
1,35 26,4 36,6 11,6 13,1 0,339 0,235 0,191 29,7
1,40 25,2 37,0 11,2 13,0 0,350 0,227 0,196 28,1
1,45 24,0 37,5 10,9 12,8 0,360 0,219 0,202 26,6
1,50 23,1 38,3 10,6 12,7 0,370 0,211 0,208 25,5
1,55 22,3 39,3 10,3 12,6 0,378 0,402 0,214 24,5 pl x2
M = R x 1 = ql x v x 1
1,60 21,7 40,3 10,1 12,6 0,387 0,198 0,217 23,6 x
mx
1,65 21,1 41,4 9,9 12,5 0,394 0,193 0,221 22,8 pl x2
1,70 20,4 42,7 9,7 12,5 0,402 0,187 0,225 22,1 M y = R x 2 = ql x v x 2
my
1,75 20,0 43,8 9,5 12,4 0,409 0,182 0,229 21,5
pl x2
1,80 19,5 44,8 9,4 12,4 0,416 0,176 0,232 21,0 X x = R y = ql y v y
nx
1,85 19,1 45,9 9,2 12,3 0,421 0,172 0,235 20,5
pl x2
1,90 18,7 46,7 9,0 12,3 0,427 0,168 0,239 20,1 X y =
ny
1,95 18,4 47,7 8,9 12,3 0,432 0,164 0,242 19,7
2,00 18,0 48,6 8,8 12,3 0,437 0,159 0,245 19,3 p * l x4
a =
>2,00 14,2 48,6 8,0 12,0 16,7 Ech3 f

Tabela C.8
LAJE RETANGULAR COM UMA BORDA MENOR (Lx) APOIADA E
AS OUTRAS TRÊS BORDAS ENGASTADAS - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx vy1 vy2 f


1,00 38,1 44,6 16,2 18,3 0,303 0,250 0,144 55,4
1,05 35,5 44,8 15,3 17,9 0,313 0,237 0,137 51,6
1,10 33,7 45,7 14,8 17,7 0,321 0,227 0,131 48,7
1,15 32,0 47,1 14,2 17,6 0,329 0,217 0,125 46,1
1,20 30,7 47,6 13,9 17,5 0,336 0,208 0,120 44,1
1,25 29,5 47,7 13,5 17,5 0,343 0,200 0,114 42,5
1,30 28,4 47,7 13,2 17,5 0,349 0,192 0,110 41,2
1,35 27,6 47,9 12,9 17,5 0,354 0,185 0,107 39,9
1,40 26,8 48,1 12,7 17,5 0,359 0,179 0,103 38,9
1,45 26,2 48,3 12,6 17,5 0,364 0,173 0,099 38,0
1,50 25,7 48,7 12,5 17,5 0,369 0,166 0,096 37,2
pl x2
1,55 25,2 49,0 12,4 17,5 0,373 0,161 0,093 36,5 M x = R x = ql x v x
mx
1,60 24,8 49,4 12,3 17,5 0,377 0,156 0,090 36,0
pl x2
1,65 24,5 49,8 12,2 17,5 0,381 0,152 0,088 35,4 M y = R y 1 = ql y v y 1
1,70 24,2 50,2 12,2 17,5 0,384 0,147 0,085 35,0 my
1,75 24,0 50,7 12,1 17,5 0,388 0,143 0,083 34,6 pl x2
X x = R y 2 = ql y v y 2
1,80 24,0 51,3 12,1 17,5 0,391 0,138 0,080 34,4 nx
1,85 24,0 52,0 12,0 17,5 0,394 0,135 0,078 34,2 pl x2
1,90 24,0 52,6 12,0 17,5 0,397 0,132 0,076 33,9 X y =
ny
1,95 24,0 53,4 12,0 17,5 0,400 0,129 0,074 33,8
p * l x4
2,00 24,0 54,1 12,0 17,5 0,402 0,125 0,071 33,7 a =
Ech3 f
>2,00 24,0 54,0 12,0 17,5 32,0
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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.
APÊNDICE C – TABELAS DE ESFORÇOS DE LAJES __ C-5

Tabela C.9
LAJE RETANGULAR COM AS 4 BORDAS ENGASTADAS - CARGA UNIFORME

Ly/Lx mx my nx ny vx vy f
1,00 47,3 47,3 19,4 19,4 0,250 0,250 68,5
1,05 43,1 47,3 18,2 18,8 0,262 0,238 62,4
1,10 40,0 47,8 17,1 18,4 0,273 0,227 57,6
1,15 37,3 48,3 16,3 18,1 0,283 0,217 53,4
1,20 35,2 49,3 15,5 17,9 0,292 0,208 50,3
1,25 33,4 50,5 14,9 17,7 0,300 0,200 47,6
1,30 31,8 51,7 14,5 17,6 0,308 0,192 45,3
1,35 30,7 53,3 14,0 17,5 0,315 0,185 43,4
1,40 29,6 54,8 13,7 17,5 0,321 0,179 42,0
1,45 28,6 56,4 13,4 17,5 0,327 0,173 40,5
1,50 27,8 57,3 13,2 17,5 0,333 0,167 39,5
1,55 27,2 57,6 13,0 17,5 0,339 0,161 38,4 2
pl
1,60 26,6 57,8 12,8 17,5 0,344 0,156 37,6 M x = x
R x = ql x v x
m x
1,65 26,1 57,9 12,7 17,5 0,348 0,152 36,9 2
pl
1,70 25,5 57,8 12,5 17,5 0,353 0,148 36,3 M y = x
R y = ql y v y
m y
1,75 25,1 57,7 12,4 17,5 0,357 0,144 35,8
pl x2
1,80 24,8 57,6 12,3 17,5 0,361 0,139 35,4 X x =
nx
1,85 24,5 57,5 12,2 17,5 0,365 0,136 35,1
pl x2
1,90 24,2 57,4 12,1 17,5 0,368 0,132 34,7 X y =
ny
1,95 24,0 57,2 12,0 17,5 0,372 0,129 34,5
2,00 24,0 57,1 12,0 17,5 0,375 0,125 34,3 p * l x4
a =
E ch3 f
>2,00 24,0 57,0 12,0 17,5 32,0

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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.
APÊNDICE C – TABELAS DE ESFORÇOS DE LAJES __ C-6
Tabela C.10
LAJE RETANGULAR COM UMA BORDA MAIOR (Ly) E AS
OUTRAS TRÊS BORDAS ENGASTADAS - CARGA TRIANGULAR
Ly/Lx mx my nx ny vx vy f
1,00 85,5 80,5 29,0 34,5 - - 118,4
1,10 73,5 78,1 25,3 32,1 - - 94,7
1,20 65,2 77,7 22,9 30,3 - - 79,5
1,30 57,2 78,2 21,1 29,2 - - 69,0
1,40 52,4 80,8 19,6 28,5 - - 61,3
1,50 48,2 83,2 18,8 28,2 - - 55,7
2,00 37,8 94,6 16,6 27,3 - - 43,0
>2,00 33,5 94,6 15,0 26,0 - - 34,9

2
pl
M x = x
R x = ql x vx
m x
2
pl
M y = x
R y = ql y v y
m y
2
pl
X x = x

n x
2
pl
X y = x

n y

p * l x4
a =
E ch 3 f

Tabela C.11
LAJE RETANGULAR COM UMA BORDA MENOR (Lx) E AS
OUTRAS TRÊS BORDAS ENGASTADAS - CARGA TRIANGULAR
Ly/Lx mx my nx ny vx vy f
1,00 80,5 85,5 34,5 29,0 - - 118,4
1,10 70,3 82,9 31,1 26,9 - - 103,1
1,20 62,8 80,7 28,7 25,8 - - 92,2
1,30 57,7 78,9 26,7 24,9 - - 85,4
1,40 54,3 77,5 25,3 24,1 - - 80,1
1,50 51,5 76,4 23,7 23,8 - - 76,6
2,00 45,2 73,3 20,2 21,9 - - 70,9
>2,00 40,0 70,0 16,0 20,0 - - 68,0

2
pl
M x = x
R x = ql x v x
m x
2
pl
M y = x
R y = ql y v y
m y
2
pl
X x = x

n x
2
pl
X y = x

n y

p * l x4
a =
E ch 3 f

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ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO II Engo João Bosco da Costa, M.Sc.
APÊNDICE C – TABELAS DE ESFORÇOS DE LAJES __ C-7

TABELA C.12 – Momentos fletores γX e γy no centro das lajes para momento


senoidal unitário aplicado nos lados

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APÊNDICE D – TABELAS DO COMPRIMENTO DE ANCORAGEM BÁSICO D-1

Resistência de Aderência:
Resistência à
Tração: f bd =η1 * η 2 *η 3 * f ctd
f ctm = 0,3 * 3 f ck
2

f ctk ,inf = 0,7 * f ctm f ctd = f ctk ,inf γ c

γ c = 1,4 ⎧1,0 para barras lisas (CA 25 ou CA 60 )



η 1 = ⎨1, 4 para barras dentadas (CA 60 dentado )
⎪ 2, 25 para barras nervuradas (CA 50 )
Comprimento ⎩
de Ancoragem ⎧1,0 para situações de boa aderência
Básico: η2 = ⎨
⎩0,7 para situações de má aderência
φ f yd ⎧1,0 para φ < 32 mm
lb = *
4 f bd η3 = ⎨
⎩(132 - φ )/100, para φ > 32 mm

• AÇO CA-50 (BARRAS NERVURADAS)

TABELA D.1 – Comprimento de Ancoragem Básico para 0 < φ < 32 mm e η1 = 2,25

f ck (MPa ) 15 20 25 30 35 40 45 50
lb ( Boa Aderência) 53φ 44φ 38φ 33φ 30φ 28φ 25φ 24φ
lb ( Má Aderência) 76φ 62φ 54φ 48φ 43φ 39φ 36φ 34φ

• AÇO CA-60 (BARRAS DENTADAS)

TABELA D.2 – Comprimento de Ancoragem Básico para 0 < φ < 32 mm e η1 = 1,4

f ck (MPa ) 15 20 25 30 35 40 45 50
lb ( Boa Aderência) 102φ 84φ 73φ 64φ 58φ 53φ 49φ 46φ
lb ( Má Aderência) 146φ 120φ 104φ 92φ 83φ 76φ 70φ 65φ

Comprimento de Ancoragem Necessário:


As ,calc Comprimento de
l b ,nec = α 1 * l b * ≥ l b ,min Ancoragem Mínimo:
As ,ef
⎧0,3 lb
⎧1,0 para barras sem gancho ⎪
⎪0,7 para barras tracionadas com gancho, co lb ,min ≥ ⎨10φ

α1 = ⎨ ⎪10 cm
⎪ gancho, com cobrimento ⎩
⎪⎩ no plano normal ao do gancho ≥ 3φ

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