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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

EDILTON NUNES DA SILVA


MATRICULA: 12210483

FLOCULAÇÃO E COAGULAÇÃO

MACEIÓ
2016
EDILTON NUNES DA SILVA

FLOCULAÇÃO E COAGULAÇÃO

Relatório referente a disciplina de


Laboratório de Engenharia Química III do
curso de Engenharia Química da
Universidade Federal de Alagoas.
Profº. Dayana Gusmão
Profº João Inacio Solleti

MACEIÓ
2016
RESUMO

A coagulação tem por objetivo transformar as impurezas que se encontram em


suspensões finas, em estado coloidal, e algumas que se encontram dissolvidas em partículas
que possam ser removidas pela decantação ou flotação e filtração. Tal fenômeno ocorre devido
a uma diferença estática entre as cargas do efluente e do agente dispersante ou floculante. O
tipo de coagulação (dispersão ou floculação) está diretamente ligado ao potencial zeta, que nada
mais é do que a relação entre as forças de atração e as forças de repulsão entre as partículas. A
prática a seguir tem como objetivo observa o fenômeno da floculação e dispersão de um
efluente e observar o melhor agente dispersante. Foi possível observar que o efluente foi limpo
consideravelmente e que a coagulação com pH entre 6 e 8, tratado com os agentes coagulantes
e os polímeros tiveram resultados melhores.

Palavra-Chave : Coagulação, Floculação, Polímeros, Jarteste


ÍNDICE

1. Introdução ..........................................................................................4
2. Resultados e Discussão.......................................................................6
3. Conclusão............................................................................................9
4. Referências........................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO

O tratamento e recuperação de efluentes é uma etapa indispensável para muitas indústrias.


Nas ETAs, Estações de Tratamento de Água para consumo qualquer alteração encontrada na
água é sempre preocupante na medida em que pode afetar prejudicialmente o ser vivo. Nas
ETAs, muitos dos processos envolvem a adição de agentes coagulantes e floculantes, como,
por exemplo, polímeros e sais de ferro e de alumínio. (CACHEIRA et al, 2012)
Coagulação é um processo que ocorre através da neutralização das cargas negativas das
partículas que estão em suspensão, os colóides. Eles possuem propriedades elétricas que criam
uma força de repulsão impedindo a aglomeração e a sedimentação dos mesmo. A adição de um
agente coagulante gera íons positivos que neutralizam essas cargas possibilitando que as
partículas se aproximem umas das outras, promovendo a sua aglomeração. (PALMEIRA et al,
2009)
Os colóides são partículas que variam uma faixa de tamanho de 1 nm a 0,1 nm que podem
causar uma alteração na cor e turbidez do efluente. A coagulação, resulta de dois fenômenos: o
primeiro, consiste nas reações do coagulante com a água e na formação de espécies hidrolisadas.
O segundo, consiste no transporte das espécies hidrolisadas para que haja contato entre as
impurezas presentes na água. A agitação é importante para que ocorram choques entre as
impurezas, que se aglomeram formando partículas maiores que serão removidos por
sedimentação, flotação ou filtração. (WIMMER, 2007).
Para melhora o tratamento do efluente é utilizado polímeros em um processo de floculação
que visa melhorar a decantação das partículas floculadas, o processo visa agregar as partículas
em suspensão para que se tornem partículas maiores e mais pesadas assim decantando.
Os polieletrólitos são polímeros originários de proteínas e polissacarídeos de natureza
sintética. Há três tipos de polímeros que podem ser usados: catiônicos, aniônicos e não iônicos.
A carga do polímero e o seu peso molecular são de grande importância. Teoricamente, quando
maior a cadeia polimérica, melhor seria a formação de flocos, no entanto, longas cadeias são
quebradas com mais facilidade por cisalhamento. (QUÍMICA DO BRASIL LTDA)
A escolha do polímero depende muito do processo que será utilizado, para isso geralmente
é observado algumas características do polímero, como sua carga, se é catiônica ou aniônica, o
seu grau de hidrolise que mede a sua facilidade de se dissolver em água, e seu peso molecular
já que quanto maior a cadeia geralmente é mais fácil de coagular as partículas. O ph também é
importante já que geralmente se trabalha na faixa de pH de 6 a 8, pois se eles estiverem com o
pH muito baixo ou muito alto acabam dificultando a coagualação.
Os polímeros quando dissolvidos eles se “abrem” em um tipo de rede que vai capturando
as partículas menores e juntando elas, os nós dessas redes são chamados de ligações cruzadas
e sem ela as partículas suspensas passariam pela rede criada pelo polímero e assim não haveria
uma floculação eficiente.
O polímero pode ser encontrado na forma de um pó que é diluído em água, está água tem
que ser limpa, sem dureza, sem sólidos em solução. A temperatura ajuda a solubilizar melhor o
polímero mas tem que se ter um cuidado com esta temperatura, pois se ela for maior que 40ºC
as ligações cruzadas começam a ser destruídas. Outros fatores também são muito importantes
para o bom funcionamento do polímero, como por exemplo, a concentração que não pode ser
muito alta no máximo 0,1% se a concentração for maior que isso uma parte do polímero não
vai se abrir, então estará tendo uma perda de material no processo.
No processo que se utiliza polímeros é importante tomar certos cuidados, o polímero pode
demorar de 3 a 10 horas para este pronto para utilização, então é importante ter um sistema em
batelada onde enquanto se utiliza um tanque os outros estão preparando o polímero, a agitação
na mistura não pode ser muito alta, pois uma agitação muito alta pode destruir as ligações
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cruzadas isto também serve para o bombeamento, é recomendado que se utilize bombas de
deslocamento positivo, pois tem a vantagem de não ter agitação alta, como uma bomba
centrifuga, e também o polímero não entra em contato com as partes internas da bomba, o que
poderia causar vários problemas por conta do polímero ser muito viscoso. Além disso o tanque
de preparação tem que ser revestido para que não sofra corrosão, pois se as partículas do tanque
caírem na solução o processo de floculação já começaria no tanque de preparo, o que não é o
objetivo do tanque.
Para se determinar o ponto ótimo de trabalho é preciso fazer um teste em laboratório, já que
essas características mudam de efluente para efluente, para isso é realizado um jarteste, a
realização deste teste em laboratório é necessário para encontrar o ponto ótimo de trabalho e
assim diminuir os gastos no processo. O jarteste é realizado utilizando um equipamento de
bancada que pode ser observado na Figura 1, que consiste de uma base iluminada, onde apoiada
sem encontra recipientes abertos com um sistema de mistura automático e uma saída de para o
efluente.
Figura 1: Equipamento Jarteste

Fonte: Autor (2016)


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2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O efluente utilizado foi o hidróxido de cálcio, Ele pode ser obtido como um subproduto dos
processos de fabricação de cálcio residuais de várias substâncias por precipitação da mistura de
uma solução de cloreto de cálcio com um hidróxido de sódio ou por reação de carboneto de
cálcio com a água. No último caso, durante o processo de que é libertado de acetileno, que é
usado para lâmpadas ou equipamentos de soldadura. [HALSTEAD; MOORE,1957]
O efluente foi preparado com uma concentração de 4g por litro de água, preencheu-se 5
recipientes com um litro desta solução cada um. Mediu-se o pH da solução que estava em 11.
O primeiro recipiente ficou como branco. No segundo e terceiro recipiente adicionou-se
aproximadamente 5 ml de ácido sulfúrico 20%, os pHs baixaram para 6 e 5 respectivamente.
Para coagulação deste efluente foram utilizados sulfato de alumínio 1%(10000 ppm) e sulfato
férrico 1%(10000ppm), para determinar o volume do coagulante a ser adicionado foi calculado
pela Formula 1, o volume necessário, sabendo que a concentração do efluente é de 500 ppm e
o volume de 1 L.
𝐶1 𝑉1 = 𝐶2 𝑉2 (1)
Onde C é a concentração das substancias e V o volume. O volume encontrado foi de 50
mL para os dois coagulantes.
O sulfato de alumino foi colocado no segundo recipiente foi observado a formação de
pequenos flocos que ficaram em suspensão a solução ficou turva e esbranquiçada. Para o
recipiente que foi adicionado sulfato de ferro foi observada que houve a formação de pequenos
flocos que ficaram em suspensão a solução ficou amarelada e turva, é possível observar os
resultados pela Figura 2.
Figura 2: efluentes tratados com sulfato de alumínio e sulfato de ferro

Fonte: Autor (2016)

Nos outros dois recipientes foi realizado o mesmo procedimento, mas sem a adição de
ácido para baixar o ph, ou seja, o pH da solução estava em 11, o que foi observado foi a
formação de flocos maiores que se decantaram melhor que os que estavam na faixa de pH
que geralmente é utilizada, além das soluções ficarem menos turva e aparentemente mais
limpas, isto pode ser observado na figura 3.
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. Figura 3: efluentes tratados com sulfato de alumínio e sulfato de ferro, com pH 11

Fonte: Autor(2016)

O fato da coagulação ter sido melhor com o pH 11 está relacionado com o potencial zeta.
A coagulação resulta de interações químicas e físicas entre as partículas e o(s) coagulante(s). O
potencial Zeta é um conceito associado ao potencial elétrico, ele mede o potencial de uma
partícula em movimento livre em um líquido. O conceito de Potencial Zeta explica que quanto
maior a densidade e extensão da camada difusa, maior será a velocidade da partícula dispersa
sob a ação de um campo elétrico. (SANTOS, 2011). Quanto maior o potencial zeta mais estável
é a dispersão e mais difícil de coagular, mas valore baixo do potencial zeta pode indicar
instabilidade coloidal que pode causar coagulação. Foi medido o pH da solução após a adição
dos coagulantes, como eles são sais levemente ácidos houve uma queda no pH para 9 e 7
respectivamente.
Um fator muito importante nos processos de coagulação e floculação é a velocidade
coagulação e quanto mais rápido ela decantar melhor. A lei de Stokes diz que uma partícula
caindo no vácuo, sob um campo uniforme de forças (geralmente gravitacional), não sofre
resistência à sua queda. Logo, a velocidade de queda da mesma cresce indefinidamente
independente do seu tamanho e densidade. O movimento dessa mesma partícula, se imersa em
um meio fluido qualquer, fica sujeito a uma força resistiva, cuja magnitude depende do regime
fluidodinâmico vigente, além dos aspectos morfológicos dessa partícula. Quando o equilíbrio é
alcançado entre a força gravitacional e a força de resistência do fluido, a partícula alcança sua
velocidade terminal de sedimentação e, portanto, cai a uma taxa constante (LIMA; LUZ,2001)
.E um dos fatores cruciais que rege o regime fluidodinâmico (viscosidade) é a temperatura,
assim a temperatura é um fator importante na velocidade de coagulação. Mas apesar da
importância da temperatura.
Para melhorar a velocidade de floculação se utiliza um polímero que vai juntar os flocos
formados anteriormente pelos floculantes, aumentando seu peso e fazendo decantarem. O uso
de polímeros depende muito da finalidade do processo, se o uso dos floculantes como sulfato
de alumínio e ferro já for suficiente então ótimo, pois esses reagentes são muito baratos e fáceis
de manejar, mas se for preciso utilizar o polímero ainda é recomendado fazer uma etapa de
coagulação com coagulantes baratos para formação dos flocos e utilizar uma pequena
quantidade de polímero para juntar esses flocos, assim se tem um gasto menor no processo.
Na pratica foi adicionado uma quantidade dosada pelo técnico do polímero aniônico nas
quatro amostras e observou-se que as duas primeiras amostras que estavam com um pH na faixa
geralmente utilizada, tiveram a formação de flocos maiores que logo decantaram formando uma
solução mais límpida isso para as duas soluções, para as outras duas amostras foi observado
que elas ficaram levemente turvas isto pode ter ocorrido pelo excesso de polímero na solução.
Mas em comparação ao efluente original houve uma melhora considerável. Visualmente o
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efluente tratado com com alumínio e polímero poderia ser utilizado para tratamento de água
para consumo ao contrário do que foi tratado com ferro, que adquiriu uma coloração amarelada,
mas a solução com alumínio tem um problema para a saúde das pessoas, pois se essa água com
alumínio for consumida, pode causar mal de Parkinson. Este efluente poderia ser utilizado
industrialmente para alguma limpeza ou um processo, já o efluente tratado com ferro não pode
ser utilizado na instruía diretamente no processo, pois os íons ferro corroem os equipamentos e
tubulações. Todos os efluentes tiveram um volume de precipitado bem semelhante, não foi
possível esperar um tempo para que ele decantasse e fosse medido a quantidade de precipitado,
que é um fator importante que este precipitado pode ser seu resíduo então é interessante que
seja o menor possível, ou pode ser seu produto então é mais interessante ser a maior quantidade
possível isso depende do que se quer produzir ou tratar.
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3. CONCLUSÃO

Podemos observar como funciona a coagulação e floculação que é tão utilizada na indústria
química e os fatores que podem influenciar a sua eficiência, como temperatura, tipo de
coagulante e polímero e as características dos mesmos, e o teste que é feito nele para aplicação
industrial. A comparação dos tipos de coagulantes e como eles se comportam em situações
diferentes é importante para temos conhecimentos de como agir em industrias que podem gerar
vários tipos de efluente diferentes, ou até mesmo no teste de um polímero ou coagulante
qualquer que esteja sendo vendido. Este experimento teve como fator principal o conhecimento
prático de teorias estudadas que serão fundamentais em vários processos.
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4. REFERENCIAS

CACHEIRA, C.S. SANTOS, J. P. S. FARIA, J. P. N. , VARANDAS M. M., SILVA M. F.


COSTA, M. A. P. , Processo de COAGULAÇÃO-FLOCULAÇÃO, Mestrado Universidade do
Porto.2012.Disponivelem: <
http://paginas.fe.up.pt/~projfeup/bestof/12_13/files/REL_MIEA102_02.PDF > acessado em:
01 AGO de 2016

HALSTEAD, MOORE, A temperatura à qual a pressão de vapor de H 2 O atinge 101 kPa, J.


Chem (1957) 3873
LIMA, R.M.F.,LUZ, J.A.M. Universidade Federal de Ouro Preto,2001. disponível em :
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0370-44672001000200014 >
acessado em 02 AGO de 2016.
PALMEIRA, V. A. A., SILVA, S. R. SOLETTI J. I., CARVALHO, S. H. V., Tratamento de
Efluentes da Indústria do Coco Utilizando os Processos de Coagulação e Flotação por ar
Induzido, Viii congresso brasileiro de engenharia química em iniciação científica, Uberlândia,
MG. 2009.

QUÍMICA DO BRASIL LTDA- disponível em :


<http://www.qgsquimica.com.br/det_comunicacao.php?id=57&det_comunic=3 > acessado
em 01 AGO de 2016
SANTOS, G. R., Estudo de Clarificação de Água de Abastecimento Público e Otimização da
Estação de Tratamento de Água. Mestrado UFRJ, 2011.

[6]WIMMER, A. C. S., Aplicação do processo eletrolítico no tratamento de efluentes de uma


indústria petroquímica, Mestrado, PUC-RJ. 2007.
Disponivel em:http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/11608/11608_5.PDF [acesso:22/02/2016]

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