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Rio de Janeiro
Março de 2009
ANÁLISE DE REPARO DE TUBOS COM DEFEITO TRANSPASSANTE POR
MEIO DE MATERIAIS COMPÓSITOS
Aprovada por:
_____________________________________________
Profa. Lavinia Maria Sanabio Alves Borges, D.Sc.
_____________________________________________
Dr. Luiz Cláudio de Marco Meniconi, Ph.D.
_____________________________________________
Prof. Fernando Alves Rochinha, D.Sc.
_____________________________________________
Prof. Heraldo Silva da Costa Mattos, D.Sc.
iii
A Deus.
À minha esposa, Elisângela
Aos meus pais, Altair e Edilsa
pelo amor, respeito e carinho.
iv
AGRADECIMENTOS
À minha esposa Elisângela, que tanto amo, obrigado pelo amor, carinho,
companheirismo e por sua ajuda. A você, minha querida esposa, agradeço de forma
especial, pois sem seu apoio, nada disso teria sido possível.
Aos meus pais Altair e Edilsa pelo amor e paciência que sempre demonstraram.
Aos meus orientadores Lavinia Maria Sanabio e Luiz Cláudio Meniconi, pela
oportunidade que me foi dada, amizade, ensinamentos e incentivo.
Ao professor Fernando Luiz Bastian pelas aulas de materiais de compósitos e por passar
um pouco de sua experiência.
Enfim, a todos que de certa forma contribuíram no decorrer dessa longa caminhada.
v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Março/2009
Este estudo tem por objetivo avaliar a eficiência de reparo de tubulações da indústria
petrolífera utilizadas em plataformas de petróleo, na presença de defeitos transpassantes,
por meio de materiais compósitos de fibra de vidro ou fibra de carbono impregnado
com resina epóxi. Analisou-se o comportamento de três fornecedores de materiais
compósitos. Para o alcance deste objetivo, foram utilizados como base dos ensaios
experimentais os parâmetros da norma ISO 24817:2006 (Petroleum, Petrochemical and
Natural Gas Industries - Composite Repairs for Pipework - Qualification and Design,
Installation, Testing and Inspection. ASTM – American Society for Testing and
Materials), que define critérios de projeto para o dimensionamento do reparo. O projeto
do reparo de tubos foi baseado no critério de falha por delaminação e na determinação
de uma propriedade denominada taxa de liberação de energia, que estabelece a energia
necessária para ocorrer a falha por descolamento da manta de compósito em relação ao
substrato metálico. Para isto foram realizados ensaios experimentais de caracterização
mecânica, térmica e testes hidrostáticos. Uma análise por elementos finitos foi realizada
para comparar com os resultados experimentais obtidos.
vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
March/2009
This dissertation aimed to evaluate the efficiency of repair sleeves for offshore
pipewok, in the presence of through-thickness defects, by means of composite sleeves
made of fiberglass and carbon fiber impregnated with epoxy resin. The analysis covered
the behavior of repair sleeves furnished by three different suppliers. The parameters of
ISO 24817 Technical Specification (Petroleum, Petrochemical and Natural Gas
Industries - Composite Repairs for Pipework - Qualification and Design, Installation,
Testing and Inspection. ASTM – American Society for Testing and Materials) were
adopted for the experimental tests, in order to define criteria for repair qualification and
design. The main failure mode investigated was delamination between the metallic tube
and the composite sleeve. The interface bond of the composite/steel system was
measured by a Strain Energy Release Rate approach, which establishes the energy
necessary to trigger the delamination. Mechanical and thermal tests were performed to
characterize the composite materials. Hydrostatic tests were used to measure interface
adhesion. Finite Elements Analysis was also performed in order to compare with the
experimental results.
vii
SUMÁRIO
viii
2.6.1 Teoria Clássica da Laminação ............................................................ 39
2.6.2 Relações Constitutivas da Lâmina ..................................................... 42
2.6.3 Tensões Interlaminares e Efeito de Borda .......................................... 45
2.7 Mecanismos de Adesão ............................................................................... 47
2.7.1 Interligação Mecânica ........................................................................ 48
2.7.2 Interação de Absorção ........................................................................ 49
2.7.3 Trabalho Termodinâmico de Adesão ................................................. 50
2.7.4 Tensão Superficial .............................................................................. 51
2.7.5 Critérios de Molhabilidade ................................................................. 51
2.7.6 Efeito da Rugosidade na Molhabilidade ............................................ 53
2.7.7 Observações no Processo de Colagem ............................................... 53
2.8 Critérios de Falha ........................................................................................ 54
2.8.1 Teoria da Tensão Máxima .................................................................. 54
2.8.2 Teoria da Deformação Máxima .......................................................... 55
2.8.3 Teoria de Hill ...................................................................................... 55
2.8.4 Teoria de Tsai-Hill ............................................................................. 56
2.8.5 Critério de Tsai-Wu ............................................................................ 56
2.8.6 Teoria de Hoffman ............................................................................. 57
2.9 Modos de Falha ........................................................................................... 58
2.9.1 Falha Axial Trativa ............................................................................. 59
2.9.2 Falha Transversal Trativa ................................................................... 68
2.9.3 Falha Cisalhante ................................................................................. 69
2.10 Análise Numérica pelo Método dos Elementos Finitos ............................ 71
2.10.1 Elementos Coesivos ......................................................................... 73
2.10.2 Interligação dos Elementos Coesivos com outros Componentes ..... 75
2.10.3 Definição de Contato entre os Materiais Adjacentes ....................... 76
2.10.4 Conectividade do Elemento Coesivo ............................................... 76
2.10.5 Considerações sobre o Modelo ......................................................... 76
ix
3.6 Fatores de Correção de Temperatura ........................................................... 81
3.7 Projeto de Espessura do Laminado de Reparo ............................................ 83
3.7.1 Projeto baseado nas Deformações Admissíveis no Laminado de
Reparo .......................................................................................................... 83
3.8 Projeto de Reparo para Defeitos tipo Furo Circular (defeito tipo B) .......... 86
3.9 Cálculo de γ LCL para Defeito do tipo Furo Circular .................................... 87
3.10 Comprimento Axial do Reparo ................................................................. 90
x
4.6.4 Resultados e Discussões ..................................................................... 121
4.6.5 Análise da Fratura .............................................................................. 123
4.7 Ensaios de Caracterização de Falha por Delaminação – DCB e ENF ........ 124
4.7.1 Teste de DCB e ENF Modificado ...................................................... 125
4.7.2 Confecção dos Corpos de Prova ......................................................... 126
4.7.3 Metodologia adotada no Ensaio ......................................................... 128
4.7.4 Realização do Ensaio .......................................................................... 129
4.7.5 Resultados e Discussões ..................................................................... 129
4.8 Análise Térmica DMA – Determinação da Temperatura de Transição
Vítrea (Tg) ........................................................................................................ 133
4.9 Determinação do Coeficiente de Expansão Térmica .................................. 135
4.10 Determinação da Fração Volumétrica de Fibras ....................................... 136
xi
Capítulo I
Introdução
Estes novos materiais assumem uma posição cada vez mais relevante no cenário
dos materiais, oferecendo propriedades que muitas vezes não são conseguidas pelos
materiais tradicionais de engenharia. Os compósitos poliméricos são uma classe de
material que possuem requisitos sempre considerados em projetos que buscam redução
de peso, resistência química, à corrosão e elevada resistência mecânica e rigidez.
1
Resistência
Específica/106 cm
Módulo Específico/108 cm
2
Várias áreas de engenharia e tecnologia de materiais compósitos estão sendo
conduzidas recentemente, tais como:
- Análise microestrutural
- Fratura e mecânica da fratura
- Impacto e respostas dinâmicas (resistência ao impacto, propagação de ondas)
- Modelagem
- Propriedades físicas e mecânicas (fadiga, falha e fratura, resistência ao dano,
métodos numéricos, comportamento viscoelástico, delaminação, flambagem)
- Nanocompósitos
- Análises dinâmicas, testes não-destrutivos e avaliação do dano
- Aplicações industriais (aviação e espaço, náutica, infra-estrutura, offshore,
transporte e outros)
- Fenômenos de interfase e interface
- Durabilidade e efeitos de agentes externos (temperatura, umidade e corrosão
química), meio ambiente (matrizes biodegradáveis, processos não agressivos ao meio
ambiente) e reciclagem
- Fabricação e processos; novas aplicações e tecnologias emergentes
- União e reparo de materiais compósitos
1.1 Objetivos
3
transversal, módulo de cisalhamento) por meio de ensaios experimentais.
• Calcular as propriedades térmicas por meio de análise DMA (Dynamic
Mechanical Analysis).
• Analisar a adesão compósito/metal.
• Realizar teste hidrostático em tubo de compósito.
• Executar testes hidrostáticos para calcular a taxa de liberação de energia.
1.2 Metodologia
4
de projeto para dimensionamento do reparo.
Os dados obtidos nos ensaios de adesão serviram como dados de entrada para a
modelagem, por meio da utilização de elementos coesivos. Os valores determinados
experimentalmente foram comparados com simulação computacional. Para tanto, foi
utilizado o programa de elementos finitos ABAQUS.
No capítulo III é descrito a norma ISO/TS 24817:2006, que serviu como base
dos ensaios experimentais.
5
As conclusões são apresentadas no capítulo VII e as propostas de trabalhos
futuros são apresentadas no capítulo VIII.
6
Capítulo II
Revisão da Literatura
2.1.1 Tensões Atuantes numa Casca Cilíndrica Fina Submetida à Pressão Interna
L
dθ/2
σc
r0 σc
σL
D x P
D=2r P
ri
P
σc
(a) (b) (c)
Figura 2.1 – Tubo com parede fina submetido à pressão interna (a); Plano de corte
diametral do cilindro mostrando pressão interna e tensões circunferencias na
parede cortada, necessárias para manter o equilíbrio de forças (b). elemento de
parede do tubo formado por dois planos de cortes radiais divergentes do ângulo dθ
e pelas superfícies interna e externa do tubo (c).
p ( D − 2t ) p.D
∑F c = 0 => p.( D − 2t ).L − 2.σ c .t.L = 0 => σ c =
2t
≅
2t
(2.1)
7
Na direção radial, na parede interna da casca, a tensão radial é igual a p. Na
externa ela é igual a zero. Para os tubos de paredes finas, estas tensões são geralmente
desprezadas quando comparadas com as tensões cicunferenciais. (POPOV, 1968).
dθ D p.D
∑F r = 0 => 2.σ c .t.L.sen
2
= p. .dθ .L => σ c ≅
2 2.t
(2.2)
2
⎛ 2t ⎞
pD⎜1 − ⎟
⎝ D⎠ pD
σl = => σ l ≅ (2.3)
⎛ t ⎞ 4t
4t ⎜1 − ⎟
⎝ D⎠
pD
σ l =ν (2.4)
2t
8
2.2 Técnicas de Reparo de Dutos
São várias as técnicas existentes para reparo de dutos com defeito, sendo que
cada uma delas possui características próprias de execução. As dificuldades a serem
encontradas na realização de um reparo dependem das condições do duto a ser reparado
e dos recursos da técnica de reparo escolhida. As principais técnicas de reparos em
dutos são apresentadas a seguir (HASSUI e CARVALHO, 1999).
9
Figura 2.2: Troca de trecho de duto
danificado por um segmento novo.
Fonte: DIAS (2007)
É a técnica que consiste em envolver o duto com duas meias-canas, que são
denominadas de calhas. Estas são confeccionadas com material similar ao duto a ser
reparado e devem ser dimensionadas de maneira a envolver o duto sem deixar espaço
anular e com comprimento suficiente para cobrir toda a área danificada com folga. Esta
técnica se divide em três tipos de reparos:
• Dupla calha tipo B: consiste num reparo onde são realizadas soldagem
longitudinal e circunferencial nas calhas, conforme Figura 2.3.
Soldagem
Circunferencial
Luva
Soldagem
Circunferencial
Soldagem
Longitudinal
Duto
Figura 2.3: Dupla calha soldada tipo B.
10
• Dupla calha tipo A sem interferência: esta técnica consiste num reparo onde é
realizada somente a soldagem longitudinal na calha, conforme ilustrado na
Figura 2.4.
Soldagem
Longitudinal
• Dupla calha tipo A com interferência: esta técnica consiste num reparo onde é
realizada somente a soldagem longitudinal na calha com o auxílio de
interferência mecânica e/ou térmica. A Figura 2.5 ilustra a realização da
interferência mecânica com macacos hidráulicos, antes da aplicação da
soldagem e a Figura 2.6 mostra o aspecto final do reparo, onde pode ser
observado que a solda longitudinal é realizada em uma talha, ou seja, não há
contato com o duto (MENICONI et al., 2004).
Soldas Longitudinais
Figura 2.5: Realização da interferência Figura 2.6: Dupla calha tipo A com
mecânica durante a instalação da dupla interferência.
calha.
Fonte: CARL et al. (2006)
Fonte: MENICONI et al. (2004)
11
2.2.3 Dupla Calha com Enchimento
É uma técnica que consiste em envolver o trecho corroído com uma luva de
diâmetro maior que o diâmetro externo do duto, de forma que fique um espaço anular
entre o duto e a luva. A uniformidade da distância ente a luva e o duto é garantida por
meio de espaçadores. O espaço anular é preenchido com a injeção sob pressão de epóxi.
Antes da injeção do epóxi, as extremidades da luva são seladas. A ligação das calhas
entre si, para formação da luva, é feita com parafusos, conforme pode ser visualizado na
Figura 2.7 (ALVES e SOARES, 2002).
Luva
Parafusos
Tubo
Anular com resina
Danificado epóxi
12
Figura 2.8: Manta de material Figura 2.9: Manta de material
compósito com aplicação da compósito com aplicação da matriz
matriz polimérica in-situ. polimérica já curada (pré-preg).
Fonte: DIAS (2007) Fonte: DIAS (2007)
13
2.3 Materiais Compósitos
2.3.1 Fibras
14
Figura 2.10: Variação da resistência da
fibra em função do seu diâmetro.
Fibras de vidros possuem como base a sílica (~50-60% SiO2) e uma variedade
de óxidos de cálcio, boro, sódio, alumínio, ferro, etc. A Tabela 2.1 mostra a composição
de algumas fibras de vidro típicas. As fibras de vidro podem ser classificadas em tipo E,
C e S. A designação “E” representa as boas propriedades de isolamento elétrico; “C”
indica boa resistência à corrosão e “S” a boa resistência a temperaturas elevadas. A fibra
de vidro mais utilizada, cerca de 90%, é a tipo E (CHAWLA, 1987).
15
Tabela 2.1: Composição aproximada de fibras de vidro.
Tipo E Tipo C Tipo S
SiO2 55,2 65,0 65,0
Al2O3 8,0 4,0 25,0
CaO 18,7 14,0 -
MgO 4,6 3,0 10,0
Na2O 0,3 8,5 0,3
K2O 0,2 - -
B2O3 7,3 5,0 -
Fonte: CHAWLA (1987)
16
2.3.3 Fibras de Carbono
Pode-se destacar como suas vantagens: maior módulo específico; boa resistência à
solventes, ácidos, bases e umidade; baixo coeficiente de expansão térmica; baixa
densidade específica (1,66 g/cm3) e alta resistência à fadiga. Suas principais
desvantagens são: baixa resistência ao impacto; alta condutividade elétrica e elevado
custo (CHAWLA, 1987).
17
O processo de fabricação dessas fibras envolve as seguintes etapas (MORGAN, 2005):
2.3.4 Matrizes
18
poliéster, porém possuem melhor resistência a absorção de umidade; a temperaturas
elevadas; boa adesão com as fibras de vidro e menor contração durante o processo de
cura (cerca de 3%).
19
A escolha entre um tipo de fibra e uma matriz depende fundamentalmente da
aplicação ao qual será dado o material compósito: características mecânicas elevadas,
resistência à alta temperatura, resistência à corrosão, etc. O custo em muitos casos pode
também ser um fator de escolha entre um ou outro componente. Deve ser observada
também a compatibilidade entre as fibras e as matrizes.
Para melhorar a adesão entre uma fibra de vidro e uma matriz de resina epóxi, é
necessário que as fibras, após sua fabricação passem por um processo de silanização. O
silano é um componente químico que possui um radical inorgânico, que reage com a
fibra e um radical orgânico, que reage com a matriz epóxi.
20
então cada material estará submetido ao mesmo alongamento longitudinal Δl . Assim,
temos a deformação de cada componente, conforme a equação 2.5.
Δl
ε f = ε m = ε cl = (2.5)
l
Onde:
ε f = deformação na fibra
ε m = deformação na matriz
ε cl = deformação no compósito na direção longitudinal
Δl = variação de comprimento do compósito
l = comprimento do compósito
σ f = E f ε cl e σ m = E mε cl (2.6)
Pc Pc
1
3
2
Pc Pc
(a) (b)
21
Seja Ac a área da seção transversal do compósito, Am , a área da matriz e A f , a
área de todas as fibras. Então, pelo cálculo do equilíbrio de forças na direção da fibra,
dado pela equação 2.7, chega-se a equação 2.8.
Pc = Pf + Pm (2.7)
σ cl Ac = σ f A f + σ m Am (2.8)
σ cl Af A
σ cl Ac = ( E f A f + Em Am )ε cl ou Ecl = = Ef + Ef m (2.9)
ε cl Ac Ac
Onde:
V f = fração volumétrica de fibras
σ cl = σ f V f + σ mVm (2.11)
22
tensões. Assim, tem-se tensões iguais nos dois componentes. Para um carregamento
transversal à direção das fibras, temos que σ cl = σ f = σ m .
Δt c = Δt m + Δt f (2.12)
Δt c Δt m Δt f
= +
tc tc tc
Δt c Δt m t m Δt f t m
ε ct = = + (2.13)
tc t m tc tm tc
tm t
ε ct = ε m +ε f m (2.14)
tc tc
Para um dado compósito com uma área da seção transversal sobre uma carga
tm
aplicada, as frações volumétricas de fibra e matriz podem ser escritas por Vm = e
tc
tf
Vf = , isto simplifica a equação 2.14, levando a equação 2.15 em:
tc
ε ct = ε mVm + ε f V f (2.15)
23
σ ct σ ct σ ct
= Vm + Vf (2.16)
Ect Em Ef
1 V V 1
= m + f = (2.17)
Ect Em E f E2
1 V Vf
= m + (2.18)
G12 Gm G f
As equações 2.10, 2.11, 2.15, 2.17 e 2.18 são comumente referenciadas como
regra das misturas. A Figura 2.14 mostra a variação do módulo longitudinal, E1 , e do
módulo transversal, E2 , em função da fração volumétrica de fibras, V f .(CHAWLA,
1987).
24
volta da fibra. O valor do módulo de elasticidade transversal (CHAMIS, 1969) está
expresso na equação 2.19.
⎡ ⎤
(
E2 = Em ⎢ 1 − V f +) Vf
⎥
1 − V f (1 − Em / E f ) ⎥⎦
(2.19)
⎢⎣
Para o cálculo das propriedades mecânicas dos compósitos formados por fibras
curtas são utilizados os conceitos da Teoria Clássica da Laminação. Elas são formadas
por uma camada de fibras picotadas, geralmente de 20 a 25 mm de comprimento,
orientadas de forma aleatória. Esta aleatoriedade, entretanto, só se aplica no plano xy.
Ao longo dos planos transversais xz e yz é mais freqüente as fibras se disporem todas
paralelamente ao plano xy.
3 5
E pic = E1 + E2 (2.20)
8 8
1 1
G pic = E1 + E2 (2.21)
8 4
O máximo volume relativo de fibras que pode ser colocado num compósito é um
parâmetro teórico, definido a partir de considerações puramente geométricas
dependentes principalmente da forma da seção transversal da fibra, do tipo de fibra, se
unidirecional ou não, da uniformidade do arranjo e da uniformidade dos tipos e das
seções das fibras. A Figura 2.15 mostra os dois principais tipos de arranjos de fibras
circulares.
25
Figura 2.15 – Arranjo quadrado e
triangular de fibras circulares.
Fonte: MENDONÇA (2005)
26
fibras usando um arranjo retangular de fibras circulares e usaram elementos finitos para
obter o módulo de elasticidade transversal.
1- Fibra
2- Matriz
Matriz
Fibra E m ,ν m ,α m
E f ,ν f ,α f
(a) (b)
Figura 2.16: volume representativo de um compósito unidirecional (a).
Distribuições das tensões transversais em função da distância da fibra (b).
Fonte: CHAWLA (1942)
27
2.4.5 Propriedades Térmicas
α m E mVm + α f E f V f
α cl = (2.22)
E mVm + E f V f
28
α2
α1
29
(a) (b)
σfd
lc = (2.24)
2τ f
30
2.5 Macromecânica dos Materiais Compósitos
31
Se existem dois planos ortogonais de simetria de propriedades no material,
existirá necessariamente simetria relativa ao terceiro plano mutuamente ortogonal aos
outros dois. A relação tensão-deformação nas direções principais do material simplifica-
se para a equação 2.26.
{ε }= [S ]{σ }
1 1 1
(2.28)
32
[ ]
onde S 1 é a matriz de flexibilidade do material. Se o material for ortotrópico, a relação
constitutiva é dada pela equação 2.29:
⎡ 1 ν 21 ν 31 ⎤
⎢ E − − 0 0 0 ⎥
E2 E3
⎢ 1 ⎥
⎢− ν 12 1 ν 32
− 0 0 0 ⎥
⎢ E1 E2 E3 ⎥
⎢ ν ν 23 1 ⎥
⎢ − 13 − 0 0 0 ⎥
[ ]
S1 = ⎢
⎢
E1 E2 E3
1
⎥
⎥
(2.30)
⎢ 0 0 ⎥
⎢ G23 ⎥
⎢ 1
0 ⎥
⎢ G31 ⎥
⎢ 1 ⎥⎥
⎢ sim.
⎣⎢ G12 ⎦⎥
33
Apesar de terem sido definidas 12 constantes de engenharia para o material
ortotrópico, a simetria de S ij mostra que existem apenas 9 constantes independentes,
ν ij ν ji
= para i, j = 1,2,3 (2.31)
Ei Ej
A Figura 2.19 ilustra uma lâmina sob estado plano de tensão no plano 1-2, ou
seja, σ 3 = τ 23 = τ 31 = 0 .
34
A relação tensão-deformação é dada equação 2.32.
⎡ 1 ν 21 ⎤
⎢ − 0 ⎥
⎧ ε 1 ⎫ ⎡ S11 S12 0 ⎤ ⎧σ 1 ⎫ ⎢ E1 E2 ⎥ ⎧σ 1 ⎫
⎪ ⎪ ⎢ ⎪ ⎪ ν 1 ⎪ ⎪
⎨ ε 2 ⎬ = ⎢ S 21 S 22 0 ⎥⎥ ⎨σ 2 ⎬ = ⎢− 12 0 ⎥ ⎨σ 2 ⎬ (2.32)
⎢ E1 E2 ⎥
⎪γ ⎪ ⎢ 0 C 66 ⎥⎦ ⎪⎩τ 12 ⎪⎭ ⎢ ⎪ ⎪
⎩ 12 ⎭ ⎣ 0 1 ⎥ ⎩τ 12 ⎭
⎢ 0 0 ⎥
⎢⎣ G12 ⎥⎦
⎧σ 1 ⎫ ⎡Q11 Q12 0 ⎤⎧ ε1 ⎫
⎪ ⎪ ⎢ ⎪ ⎪
⎨σ 2 ⎬ = ⎢Q21 Q22 0 ⎥⎥ ⎨ ε 2 ⎬ (2.33)
⎪τ ⎪ ⎢ 0 0 Q66 ⎥⎦ ⎪⎩γ 12 ⎪⎭
⎩ 12 ⎭ ⎣
Onde Qij são os termos da matriz de rigidez reduzida. Em termos das constantes
E1 ν 12 E1 ν 21 E2
Q11 = Q12 = = Q22 = Q66 = G12 (2.34)
1 −ν 12ν 21 1 −ν 12ν 21 1 −ν 12ν 21 1 −ν 12ν 21
Caso a lâmina ortotrópica seja carregada numa direção x diferente de uma das
direções principais, como na Figura 2.20(a), a tensão normal σ x produz não apenas
35
Figura 2.20: Efeito do acoplamento extensão-cisalhamento.
Carregamento no sentido das fibras (a). Carregamento
formando um ângulo com as fibras (b).
36
desenvolvidas “livremente”; tensões térmicas são desenvolvidas (HERAKOVICH,
1998).
Onde:
37
Conseqüentemente, para uma resina epóxi termofixa, a zona de plastificação
acima da ponta da trinca precisa ser estudada utilizando-se uma lei de difusão, como a
lei de Fick. Porém, freqüentemente, compósitos poliméricos exibem desvios do
tratamento clássico Fickiano, especialmente em temperaturas elevadas, altas
concentrações de umidade e níveis altos de tensão.
Uma série de testes de difusão foram conduzidos para medir o ganho de peso
devido à umidade em um espécime de epóxi sobre diferentes condições de temperatura,
umidade e um gradiente de deformação.
38
2.6 Teoria de Placas em Laminados Compósitos
∂w0
u ( x, y , z , t ) = u 0 ( x , y , t ) − z
∂x
∂w0
v ( x, y , z , t ) = v0 ( x, y , t ) − z (2.36)
∂y
w( x, y, z , t ) = w0 ( x, y, t )
39
Figura 2.21: Coordenadas z de Figura 2.22: superfície deformada
empilhamento das lâminas num segundo as hipóteses de Kirchoff.
laminado de espessura h.
Fonte: REDDY (1996)
Fonte: REDDY (1996)
40
• O material de cada camada é linearmente elástico e possui dois planos de
simetria de material (restrição);
• Cada camada possui espessura uniforme (restrição);
• As deformações e deslocamentos são pequenos (restrição) e
• As tensões cisalhantes transversais na região superior e inferior no laminado são
nulas (restrição).
∂w0
u ( x, y , z , t ) = u 0 ( x , y , t ) − z
∂x
∂w0
v ( x, y , z , t ) = v0 ( x, y , t ) − z (2.37)
∂y
w( x, y, z , t ) = w0 ( x, y, t )
⎧ ∂u0 1 ⎛ ∂w0 ⎞ 2 ⎫
⎪ + ⎜ ⎟ ⎪ ⎧ ∂ 2 w0 ⎫
⎪ ∂x 2 ⎝ ∂x ⎠ ⎪ ⎪− 2 ⎪
⎧ε xx ⎫
(0)
⎧ε xx(1) ⎫ ⎪ ∂2x ⎪
⎪ ( 0 ) ⎪ ⎪⎪ ∂v0 1 ⎛ ∂w0 ⎞ ⎪⎪
2
ε = ⎨ε yy ⎬ = ⎨
0
+ ⎜⎜ ⎟⎟ ⎬ ⎪ ⎪ ⎪ ∂ w ⎪
ε 1 = ⎨ε yy(1) ⎬ = ⎨ − 20 ⎬ (2.38)
⎪γ ( 0 ) ⎪ ⎪ ∂y 2 ⎝ ∂y ⎠ ⎪ ⎪γ (1) ⎪ ⎪ ∂y2 ⎪
⎩ xy ⎭ ⎪ ∂u0 ∂v0 ∂w0 ∂w0 ⎪ ⎩ xy ⎭ ⎪ ∂ w0 ⎪
⎪ ∂y + ∂x + ∂x ∂y ⎪ ⎪− 2 ∂x∂y ⎪
⎪⎩ ⎪⎭ ⎩ ⎭
41
componentes de deformação variam linearmente através da espessura do laminado e são
independentes do material de cada lâmina (REDDY, 1996).
42
Figura 2.24: Representação de um elemento de
placa com as forças e momentos resultantes.
Fonte: REDDY (1996)
As forças e os momentos resultantes são dadas pelas equações 2.39, 2.40, 2.41 e 2.42.
(k )
⎧ N xx ⎫ ⎧σ xx ⎫ ⎡Q11 Q12 Q16 ⎤ ⎧ε xx( 0 ) + zε xx(1) ⎫
⎪ ⎪ N zk +1 ⎪ ⎪ N z k +1 ⎢ ⎥ ⎪ (0) (1) ⎪
⎨ N yy ⎬ = ∑ ∫z ⎨σ yy ⎬dz = ∑ ∫z ⎢Q12 Q22 Q26 ⎥ ⎨ε yy + zε yy ⎬dz (2.39)
⎪ N ⎪ k =1 k ⎪σ ⎪ k =1 k
⎢Q16 Q26 Q66 ⎥⎦ ⎪γ ( 0 ) + zγ (1) ⎪
⎩ xy ⎭ ⎩ xy ⎭ ⎣ ⎩ xy xx ⎭
(k )
⎧ M xx ⎫ ⎧σ xx ⎫ ⎡Q11 Q12 Q16 ⎤ ⎧ε xx( 0 ) + zε xx(1) ⎫
⎪ ⎪ N zk +1 ⎪ ⎪ N z k +1 ⎢ ⎥ ⎪ (0) (1) ⎪
⎨M yy ⎬ = ∑ ∫z ⎨σ yy ⎬zdz = ∑ ∫z ⎢Q12 Q22 Q26 ⎥ ⎨ε yy + zε yy ⎬ zdz (2.41)
⎪ M ⎪ k =1 k ⎪σ ⎪ k =1 k
⎢Q16 Q26 Q66 ⎥⎦ ⎪γ ( 0 ) + zγ (1) ⎪
⎩ xy ⎭ ⎩ ⎭xy ⎣ ⎩ xy xx ⎭
43
Onde Aij são denominadas matriz de rigidez extensional, Dij , matriz de rigidez de
h
(A , B , D ) = ∫
N
Qij (1, z , z 2 )dz = ∑ ∫
z k +1
ij ij ij
2
h Qij( k ) (1, z , z 2 )dz (2.43)
− zk
2 k =1
N
Aij = ∑ Qij( k ) ( z k +1 − z k )
k =1
1 N (k ) 2
Bij = ∑ Qij ( z k +1 − z k2 ) (2.44)
2 k =1
1 N (k ) 3
Dij = ∑
3 k =1
Qij ( z k +1 − z k3 )
⎧ {N }⎫ ⎡[ A] [B]⎤ ⎧{ε 0 }⎫ ⎧ {N T }⎫ ⎧ {N H }⎫
⎨ ⎬=⎢ − − (2.46)
⎩{M }⎭ ⎣[B ] [D]⎥⎦ ⎨⎩{ε 1 }⎬⎭ ⎨⎩{M T }⎬⎭ ⎨⎩{M H }⎬⎭
(k )
{N }= ∑ ∫ [Q ] {α }
N z k +1 (k )
T
ΔTdz
zk
k =1
44
(k )
{M }= ∑ ∫ [Q ] {α }
N z k +1 (k )
T
ΔTzdz
zk
k =1
(k )
{N }= ∑ ∫ [Q ] {β }
N z k +1 (k )
H
ΔMdz
zk
k =1
(k )
{M }= ∑ ∫ [Q ] {β }
N z k +1 (k )
H
ΔTzdz
zk
k =1
Onde:
45
não ocorre nas extremidades de um laminado finito, onde deixa de existir cisalhamento
no plano.
Extremidade Interface
livre
Extremidade
Orientação
livre
da Fibra
46
Extremidade
do espécime
Extremidade
do Espécime
Teoria da
Elasticidade
Moiré
Adesão é uma técnica para unir materiais que se mostra capaz de substituir ou
suplementar métodos convencionais de junção, tais como rebitagem, soldagem e fixação
mecânica, numa grande variedade de aplicações. Um adesivo pode ser definido como
um material que quando aplicado a superfície de outros materiais pode uni-los e pode
resistir à separação destes. Os materiais a serem unidos são comumente chamados de
substratos ou aderentes (KINLOCH, 1987). As teorias da colagem adesiva têm separado
quatro mecanismos de interação distintos entre o adesivo e o aderente a ser colado. São
eles: a interligação mecânica, as interações de absorção, as forças eletrostáticas e os
mecanismos de difusão. Estes mecanismos estão relacionados às forças intrínsecas que
podem ocorrer entre a interface do adesivo e substrato (KINLOCH, 1987). Cada
mecanismo, dependendo da área de aplicação da colagem, terá no estudo da colagem
adesiva uma relevância maior ou menor (SAMPAIO, 1988).
Neste estudo serão abordados os mecanismos que proporcionam mais efeitos nas
juntas coladas de metal e compósitos poliméricos. O mecanismo de interligação
mecânica, que está relacionado com a rugosidade da superfície do substrato, e de
47
interação de absorção, que está relacionado com a capacidade do adesivo molhar o
substrato, são os que proporcionam essa maior resistência nas juntas.
48
Tabela 2.4: Energia ao descascamento de folhas de cobre coladas com
resina epóxi em função das topografias nas superfícies do cobre.
Energia ao
Topografias Descascamento (kJ/m2)
0,66
0,77
1,0
1,5
2,4
2,3
Esta teoria é a mais amplamente utilizada e propõe que, se um contato íntimo for
alcançado na interface, os materiais se unirão devido às forças interatômicas e
intermoleculares que são estabelecidas entre os átomos e as moléculas nas superfícies
do adesivo e do substrato. As forças mais comuns são as denominadas van der Waals,
um tipo de ligação secundária. Nesta categoria, também podem ser incluídas ligações de
hidrogênio. Quanto às ligações primárias, podemos ter as iônicas, covalentes e metálicas
na região interfacial. Os termos primárias e secundárias estão relacionados às
resistências das ligações. As ligações primárias são as que possuem as maiores
resistências. A Tabela 2.5 mostra uma estimativa das energias de ligações (KINLOCH,
1987).
49
Tabela 2.5: Energia de ligação em função do tipo de ligação.
Energia de
Tipo de Ligação Ligação
(kJ/mol)
Iônica 600-1100
Primárias
Ligações
Covalente 60-700
Metálicas 110-350
Hidrogênio Até 40
Secundárias
Ligações
Um fato importante e comum para todas essas forças é que elas são somente
significativas para distâncias muito pequenas. A maioria é negligenciada além de
poucos angstrons (KINLOCH, 1987). Isso significa que é necessário um contato íntimo
para que tenham qualquer efeito na adesão.
Wa = γ s + γ l − γ sl (2.47)
onde:
γs = energia livre superficial da fase sólida
γl = energia livre superficial da fase líquida
γsl = energia livre interfacial das fases sólida/líquida
50
Para entender os fatores que influenciam e controlam o trabalho de adesão WA é
necessário o conhecimento dos mecanismos associados à tensão superficial.
Os tipos mais comuns de forças atrativas na superfície são as de van der Waals
(forças secundárias), e que podem ser atribuídas a diferentes efeitos: forças de dispersão
(ou London), resultado dos movimentos internos dos elétrons e que são independentes
do movimento dipolo; forças polares (ou Keason), resultado da orientação do dipolo
elétrico permanente (KINLOCH, 1987).
51
A equação de Young, que define o equilíbrio das tensões superficiais entre o
sólido, o líquido e o vapor, é dada pela equação 2.48.
Onde:
γsv = energia livre interfacial das fases sólida/vapor
sendo que o termo γsv representa a energia livre superficial do substrato sólido devido
a) γlv>>γsv b) γlv>γsv
c) γlv=γsv d) γlv<<γsv
52
Uma distinção pode ser feita entre superfícies sólidas de baixa e alta energia.
Compostos orgânicos, como os polímeros, pertencem ao primeiro grupo e suas energias
superficiais livres são usualmente menores que 100mJ/m2. Metais, óxidos metálicos e
cerâmicas pertencem ao segundo grupo, e suas energias superficiais livres são
tipicamente maiores que 500mJ/m2 (KINLOCH, 1987).
a) Ar retido
b) Meio ambiente
Superfícies metálicas coladas com adesivo devem estar limpas de óleo, graxas e
impurezas. Entretanto, retiradas estas impurezas, a superfície de alta energia superficial
absorve vapor d'água da atmosfera e outras contaminações como o nitrogênio e
produtos orgânicos. Esses efeitos diminuem a difusão do adesivo e limita o grau de
contato interfacial (SAMPAIO, 1988).
53
2.8 Critérios de Falha
Esta teoria foi apresentada por JENKINS (1920) como uma extensão da teoria
da tensão normal máxima, também chamada Teoria de Rankine, usada para materiais
isotrópicos.
Essa teoria afirma que as tensões aplicadas nas direções principais do material
devem ser menores que as resistências nas respectivas direções de carga. Logo, a falha
ocorrerá se ocorrer as hipóteses da equação 2.49.
σ 1 ≥ X 1T ou σ 1 ≤ − X 1C
σ 2 ≥ X 2T ou σ 2 ≤ − X 2C (2.49)
τ 12 ≥ S ou τ 12 ≤ S
Onde:
X 1T = limite de resistência à tração na direção axial do compósito
Nenhuma interação de modo de falha é admitido neste critério e os resultados são muito
limitados.
54
2.8.2 Teoria da Deformação Máxima
ε 1 ≥ e1T ou ε 1 ≤ − e1C
ε 2 ≥ e2T ou ε 2 ≤ − e2C (2.50)
γ 12 ≥ S e ou γ 12 ≤ S e
Onde:
e1T = deformação máxima à tração na direção axial do compósito
HILL (1948) considerou que o critério de von Mises, proposto para o início de
escoamento em metais isotrópicos, poderia ser modificado para incluir os efeitos da
anisotropia induzida num metal inicialmente isotrópico durante um processo de grandes
deformações plásticas. Para um estado triaxial de tensões, a expressão do critério de
Von Mises é dada pela equação 2.51.
1
2
[ ] ( )
(σ x − σ y )2 + (σ x − σ z )2 + (σ y − σ z )2 + 3 τ xy2 + τ xx2 + τ yz2 = σ EQ2 (2.51)
55
Onde σ EQ é o valor da tensão uniaxial equivalente ao estado triaxial de tensões
F (σ 2 − σ 3 ) + G (σ 3 − σ 1 ) + H (σ 1 − σ 2 ) + 2 Lτ 23 + 2 Mτ 132 + 2 Nτ 122 = 1
2 2 2
(2.52)
σ 12 σ 1σ 2 σ 22 τ 122
− + + =1 (2.53)
X 12 X 12 X 22 S c2
Onde:
X 1 = resistência à tração na direção axial do compósito
X 2 = resistência à compressão na direção axial do compósito
S c = resistência ao cisalhamento planar do compósito
56
Os coeficientes Fi , Fij e Fijk são estruturas rearranjadas de tensores de 2a, 4a e 9a
ordem, respectivamente. Uma vantagem deste método é que existe liberdade para a
utilização de tantos termos quantos sejam necessários para a aproximação dos pontos
experimentais de um material. Entretanto, uma vez que cada constante está associada a
um tipo distinto de ensaio mecânico para sua determinação, comumente a equação 2.54
restringe-se apenas aos termos de 2a ordem. Caso isto não seja feito, a quantidade e a
complexidade dos ensaios necessários para a determinação das constantes tornaria
inviável o método. Assim a equação 2.54 reduz-se a equação 2.55.
6 6 6
∑ Fiσ i + ∑∑ Fijσ iσ j = 1
i =1 i =1 j =1
(2.55)
Onde:
1 1 1
F11 = e F1 = − C
X X 1C
T
1
T
X1 X1
1 1 1 1
F22 = e F2 = − C F66 =
X X 2C
T
2
T
X2 X2 S2
O critério de Hoffman pode ser visto como uma extensão do critério de Hill ou
uma simplificação do de Tsai-Wu. Em relação ao critério de Hill, é feita a inclusão de
termos lineares de diferenças entre resistências de tração e compressão (HASHAGEN e
BORST, 2001). Nas aplicações em modelos de plasticidade anisotrópica, o modelo de
Tsai-Wu apresenta forte sensibilidade quanto aos parâmetros de propriedades medidas
experimentalmente. Assim, o critério de Hoffman tem sido bastante utilizado tanto em
problemas de plasticidade de metais quanto em falha frágil de laminados fibrosos.
57
2
{ } [P]{σ }+ {σ } {q} = 1
1 1
σ
T 1 1 T
(2.57)
{ }
Onde [P ] e σ 1 são os mesmos termos usados para expressar o critério de Hill, e
58
Figura 2.29: Ilustração de como um estado de tensão arbitrário em uma lâmina
causa uma falha como o resultado dos valores críticos de (a) Tensão axial
trativa σ 1u , (b) Tensão trativa transversal σ 2u e (c) Tensão cisalhante τ 12 .
ruptura da fibra, ε fu , a falha começará pela matriz, como ilustrado na Figura 2.30.
59
Fibra
ε mu < ε fu
Para deformações até ε mu , a tensão no composto é dado por uma simples regra
da mistura, dado pela equação 2.58.
σ 1 = V f σ f + (1 − V f )σ m (2.58)
Sendo:
Nas Figuras 2.31 e 2.32 são idealizados gráficos para compósitos de fibra longas
com ambos os componentes comportando-se de maneira frágil. Estas Figuras referem-se
a um sistema em que as fibras possuam uma deformação à ruptura mais alta do que a
matriz e mostram respectivamente a tensão-deformação (da fibra, da matriz e do
compósito) e a dependência do limite de resistência do compósito em função da fração
volumétrica de fibra. Também são mostrados os mesmos gráficos para o caso onde a
matriz tem a deformação à ruptura maior.
60
σfu
Fibra
σ 1 = V f σ f + (1 − V f )σ m Compósito
σfmu Matriz
σf
σ1
Vfσ f
σmu Falha da
σm Matriz
Єmu Єfu
Figura 2.31: Curva tensão-deformação de falha dominada pela matriz
σ 1u = V f σ fmu + (1 − V f )σ mu (2.59)
61
Onde σ fmu é a tensão na fibra no começo da fratura da matriz. A tensão de falha
σ fu
σ 1u
σ 1u = V f σ fu
σ fmu
σ mu σ 1u = V f σ fmu + (1 − V f )σ mu
0 V 'f Vf 1
Figura 2.32: limite de resistência à ruptura em função da
fração volumétrica de fibras.
Fonte: HULL e CLYNE (1996)
σ mu
V `f =
σ fu − σ fmu + σ mu (2.60)
ruptura da matriz, ε mu , a falha começará pela fibra, como ilustrado na Figura 2.33.
62
σ σ
Fibra
Falha na
fibra
Matriz
σ 1u = V f σ fu + (1 − V f )σ mfu (2.61)
63
σfu
σ 1 = V f σ f + (1 − V f )σ m
σf
σ1
σmu
σmfu
σm
Єfu Єmu
σ1u
σmu
σ 1u = (1 − V f )σ mu
σ 1u = V f σ fu + (1 − V f )σ mfu
σmfu
0 V'f Vf 1
Pode se observar pela Figura 2.35, que para a presença de uma pequena fração
de volume de fibras, ocorre uma redução na tensão de ruptura do compósito, ou seja,
para frações abaixo de uma determinado valor, a resistência do compósito diminui. Isto
64
ocorre para valores de fração volumétrica de fibras, V ` f , menores que os obtidos na
equação 2.62.
σ mu (2.62)
V `f =
σ fu − σ fmu + σ mu
Outras suposições adotadas nos modelos acima são que a resistência da fibra é
uma constante e que as fibras falham isoladamente uma das outras. De fato, muitos
tipos de fibra exibem uma faixa de resistência. Deste modo, quando uma carga é
aplicada paralela as fibras, a primeira falha é no ponto mais fraco. Se a redistribuição de
tensão com esta falha não é suficiente para causar a falha das fibras adjacentes, a tensão
aplicada cresce e mais fraturas ocorrem aleatoriamente ao longo do laminado. Vários
modelos têm sido propostos para tratar este processo.
65
Figura 2.36(e). Este mecanismo de cegamento da trinca é importante no acréscimo de
tenacidade do compósito.
Figura 2.36: Tensões próximas a ponta de uma trinca elíptica previstas por um modelo
numérico. (a) Contornos da tensão σl , como razão da tensão aplicada. (b) Contornos da
tensão σ2 , como razão da tensão aplicada. (c) Representação das tensões σl , σ2 e τ. (d)
ponta da trinca aproximando da interface fibra/matriz. (e) Descolamento interfacial
como resultado da tensão σ2 , cegando a trinca.
66
sem muito desvio. A superfície da fratura é relativamente suave e consiste de uma rede
de blocos emergindo fibras e resinas em diferentes níveis.
67
Figura 2.39: Micrografia da superfície da fratura de uma lâmina epóxi/40% fibra de
kevlar testada sob tensão axial.
68
A Figura 2.41 mostra a influência das fibras na resistência transversal por meio
de dados experimentais, quando se comparam curvas tensão-deformação para o
laminado fabricado com três resinas poliéster sem reforço, ou seja, sem a presença de
fibras. As resistências e deformações máximas são notadamente reduzidas pela presença
das fibras. Isto é basicamente devido à existência de tensões locais e deformações
elevadas na matriz. Mediante este fato, há uma tendência de ocorrer uma propagação da
trinca nas adjacências da fibra, onde se encontram as regiões tensionadas da matriz
Figura 2.41: Curvas tensão-deformação para: Resinas poliéster sem reforço (a),
laminados com resina poliéster e 48% de fração volumétrica de fibras (b),
ensaiados com carregamento transversal.
69
Figura 2.42: Tensões cisalhantes atuantes em
um compósito de fibras alinhadas.
70
Fator de
Concentração de
tensão
cisalhante
A grande maioria dos problemas de engenharia pode ser formulada através dos
princípios gerais da Mecânica do Contínuo. Este ramo da mecânica trata a matéria como
sendo um meio contínuo, sem vazios interiores, desconsiderando sua estrutura
molecular. O conceito de “continuum” permite a definição do ponto genérico (de
volume igual a zero), por um limite matemático tal como na definição de derivadas no
cálculo infinitesimal (MALVERN, 1969). Assim, na Mecânica do Contínuo os
princípios da física são escritos sob a forma de equações diferenciais. Os efeitos da
constituição interna molecular dos materiais são levados em conta de forma
macroscópica através das equações constitutivas do material (RIBEIRO, 2004)
71
análise estrutural. Entre os trabalhos pioneiros nesta linha, podem se citar os trabalhos
de TURNER et al. (1956) e ARGYRIS E KELSEY (1960). ZIENKIEWICZ (1970)
apresentou uma descrição mais detalhada da evolução do MEF nesta fase inicial. Na
década de 70 o MEF teve suas aplicações estendidas a problemas de mecânica dos
fluidos e, desde então, vem consolidando-se como um método mais geral de solução de
equações diferenciais.
• Pré-processamento
72
malha – “mesh”. Quanto maior o número de elementos na malha, mais preciso é o
resultado obtido (ALVES, 2006).
• Simulação
• Pós-processamento
73
do dano é descrito como linear elástico, onde ocorre uma queda da rigidez sob
carregamento trativo e/ou cisalhante, mas não por compressão pura.
Direção da espessura
Topo da face
Nó do elemento coesivo
Plano médio
Base da face
74
Alongamento ao
longo da espessura
Camada
coesiva
Tensões cisalhantes
Alongamento -
Membrana
Alongamento - Cisalhamento -
Membrana Membrana
75
2.10.3 Definição de Contato entre os Materiais Adjacentes
76
pode ocorrer de acordo com uma lei de evolução. Uma curva típica de evolução de dano
é mostrada na figura 2.47.
Tração
Separação
Figura 2.47: Curva típica de resposta da interface baseada num modelo de tração-
separação.
77
Capítulo III
ISO 24817:2006
Esta norma abrange o reparo de vários tipos de defeitos em tubos, tais como:
corrosão generalizada ou localizada; pites; gouges; blisters; trincas circunferenciais ou
longitudinais; furos e mossas. Neste projeto foi tratado somente o defeito tipo furo em
tubos e os reparos foram realizados de acordo com o projeto desta norma. Neste
capítulo são apresentados os principais itens da norma que servirão como base para este
estudo.
78
A Tabela 3.1 ilustra a classificação de acordo com o tipo de serviço, pressão e
temperatura de projeto, conforme estabelecido pela norma.
79
Tabela 3.2: Lista de propriedades mecânicas e suas respectivas normas
3.4 Condição de pH
80
3.5 Temperaturas de Projeto
Para sistemas de reparos no qual a Tg não pode ser medida, a temperatura máxima não
poderá ser maior que a temperatura de distorção térmica (HDT) menos 20ºC se for
defeito tipo B ou menos 15ºC se for defeito tipo A. O valor da temperatura operacional
máxima (Tm ) pode ser visualizado na Tabela 3.3.
apenas o critério de dureza Barcol, onde o laminado deve possuir uma dureza de pelo
menos 90% da menor dureza obtida na qualificação.
reparo ( Tm ), menor será o fator de correção. Estes fatores estão demonstrados na Tabela
3.4 e 3.5.
81
O fator de correção ( f T 1 ) se aplica às deformações advindas do carregamento. A
estas se somam as deformações térmicas.
(°C) fT1
Td = Tm 0,70
Td = Tm − 20 0,75
Td = Tm − 40 0,85
Td = Tm − 50 0,90
Td = Tm − 60 1,00
Onde:
Ttest = temperatura de qualificação de teste (ºC).
82
3.7 Projeto da Espessura do Laminado de Reparo
1 ⎛ p eq D 1 Feq ν ⎞
t min,c = ⎜ − ⎟ (3.1)
ε c ⎜⎝ 2 Ec πD Ec ⎟⎠
1 ⎛ F eq 1 peq D ν ⎞
t min,a = ⎜ − ⎟ (3.2)
ε a ⎜⎝ πD Ea 2 Ec ⎟⎠
83
Onde:
π 4
Feq = pD 2 + Fax2 + 4 Fsh2 + M ax2 + M to2 (3.3)
4 D
⎡ 16 2 ⎤
Peq = p ⎢1 + ( F + M ) 2
⎥ (3.4)
⎣⎢ (πD p )
2 sh to
2 D ⎦⎥
Onde:
p = pressão interna de projeto (MPa)
Fsh = carga cisalhante aplicada (N)
A contribuição Feq deve ser tomada como positiva. A espessura de projeto de reparo
( t projeto ) será tomada como o maior valor entre t min,c e t min,a determinado pelas equações
3.1 e 3.2.
D
As equações 3.1 e 3.2 são válidas para espessura de projeto de reparo t projeto < .
6
84
O coeficiente de expansão térmica de um laminado de reparo é diferente do
substrato, resultando na geração de tensões térmicas dentro do laminado quando a
temperatura de projeto for diferente da temperatura de instalação. Este efeito deve ser
considerado na avaliação do projeto, subtraindo-se as deformações termicamente
induzidas das deformações admissíveis. O fator de redução de temperatura ( f T 1 ) deve
ser aplicado à deformação admissível antes da subtração. As deformações térmicas,
ΔTα , ocorridas no laminado de reparo nas direções circunferencial e axial são incluídas
nos cálculos de deformações máximas admissíveis, ε c e ε a , dadas pela equação 3.5.
ε c = f T 1ε c 0 − ΔT (α s − α c )
ε a = f T 1ε a 0 − ΔT (α s − α a ) (3.5)
Onde:
ε a 0 = deformação axial admissível do reparo, sem efeito de temperatura (mm/mm)
ε c 0 = deformação axial admissível do reparo, sem efeito de temperatura (mm/mm)
α a = coeficiente de expansão térmica axial do reparo (mm/mmºC).
α c = coeficiente de expansão térmica circunferencial do reparo (mm/mmºC).
α s = coeficiente de expansão térmica do substrato (mm/mmºC).
ΔT = diferença entre a temperatura de projeto e a temperatura de instalação (ºC).
85
Tabela 3.6: Deformações admissíveis em função da vida útil do reparo.
Módulo Deformação Deformação Deformação
Admissível Admissível Admissível
Classe 1 Classe 2 Classe 3
(%) (%) (%)
Vida útil do 2 10 20 2 10 20 2 10 20
reparo (anos)
Para Ea > 0,5Ec
3.8 Projeto de Reparo para Defeitos tipo Furo Circular (defeito tipo B)
⎧ ⎫
⎪ ⎪
⎪ 0,001γ LCL ⎪
p = f T 2 f leak ⎨ ⎬ (3.6)
( 2
)
⎪ 1 −ν ⎧ 3 d 4 + 1 d ⎫ + 3
d 2⎪
⎪ Eac ⎨⎩ 512t min
3 ⎬
π ⎭ 64Gt min ⎪⎭
⎩
Onde:
Eac = módulo de tração combinado Ea Ec (MPa)
86
f T 2 = fator de correção de temperatura, conforme Tabela 3.5.
f leak = fator de serviço.
Tubo
Metálico
P
87
Um mínimo de 9 testes devem ser realizados cobrindo um mínimo de 3
tamanhos de furos, tipicamente os diâmetros de 10, 15 e 25 mm. O teste deverá ser
realizado na temperatura do teste de qualificação.
Os espécimes são pressurizados internamente até a falha, que deverá ocorrer sob
a forma de delaminação na interface compreendida entre o laminado compósito e o
substrato metálico, seguida de vazamento na borda do laminado de reparo. Caso a falha
não ocorra pelo mecanismo de delaminação, o teste deverá ser descartado e feito um
novo.
2
⎛ P ⎞
γ i = ⎜⎜ i ⎟⎟ (3.7)
⎝ A(d i ) ⎠
Onde:
n = Número de pontos de dados observados (A (di), Pi)
Pi = A pressão (MPa) observada na falha i, onde i = 1, n
A (di) = Função do tamanho do defeito e propriedades do laminado de reparo da
observação i, onde i = 1, n
⎧ ⎫
⎪ ⎪
⎪ 0,001 ⎪
A(d i ) = ⎨ ⎬ (3.8)
( )
⎪ 1 −ν ⎧ 3 d 4 + 1 d ⎫ + 3 d 2 ⎪
2
⎪ E ac ⎨ 512t 3 i π i ⎬ 64Gt i i ⎪
⎩ ⎩ i ⎭ ⎭
88
A taxa de liberação de energia com limite inferior de confiança de 95%, γ LCL , é
calculada pela equação 3.10.
2
⎡ n ⎤
⎢ ∑ A(di ) Pi 1 ⎥
γ LCL = ⎢ i =n1 − tvσ n
⎥ (3.10)
⎢ A(di )² ⎥⎥
⎢∑ A(di )² ∑
⎣ i =1 i =1 ⎦
∑ ( P − A(d )
i i γ médio ) 2
σ= i =1
(3.11)
(n − 2)
89
A espessura de projeto será dada, então, para o maior valor determinado entre as
equações 3.1, 3.2 e 3.6.
90
Capítulo IV
Ensaios Mecânicos e Térmicos
Para a caracterização das propriedades mecânicas dos materiais compósitos dos
três fornecedores, foram realizados ensaios de tração em corpos de prova em formato de
anéis, em tiras e planos, ensaio em tubo de material compósito, ensaios de cisalhamento
e testes de adesão na interface metal/compósito. Para a obtenção das propriedades
térmicas, foram realizados ensaios DMA para cálculo da temperatura de transição vítrea
e para o coeficiente de expansão térmica. Por fim, foram realizados testes para medição
das frações volumétricas de fibras.
Face interna
usinada
Corte para
retirada do
Anel
Figura 4.1: Detalhe da região de Figura 4.2: Corpo de prova
retirada do anel de compósito. em forma de anel.
91
É previsto que os anéis tenham a geometria e o intervalo dimensional requeridos
pela norma ASTM D 2290-08 (Standard Test Method for Apparent Hoop Tensile
Strength of Plastic or Reinforced Plastic Pipe by Split Disk Method), optando-se por 30
mm de largura e reduções de seção de 5 mm de raio e a espessura variou conforme cada
reparo, conforme a Figura 4.3.
30
R5
6”
92
Anel de
Compósito
semidisco
A partir da força obtida como dado de saída foi possível calcular algumas
propriedades do material compósito. Com a força de ruptura ( Fr ) e a área média ( Am )
4.1.
Fr
σ θAp = (4.1)
2. Am
93
Tabela 4.1: Dados obtidos nos ensaios de anéis de compósito.
Módulo de Tensão de
Força de
Corpo de Área Média elasticidade Ruptura
Fornecedor Ruptura
Prova (mm2) circunferencial Aparente
(N)
(GPa) (MPa)
1 56,2 17.654 12,40 157,1
2 60,2 19.073 12,04 158,4
A
3 53,1 16.924 10,07 159,3
Média 56,5 17.884 11,50 158,3
1 46,0 37.520 44,60 407,8
2 54,0 40.330 59,80 373,4
B
3 49,8 35.646 68,40 357,9
Média 49,9 37.832 57,60 379,7
1 127,9 4.908 (*) 19,2
C 2 129,5 8.250 29,50 31,8
Média 128,7 6.579 29,50 25,5
(*) Falha no extensômetro
105
90
75
Tensão (Mpa)
60
45 CP 01
CP 02
30
CP 03
15
0
0 0,12 0,24 0,36 0,48 0,6 0,72 0,84
Deformação (% )
94
4.1.5 Análise da Fratura
Fornecedor A Fornecedor B
Extração da
Extração da fibra
fibra
Fratura
Frágil
95
4.2.1 Confecção dos Corpos de Prova
Compósito
Aço
Área metálica
usinada de 40 mm
Devido ao fato deste ensaio não possuir referência em norma, fez-se uma
adaptação para medir as propriedades mecânicas no sentido transversal.
96
resistência elétrica para medir as deformações no compósito. Os ensaios foram
realizados em pares para evitar a componente de flexão. A montagem dos corpos de
prova na máquina universal de ensaios pode ser visualizada na Figura 4.11.
A partir da força obtida como dado de saída foi possível calcular alguns valores
de propriedades do material compósito. Com a força de ruptura ( Fr ) e a área da seção
transversal ( At ) de cada tira determinou-se a tensão de ruptura transversal (σ u 2 ) , através
da equação 4.2.
Fr
σ u2 = (4.2)
2. At
97
Ainda, com o dado de saída deformação transversal (ε 2 ) e da tensão transversal
(σ 2 ) , traçou-se a linha de tendência, definindo-se o módulo de elasticidade transversal
(E 2 ) .
Tabela 4.2: Resultados obtidos por meio dos ensaios mecânicos de tração em tiras.
Área da Módulo de Limite de
Corpo Força de
seção elasticidade Resistência
Fornecedor de Ruptura
transversal Transversal Transversal
Prova (N)
(mm2) (GPa) (MPa)
1 92,8 18.072 8,3 97,4
2 78,3 - 8,1 -
3 89,4 16.914 7,2 94,6
A
4 88,3 - 7,1 -
5 105,2 - 7,4 -
6 120,5 19.072 7,5 79,1
1 91,0 - (*)
2 55,7 1.352 16,7 12.1
3 95,1 2.796 17,2 12.1
B
4 72,1 - 15,7
5 58,0 3.502 (*) 30.1
6 62,7 - (*) -
1 238,0 9.377 32,1 19,7
2 263,2 - (*) -
C
3 251,9 11.152 23,2 22,1
4 261,2 - 31,3 -
(*) Falha do extensômetro
98
4.2.5 Análise da Fratura
O modo de falha encontrado nas tiras de compósito foi caracterizado por uma
fratura frágil, como mostrado na Figura 4.12. Neste caso, devido à baixa fração
volumétrica de fibras na direção transversal, não ocorreu a extração da fibra. Este tipo
de fratura é característico de resinas termorrígidas, ou seja, com alto grau de reticulação.
Fornecedor A Fornecedor
FornecedorB/B Fornecedor C
99
Figura 4.13: Laminação da placa de
compósito do fornecedor A
3x
3
2
100
Fornecedor A Fornecedor B Fornecedor C
250
25
210 20
101
Tabela 4.3: Resultados obtidos nos ensaios de tração nas direções 1 e 2 para o
fornecedor A na temperatura ambiente.
Corpo Limite de Deformação Módulo de
Coeficiente
Direção de Resistência à Máxima Elasticidade
de Poisson
Prova Ruptura (MPa) (%) (GPa)
1 247,8 (*) 13,64 0,26
2 294,3 2,36 13,12 0,26
3 302,4 2,04 14,62 0,28
1
4 235,9 1,69 14,75 0,31
5 326,0 2,28 16,21 0,28
Média 281,3 2,09 14,47 0,28 (ν 12 )
1 105,0 1,39 7,36 0,15
2 102,4 (*) 6,21 0,13
3 91,1 1,33 7,62 0,13
2
4 104,3 1,43 6,51 0,13
5 104,9 1,76 6,24 0,12
Média 101,5 1,48 6,79 0,13 (ν 21 )
(*) Falha no Extensômetro
350
300
250
Tensão (Mpa)
200 CP 01
150 CP 02
CP 03
100
CP 04
50 CP 05
0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50
Deformação (%)
102
Ensaio de Tração (Temperatura Ambiente) - Direção 2
120
105
90
Tensão (Mpa)
CP 01
75
CP 02
60 CP 03
45 CP 04
30 CP 05
15
0
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00
Deformação (%)
Tabela 4.4: Resultados obtidos nos ensaios de tração nas direções 1 e 2 para o
fornecedor B na temperatura ambiente.
Corpo Limite de Deformação Módulo de
Coeficiente
Direção de Resistência à Máxima Elasticidade
de Poisson
Prova Ruptura (MPa) (%) (GPa)
1 271,8 1,46 20,05 0,14
2 261,5 1,39 18,98 0,15
3 243,9 1,31 18,59 0,08
1
4 278,4 1,51 18,46 0,13
5 257,0 1,19 21,34 0,13
Média 262,5 1,37 19,48 0,13 (ν 12 )
1 333,6 1,57 18,71 0,15
2 331,9 1,56 17,84 0,17
3 280,9 1,57 16,78 0,16
2
4 308,7 1,57 18,61 0,15
5 279,6 1,58 18,28 0,15
Média 306,9 1,57 18,04 0,16 (ν 21 )
103
Tabela 4.5: Resultados obtidos nos ensaios de tração nas direções 1 e 2 para o
fornecedor C na temperatura ambiente.
Corpo Limite de Deformação Módulo de
Coeficiente
Direção de Resistência à Máxima Elasticidade
de Poisson
Prova Ruptura (MPa) (%) (GPa)
1 118,0 0,81 19,20 0,29
2 113,4 0,72 16,10 0,25
3 120,0 0,35 27,50 0,39
1
4 156,0 0,66 23,33 0,38
5 124,0 0,62 20,16 0,25
Média 126,3 0,63 21,26 0,31 (ν 12 )
1 24,3 0,31 8,16 0,13
2 23,2 0,29 8,46 0,13
3 24,2 0,24 10,19 0,12
2
4 27,4 0,24 11,43 0,10
5 23,9 0,21 11,47 0,10
Média 24,6 0,26 9,94 0,12 (ν 21 )
Sistema de Controle de
Temperatura
Forno
Sistema de Aquisição de
dados
104
A Tabela 4.6 mostra os valores das propriedades mecânicas encontrados e a
Figura 4.20 e 4.21 mostram as curvas obtidas nos ensaios nas direções 1 e 2
respectivamente para os testes realizados em temperatura elevada para o fornecedor A.
300
250
Tensão (Mpa)
200
CP 01
150
CP 02
100 CP 03
CP 04
50 CP 05
0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50
Deformação (%)
105
Ensaio de Tração (50ºC) - Direção 2
90
75
Tensão (Mpa)
60 CP 01
CP 02
45 CP 03
CP 04
30
CP 05
15
0
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60
Deformação (%)
106
Tabela 4.8: Resultados obtidos nos ensaios de tração em temperatura de 40ºC
nas direções 1 e 2 para o fornecedor C.
Corpo Limite de Deformação Módulo de
Coeficiente
Direção de Resistência à Máxima Elasticidade
de Poisson
Prova Ruptura (MPa) (%) (GPa)
1 142,1 0,77 18,41 0,31
2 133,5 0,77 17,20 0,28
3 147,6 0,71 18,15 0,31
1
4 128,6 0,63 19,07 0,33
5 134,2 0,84 16,22 0,32
Média 137,2 0,74 17,81 0,31
1 11,7 0,12 9,34 0,21
2 10,8 0,13 8,61 0,20
3 13,7 0,16 8,23 0,11
2
4 9,3 0,14 7,03 0,14
5 8,6 0,10 8,32 0,37
Média 10,8 0,13 8,31 0,21
107
Tem-se que o módulo de cisalhamento da resina (Gr) da resina é dado pela equação 4.3:
Er
Gr = (4.3)
2(1 + ν r )
Onde:
Er = módulo de elasticidade da resina
ν r = coeficiente de Poisson da resina
A fratura dos corpos de prova na direção 1 podem ser visualizadas na Figura 4.23.
Extração da
fibra
Fratura a 0º
Fratura a ± 45º
Fibras íntegras
108
O modo de falha identificado nos corpos de prova do fornecedor C foi o
denominado falha dominada pela matriz, mostrado anteriormente no item 2.9.1, Figura
2.30. Neste compósito ocorreu a fratura da resina epóxi, de maneira frágil,
permanecendo íntegras as fibras de carbono. É possível observar que não ocorreu uma
boa adesão entre a fibra e a resina, provocando uma transferência de carregamento
ineficiente.
Fibras de carbono
Fibras de vidro
109
Como neste compósito não houve uma boa molhabilidade da resina nas fibras,
esta região ficou enfraquecida, levando o corpo de prova a falha em cargas inferiores.
110
Extensômetro
111
O tubo de compósito apresentou ruptura no sentido axial, e os valores de tensão
de falha do tubo, deformação na falha e os módulos de elasticidade circunferencial e
transversal estão descritos na Tabela 4.10.
6
Pressão Interna (MPa)
2
Deformação Circunferencial
Deformação Axial
1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1
Deformação (% )
112
Extração da
fibra
Os resultados obtidos nos ensaios de tração, Tabela 4.3, indicaram que este
material possui deformação máxima à ruptura na direção 2 de 1,48%. O extensômetro
indicou ruptura com 1,01% de deformação, porém a região de falha ocorreu na transição
entre o flange metálico e a extremidade do tubo, afastada da região de medição do
extensômetro. Devido à diferença de rigidez entre estes dois materiais, ocorreu uma
flexão na região de falha, provocando uma deformação excessiva e a consequente falha
do tubo. Logo, não foi possível identificar o limite de resistência e a deformação
máxima deste material por meio deste teste. Quanto aos valores de módulo de
elasticidade circunferencial (direção 1) e transversal ou axial (direção 2) foi possível
obter seus valores, mostrados na Tabela 4.10. Tais valores são um pouco menores em
relação aos obtidos por meio de ensaios em corpos de prova provenientes de placas,
mostrados na Tabela 4.3 e bem próximos aos valores obtidos por meio de testes em
anéis de compósito, ilustrados nas Tabelas 4.1 e 4.2.
113
Tabela 4.11: Módulos de elasticidade circunferencial e transversal de
diferentes corpos de prova.
Origem dos Corpos de Prova
Tubo reparado Placa de Tubo de
Propriedade com material material
Fornecedor
Mecânica compósito compósito compósito
(Anel de
compósito)
Módulo de
A 11,53 14,47 10,20
Elasticidade
Circunferencial B 57,60 (*) 19,48 -
(GPa) (E1)
C 29,50 21,26 -
Módulo de A 7,10 6,79 5,93
Elasticidade
Transversal B 16,53 18,04 -
(GPa) (E2) C 28,88 (*) 9,94 -
114
Limite de Resistência à Ruptura (MPa) - Direção 1
300
250
Tensão (MPa)
200
150
100
50
0
A- A - 50oC B- B - 40oC C- C - 40oC
Temperatura Temperatura Temperatura
Ambiente Ambiente Ambiente
2
Deformação (%)
1,5
0,5
0
A - Temperatura A - 50oC B - Temperatura B - 40oC C - Temperatura C - 40oC
Ambiente Ambiente Ambiente
20
15
10
0
A - Temperatura A - 50oC B - Temperatura B - 40oC C - Temperatura C - 40oC
Ambiente Ambiente Ambiente
115
Observa-se pela Figura 4.30 que o material compósito do fornecedor A possui
limite de resistência à ruptura um pouco superior ao fornecedor B e bem maior que o
fornecedor C. Nota-se uma queda nos ensaios de temperatura elevada no limite de
resistência dos fornecedores A e B e um ligeiro acréscimo no fornecedor C,
provavelmente devido a ocorrência de uma pós cura.
300
250
Tensão (MPa)
200
150
100
50
0
A - Temperatura A - 50oC B - Temperatura B - 40oC C - Temperatura C - 40oC
Ambiente Ambiente Ambiente
116
Deformação Máxima - Direção 2
1,8
1,6
1,4
Deformação (%)
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
A - Temperatura A - 50oC B - Temperatura B - 40oC C - Temperatura C - 40oC
Ambiente Ambiente Ambiente
16
14
12
10
8
6
4
2
0
A - Temperatura A - 50oC B - Temperatura B - 40oC C - Temperatura C - 40oC
Ambiente Ambiente Ambiente
Por meio da Figura 4.34 é possível observar que as deformações máximas dos
fornecedores A e B são próximas, sendo o segundo ligeiramente superior. O fornecedor
C possui deformações máximas muito pequenas, menores que 0,3%. São encontrados
valores ainda menores com o aumento da temperatura, fato ocorrido devido ao
enfraquecimento do corpo de prova, mostrado na Figura 4.25.
117
A Figura 4.35 mostra que o valor do módulo de elasticidade na direção 2 do
fornecedor B é bem superior aos outros dois fornecedores, seguido do fornecedor C e
por último o fornecedor A. Observa-se uma queda pequena dos módulos com a elevação
da temperatura.
Os corpos de prova foram retirados de laminados compósitos nos planos 1-3, 1-2
e 2-1 do fornecedor A. Estes possuem dois entalhes em V de ângulo de 90º. As
dimensões dos corpos de prova estão de acordo com a norma ASTM D 5379-05 e são
apresentadas na Figura 4.36. A Figura 4.37 ilustra a região de retirada dos corpos de
prova e seus respectivos planos.
118
L/2
90º
45º
d1 = 20 mm
d2 = 4 mm
d1 L = 76 mm
W
r = 1,3 mm
d2 W = 12 mm
r espessura = 3 mm
L
3
2
1 2
3 3
2 1
Figura 4.37: Ilustração dos planos de retirada dos corpos de prova.
Para a realização deste ensaio foi necessário a utilização de uma garra específica,
conforme pode ser visualizado na Figura 4.38.
Pino de Carga
Prendedor do corpo Prendedor do corpo de
de prova fixo prova móvel
Parafuso de ajuste
Cunha
Base
119
No dispositivo utilizado, o corpo de prova é fixado a um prendedor móvel. Este
é fixado pelos parafusos de ajuste e a força é aplicada através do pino de carga. Neste
ensaio, dois pares de força são aplicados através da seção entre os dois entalhes,
gerando dois momentos contrários e produzindo um estado puro e uniforme de tensão
cisalhante entre os entalhes. A carga é aplicada no corpo de prova em relação aos planos
definidos anteriormente (1-2, 2-1 e 3-1). A tensão de cisalhamento é obtida pela relação
entre a força aplicada e a área resistente ao esforço cisalhante. O módulo de
cisalhamento é obtido através da tangente formada pela tensão cisalhante e a
deformação cisalhante. Esta deformação é determinada através das deformações
medidas pelos extensômetros de resistência elétrica instalados na região de
cisalhamento puro, formando um ângulo de + 45º e - 45º em relação ao eixo vertical do
espécime (ADAMS, 1982, WALRATH, 1984), conforme pode ser visualizado pela
Figura 4.39.
Sensores de
deformação ±45
Fcr
τu = (4.4)
At
120
Ainda, com os dados de saída de deformação cisalhante dos dois extensômetros,
(ε + 45 ) e (ε −45 ) e da tensão cisalhante (τ ) , traçou-se a linha de tendência, definindo-se,
também, o módulo de elasticidade cisalhante ( G ). A deformação cisalhante total é dada
pela soma das duas deformações, conforme mostra a equação 4.5.
121
Tabela 4.12: Dados obtidos nos ensaios de cisalhamento.
Deformação
Módulo de Tensão Máxima Máxima
Corpo de
Plano Cisalhamento Cisalhante Cisalhante (%)
Prova
(MPa) (MPa) γ = ε + 45 + ε − 45
1 2477 83,0 3,8
2 2783 80,2 3,7
3 2797 86,9 3,6
1-2
4 2423 94,5 5,5
5 2428 92,7 4,3
Média 2582 87,5 4,2
1 1956 78,7 4,5
2 (*) 72,1 (*)
3 1635 73,4 5,6
2-1
4 1836 77,2 4,2
5 1701 70,3 5,8
Média 1782 74,3 5,0
Ensaio de Cisalhamento
IOSIPESCU
100
Tensão Cisalhante (MPa)
80
60
20
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0
122
Deformações no Ensaio IOSIPESCU
30000
Deformações (Microstrain)
123
Falha fora do
plano do entalhe
124
Os testes para caracterização de fraturas interlaminares são denominados DCB
(Double-cantilever Beam – Modo I), ENF (End-notched flexure – Modo II), 4ENF
(Four-point Bend end-notched flexure – Modo II), MMB (Mixed-mode bending -
Modos I e II) e ECT (Edge crack torsion – Modo III). A Figura 4.46 ilustra quatro tipos
de corpos de prova (DONALD et al., 2002).
DCB ENF
MMB
4ENF
125
ASTM D 5528 (Standard Test Method for Mode I Interlaminar Fracture Toughness of
Unidirectional Fiber-Reinforced Polymer Matrix Composites) com algumas adaptações,
tendo em vista que a norma trata somente de interface entre materiais compósitos e este
projeto refere-se à interface entre um material compósito e um metálico. O objetivo do
ensaio é determinar a tenacidade à fratura interlaminar, GIC, da interface. O teste DCB
foi inicialmente desenvolvido por BASCON et al. (1980), em geometria cônica. A
forma plana foi proposta por WILKINS et al. (1982) e tornou normatizada.
Pré-trinca
150
25
Compósito
6,4 Adesivo
70 80 Metal
Os corpos de prova foram retirados de uma placa metálica colada em uma placa
de compósito. Inicialmente fez-se um jateamento com um produto denominado sponge-
jet, em uma placa metálica, conforme mostrado na Figura 4.48. Trata-se de uma
granalha de aço revestida com um polímero que possui menor dispersão ao meio e
fornece um bom perfil de ancoragem, cerca de 85 micrometros.
126
Figura 4.48: Jateamento com Sponge-jet.
Filme de
Polietileno
(a) (b)
127
prova do tipo DCB, que serviram para a sua fixação na garra da máquina universal de
ensaios, conforme pode ser visto na Figura 4.52.
Figura 4.53: Corpo de prova DCB Figura 4.54: Corpo de prova ENF
fixado na máquina universal de posicionado em dispositivo de flexão
ensaios. de três pontos.
128
a0
Escala
Deslocamento
Ensaio DCB
120
100
80
Carga (N)
a0
60
40
20
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Deslocamento (mm)
129
A Figura 4.57 mostra a curva de avanço de propagação da trinca em função da
carga aplicada. Observa-se uma estabilidade da carga em torno de 90 N após o
deslocamento ter alcançado 3 mm.
Ensaio DCB
120
100
80
Carga (N)
60
40
20
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Avanço da trinca (mm)
Figura 4.57: Curva carga versus avanço da trinca obtida no ensaio de DCB.
A Figura 4.58 mostra a curva obtida no ensaio ENF. Não foi possível medir o
avanço da trinca em função da carga por meio da filmagem. Após o término do ensaio,
foi medido o avanço da trinca, resultando em 20 mm.
Ensaio ENF
1200
1000
800
Carga (N)
600
400
200
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deslocamento (mm)
130
Por meio da Figura 4.58 é possível observar uma queda brusca da carga quando
o deslocamento alcançou cerca de 15 mm. Este fato ocorreu devido ao crescimento
instável da trinca. Este Fenômeno é reportado na literatura em ensaios de cisalhamento
ENF (DONALD et. al., 2002).
DCB ENF
131
A. B. DE MORAIS et al., 2002, realizaram ensaios de modo I (DCB)
experimentais e numéricos em compósitos de fibra de carbono e resina epóxi formado
por camadas orientadas a 0º e 90º. Identificaram que os valores de energias calculados
estavam consistentes com a teoria de vigas.
Alguns autores atribuem este fato a falta de adesão devido à baixa espessura e
micro-porosidades em espessuras elevadas (ADAMS e PEPPIATT, 1974). LIJEDAHL
et al. (2006) mencionam em seu estudo que este fato ocorre devido ao surgimento de
tensões residuais provenientes das diferenças entre os coeficientes de expansão térmica
do adesivo e do substrato. O valor ótimo de espessura de camada adesiva está
usualmente entre 0,2 e 0,3 mm em espécimes de DCB (CHAI, 1986).
132
4.8 Análise Térmica DMA (Dynamic Mechanical Analysis) - Determinação da
Temperatura de Transição Vítrea (Tg).
εo
σo
δ
wt
x
Figura 4.61: Diferença de fase, δ , resultante de processos dissipativos
de energia entre a tensão aplicada, σ 0 , e a deformação ε 0 .
133
fase, e a parcela de energia dissipada. E ' é o chamado módulo de armazenamento
(storage modulus) e E" o módulo de perda (loss modulus). Os valores de ambos são
dados pelas equações 4.7 ( D’ALMEIDA, 1994).
( E '+ E" )
E= (4.8)
2
E"
tan δ = (4.9)
E'
134
Figura 4.62: Resultado do ensaio DMA para o fornecedor A.
135
As análises foram realizadas no mesmo equipamento para determinação da
temperatura de transição vítrea, DMA, descrito no item 4.8. O princípio do ensaio
consiste em medir mudanças nas dimensões de um corpo de prova em função da
temperatura.
dL 1
α= x (4.10)
dT L0
Onde:
L0 = comprimento do corpo de prova na temperatura ambiente
L = comprimento de corpo de prova na temperatura T.
136
forno para queima da resina. Mediante a diferença entre as massas anteriores e
posteriores a queima, é possível obter a fração mássica de fibras. Tendo os valores das
densidades da fibra e da resina, obtemos as frações volumétricas de fibras em cada
material compósito.
A Tabela 4.15 mostra os valores das densidades das fibras e resinas e também
apresenta os valores das frações mássicas e volumétricas calculados.
137
Capítulo V
Determinação da Taxa de Liberação de Energia
138
do fornecedor C não há aplicação de primer. Está descrito neste estudo o procedimento
do fornecedor A.
139
Figura 5.4: Laminação do material compósito para
reparo em tubo metálico.
A última etapa consiste em promover a pós-cura do reparo, como pode ser visto
na Figura 5.5. A Figura 5.6 mostra o aspecto final da laminação.
140
não existem pós-cura e no fornecedor C não há aplicação de primer. A Figura 5.7 ilustra
o aspecto final dos reparos destes fornecedores.
Fornecedor B Fornecedor C
Para a realização dos ensaios foram confeccionados flanges ligados por hastes
para fixação do corpo de prova, conforme ilustrado pela Figura 5.8.
Rosca M 24 x 2
Material da Haste
e da Porca: AISI
800 4340
Material do
Flange: A36
141
Em seguida, o corpo de prova é colocado no poço, como pode ser visto na
Figura 5.9. O poço é preenchido com água e sua temperatura é elevada até a
temperatura de ensaio desejada.
Flange
Corpo de prova
Haste roscada
A pressão interna é elevada a uma taxa de 0,1 MPa/segundo até a sua completa
falha, que é caracterizada por um vazamento de água na interface entre o compósito e o
metal, conforme ilustrado na Figura 5.10.
Vazamento na interface
compósito/metal
142
Para o cálculo da taxa de liberação de energia, γ , utilizou-se o procedimento
descrito no item 3.9. As propriedades mecânicas utilizadas para o cálculo de γ foram
determinadas anteriormente, conforme apresentado no capítulo IV.
143
Tabela 5.3: Ensaios de taxa de liberação de energia para o fornecedor A com
tratamento superficial por jateamento e temperatura de 50oC.
Fornecedor A, jateamento, 50oC
Taxa de liberação de
Diâmetro do Espessura da Pressão de
C.P. energia de cada reparo
furo (mm) luva (mm) falha (MPa)
(J/m2)
1 10 3,6 10,8 124
2 10 3,2 11,2 150
3 10 3,4 9,3 97
4 15 3,6 3,7 34
5 15 3,3 3,5 34
6 15 3,1 3,5 8
7 25 3,3 0,8 7
8 25 3,3 2,9 93
9 25 3,7 3,5 109
Média 73
γ LCL 47
As Tabelas 5.4, 5.5 e 5.6 apresentam os resultados dos ensaios de taxa liberação
de energia para o fornecedor B.
144
Tabela 5.5: Ensaios de taxa de liberação de energia para o fornecedor B com
tratamento superficial manual e temperatura de 80oC.
Fornecedor B, lixamento manual, 80oC
Taxa de liberação de
Diâmetro do Espessura da Pressão de
C.P. energia de cada reparo
furo (mm) luva (mm) falha (MPa)
(J/m2)
1 10 2,3 28,6 1178
2 10 2,5 10,5 144
3 10 5,3 18,9 225
4 15 3,6 2,8 16
5 15 3,4 2,6 15
6 15 2,8 2,5 18
7 25 1,5 0,9 37
8 25 3,4 0,7 4
9 25 2,4 1,5 34
Média 186
γ LCL 15
As Tabelas 5.7, 5.8 e 5.9 apresentam os resultados dos ensaios de taxa liberação
de energia para o fornecedor C.
145
Tabela 5.7: Ensaios de taxa de liberação de energia para o fornecedor C com
tratamento superficial manual e temperatura de 40oC.
Fornecedor C, lixamento manual, 40oC
Taxa de liberação de
Diâmetro do Espessura da Pressão de
C.P. energia de cada reparo
furo (mm) luva (mm) falha (MPa)
(J/m2)
1 10 8,0 35,0(*) 457
2 10 7,4 35,0 476
3 10 6,3 (**) (**)
4 15 6,0 30,7 835
5 15 7,1 32,7 827
6 15 8,0 30,8 674
7 25 7,3 35,0 2462
8 25 7,6 (**) (**)
9 25 6,9 (**) (**)
Média 955
γ LCL 262
Obs: (*) - Atingida a capacidade do dispositivo de teste sem que a luva falhasse.
(**) - Excesso de resina na região do furo mascarou o resultado.
146
Tabela 5.9: Ensaios de taxa de liberação de energia para o fornecedor C com
tratamento superficial por jateamento e temperatura de 40oC.
Fornecedor C, jateamento, 40oC
Taxa de liberação de
Diâmetro do Espessura da Pressão de
C.P. energia de cada reparo
furo (mm) luva (mm) falha (MPa)
(J/m2)
1 10 8,0 35,0(*) 457
2 10 8,6 35,0(*) 441
3 10 8,3 35,0(*) 449
4 15 7,0 33,6 883
5 15 8,8 33,8 762
6 15 8,6 34,2 792
7 25 7,0 16,6 581
8 25 8,0 29,4 1574
9 25 7,0 25,5 1371
Média 812
γ LCL 385
Obs: (*) - Atingida a capacidade do dispositivo de teste sem que a luva falhasse.
147
5.3 Resultados e Discussões
o
Fornecedor A - Lixamento - 40 C
160,0
140,0
Curva de Projeto - LCL
120,0
Pressão (MPa)
Dados Experimentais
100,0 Curva Média
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
148
o
Fornecedor A - Jateamento - 50 C
55,0
50,0
Curva de Projeto - LCL
45,0
Pressão (MPa)
40,0 Dados Experimentais
35,0 Curva Média
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
Observa-se pela Figura 5.13 que as pressões de falha dos espécimes reparados
com preparação superficial com jateamento apresentam valores muito inferiores ao tipo
de preparação superficial por meio de lixamento, representado pelas Figuras 5.11 e 5.12.
Este fato ocorreu devido a um erro de preparação da resina epóxi deste compósito por
parte do fornecedor, que reduziu a adesão do compósito ao substrato metálico.
o
Fornecedor B - Lixamento - 40 C
200,0
180,0 Curva de Projeto - LCL
160,0 Dados Experimentais
Pressão (MPa)
149
Fornecedor B - Lixamento - 80oC
100,0
90,0
Curva de Projeto - LCL
80,0
Pressão (MPa)
Dados Experimentais
70,0
60,0 Curva Média
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
o
Fornecedor B - Jateamento - 30 C
120,0
105,0
Curva de Projeto - LCL
90,0
Pressão (MPa)
Dados Experimentais
75,0 Curva Média
60,0
45,0
30,0
15,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
Observa-se pelas Figuras 5.14 e 5.15 que ocorreu uma queda das pressões de
falha dos espécimes devido ao aumento da temperatura. Este acréscimo de temperatura
ocasionou também uma diminuição da taxa de liberação de energia de 212 para 15 J/m2.
É possível observar na Figura 5.16 que a curva média encontra-se mais próxima da
curva de projeto – LCL, devido à menor dispersão dos valores, pois o jateamento
proporcionou um perfil de rugosidade mais regular, em torno de 85 micrometros.
150
o
Fornecedor C - Lixamento - 40 C
195,0
180,0
Curva de Projeto - LCL
165,0
150,0 Dados Experimentais
Pressão (MPa)
135,0 Curva Média
120,0
105,0
90,0
75,0
60,0
45,0
30,0
15,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
120,0
105,0 Curva Média
90,0
75,0
60,0
45,0
30,0
15,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
Diâmetro do defeito (mm)
o
Fornecedor C - Jateamento - 40 C
180,0
165,0
Curva de Projeto - LCL
150,0
135,0 Dados Experimentais
Pressão (MPa)
151
Este material foi o que apresentou melhores resultados. Pelas Figuras 5.17, 5.18
e 5.19, observa-se que a diferença entre as curvas de projeto e curvas média são
pequenas, configurando uma menor dispersão dos resultados. Os corpos de prova
preparados com jateamento apresentaram as maiores pressões de ruptura, conforme
mostra a Figura 5.19 e este fornecedor apresentou também o maior valor de taxa de
liberação de energia entre todos os testes, 385 J/m2, conforme mostrado na Tabela 5.10.
Curvas de Projeto
30,0
28,0 A - 5mm
Temperaturas
Pressão de Projeto (MPa)
26,0
Máximas: A - 15mm
24,0
22,0 B - 5mm
A: 50ºC
20,0 B: 40ºC B - 15mm
18,0 C: 40ºC C - 5mm
16,0
C - 15mm
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Por meio das curvas mostradas na Figura 5.20, é possível estabelecer a espessura
mínima do laminado compósito, tendo como parâmetros a pressão de projeto e o
diâmetro do defeito e obedecendo as temperaturas máximas de utilização estabelecidas
nos ensaios de temperatura de transição vítrea, mostrados na Tabela 3.3.
152
5.4 Análise da Influência do Módulo de Elasticidade na Direção Circunferencial
(E1), do Módulo de Cisalhamento (G) e da Espessura do Laminado Compósito (t)
na Curva de Projeto.
50,0
45,0
Curva de Projeto - 0,5E1
40,0 Curva de Projeto - E1
35,0 Curva de Projeto - 2E1
Pressão (MPa)
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
Pode-se verificar por meio da Figura 5.21 que o módulo de elasticidade tem
pouca influência na curva de projeto. Para diâmetros de defeito menores que 5 mm, não
há nenhuma mudança na curva. Para valores maiores que 5 mm, percebe-se um pequeno
incremento da pressão a medida que o módulo aumenta.
153
Variação do Módulo de Cisalhamento - G
60,0
50,0
Curva de Projeto - 0,5G
Curva de Projeto - G
Pressão (MPa)
30,0
20,0
10,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
A Figura 5.22 indica que o módulo de cisalhamento tem uma influência na curva
de projeto um pouco maior que o módulo de elasticidade circunferencial. Para
diâmetros do defeito menores que 5 mm, continua sem mudança na curva. Para valores
maiores que 5 mm, percebe-se um pequeno incremento da pressão a medida que o
módulo diminui. A Figura 5.23 mostra a influência da espessura do laminado compósito
na curva de projeto. Tomou-se, como exemplo, os corpos de prova da Tabela 5.4.
154
Variação da Espessura do Laminado Compósito
19,5
18,0
5 mm
16,5 6 mm
15,0 7 mm
13,5 8 mm
Pressão (MPa)
12,0 9 mm
10 mm
10,5
15 mm
9,0 20 mm
7,5
6,0
4,5
3,0
1,5
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
155
Capítulo VI
Simulação Computacional
O adesivo é modelado de forma que cada elemento seja deletado à medida que
este alcança seu critério de falha, no qual é estabelecido a energia crítica de
delaminação.
156
Compósito
F
Adesivo F
Aço
Compósito
F
Adesivo Aço F
F
Compósito
Adesivo
Apoios Aço
157
Para fins de carregamento é considerado um deslocamento no material
compósito no sentido positivo em relação ao eixo “z” para o caso do modelo DCB e no
sentido negativo para o caso ENF. Para o modelo plano DCB realizou-se um
deslocamento no sentido positivo do eixo “y”.
158
Figura 6.5: Resultado da simulação computacional do
corpo de prova tipo ENF.
As figuras 6.6 e 6.7 mostram as curvas obtidas nos modelos de DCB e ENF,
comparando-as com os valores experimentais.
Ensaio DCB
120
100
80
Carga (N)
60 Experimental
40 Numérico - Modelo Plano
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Deslocamento (mm)
159
Ensaio ENF
1200
1000
800
Carga (N)
600
400
Experimental
200 Numérico
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Deslocamento (mm)
Notam-se pelas Figuras 6.6 e 6.7 que a rigidez obtida pela simulação numérica
foi maior que a experimental. Na figura 6.6 é possível verificar que durante a parte
elástica o modelo plano obteve uma maior convergência com a curva experimental em
relação ao modelo de casca.
160
6.7 não apresentou um bom ajuste com a os dados experimentais. Os dados
experimentais apresentaram uma fratura bastante instável e frágil, fenômeno não
captado pelo modelo de elementos finitos.
161
Tubo
Região do
Furo
Adesivo Compósito
162
6.2.1 Resultados e Discussões
Elementos Coesivos
deletados
163
A Figura 6.11 ilustra as pressões obtidas nos ensaios hidrostáticos experimentais
e numéricos e as curvas de projeto – LCL e média do sistema de reparo do fornecedor
A.
30,0
20,0
10,0
0,0
0 2,5 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
Observa-se pela Tabela 6.2 e pela Figura 6.11 que as pressões de falha obtidas
numericamente estão com boa aproximação em relação às pressões de falha
experimentais.
164
Capítulo VII
Conclusões
Por meio dos ensaios de DCB e ENF, foi possível medir as energias de propagação
nos modos I e II do sistema de reparo.
165
modo que seja possível dimensionar a espessura do laminado compósito de reparo em
função do diâmetro do defeito no tubo metálico e a pressão máxima de operação, de
acordo com os critérios de projeto estabelecidos pela ISO 24817.
166
Capítulo VIII
Propostas de Trabalhos Futuros
• Realizar simulação numérica dos corpos de prova nos modos I e II e dos testes
hidrostáticos levando em consideração os efeitos higroscópicos e viscoelásticos.
167
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175
APÊNDICE A
∂ (Wd − U )
γ= (A.1)
∂A
1 1
Wd − U = pV − pV = pV (A.2)
2 2
⎛1 ⎞
∂⎜ pV ⎟
2 1 ∂V
γ= ⎝ ⎠ γ= p (A.3)
∂A 2 ∂A
176
A equação A.3 implica que a taxa crítica de energia livre é uma função da
pressão e da taxa de mudança de volume em relação à área.
Laminado y t
a
Substrato
(
y (r ) = p ⎢
){
⎡ 3 1 −ν 2 2
a − r2 } + 8Gt
2 3
{a 2
}⎤
−r 2 ⎥ (A.4)
3
⎣ 16 Et ⎦
O trabalho realizado pelas forças externas menos a energia interna é dado pela equação
A.5.
a
1
Wd − U = pV = π ∫ py (r )rdr (A.5)
2 0
177
é dada por SNEDDON (1946) e quando combinada com a equação A.5 fornece a
diferença total entre o trabalho externo realizado e a energia elástica armazenada dentro
do laminado, dado pela equação A.6.
a
Wd − U = π ∫ py (r )rdr +
( )
4 1 −ν 2 2 3
p a (A.6)
0
3E
a
⎡ 3 1 −ν 2 2
Wd − U = π ∫ pp ⎢ a − r2
( ){ } + 8Gt
23
{a 2
} ⎤
− r 2 ⎥ rdr +
( )
4 1 −ν 2 2 3
p a
3
0 ⎣ 16 Et ⎦ 3E
⎡ 3 1 −ν 2 2
Wd − U = πp ∫ ⎢ 2
a
(
a − r2
){ } 2
+
3
{ 2 ⎤
a − r ⎥ rdr +
2
} (
4 1 −ν 2 2 3
p a
)
3
0⎣
16 Et 8Gt ⎦ 3E
Wd − U = πp 2 ⎢
(
⎡ 3 1 −ν 2 a 6
+
)
3 a 4 4 1 −ν 2 3 ⎤
+ a ⎥
( ) (A.7)
3
⎣ 16 Et 6 8Gt 4 3πE ⎦
dA = 2πada (A.8)
Inserindo as equações A.7 e A.8 na A.4, temos a taxa de liberação de energia crítica
para o caso de delaminação em um laminado ou manta de compósito sobre um substrato
com furo, placa ou tubo, dada pela equação A.9.
1 ∂V
γ= p
2 ∂A
γ=p ⎢ 2 (
⎡ 1 −ν 2 ⎧ 3 4 2 ⎫)
⎨ 3 a + a⎬ +
3 2⎤
a (A.9)
⎣ E ⎩ 32t π ⎭ 16Gt ⎥⎦
178
A equação A.9, que representa a taxa crítica de energia liberada, consiste de
dois termos. O primeiro termo, a direita, representa o Modo I de energia de fratura e o
segundo termo representa o Modo II de energia de fratura. Em termos de energia de
fratura, a equação A.9 representa uma combinação de Modos de fratura. O grau de
combinação é uma função das propriedades do material do laminado, da espessura do
laminado e do tamanho da delaminação.
⎧ ⎫
⎪ γ ⎪
⎪ ⎪
p= ⎨ (A.10)
( ) ⎬
⎪ 1 −ν ⎧⎨ 3 d 4 + 1 d ⎫⎬ + 3 d 2 ⎪
2
⎪⎩ E ⎩ 512t 3 π ⎭ 64Gt ⎪⎭
179