Você está na página 1de 17

CF/88.

• Constituição Federal (Art. 225, § 1º, inciso V):

• “controlar a produção, a comercialização e o


emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente”.
Legislação básica:
CF/88: art. 225, § 1º, incisos II, IV e V.
Lei n. 7.802/89, com as alterações da Lei n. 9.974/00.
Decreto n. 4.074/2002 – Regulamenta a Lei 7.802/89.
Agrotóxicos

• Conceito: a poluição por agrotóxico se caracteriza pela


eliminação ou descarte de agrotóxicos no meio ambiente
causando danos ao solo, às águas, etc.

• Os agrotóxicos sem duvida constituem um dos mais


graves problemas poluição causada por produtos
químicos. As implicações dos agrotóxicos são bastante
graves, pois abrangem uma área que oscila desde a
produção de alimentos e da sua qualidade até a saúde
humana afetada, seja pelos próprios agrotóxico ou pelo
consumo de alimentos contaminados.
Agrotóxicos

• O uso excessivo pode causar, por ex.:


a) acidificação do solo;
b) Contaminação dos reservatórios d´agua (lixiviação);
c) Eutrofização (aumento de nutrientes na água, que podem
causar aumento de algas, por exemplo);

• Enfim, risco à saúde e ao meio ambiente.

• Devem ser observados os princípios ambientais,


principalmente o P. do Direito Humano Fundamental,
Prevenção e Precaução.
Definição (artigo 2º, da Lei n. 7.802/1989):
• De conformidade com a norma legal que disciplina
sobre o assunto (Lei 7.802/1989), são considerados
agrotóxicos e afins:

a) os produtos e os agentes de processos físicos, químicos


ou biológicos, destinados ao uso nos setores de
produção, no armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção das
florestas, nativas ou implantadas, e de outros
ecossistemas e também ambientes urbanos, hídricos e
industriais, cuja finalidade seja de alterar a composição
da flora e da fauna, a fim de preserva-las da ação danosa
dos seres vivos considerados nocivos, e,

b) substâncias e produtos, empregados como desfolhantes,


dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento.
• A disciplina legal abarca todas as fases atinentes aos
agrotóxicos, que em síntese são:
a) pesquisa,
b) experimentação,
c) embalagem e rotulagem,
d) transporte,
e) armazenamento,
f) comercialização,
g) propaganda comercial,
h) utilização,
i) importação, a exportação, e,
j) o destino final dos agrotóxicos seus componentes e afins.
Quem deve observar a Lei

• “Art. 4º As pessoas físicas e jurídicas que sejam


prestadoras de serviços na aplicação de
agrotóxicos, seus componentes e afins, ou que os
produzam, importem, exportem ou comercializem,
ficam obrigadas a promover os seus registros nos
órgãos competentes, do Estado ou do Município,
atendidas as diretrizes e exigências dos órgãos
federais responsáveis que atuam nas áreas da
saúde, do meio ambiente e da agricultura.”
Competência legislativa

• UNIÃO – Produção, Registro, comércio


interestadual, exportação, importação, transporte,
classificação e controle tecnológico e toxicológico.

• ESTADOS E DISTRITO FEDERAL – Uso, produção,


consumo, comércio e armazenamento.

• MUNICÍPIOS – Uso e armazenamento em caráter


supletivo.
Competência Material
• Não obstante, o art. 23 da CF/88, atribua a todos os entes federados
competência comum para proteger o Meio Ambiente e combater a
poluição, quando se trata de agrotóxicos, algumas atribuições podem ser
dadas a um ente da Federação, especificamente, sem contudo, retirar a
obrigação de que todos os demais pratiquem a proteção do Meio Ambiente.
• Os artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º do decreto 4.074/2002, estabeleceram as
competências administrativas de cada um dos órgãos federais (ministérios)
responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente, naquilo
que diz respeito ao processo de fiscalização e inspeção de todo o ciclo dos
agrotóxicos , seus componentes e afins.
• Ainda que não haja uma menção explicita no regulamento, o Ministério do
trabalho de Emprego tem importantes atribuições no que se refere aos
agrotóxicos. Não são atribuições quanto ao produto em si mesmo, mas
dizem respeito a utilização dos agrotóxicos em suas finalidades precípuas,
ou seja, na agricultura.
Competência Material

• Cabe a UNIÃO controlar e fiscalizar os estabelecimentos de


produção, importação e exportação, analisar os produtos
agrotóxicos, seus componentes e afins, nacionais e importados; e,
controlar e fiscalizar a produção, exportação e importação.

• ESTADOS E DISTRITO FEDERAL compete fiscalizar o uso, o


consumo, o comércio, o armazenamento e o transporte interno.

• O Poder Público, em todas as esferas, tembém deve fiscalizar a


devolução e destinação de embalagens vazias, de produtos
apreendidos (pela ação fiscalizadora e daqueles impróprios para
utilização ou em desuso), bem como o armazenamento,
transporte, reciclagem, reutilização e inutilização de embalagens
vazias e dos produtos apreendidos.
Dos Registros
• Dos Produtos: O registro de agrotóxicos é ato privativo do órgão
federal competente, que atribuiu o direito de produzir, comercializar,
exportar, importar, manipular ou utilizar um agrotóxico, componente
ou afim (artigo 8º e seguintes do decreto 4.074/2002).

• Os produtos técnicos, pré-misturas, agrotóxicos, e afins destinados


a pesquisa e a experimentação devem possuir o Registro Especial
Temporário - RET (art. 23 e seguintes do Decreto 4.074/2002).

• Os Componentes - inerentes a aditivos (art. 29 e seguintes do


decreto 4.074/2002), deverão ser registrados no Sistema de
Informações de Componentes – SIC.
Registro relativo à prestação de serviços.

• As pessoas físicas e jurídicas que sejam prestadoras de


serviços na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e
afins, ou que os produzam, importem , exportem ou
comercializem, ficam obrigadas a promover os seus
registros nos órgãos competentes, do Estado ou do
Município atendidas as diretrizes e exigências dos órgãos
federais responsáveis que atuam nas áreas da saúde, d o
meio ambiente e da agricultura (Art. 1º, XLI e art. 37 do
Decreto 4.074/2002).

• O registro da empresa é condição sine qua non para a


apresentação do registro do produto na esfera federal.
Cancelamento ou Impugnação do Registro.

• Possuem legitimidade para requerer o


cancelamento ou a impugnação, em nome
próprio, do registro de agrotóxicos e afins,
arguindo prejuízos ao meio ambiente, à saúde
humana e dos animais
1. Entidades de Classe,
2. Partidos Políticos com representatividade,
3. Entidades legalmente constituídas na defesa dos
interesses difusos e do meio-ambiente.
Outras Particularidades

• Para comercializar é necessário a apresentação do


receituário próprio, prescrito por profissional habilitado,
sob pena de responsabilidade civil e administrativa (art.
14, da Lei n. 7.802/89).

• Para transportar tem que observar os procedimentos


relacionados em legislacão especifica (art. 63, do
Decreto n. 4.074/2002).

• O armazenamento deve obedecer à legislação vigente e


às instruções fornecidas pelo fabricante, inclusive
especificações e procedimentos a serem adotados no
caso de acidentes, derramamento ou vazamento de
produto e, ainda, às normas municipais aplicáveis,
inclusive quanto à edificação e à localização.

Marli Deon Sette - 2012.1


Outras Particularidades

• Importação e exportação dos agrotóxicos e afins:


somente mediante registro do produto no órgão
federal competente (art. 3º, da Lei n. 7.802/89).

• Reutilização de embalagem: somente mediante


aprovação dos orgaos federais (art. 51, do decreto n.
4.074/2002).

• Devolução: os usuários devem devolver as


embalagens aos estabelecimentos comerciais onde
compraram o produto para serem encaminhadas às
empresas detentoras dos registros, ficando estas
responsáveis pela destinação final (art. 54, do decreto
n. 4.074/02).
Outras Particularidades

• Art. 43. As embalagens, os rótulos e as bulas de


agrotóxicos e afins devem ser aprovadas pelos
órgãos federais competentes, por ocasião do
registro do produto ou da autorização para
alteração nas embalagens, rótulos ou bulas.

•A rotulação e a destinação final das sobras,


resíduos e embalagens serão objeto de inspeção e
fiscalização.
Responsabilização
● As responsabilidades administrativa, civil e penal pelos danos causados à
saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, comercialização,
utilização, transporte e destinação de embalagens vazias de agrotóxicos, seus
componentes e afins, cabem:
a) ao profissional, quando comprovada emissao de receita errada, displicente ou
indevida;
b) ao usuário ou ao prestador de serviços, quando proceder em desacordo com
o receituário ou as recomendações do fabricante e órgãos registrantes e
sanitário-ambientais;
c) ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou em
desacordo com a receita ou recomendações do fabricante e órgãos
registrantes e sanitário-ambientais;
d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer
informações incorretas;
e) ao produtor, quando produzir mercadorias em desacordo com as
especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do
folheto e da propaganda, ou não der destinação às embalagens vazias em
conformidade com a legislação pertinente;
f) ao empregador, quando não fornecer e não fizer manutenção dos
equipamentos adequados à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos
equipamentos na produção, distribuição e aplicação dos produtos.
Responsabilização

• A responsabilidade civil é aquela ditada pela CF/88,


art. 225, § 3º e art. 14, da Lei n. 6.938/81 (objetiva,
integral e solidária).

• A responsabilidade administrativa também é


objetiva e se orienta pelas disposições contidas no
Decreto nº 6.514/2008, bem como nas sanções
previstas nos nove incisos do artigo 17, da Lei
7.802/89.

• A responsabilidade Penal está descrita no art. 56,


da Lei n. 9.605/98.

Você também pode gostar