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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE LETRAS
DISCIPLINA POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

A EVASÃO ESCOLAR DURANTE A PANDEMIA

Escarlety Marinho Borges


Isabela Oliveira Braga
Marianna Oliveira Ribeiro Pardim
Sara Cassimira Borba Siqueira

GOIÂNIA, 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE LETRAS
DISCIPLINA POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

SUMÁRIO

1. PROBLEMA OU DESAFIO EDUCACIONAL .................................................................03

2. META ..................................................................................................................................04

3. ESTRATÉGIAS ...................................................................................................................06

4. AVALIAÇÃO ......................................................................................................................08

5. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................10
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DISCIPLINA POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL

1. PROBLEMA OU DESAFIO EDUCACIONAL

De acordo com Pereira (2019), a evasão escolar se trata do ato de abandonar os estudos,
seja durante o ano letivo ou simplesmente não concluir todos os anos do ensino fundamental e
do ensino médio. Santana e Silva (2015), apontam que essa prática pode provocar sérias
consequências para a sociedade, entre elas: o aumento da dificuldade para ingressar no mercado
de trabalho, má qualidade de vida, desqualificação e barateamento da mão de obra, e, como a
decorrência mais preocupante apontada pelas autoras, a desigualdade social. Esse problema está
fortemente presente na sociedade brasileira, uma vez que segundo dados disponibilizados pelo
site da Câmara dos Deputados (2021) a evasão escolar atinge 5 milhões de estudantes, sendo
que durante a pandemia houve um aumento de 5% nas séries do ensino fundamental, enquanto
que no ensino médio teve-se uma elevação de 10%.
O objetivo desse plano é, exclusivamente, minimizar ao máximo os impactos causados pela
evasão e reprovação escolar no ensino médio brasileiro durante a pandemia.
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2. META

● Diminuição dos impactos da evasão escolar em período pandêmico

Diante dos dados supracitados, é preciso garantir acolhimento aos jovens que não
conseguiram concluir o ensino médio ou fundamental durante a pandemia do coronavírus em
2021, levando em consideração que houve um aumento de 5% na evasão escolar em nível de
ensino fundamental e 10% no ensino médio. Isso feito, teremos capacidade de avaliar os reais
prejuízos desse afastamento repentino e procurar ações que assegurem que esses alunos
retornem e permaneçam na escola.

Dados do Insper, em parceria com o Instituto Unibanco, apontam que o déficit


educacional se acentuou durante a pandemia. Em 2020, o engajamento dos alunos da
rede estadual no ensino médio foi de 25 horas semanais, ou 36% da jornada ideal. Isso
ampliou a proporção de jovens que pensam em abandonar a escola. Em 2020, esse
porcentual havia sido de 28% e, em 2021, subiu para 43%, segundo o Conselho
Nacional da Juventude. (ESTADÃO CONTEÚDO, 2021)

Segundo a pesquisa do PwC e do Instituto Locomotiva (2021), apenas 76% das escolas
públicas conseguiram aderir ao ensino à distância - enquanto nas escolas privadas esse número
chega a 98%. Isso se deve ao fato de que o recente cenário pandêmico evidenciou as
desigualdades de acesso à conectividade e a importância de garantir que alunos de escolas não
somente municipais e estaduais, mas também da rede privada, possuam uma educação virtual
desde o ensino fundamental até o ensino médio.
Além da desigualdade de acesso à conexão, há também outros fatores impactantes para o
aumento da evasão escolar durante a pandemia, que são: a falta de acesso aos equipamentos
tecnológicos como smartphones e computadores, e muita das vezes, mesmo com acesso à eles
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o aluno não tem informações básicas sobre como manuseá-los devido ao déficit de letramento
digital.
Por fim, como aponta Schmitt e Marcom (2020), os profissionais de educação também
foram muito afetados pelo ensino remoto, já que tiveram que se reinventar para atender às
demandas.

Mas de acordo com um levantamento do Instituto Península, o número de professores


(as) que estão se sentindo cansados(as), estressados(as) e sobrecarregados(as) durante
a pandemia tem aumentado significativamente. Os dados indicam que entre maio e
agosto de 2020, percentual de profissionais que se disseram sobrecarregados saltou
de 35% para 53%. (ESTADÃO CONTEÚDO, 2021).

Com isso, para dar início a esse novo plano de educação é notório que os profissionais da
educação devem receber remunerações melhores, valorizando-os e o trabalho deles.
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3. ESTRATÉGIAS

De acordo com INEP em seu último relatório no ano de 2021 do Plano Nacional de
Educação (PNE), o Brasil cumpriu somente uma das 20 metas apresentadas em lei entre os
anos de 2014 e 2024. As demais ainda se apresentam distantes de serem alcançadas ou foram
cumpridas apenas parcialmente.
Diante dessa realidade, seria interessante repensar e analisar os motivos para tal “fracasso”
e mesclar com novas estratégias, visto que, enfrentamos uma pandemia e várias áreas da
educação foram afetadas. Entre as metas que consideramos mais importantes estão:

3.1. Realização, no ano de 2022, de uma pesquisa por meio do INEP e do IBGE a fim de
diagnosticar os motivos pelos quais os jovens evadiram da escola durante a pandemia e quais
as disciplinas e conteúdos que menos tiveram aproveitamento durante o ensino remoto.
3.2 Disponibilizar aulas de reforço escolar para os alunos que enfrentaram dificuldades
pedagógicas nas disciplinas que tiveram maior déficit pelo período de dois anos.
3.3. Os governo federal, em parceria com os governos estaduais, destinarão, a partir do
primeiro ano de vigência do novo PNE uma parte dos seus orçamentos para instrumentalização
de todas as escolas públicas do país através da construção de salas de informática com
capacidade para várias turmas e compra de equipamentos com acesso à internet.
3.3 O Ministério da Educação, deverá adicionar aos currículos da educação básica a
disciplina de informática para garantir o letramento digital a esses jovens, a partir do momento
em que as escolas estiverem preparadas com salas de informática, equipamentos atualizados e
acesso à conectividade.
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3.4 Entender as dificuldades e necessidades particulares de cada aluno diante de um


contexto pandêmico, em que a perda de entes queridos e a falta de expectativa e perspectiva de
futuro levam ao afastamento dos alunos das escolas.
3.5 O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, deverá realizar um
levantamento de dados sobre o quanto a saúde mental dos alunos foi afetada durante a pandemia
e qual a sua interferência no rendimento escolar.
3.6 Auxílio financeiro, por meio do Ministério da Economia juntamente com o Ministério
da Educação, para alunos de vulnerabilidade social terem acesso à conectividade, como a
disponibilização de chips, ou um cartão com um valor que arque com um plano de internet.
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4. AVALIAÇÃO
Para atingir a meta de maneira satisfatória e plena, será necessário a avaliação do IBGE
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, por meio dos programas a seguir: Síntese de
Indicadores Sociais, PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e PeNSE - Pesquisa
Nacional de Saúde do Escolar.
O primeiro programa, de acordo com o site oficial do IBGE, analisa a qualidade de vida e
os níveis de bem-estar das pessoas, famílias e grupos populacionais, a efetivação de direitos
humanos e sociais, bem como o acesso a diferentes serviços, bens e oportunidades, por meio de
indicadores que visam contemplar a heterogeneidade da sociedade brasileira sob a perspectiva
das desigualdades sociais. A periodicidade do estudo é anual, exceto nos anos de realização do
Censo Demográfico. Sua abrangência geográfica é nacional, com resultados divulgados para
Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas e Municípios das
Capitais.
O segundo programa pesquisa, de forma permanente, características gerais da população,
educação, trabalho, rendimento e habitação, e, com periodicidade variável, outros temas, de
acordo com as necessidades de informação para o País, tendo como unidade de investigação o
domicílio PNAD foi substituída, com metodologia atualizada, pela Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, que propicia uma cobertura territorial mais
abrangente e disponibiliza informações conjunturais trimestrais sobre a força de trabalho em
âmbito nacional. No decorrer dos 49 anos de sua existência, a PNAD constituiu um importante
instrumento para formulação, validação e avaliação de políticas orientadas para o
desenvolvimento socioeconômico da população e a melhoria das condições de vida no País.
O terceiro e último, PeNSE, investiga informações que permitem conhecer e dimensionar
os fatores de risco e proteção à saúde dos adolescentes. A pesquisa é realizada por amostragem,
utilizando como referência para seleção o cadastro das escolas públicas e privadas do Instituto
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Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP. A pesquisa fornece


informações sobre as características básicas da população de estudo, incluindo aspectos
socioeconômicos, como escolaridade dos pais, inserção no mercado de trabalho e posse de bens
e serviços; contextos social e familiar; fatores de risco comportamentais relacionados a hábitos
alimentares, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e outras drogas; saúde sexual e
reprodutiva; exposição a acidentes e violências; hábitos de higiene; saúde bucal; saúde mental;
e percepção da imagem corporal, entre outros tópicos.
Características do ambiente escolar e do entorno são também contempladas, incluindo
informações relacionadas à infraestrutura disponível para alimentação e atividade física;
acessibilidade; saneamento básico; existência de regras e normas de conduta adotadas pelas
escolas; políticas de assistência à saúde; e nível de segurança do entorno, entre outros aspectos.
A periodicidade da pesquisa é eventual. Sua abrangência geográfica é nacional: na edição
de 2015, realizada com dois planos amostrais distintos, os resultados da amostra 1 estão
disponíveis para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios das Capitais; e
para a amostra 2, Brasil e Grandes Regiões.
Além do mais, os governos federais, em parceria com os governos estaduais, poderiam, a
partir do primeiro ano de vigência do novo PNE, destinar uma parte dos seus orçamentos para
efetivarem políticas que garantam e monitorem a permanência dos jovens na escola.
Outra política pública que poderia ser muito efetiva seria a criação de um órgão nacional,
com diversas sedes nos municípios, que fiscalizasse, trimestralmente, os estudantes do ensino
médio. Seria interessante o quadro de funcionários ter psicólogos educacionais e assistentes
sociais, para, em caso de emergências, agirem prontamente em defesa dos alunos.
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4. REFERÊNCIAS

AGÊNCIA ESTADO. Falta de internet restringe acesso à educação. Jornal O Povo, 13


de Setembro de 2021. Disponível em:
https://www.opovo.com.br/noticias/economia/2021/09/13/falta-de-internet-restringe-acesso-a-
educacao.html. Acesso em: 09/11/2021.

ALESSANDRA, Karla. Educadores alertam para aumento da evasão escolar durante


a pandemia. Câmara dos Deputados, 202. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/noticias/814382-educadores-alertam-para-aumento-de-evasao-
escolar-durante-a-pandemia/. Acesso em: 10 de nov. de 2021.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatísticas


sociais: Educação. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/educacao.html. Acesso em: 10 de nov. de 2021.

PEREIRA, Michele Cezareti. Evasão escolar: causas e desafios. Revista Científica


Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 02, Vol. 01, pp. 36-51. Fevereiro de
2019. ISSN: 2448-0959

SCHMITT e MARCOM. Letramento digital em tempos de pandemia. SENPE


(Seminário Nacional de Pesquisa em Educação), Santa Catarina, 16/12/2020.

SILVA, Braz Ribeiro. SANTANA, Maria Rosangela. GUIMARÃES, Maria Ivone


Pereira . As Causas e consequências da evasão escolar na educação de jovens e adultos.
Revista Científica Semana Acadêmica. Fortaleza, ano MMXV, Nº. 000074, 30/10/2015.
Disponível em:<https://semanaacademica.org.br/artigo/causas-e-consequencias-da-evasao-
escolar-na-educacao-de-jovens-e-adultos> Acesso em: 10 de nov. de 2021
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VIDIGAL, LUCAS. Relatório do Inep aponta retrocessos e descumprimento de metas do


Plano Nacional de Educação. Disponível
em:<https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/07/02/relatorio-do-inep-aponta-retrocessos-
e-descumprimentos-de-metas-do-plano-nacional-de-educacao.ghtml>. Acesso em: 11 de nov.
de 2021

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