Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Family Doctor
Série
Família Montgomery
Livro Cinco
J. J. Massa
Disponibilização:Safire
Tradução e pré-revisão:Jaqueline de Wylson
Revisão Inicial:Chayra Moom
Revisão Final: Daniela Bones
Leitura Final: Gabi Leme
Formatação: Chayra Moom
Sinopse
Era tudo o que podia fazer para não puxá-la em seus braços,
perder-se em suas curvas voluptuosas, seu cheiro gostoso. Marc
tomou outra inspiração profunda, mesmo que ele estivesse com
medo que Bernadette fosse acreditar que ele tinha asma, se
manteve acima.
Levando-a para um consultório vago, puxou uma cadeira
para ela, dando-lhe um aceno de cabeça, enquanto ele deslizava
sobre a mesa em frente a ela. Ele não queria sentar-se atrás da
mesa. Por quase duas décadas, ele esteve certo de que ele estava
destinado a viver sem uma companheira. Não havia apenas
nenhuma maneira que ele fosse colocar uma peça de mobiliário
entre eles agora.
Ele tentou manter certa distância, tentou manter o nariz para
ele. Esse plano tinha sido destinado ao fracasso, e Marc não se
importava nem um pouco. Esta era a sua companheira e aquele
menino ali, Tayler, seria filho de Marc, amado como se fosse seu
próprio filhote. Ele não queria ficar longe.
-Senhora Reeves... Bernadette? -Ela assentiu com a cabeça,
dando permissão para usar seu primeiro nome. -Me chame de
Marc,- ele ofereceu, a sua recompensa foi um sorriso e um aceno
de cabeça. -Bernadete, há várias coisas que nós realmente
precisamos para ir mais fundo sobre o caso de Tayler. Vamos
começar com as coisas simples, não é?
-Dr. Fonteneax,- sua voz era rica, completa e musical, - ele
pensou. -Nós podemos começar onde você quiser, mas eu não
quero que você espere nada de volta. Eu preciso saber tudo o que
eu possa, tenho certeza que você entende isso. Quão doente Tayler
está?
Ele sorriu para ela, olhando em seus preocupados olhos
castanhos, tão escuros, quase ônix. -Pensei que tínhamos
concordado que você iria me chamar de Marc?- Ele arqueou uma
sobrancelha para ela.
Ela sorriu fracamente. -Marc.
Ele sorriu. Sua companheira. E ela disse seu nome. Como ele
desejava que pudesse correr para o telefone e ligar para sua
família adotiva, seu próprio irmão, para que todos soubessem que
ele tinha uma companheira e que ela estava aqui com ele. Marc
respirou fundo e forçou-se a focalizar o assunto em questão.
-Eu não vou mentir para você, Bernadette. Tayler esta muito
doente.- começou ele, ficando sério. Ele considerou-a por um longo
momento, tentando decidir a melhor maneira de proceder.
Sua pele cremosa marrom ficou um pouco cinzenta, um
pouco maçante. - Como...- sua voz rangeu e ela limpou sua
garganta. - Quanto ruim?- Perguntou ela. - Ele esta...- ela
estendeu a mão e Marc pegou a mão dela. -Por favor, me diga que
ele vai viver, -ela sussurrou. -Eu vou fazer de tudo.- Lágrimas
recolheram em seus olhos.
Marc mudou-se para agachar na frente de sua cadeira.
-Bernadete, ele está muito doente, mas eu acredito que ele vai
viver.- Ele não poderia permitir qualquer outra coisa. Ele reuniu as
suas duas mãos na dele. -Eu tenho os melhores médicos
disponíveis para o que há de errado com Tayler. Tudo será feito,
suas chances são boas. Você deve saber, no entanto, que a vida
será apenas... diferente para ele. Haverá ajustes. -Ele acariciou o
topo das suas mãos com os polegares, tentando dar conforto e
sabendo que ia sofrer um choque enorme.
-Por favor, Marc, o que for preciso.- Lágrimas escorriam pelo
rosto dela agora, mas ela não desviou o olhar, como se ele tivesse a
chave para a vida de Tayler. -Eu tenho tanto medo. Eu não me
importo o que aconteça, eu vou fazer de tudo para mantê-lo vivo,
dar-lhe uma vida. Eu só... Ele é meu bebê.
-Eu sei. Eu sei disso. E você só tem que lembrar que, não
importa o quê, ok? Ele está mudando fisiologicamente e nada disto
é culpa dele. Em cima disso, temos um patógeno muito real para
lidar.
-O que você quer dizer? Que ele está mudando
fisiologicamente? O que significa isso? Ele está se deteriorando?
Patógeno? Será que ele tem câncer? Você está tentando me dizer
que meu bebê está morrendo? -Perguntou ela, erguendo a voz. Ela
levantou-se, agarrando a lapela do seu jaleco branco, os punhos
cerrados, os olhos fixos nos seus, frenéticos.
-Não, Bernadette, não, -ele manteve sua voz baixa, calma, o
melhor que podia, uma mão pousada sobre a curva de seu quadril,
a outra no ombro. -Tayler tem um vírus que tem sido tratado com
sucesso, possivelmente anulado ao longo do tempo com a
concentração dos sintomas. Embora não exista uma cura real, a
nossa espécie conseguiu, no seu conjunto, superar este vírus.
-Vírus? Um vírus? - Ela respirava. - Mas... Que tipo... A
nossa espécie. O que quer dizer, a nossa espécie? Será que ele tem
anemia falciforme? -Ela resmungou. - Você não é negro.- disse ela,
quase em tom acusador.
-Não, ele não tem anemia falciforme, não,- ele disse a ela, não
surpreendido com as suas conclusões. -E eu sei que não sou
negro, eu percebi isso,- ele tentou provocar, para nenhum efeito.
Ele suspirou. - Bernadete, há um monte de... tipos de pessoas
neste mundo. Muito do que simplesmente não se consegue falar.
Eu sei que você sabe que as pessoas são mais do que a cor da
pele. Tayler tem um tipo diferente do código genético. Ele herdou
algo do seu pai... Isso vai ser muito difícil para você.
-Uma doença mental? Uma doença do sangue? Seu pai era de
uma herança mista, mas eu posso... Não me importa, eu posso
lidar com isso. Será que ele vive? Ele pode ter uma vida? Isso é
tudo que me importa.- insistiu ela.
Marc apertou seu ombro, a mão apertando na cintura. Ele
esperava que realmente fosse tudo que importava. Não, isso não
era justo. Ele sabia que ela amaria o seu filho, não importa o que,
até o fim. Infelizmente, a realidade de saber que sua própria carne
e sangue era uma espécie completamente diferente seria difícil a
qualquer momento, para qualquer um.
-Eu vou dizer-lhe alguns fatos muito surpreendentes, agora,
Bernadette. Quando você recolher-se depois, nós vamos entrar e
falar com Tayler.
-Recolher-me? O que no mundo que você quer dizer com
isso? Eu...
-Tayler tem o vírus da cinomose canina, CDV... - ele cortou. -
Nós vamos hospitaliza-lo para ter isso sob controle. É inteiramente
possível que tenha pego antes que ele possa experimentar
qualquer complicação séria.
Seus olhos estavam arregalados, sua expressão era de
choque, quase ofendida. - Cinomose? O que você está dizendo?
Meu menino é um cão?
-Sim, é exatamente isso que eu estou dizendo. Tayler é um
lobisomem. Sem dúvida, pelo lado de seu pai.
-Dr. Fonteneax, você sabe o que está dizendo? - Ela ficou
boquiaberta, incrédula.
-Marc,- ele corrigiu. Ela revirou os olhos para ele. -Olha, eu
sei que é difícil tomar no...
-É difícil tomar? Isso é um absurdo! Você vem aqui e me diz
que você pensa que meu bebê é um cachorro, e depois me diz que
você pensa que ele e seu pai são, que eu concebi, é um cão...
Marc poderia dizer que ela estava apenas se aquecendo. Não
havia mais nada que podia fazer senão apresentá-la com a
evidência empírica de sua afirmação. Ele se transformou.
Capítulo 4
1
O termo Mioclonia descreve um sintoma e geralmente não constitui um diagnóstico de uma doença, referindo-se
acontrações repentinas, incontroláveis e involuntárias de um músculo ou grupo de músculos. Os puxões mioclônicos
geralmente resultam de contrações musculares repentinas chamadas mioclonia positiva ou de um relaxamento muscular
chamado mioclonia negativa.
-É uma coisa de homem, querida,- Marc beijou a bochecha
dela profundamente. -Ele não vai querer sua mamãe envolvida
nisso.
-Vamos tomar uma xícara de café,- Lacey ofereceu,
deslizando um braço ao redor de sua cintura. -Nós vamos deixar o
negócio de homens com eles. - Bernadette relutantemente deixou
ser levada ao fundo do corredor, lentamente.
Marc entrou no quarto de Tayler e as duas meninas graciosas
saíram, olhando desapontadas, quando o se seu objeto favorito
tinha sido arrancado.
-Nós finalmente temos um primo para cuidar.- uma garota fez
beicinho.
- ...Um pequeno cara doce para brincar, para amar...- a outra
pegou a frase.
- ...Ele é tão precioso, Senhorita Bernadette...- a primeira
irmã interrompeu.
-Então, papai e tio Marc enxotou-nos para fora!
-E nós apenas queríamos ficar com ele!
-Você já conhece as minhas filhas, Missy e Heidi,
Bernadette?- Lacey apresentou, com um sorriso resignado.
- Não, eu não acho que não conheci.- Bernadete sorriu,
divertida, feliz por estar distraída do que poderia estar
acontecendo no quarto de Tayler. Ela confiava seu filho a Marc.
-Estamos muito felizes em conhecê-la, senhorita Bernadete,-
as duas meninas disseram, em uníssono. -Tio Marc é louco por
você! Ele disse que sim!
Bernadette parou dentro da cafeteria. -Ele não teve tempo de
ficar louco por mim,- ela gritou, surpresa. - Quer dizer, eu só o
conheci ontem...- Ela geralmente não acabava com a blusa aberta
e língua de alguém em sua garganta na primeira vez, uma
pequena voz lembrou.
Lacey abriu a boca para falar quando as duas meninas
passaram por Bernadette, gritando, -Ashley!- No topo de suas
vozes.
Bernadette olhou ao redor para ver Ashley West Montgomery,
um dos seus membros da equipe de emergência, em direção a elas.
Em segundos, as duas loiras esculturais tinham inundado a
mulher muito menor com abraços e declarações de apresso.
-Elas estão muito entusiasmadas, -explicou Lacey, se
desculpando. -E Marc disse que ele estava muito caído por você. -
ela sorriu.
-Bernadette?- Ashley conseguiu libertar-se das gêmeas e fazer
o seu caminho até as duas mulheres. - Tia Lacey? O que está
acontecendo? Bernadete, eu ouvi falar que Tayler... -ela olhou de
uma mulher para a outra e vice-versa, sua mente, obviamente,
processamento as informações rapidamente. - Existe... tio T está
aqui para...- ela olhou para Bernadette. Um suspiro escapou. -Ele
está aqui por Tayler?- Ela parecia mais um pouco surpresa, na
verdade quase tão surpresa quanto Bernadette tinha estado.
-Ashley?- Bernadette não tinha pensado nisso antes, mas se
Tayler, estas duas meninas loiras, mesmo Marc, T Paul e Lacey
eram lobisomens, quem mais poderia ser? -Ashley, você... -ela
acenou para as outras três mulheres, sem saber se ela deveria
perguntar em público para sua amiga e colega de trabalho era um
lobisomem. Parecia que um segredo.
-Não, não, não eu, mas... então seu filho é?
Antes que Bernadette pudesse responder, as duas loiras
chegaram com cafés para todos e vibrando como gralhas. Elas
aparentemente ouviram última pergunta de Ashley.
-Oh, ele é tão perfeito, Ash!
-Eu não posso esperar para vê-lo mudar!
-Que cabelo!
-Sua pele é tão macia!
-Ele é simplesmente adorável!
-Totalmente!
-Por que nós não vamos de volta para o quarto de Tayler?-
Bernadete sorriu, LaceyeAshley riram com ela, balançando a
cabeça como as irmãs enalteciam as virtudes de Tayler por todo o
caminho de volta para ao W-Wing.
2
Lua louca, lua maluca, lua demente...
irmão pensa que ele fica mais peludo durante a lua cheia,- ele
piscou e sorriu para Tayler, que conseguiu sorrir de volta. -
Principalmente, eu acho que se for uma noite clara, é quando você
pode dizer a lua está cheia, mas é também quando as vozes
viajam. Então, chamamos uns aos outros... bem, você vai ouvi-lo
mais. Nós todos uivamos, às vezes, mas a lua não é realmente o
motivo.
-Nunca uivei antes.- Tayler agora estava lutando para manter
os olhos abertos. - Rosnar, também.
Myles esfregou o seu peito magro como uma batalha travada.
-Eu vou lhe mostrar como. Marc e eu. -ele murmurou, com um
pequeno sorriso em seu rosto, enquanto as pálpebras pesadas
caíam, fechando.
- Legal.- resmungou Tayler, com um ronco para finalizar.
Ele ficou olhando o menino frágil, assistindo-lhe o sono,
tentando imaginar o quanto assustado ele devia ter estado, não
sabendo o que estava acontecendo com ele. Ele pensou sobre os
weres idosos e adultos amedrontando-o, assustando-o, e lutou
mais uma vez para manter a sua raiva domada.
-Ninguém mais vai amedrontar você.- ele prometeu para a
criança desacordada. -Não, nunca mais. Não enquanto eu viver.
Capítulo 7
3
Chinelos, mas pode ser tamancos, com salto ou não. Pode ser de luxo ou simples.
Tudo sobre sua vida havia mudado, mas pior que isso, da
próxima vez que saísse deste lugar, o seu bebê poderia ter
desaparecido. Era uma possibilidade muito real e que ela
realmente não podia pensar, não podia planejar, mas não
conseguia fugir.
As pernas cederam e ela caiu no chão de ladrilhos, alguma
parte de sua mente era grata pela limpeza ostensiva do local. A
água quente derramava sobre ela e lavava as lágrimas salgadas
para longe, a areia de longos dias de esperança indo e vindo, e
toda a sua força, para o ralo.
E então, de repente, ela não estava sozinha. Braços
musculosos estavam em volta dela, virando-a, como parecia ser
um hábito em desenvolvimento, e ela se encontrava encostada,
cavando a força que ela viria a depender.
Não havia nenhuma ajuda para ela, ela não iria combatê-lo
agora. -Marc,- ela sussurrou. -Marc.
- Eu estou aqui, Bernadette.- ele murmurou, puxando-a mais
próxima, a água quente molhando o seu corpo nu. -Eu não a
deixarei. Nós superaremos isso, juntos.
Ela assentiu com a cabeça, inalando e engolindo qualquer
soluço, e deixou suas mãos explora-lo. Regatos de água corriam
por meio dos cabelos grossos na cabeça, para baixo sobre o seu
rosto e abriu o tapete que cobria o peito.
Bernadette acompanhou a água para baixo do seu torso,
correndo os dedos sobre a pele úmida, não se importando que ele
tivesse tirado sua roupa e entrado no chuveiro. Não se importando
mesmo, além de ser feliz com isso. Ela precisava dele. Ele tinha
estado lá para ela, apoiando-a, oferecendo-se e dando-lhe força
desde o início, e ela estava prestes a levá-lo em cima.
Eles não eram crianças. Eram dois adultos nus com fome um
do outro, desejando não haver outra realidade além de seus corpos
quentes pressionados juntos com a água em cascata.
-Faça amor comigo, Marc. Faça-me sua. Basta fazer isso
melhor, pelo menos um pouco.- sua voz era baixa, um
fundamento, um gemido.
Ele se inclinou, dobrando seu corpo sob o jato quente, mas
bloqueando-o de seu rosto, a boca movendo-se sobre a dela, uma
mão segurando-a, a outra deslizando para cima da sua cintura,
até seu quadril.
Ansiosamente, ela apertou contra ele, empurrando o peito na
palma da mão, tentando obter os joelhos do lado de fora dele,
aproximando-se de cada parte dele. Ela queria se juntar a ele, que
ele teria tudo dela, e perder-se na sua força motriz.
-Eu tenho você, eu tenho você agora. -Marc murmurou,
deslizando as mãos ao redor das suas nádegas, os dedos
deslizando profundamente entre as bochechas e a puxando mais
perto, tão perto.
4
Vocativo afetuoso que um pai ou uma mãe usa para dirigir-se a seu filho, ou uma pessoa
mais velha para uma criança.
-Quem você tem em mente, Jorge?- Luis perguntou. Virando-
se para Anton, ele continuou. -Você vê, é por isso que eu continuo
mantendo Jorge ao redor. Ele é um tático muito bom.
Jorge manteve os olhos baixos que ele respondeu. -Meu filho
Rafael vai. Ele é mais confiável e é rápido com seus pés. Ele trará
de volta o filhote.
-Eu gosto dessa ideia, Jorge. A mãe do seu filhote é de
ascendência Afro-americana. O jovem Rafael vai se misturar,- Luis
balançou a cabeça, pensativo. -Sim, -ele ponderou, -É uma
excelente ideia.
Capítulo 10
5
queimado
-Si, uma ordem, que lhe diz respeito, - cuspiu Jorge. -porque
você é da cor certa. É tempo de mudar as coisas neste grupo, e
você é o único que pode fazê-lo.
-O que eu devo fazer, pai?- Rafe perguntou, vigiando. Ele
tinha um mau pressentimento sobre isso... um único sentimento
agravado pela malicia de seu pai e seus comentários irritados.
-De la Rosa quer que sequestre o seu filho bastardo de um
hospital em Tampa.- começou Jorge.
-Ele tem um filho? Anton? Sequestrar um filhote doente?
Você está brincando!
-Sim, ele tem um filho,- Jorge rosnou, obviamente com muita
raiva de La Rosa e zangado por que Rafe o tinha interrompido. -
Eles querem que você o sequestre do hospital...ele está doente, -
explicou. – Mas eu tenho outra coisa em mente.
-Bom, Pai, porque eu não quero sequestrar um filhote. Isso é
só...
- Eu quero que você o mate. -Jorge disse-lhe secamente.
Capítulo 11
-Os números dele parecem melhores hoje, você não acha, T?-
Marc perguntou ao seu irmão, quando ele e Bernadette se
aproximaram da estação das enfermeiras.
-Eu odeio dizer isso,- T Paul parecia decepcionado, como se
ele realmente odiasse dizer isso. -Mas eu acho que elas,- ele
acenou com a cabeça para o monitor, -são apenas o que ele
precisa.
Tanto Marc quanto Bernadette voltaram a olhar para a tela,
ouvindo quando T Paul virou-se. Lacey se juntou a eles, com um
sorriso no rosto.
-Bom menino, ele tomou uma bebida para mim!- Gritou uma
das gêmeas bonitas, inclinando-se para beijar o nariz de Tayler.
Estava claro que ela estava trabalhando para evitar as notas mais
altas de seu entusiasmo natural, mal contendo seu grito habitual
cortante.
-Você gosta dela, não é?- Amuou a outra.
Os olhos de Tayler arregalaram-se e dispararam de uma para
a outra, freneticamente, com sua expressão preocupada.
-Nós duas achamos que você é adorável.- elas ecoaram, em
perfeita sincronia, uma despenteando seus cabelos, enquanto a
outra pegou a mão dele em seus dedos, enquanto ela embalava-a
contra a sua própria bochecha.
Ele pareceu aliviado quando sua cabeça descansou de volta
contra o travesseiro, com os olhos fechados.
-Você vai tomar uma bebida para mim, em pouco tempo, você
não vai?- A segunda gêmea bonita implorou, fazendo parecer que
era a coisa mais importante que ela tinha que se preocupar.
Tayler abriu os olhos e sorriu, ganhando um guincho
encantado. -Olha, Missy, ele sorriu para você e ele vai tomar uma
bebida para você.
-Você é tão perfeito! Ele é,não é, Heidi?
A outra menina, que aparentemente era Heidi, acenou com
convicção e inclinou-se para a bochecha de Tayler mais uma vez. -
Eu não posso esperar para chegar a Montgomery Mountain.
-Estamos tão felizes para lhe mostrar lá fora. - Missy
começou a acariciar a face oposta de Tayler.
Balançando a cabeça, T Paul virou o volume, quando o grupo
ouviu uma ou ambas as irmãs ‘legais’ arrulharem para Tayler
dormir, murmurando em voz baixa sobre todas as pessoas que ele
iria impressionar e tudo o que fariam para torná-lo feliz e
confortável.
T Paulriu falou com Marc. -Acho que ele foi alvejado e
maltratado por weres mais velhos tantas vezes que ele se
acostumou a postura baixa e evitando a atenção de qualquer
espécie.
Bernadette ofegou, olhando chocada e perturbada. -
Intimidado? Por que ele não iria me dizer isso? -Ela parecia ainda
mais chateada quando ela gritou. - Weres adultos? Meu bebê!
-Shh, querida,- Marc acalmou, apontando para a tela onde
Tayler pode ser visto olhando ansiosamente. As irmãs estavam
ocupadas apaziguando-o, acalmando e acariciando. -Sua audição
é muito melhor que a sua é, querida.- explicou Marc.
- Ei, não é sua culpa. - T Paul falou.
-Isso mesmo, -concordou Lacey. -O problema é que, nas
escolas da cidade, até mesmo alguns dos subúrbios, simplesmente
não teria muitos jovens weres ou grupos. A maioria tende em
direção às áreas abertas ou com florestas por perto, lugares para
correr, espalhar-se, transformar e reunir sem serem vistos...
T Paul concordou. Omegas e weres solitários, como os lobos
solitários, não se importaria de viver na cidade. Não é tão difícil de
esconder um lobo. Um grupo é outra coisa.
-E os solteiros são os que são amargos, eles gozam
implicando com um filhote sozinho.- explicou Marc.
Bernadette não conseguia suportar a ideia de Tayler sendo
maltratado de tal maneira. -Ele deve ter ficado com medo o tempo
todo. -ela percebeu com tristeza.
- Não foi só weres, querida.- Marc disse ela, -Havia aqueles
que ele tinha medo de machucar...‘seres humanos’...garotos
maiores que estavam mexendo com ele porque ele é pequeno. - Ele
a abraçou. -Ele é um bom menino, e ele tentou fazer o que era
certo. Você pode se orgulhar dele.
-Claro que estou orgulhosa dele,- ela fungou. -Mas o que
aconteceu depois? Você disse que ele poderia ficar com... danos.
Será que ele vai ser capaz de cuidar de si mesmo?
-Ele não vai precisar.
Bernadette se virou para ver Lakon e Mya chegando, seguidos
de perto por Myles.
-Então ele está melhor? -perguntou Mya esperançosa.
-Eu odeio dizer que, definitivamente,- T Paul começou,
apenas para ser cortado por Myles.
- Os ‘doutores’, - ele satirisou, cutucando Marc com o
cotovelo, e movendo-se ao lado dele. -Você nunca gosta muito de
dizer nada com certeza. Você está com medo, vamos processá-lo se
realmente ficar melhor.
Marc revirou os olhos, mas ele se moveu um pouco, deixando
Myles mais perto do monitor. Bernadette viu, fascinada, a
interação dos três homens, um passo atrás para se juntar a Mya e
abrindo espaço para Lakon ao lado Myles.
-Essas duas vão arruiná-lo, com certeza. -observou Lakon,
olhando fixamente para a tela.
-T diz que é justamente o que ele precisa.- Marc fixou os
olhos na tela, vendo como as meninas agitavam sobre um Tayler
praticamnte dormindo.
-Aqueles dois pássaros vão rasgar a garganta para fora de
qualquer um que chegue perto de seu prêmio. Ninguém vai
aproximar-se do filhote sem passar por seus dentes.- disse Myles
sombriamente, acenando para a tela.
Bernadette olhou para a tela, as graciosas moças faziam
rebuliço sobre o seu menino. Era difícil processar que essas duas
decorativas e femininas meninas pudessem ser assassinas.
-Bonitas, amorosas e mortais,- murmurou Mya. -Elas vão
ser, um dia, mães maravilhosas, hein?
-Ohhh, sim,- Bernadette teve de concordar. -Elas com
certeza serão.
- Falando nisso... alguém se aproximou Tayler,- Lakon
esclarecido. -Precisamos falar sobre seu pai.
Marc ergueu uma sobrancelha, puxando Bernadette contra
ele. A última pessoa que ele queria pensar era Anton de La Rosa.
Infelizmente, ele era um sujeito que tinha que ser considerado. Ele
apreciou Lakon estar tentando anestesiar as coisas para ele, no
entanto.
Ele olhou para Tayler, deitado em sua cama hospitalar, tubos
e fios em toda parte, com seus dois anjos da guarda mortais
cuidando e flutuando sobre ele. Ele era pequeno para os seus doze
anos de idade, humano ou lobisomem, ficando ainda mais magro
pela doença, pouco mais que pele e osso.
Sem dúvida ele teria sido magro, mas a ele foi negado o
cuidado certo. Ele precisava de grandes quantidades de proteína,
zinco, vitamina B12, selênio, todas as coisas que os filhotes
necessitavam, especialmente quando eram muito jovens.
Bernadette tinha feito o seu melhor, mas ela não tinha
conhecimento. Antonio de La Rosa tinha conhecimento, no
entanto.
Ele havia deixado Tayler para tudo, para defender a si
próprio, e, felizmente, sua mãe era tão forte e determinada quanto
ele. Caso contrário, ele já estaria morto.
-Vamos entrar nessa pequena sala de conferências. - Marc
empurrou uma porta aberta nas proximidades.
Lakon, Myles, Mya, T Paul, Lacey e Bernadette todos
desfilaram diante dele, cada um tomando automaticamente uma
vaga em uma das cadeiras dispostas em torno da mesa de
conferência em forma de barcode cerejeira manchada.
Lakon se inclinou para frente, braços cruzados sobre a
superfície na frente dele. – Em quanto tempo Tayler poderá
viajar?- Ele perguntou sem preâmbulos.
Marc estendeu a mão e casualmente pegou a mão de
Bernadete, brincando com os dedos. -Por que você não nos
informa?- Ele perguntou calmamente. T Paul estava prestes a
responder à pergunta de Lakon e em vez disso, esperou.
-Parece que há muita coisa acontecendo com o grupo de La
Rosa,- Lakon demorou. -Anton é o Alfa atual, mas ele está sendo
desafiado. Curiosamente, a doença de Tayler veio a ser muito
conveniente para ele. Há realmente uma lei Were que você não
pode contestar um alfa com um filhote doente... se esse filhote é o
próximo na linha para o grupo.
-Eu não... eu não entendo. -Bernadete falou.
Marc não perdeu o sorriso agradecido de Mya. Ela
aparentemente não entendia também. Bem, nenhum deles
entendia, realmente. Mesmo Lakon precisou do seu advogado,
gerente de negócios e primo, Yancey, para esclarecê-lo.
Lakon sorriu para Bernadete, dando a mão de Mya um
aperto. -Veja, todos os Alphas tem que lutar pelo direito de levar
seu grupo, a menos que seu pai fosse Alpha. Nesse caso, ele só
tem que defender o grupo de desafios.
-Mais ou menos como ser rei...- Mya meditou. Myles sorriu
amargamente, mas não falou.
- Mais ou menos, querida... de uma maneira. Se um líder do
bloco faz um bom trabalho, a maioria dos weres fica feliz. Todos os
Alphas tem um desafio agora e então, não importa o quê, alguém
fica com fome de poder, tem um mau humor, você chuta a bunda
dele e ele vai embora...nenhum dano, não falta pessoas. Para levar
um bando, você tem que matar o Alpha,- Lakon explicou. -Isso
vale tanto para os principais grupos e grupos dentro de grupos.
-Cada um de nós leva uma parte do grupo de Montgomery-
Livingston, que é em grande parte um grupo da costa leste.- Marc,
exprimiu isso em mais detalhe para eles, não sabendo o que Mya
sabia, e decidiu contar tudo o que Bernadette poderia querer
saber. Ele aprendeu a lição... -Riker e Lakon são Alfas em ambos
os grupos da Carolina do Norte e Nova Jersey. Tav... Tavist Darke
ele é Alpha da Carolina do Sul e Geórgia. -ele fez uma pausa.
T Paul escolheu ajudar na hora de contar, -Marc cuida da
Flórida e Alabama, eu cuido do Mississippi e Louisiana. Lá estão
alguns Fonteneax, mas nós passamos a fazer parte do grupo de
Montgomery-Livingston, de Mik Montgomery,- ele sorriu com
carinho e orgulho, e Marc não pode deixar de sorrir também. -
Mik... espere até Bernadette ter um encontro com ele! Ele parece
como qualquer outro homem, mas parece muito um lobo, muito
grande, quase um metro e meio em pé em suas quatro patas e
quase dois metros em pé.
-Tornamo-nos Alfas,- T Paul continuou. -Nós lutamos em
alguns desafios, mas as coisas têm corrido bem desde então.
Existem outros grupos ao redor, mas o nosso é o maior. Yancey...
que você não conhece eu sei, mas ele é o gerente... ele ajuda a
coordenar tudo entre todos os blocos e nos mantém dentro dos
requisitos legais.
- E sobre Myles?- Bernadette perguntou quando ele ficou em
silêncio por um momento.
- Myles...- Marc murmurou, olhando por cima para o Were
em causa, que pegou num pontinho invisível na mesa.
-Myles é um tipo de solução de problemas...- Lakon falou
cuidadosamente, tentando dizer o suficiente, sem dizer muito. -Ele
vai para onde for necessário e... mantém a paz.
Myles sorriu, divertido. - Sou um consultor, querida.- disse
ele suavemente, ganhando gargalhadas de seus irmãos.
- Sim, um consultor. - Lakon riu, enxugando uma gota de
umidade no canto do olho.
Marc sacudiu a cabeça, apertando a mão de Bernadette. Ele
lhe explicaria isso mais tarde, desde que Myles era muito forte e
seria muito difícil feri-lo, ele tinha o trabalho de ir aos menores, os
grupos internos e resolver os conflitos quando eles surgiram. Mik
iria decidir o que deveria ser feito, e se houvesse qualquer atrito
sobre isso, Myles aparecia e punha fim nisso imediatamente.
Ninguém queria lutar com Myles, ele poderia matar por acidente,
mas geralmente escolhia mutilar de propósito. Não havia um lugar
que quisesse Myles Brooks-Montgomery olhando para eles com
desagrado.
-Ok, vamos voltar para os de La Rosa.- Marc pediu a Lakon
impaciente. Ele precisava saber que era exigência essa.
- O Alpha dos La Rosa tinha planos... contava mesmo com...
ter filhos para manter o grupo. Mas Anton produziu apenas um.
Tayler. Até agora, foram poucos os desafios para o grupo, porque a
maioria dos membros do bando de La Rosa acham que ele ia ficar
velho e que ia levá-lo para longe dele, mas seu grupo está ficando
cansado de sua liderança pobre.- disse-lhes Lakon.
-Agora, porém, que ele reivindicou um filho, a linha vai
continuar. Então... quem quiser contestá-lo não pode, porque o
seu próximo na linha está doente. É contra a lei do grupo desafiar
um pai cujo herdeiro esta doente, ele não será capaz de se
concentrar, você vê... não há honra nisso, por isso não é uma
vitória real. Mas Tayler tem que ser uma parte do grupo para a lei
estar em vigor. É uma espécie de como na monarquia é feita a
ascenção ao trono,- Lakon murmurou. – Exceto que os
Montgomerys fazem suas próprias leis. Nós mantemos a nossa
família segura...tudo isso. O de La Rosas viria para cá, para o
hospital para tentar conseguir Tayler.
Bernadette ofegou. -Isso seria terrível.
Marc assentiu. -Isso não seria um lugar bom para nós
lutarmos. Eles certamente usariam a logística em sua vantagem.
Muita gente pode se machucar.
-Eles têm muito a perder para se preocupar em ter cuidado,-
disse Lakon pesadamente, olhando ao redor da mesa. -Mas isso
não é o pior.
T Paul recostou-se na cadeira, com um olhar de descrença no
rosto austero. -Tudo bem, -disse ele, estendendo-o para fora. -
Deslumbre-me.
- Os de La Rosa querem o filhote vivo, para manter o grupo,-
veio uma voz de barítono profundo da porta. Bernadette apertou a
mão de Marc duas vezes mais duro quando ela olhou para quem
falava. -Os adversários querem o filhote morto, por isso não haverá
ninguém em seu caminho.
6
os piores furacões tem nome de mulher
Ela sorriu, percebendo a mesma coisa que ele tinha. Ela
estava brava com o Centro do Furacões por permitirem que essa
tempestade monstro crescesse, agora era um momento muito
inconveniente. Como se tivesse alguma coisa a ver com isso!
-Eu honestamente acho que... bem, ele vai viver, eu sei
disso.- Olhou para Sherman e disparou-lhe um sorriso aguado. -
Vai ser doloroso e difícil para ele. Ele tem esses espasmos
mioclonicos... e apreensões, de sorte que será com o tempo. Eles
são dolorosos e afetam suas pernas e fala. -Ela suspirou. - Mas ele
está vivo...
-Que tipo de vírus que você disse que era? – ele perguntou a
ela, levantando-se em linha reta quando ela virou cadeira para
trás.
Bernadette quase perdeu uma batida. -Um vírus burro de
cachorro,- ela resmungou, levantando. -Agora, você e Ashley
necessitamir para as ilhas, eu acho. Você tem a sua equipe?
-Eu tenho,- afirmou. – O Pequeno Doce de Carne tem tudo
embalado e eu vou buscá-la no caminho para o aeroporto.-
Bernadette sabia que era um dos apelidos loucos que Sherman
usava para Ashley.
Ela suspirou. -Bom.- Quando Sherman olhou de soslaio para
ela, ela explicou: -Há um monte de membros da sua família aqui
agora... por Tayler.- Sherman franziu a testa e ele balançou a
cabeça de um lado para outro, não fazendo a conexão.
-Marc Fonteneax, seu tio, e eu nos tornamos uma espécie
de... um casal. Seu outro tio, TPaul Fonteneax, está tratando de
Tayler. E... -Um pensamento súbito ocorreu-lhe, - Você sabia que
ela estava relacionada com os Montgomerys? -Sherman evitou os
seus olhos, respondendo a sua pergunta por padrão. -Figuras. -
Resmungou. -De qualquer forma, os Montgomerys estão por toda
parte lá em cima... incluindo Ashley...
-Ahh,- Sherman murmurou com entendimento. – Hmm. Seu
velho, hein?
- Sim, seu velho.- ela confirmou.
-E, finalmente, a nossa Bernie pegou alguém para si mesmo,
hein?-Ele deu uma cotovelada nela e gracejou, balançando as
sobrancelhas para cima e para baixo.
Bernadete espetou um olhar para ele. -Como é que você pode
executar um conglomerado internacional e ser tão malditamente
juvenil?
- É um dom. -ele riu, seus cabelos prateados brilhando
quando ele se inclinou para tirar um pedaço de fiapo da perna da
calça.
Embora em meados de seus trinta anos, Sherman tinha
cabelos naturalmente prateado. Bernadette se perguntou
fugazmente se ele era um lobisomem. Ela decidiu não perguntar,
ao invés disso planejavaperguntar a Ashley sobre isso mais tarde.
-Ligue para o meu celular quando você chegar lá e me
mantenha atualizada, por favor,- pediu em seu lugar. -Por pelo
menos a próxima semana ou assim, eu vou estar em uma licença
de ausência. O alívio de desastres serão encaminhados por meio
do Centro de Extensão Comunitária. -explicou ela.
- Vou fazer,- ele respondeu a ela, se movendo em direção a
porta. -E você tem o meu celular, mantenha-nos informados sobre
o seu menino, ok?
Ela sorriu. - Pode apostar que sim.- prometeu ela, seguindo-o
pela sala.
Marc estava prestes a bater à porta do escritório de
Bernadette, quando esta abriu, deixando-o quase de testa com
Sherman Landon, uma vez que os dois eram quase da mesma
altura.
- De saída, filhão!- Sherman lançou um olhar sobre seu
ombro para Bernadette, sorrindo.
Marc sacudiu a cabeça tristemente, batendo-lhe no ombro. -
Então, o que se passa, Sherm?- Ele perguntou, tentando
concentrar-se no homem na porta e não olhar sobre o ombro de
Sherman para Bernadette.
O semblante de Sherman ficou sério. - Ash e eu estamos no
nosso caminho para as Bahamas. Há uma depressão tropical se
formando, poderia se tornar um furacão, mas de qualquer jeito vai
ser imenso.
-Merda.- Marc jurou, fechando os olhos. O que mais poderia
vir agora? Rapidamente, ele baniu isso de sua cabeça. Pedi e
receberais, pensou ele, e não havia espaço para muito mais.
- Bem, – Sherman concordou secamente. -Não se preocupe,
eu vou fazer o meu melhor para mantê-la segura. Confortável está
fora de questão, é claro.
- É claro.- Marc concordou com um suspiro.
Ele muitas vezes se perguntou se parte da escolha da
ocupação de Ashley tinha a ver com alguma forma de penitência.
Ele sabia que era um estiramento, mas ele se perguntava por que
ela não se acalmava e tinha uma vida com Myles, ela iria se
colocar em perigo mais e mais para garantir que outras pessoas
tivessem as chances que ela sentia que não tinha. Tudo isso foi
deixado para outro momento, no entanto.
Sherman se moveu ao redor dele, murmurando. -Cuide de
Bernie e do menino, e eu vou cuidar da Joelhos Soces o melhor
que posso.
Marc não conseguiu segurar um sorriso. Sherman era um
tubarão no negócio, forte e capaz em um desastre, mas ele era um
palhaço no resto do tempo.
- Concordo.- ele concordou, quando Sherman esboçou um
aceno curto para os dois, caminhando pelo corredor fora.
Marc se voltou para Bernadete, levando-a em seus braços e
abaixando a cabeça para mordiscar os seus lábios. - Saudades de
você.- ele falou, enquanto mordiscava o seu lábio superior e
torneado, sua carne doce para aliviar a pequena mágoa.
Antes que ela pudesse fazer mais do que avançar um pouco
mais, ele cobriu a sua boca com a dele, empurrando sua língua
para dentro,para varrer o gosto, para se conectar, e lembrá-la de
que eles eram, de fato, companheiros.
Depois de um momento, Bernadette se afastou. Moveu-se
para sentar na borda de sua mesa, parecendo reunir-se. Envolver-
se contra ele, pensou com um sorriso interior.
-Está tudo bem com Tayler?- Ela perguntou, sem fôlego.
Movendo-se um pouco mais perto, o sorriso se mantinha sob
controle. -Claro, querida, eu teria chamado se alguma coisa
estivesse errada, você sabe disso.
- Ah, sim...- ela murmurou. - Bem...
-Bem?- ele perguntou. -Como vai você?
Ela abrandou, permitindo que ele a puxasse para fora da
mesa e de volta para os seus braços, onde ela pertencia. -Eu estou
bem...Hum, preocupada.
-Eu não culpo você, querida, mas não vamos deixar que nada
mais aconteça com o Tayler. T Paul acha que ele está seguro para
viajar. Acho que devemos ir falar com ele e dize-lhe que está
próximo.
-Eu pensei que você já havia dito tudo. - ela disse hesitante,
olhando para seu rosto.
- Bernadette.- ele beijou o nariz dela. -Só porque eu sou seu
companheiro não quer dizer que eu diria algo para o seu filho sem
você estar lá.
-Eu não estou pronta para ser sua companheira ainda. -ela
estreitou seu olhar para ele.
Marc suspirou, apertando-a mais e balançando a cabeça. -
Bem, mas você é, se você levar o título ou não.
-Você não está se mudando para a minha casa.- ela persistiu,
soando um pouco estranha.
-Ok, -ele concordou, lutando mais duro não sorrir. -Mas
Tayler gosta muito de mim. E você disse que pensou que me
amava. E eu vou nos comprar uma casa nova, grande o suficiente
para se perder, se você quiser.
-Oh, -ele poderia dizer que ela estava tentando não sorrir
também. -Bem, é o princípio da coisa.
Marc deixou os lábios vagarem sobre o seu rosto, saboreando
cada pedaço de seda. -Você vai me deixar saber quando seus
diretores foram apaziguados?
- Uh huh.- sussurrou ela, encontrando seus lábios com os
dela.
Sua língua acariciou toda a costura dos lábios dele e ele
abriu para ela. Separando seus lábios um pouco, ele permitiu sua
entrada. Ela se moveu para as pontas dos pés, aproximando-se,
acariciando. Sua língua explorou o interior de sua boca, deixando-
o com fome, muita fome por ela.
-Querida,- ele levantou a cabeça com relutância. -Vamos ver
T Paul.
T Paul não queria ter a conversa que ele viu vindo pelo
corredor, sabendo que seria a pior que ele tinha há algum tempo.
E estava dizendo alguma coisa, considerando-se as últimas
conversas que ele teve. Não que ele tivesse novas más notícias,
apenas não tinha boas notícias.
Ele acenou e se virou para Marc e Bernadete.
- Ei, T.- Marc saudou como ele apertou sua mão, a outra mão
descansando nas costas de Bernadette.
Seu irmão tinha alguma ideia do que estava por vir. Nem
tudo, entretanto. T Paul odiava essa parte de seu trabalho.
-Ei, vocês dois,- ele sorriu. - Vamos entrar aqui.- indicou o
pequeno quarto que ele estava usando como um escritório.
Devido ao tipo de especialista que era, ele viajava muito. A
maioria de seu trabalho era feito na costa leste, Tampa sendo um
grande centro que ele poderia visitar frequentemente, e onde ele
poderia trazer a sua família. Este escritório em particular, era um
que ele tinha usado o suficiente para que tivesse o selo da sua
personalidade nele.
Bernadette e Marc tomaram um lugar no enorme e
confortável sofá. T Paul tinha uma grande cadeira estacionada
mesmo em frente, para que ele pudesse dar às famílias espaço
para esticar ou se mover juntos, enquanto ele estava sentado em
frente a eles e dissesse qualquer notícia que ele tinha a dar.
- Conte-nos sobre Tayler. - Marc pediu, sem rodeios.
T Paul teve o prazer de ver Bernadette chegar mais e pegar a
mão de Marc. Marc tinha informado a ele um pouco sobre como
Bernadette resistiaa tornar ‘oficial’ o fato de que ela era sua
companheira. Marc tinha certeza que era uma questão de tempo. T
Paul tinha certeza que era simplesmente uma questão de
semântica.
Com um aceno de cabeça, T Paul sentou-se para começar. -
Eu acho que é seguro dizer que Tayler esta estabilizado... por
agora. Muitos pacientes com CDV tem um período de apreensão,
quando a atividade é intensa e, em seguida, ao longo do tempo, as
crises tornam-se menos de um problema. Eu tive vários pacientes
que não precisaram de controle de crises após o primeiro ano ou
assim. Ou seja, vamos ter que mantê-lo em fenobarbital ou outro
anticonvulsivante, mas nós tivemos sorte com o curso do
tratamento.
-Quer dizer que ele sempre vai ter convulsões?- Bernadette
estava lidando com as coisas bem, T Paul pensou. Ele esperava
que ela pudesse manter isso.
-Eu temo que os filhotes com cinomose podem experimentar
o agravamento da doença, especialmente a partir de problemas
neurológicos, mesmo anos após a doença inicial, parecer ter
passado. Infelizmente, não há apenas um momento de perigo de
complicações neurológicas, por isso, quero dizer a atividade de
apreensão, pode ser descontada. -Não, ele disse. Ele respirou
fundo, decidindo mergulhar diante dela ou Marc, que estava
olhando decididamente tenso, para interromper.
-T, o que você está dizendo?- Marc se inclinou para frente.
-Merda,- T Paul amaldiçoou, apertando os olhos fechados.
Este filhote era tão carinhoso, tão fácil de amar. E agora ele fazia
parte de sua família. T Paul detestava isso. – Assim, deixe-me
terminar, ok?
Ele ouviu a sua própria voz falhar um pouco, assim como
Marc. Sim, ele olhou para Bernadette; ela ouviu, também. Com um
puxão na mão de Marc, ela o puxou de volta. Você nunca saberia
que eles não eram os pais do filhote o tempo todo.
Ele se forçou a ir em frente. -Não há nenhuma maneira real
de prever a sobrevivência de um indivíduo que foi afetadopela
enfermidade. Alguns filhotes com sinais iniciais muito graves
tiveram problemas neurológicos leves, enquanto outros filhotes
com sintomas leves no inicio da doença,tiveram convulsões graves
ou cegueira posterior. Globalmente, a minha melhor estimativa de
sobrevivência,à longo prazo, com uma qualidade muito boa de vida
é aproximadamente de sessenta por cento.
- Merda.- Marc xingou, recostando-se no sofá.
-Você... você está dizendo que Tayler vai morrer, ter
problemas neurológicos, ou... por favor seja mais específico, Dr. T
Paul. - Bernadette se corrigiu.
Que mulher maravilhosa, pensou T Paul. Que homem de sorte.
Ele amava Lacey, e ele não a trocaria por nada, nem ninguém, mas
ele não sabia se ela, ou até mesmo ele próprio, poderiam portar-se
tão bem como esta mulher forte em frente a ele, se os seus papéis
fossem invertidos.
-O que eu quero dizer é, por agora, parece que o vírus, a
doença, tem reduzido a velocidade um pouco. Além da atividade de
espasmos mioclonais leves, o que poderia estar com ele, por um ou
dois anos mais ou menos, Tayler deve estar estabilizado um pouco.
Ele pode ter picos de febre estranha, ele terá um longo caminho a
percorrer para colocar algum peso sobre seu corpo, e aprender a
viver com os espasmos. Ele terá alguns desafios. -Ele tomou uma
respiração profunda. -É inteiramente possível que em poucos
anos, ainda mais, ele poderá desenvolver outros efeitos colaterais
neurológicos, as convulsões poderiam retornar, piorar - não estou
dizendo que será assim - mas você tem que saber que pode.
-Ok, ok,- ela afastou uma lágrima escorrendo, deixando uma
faixa escura e úmida em seu rosto castanho. -Mas também pode
ser que não, certo? Será que ele esta fora de perigo por agora?
- Pode não acontecer, Bernadette, mas não podemos esquecer
que existe uma possibilidade. Vou ter de verifica-lo regularmente.
O nível de proteína em seu fluído espinhal é um pouco menor, nós
o temos na sua maioria estável. Teremos que trabalhar com as
contrações mioclonais, elas são muito dolorosas, e apenas manter
o curso do tratamento. Podemos fazer isso na montanha. -Ele deu
um suspiro profundo. -Ele esta fora de perigo,para começar.
-Ok,- Marc pôs as mãos nas coxas, apoiando-se um pouco. -
Então, ele vai ter convulsão por um tempo, não é?- T Paul
assentiu. -Tudo bem, podemos lidar com isso. As crises em si não
lhe fazem dano a cada vez?
T Paul balançou a cabeça de um lado para outro. -
Geralmente, ele vai ter alguns problemas com a fala durante a
convulsão, se incluir um episódio mioclonal, e provavelmente, ele
vai ter muita dor. Ele vai ter muita dor de qualquer maneira. - T
Paul olhou de um para o outro, duro. -Olhe, vocês sabem como é.
Ele vai tomar sugestões de vocês. Se vocês não agirem como se
fosse uma tragédia, ele vai levar tudo na esportiva. Depois de ter
passado o pior de tudo, você pode ensiná-lo a lidar com isso. Ele é
um filhote notável. Resistente quando elas vêm, sem ser
desagradável sobre isso. Vamos todos ajudar. Você sabe o que eles
dizem. -ele olhou para Marc que deu-lhe um meio sorriso.
-É preciso um grupo inteiro para levantar um filhote, - Marc
concordou. -E parece que seu grupo apareceu na hora certa.
-É a mesma coisa que dizer que é preciso uma aldeia para
educar uma criança?- Bernadette perguntou, disposta a partilhar
um sorriso de alívio.
-Quase, mas o nosso funciona melhor. - T Paul sorriu, feliz ao
dizer que acabou.
-O que você quer fazer a respeito do transporte?- Marc
perguntou ao seu irmão, obviamente, adiando para ele, neste caso.
-Eu acho que nós vamos ter que voar de volta para casa,- T
Paul olhou para Marc, antecipando um argumento. -É muito
longe. Ele não precisa estar fora tanto tempo, o potencial de
perigo, a tensão sobre ele e de outros grupos, é demais.
Marc suspirou alto, em bom som. -Dupla merda,- ele
reclamou. -Lobisomens só não foram feitos para voar.
Antes que T Paul pudesse falar, ele disse, -Eu sei, eu sei, a
velocidade não, conforto...
-O que há de errado com o voo?- Bernadette perguntou,
confusa.
-É uma coisa de lobo, querida,- Marc respondeu, ainda
resmungando. -Nós apenas não gostamos da ideia de ficarmos
presos em um tubo, empurrando o ar. Se nós fossemos feitos para
voar, nós teríamos asas, em vez de caudas.
Bernadette revirou os olhos e virou as costas para Marc,
causando gargalhadas em T Paul. Foi engraçado, mas ele também
se sentiu aliviado por ter tudo em aberto em relação à saúde de
Tayler. Ele viria a amar o filhote doce e pouco mal-humorado,
tanto quanto todos os outros iriam. Ele odiava que as coisas não
estivessemtão boas para seu futuro, mas pelo menos ele tinha
um... se eles pudessem mantê-lo seguro contra os grupos de
guerra.
-Tayler provavelmente não vai querer fazer muito mais do que
Marc faz, Bernadette. Alguma vez você já viajou em um avião? - T
Paul perguntou.
-Hmm.- Ele observou o rosto de Bernadete enquanto ela
pensava. -Você sabe, ele nunca quis voar. A única vez que eu o
levei em uma viagem de avião, quando era uma criança pequena,
ele ficou miserável o tempo todo.
T Paul acenou com a compreensão. -Vamos precisar sedá-lo.
- Olhando para o seu irmão, ele acrescentou. -Você, também, se
você não ficar junto lá. Ele vai acordar na cama, no chão, em seis
horas depois.
-Tudo bem, quando estamos caminhando?- Marc perguntou,
vindo atrás de Bernadette e retorcendo os dedos. -Já entreguei
todos os pacientes para os meus parceiros lá na clínica, por isso
eu estou bem para ir.
-Vamos pelo corredor e ver o que o chefe tem a dizer.-
sugeriu, referindo-se a Mik.
Capítulo 15
7
Idiota.
Mik podia ouvir o jovem se afastar. - Isto é foda.–Ele hesitou,
estando perto do respiradouro que ele tinha usado para entrar. -
Eu vou vê-lo novamente. Eu sou Rafael.
-Vovô?- Tayler resmungou. Mik saiu de trás da cama de
Tayler.
-¡Ay, mierda!- Engasgou Rafael.
-Lembre-se que ele deixou você viver. Vá.- Mik ordenou,
sacudindo a cabeça em direção à porta. -Você está seguro, desde
que este filhote permaneça vivo. Chame o médico na saída.
- Dói, Vovô...- Tayler ofegou, com sua perna sacudindo, e o
corpo curvado, apertado.
Mik virou para olhar para o jovem Were que estava na porta.
Com um arranque, Rafael virou-se e correu para fora da porta.
-Eu sei,filhote, eu sei. - Mik cantarolou. Ele botou suas patas
dianteiras em cima da cama, inclinando-se para lamber o menino
pequeno, que agora se contorcia, seu corpo se apertando com uma
convulsão.
T Paul entrou depressa, logo seguido por Marc e Bernadete.
Mik se afastou para assistir, pensando em tudo o que tinha
acontecido e considerando o que estava por vir. Ele percebeu, com
o seu coração aquecido, que Tayler o havia chamado de vovô
quando a dor o havia levado. Isso significava que o filhote já
pensava em Mik dessa forma. Bom. Ele era uma adição muito
bem-vinda ao grupo Montgomery. Mik estava feliz por Tayler tê-lo
aceitado.
Rafe tinha sido muito cuidadoso. Ele havia feito seu caminho
para a Montgomery Mountain em um tempo muito bom. O tempo
para o sul estava se deteriorando e ele tinha certeza que iria
atrasar quem vinha do Novo México.
Havia, aparentemente, uma tempestade tropical no Atlântico,
e estava fazendo o seu caminho para o litoral. Enquanto Franklin,
Carolina do Norte, era longe o suficiente,no interior,e a área não
era flagelada com furacões e tempestades tropicais, bandas de
chuva pesada estavam viajando por toda a região; empurradas por
um sistema de alta ou baixa pressão... Rafe não podia ter certeza.
Ele chamou seu pai antes que ele deixasse a Flórida. Na
verdade, tinha sido um esforço para dar ao velho uma chance de
se redimir. Encontrar o filhote, ver a sua família, falar com ele,
tudo isso tinha mudado as coisas para Rafe. Ele queria ser o
melhor homem que ele poderia ser. Ele amava sua família, mas
reconheceu que não possuía os mesmos valores.
Quando ele me ligou, seu pai havia lhe perguntou: - Isso está
feito? Este filhote está morto?
Rafe tinha respondido: - Eu falei com ele, pai. Ele...
Seu pai o tinha interrompido, cortando-o e insistindo: -Você o
matou, Rafael? O caminho está livre para um desafio no grupo?
Rafe sentiu seu pai morrer em seu coração. Talvez não
fisicamente, mas o homem que Rafe tinha imaginado para ser seu
pai, não era mais. Ele ficara na beira da estrada, segurando um
receptor de telefone empoeirado na mão, com lágrimas escorrendo
pelo rosto.
-Não, papai, eu não poderia matá-lo.- Ele deu a seu pai um
minuto para responder. Quando não o fez, Rafe continuou, -Havia
três Alphas Montgomery com ele. Eu pretendo segui-lo até sua
casa. -Ele se assustou pelo modo como parecia estável, enxugando
o rosto em seu bíceps e descansando a testa contra o sol que
aquecia o cromo do telefone público.
- Bom rapaz.- seu pai tinha elogiado, evidentemente, com a
certeza de que Rafe faria exatamente como tinha sido dito para
fazer, não importa o que fosse.
-Você tem certeza que quer que eu mate este cachorro, pai?-
Rafe perguntou a seu pai, esperando uma resposta diferente,
sabendo que era uma esperança vã.
- Para que eu, ou você, nos tornemos o Alfa do grupo de La
Rosa,- o pai explicou pacientemente,- esse filhote tem que morrer.
A lei é clara sobre este assunto.
-Pai, a lei...- Mais uma vez o velho o interrompeu.
-Outros sofrem porque um filhote doente está em nosso
caminho. Faça o seu dever, Rafael! Eu vou encontra-lo lá.- ele
respondeu, desligando o telefone.
Rafe tinha estado no calor abafado da manhã da Flórida
Central, desejando com todo seu coração que seu pai tivesse dito
outra coisa. Mas Jorge Acosta estava determinado que o seu único
filho iria matar uma criança. Talvez ele tenha boas intenções em
algum lugar, mas a sua solução para o problema atual era terrível
para dizer o mínimo.
Não era o que um bom homem faria. Rafe estava determinado
a ser um bom homem. Para isso, alguém provavelmente teria de
morrer, mas não o filhote inocente. Se seu pai tentasse prejudicá-
lo, ele poderia ser o sacrifício, talvez ambos fossem.
Neste momento, Rafe percebeu que a chuva tinha mascarado
seu cheiro um pouco e ele podia ver a casa onde o filhote, Tayler,
estava. Ele sabia que estava lá porque ele tinha longos momentos
de medo quando viu os mesmos médicos que ele tinha visto no
UCH correndo em direção a porta de trás. Primeiro um, e um
minuto depois, o outro, acompanhados por um Were ruivo.
Abstratamente, ele achou engraçado que, poucos dias antes,
ele havia estado parado na frente do filhote doente, planejando
matá-lo. Agora, ele sentia terror absoluto com a perspectiva de que
a natureza tomou seu curso e reclamou o rapaz. Como foi que ele
tinha vindo para cuidar tanto em tão pouco tempo? E, para um
completo estranho, nada menos...
Ele encontrou para si, uma área densamente coberta de
mato, com vista para a casa e se transformou. Ele, primeiro, havia
retirado suas roupas, dobrou-as rapidamente e colocou-as em um
saco plástico. Ele aprendeu a sua lição no Cub Scout and Boy
Scouts. Ele balançou a cabeça para a improbabilidade. Escoteiros!
Ainda assim, o mote: ESTEJA PREPARADO, e FAÇA O SEU
MELHOR, sempre poderia ser aplicado. Bom conselho era um bom
conselho, não importa quem o deu.
Cautelosamente, ele se arrastou até o prédio baixo,
escondendo-se de janela em janela, até que ouviu as vozes.
-Como ele está,T?- Ele ouviu. Sim, este era o caminho certo. -
O que aconteceu?
Ele gostaria de saber isso também. Juntou-se à vigília.
-Ele está bem. Ele só desmaiou de dor. -Rafe estremeceu ao
ouvir isso. Isso só não era justo. O pobre filhote sofria
muito,enquanto seu pai bastardo fazia o possível para esquecê-lo
ou usá-lo. -Nenhum dano,- a voz grave ressoava. -Eu estou
trazendo ele para perto agora.
Rafe esperou um minuto ou dois mais. Se ele pudesse ouvir o
filhote falar, ele se sentiria melhor. Ele merecia se sentir melhor,
não?
-Tinka? Mamãe? Marc?
Rafe ignorou a resposta do lobo, todos foram ignorados,
menos o filhote. Tayler estava bem. Ele estava falando. Rafe virou-
se e voltou para o seu arbusto e rastejou por baixo.
-Você pode muito bem sair daí, filho. Eu vou ficar chateado
se eu tiver que subir aí atrás de você.
Rafe considerou todas as suas opções e só tinha uma. Ele
caiu de barriga e esgueirou-se debaixo do mato. Esse era o
gigantesco Were que estava no hospital. Rafe esperava que o
grande lobo não o matasse, seria uma pena vir de tão longe só
para morrer dentro da vista da janela do filhote.
-Vovô?- Perguntou ele, confirmando que ele era o mesmo
Were.
O velho lobo inclinou a cabeça. -Eu tive um sentimento de
que eu ia vê-lo novamente. Você quer me dizer por que você está
aqui?
-Eu... eu tinha que vir,- Rafe tentou explicar. -Eu sei que eles
estão vindo atrás dele. Ele não pode morrer, e eu posso ajudar. -
Ele olhou para suas unhas longas e voltou. Ele sabia o que ele
quis dizer, se ele pudesse acertar. – Lealdade.- disse ele,
finalmente.
-Você sente que deve obediência a este filhote doente lá
dentro?- O grande lobo pardo perguntou, não maldoso. Rafe
assentiu. – Porquê?
Por quê? Rafe sabia o porquê, ele poderia articular isso? -Ele
é um homem melhor do que o seu pai. Um homem melhor do que
meu pai, também. E ele é apenas um menino. O que ele vai ser
quando crescer? Eu quero ser um bom homem, e esse filhote pode
me ajudar. E eu posso ajudá-lo.
-Acontece que eu concordo com você, um pouco,- disse o
velho lobo, inclinando a cabeça. -Mas agora, ele é um filhote
doente, com um monte para crescer. E um monte de gente
querendo machucá-lo. Você está realmente disposto a matar o seu
próprio pai para mantê-lo seguro?
- Eu estou.- Rafe disse simplesmente.
O velho lobo acenou com a cabeça novamente. -Venha e
pegue alguma comida. Você pode ficar no quarto com Tayler...
ajudando a cuidar dele. Você não terá que lutar, a menos que
alguém entre.
-Eu devo me vestir?- Rafe olhou para seu saco de roupa
debaixo do arbusto.
-Traga suas roupas, mas não se transforme por agora. Penso
que os Weres virão atrás de Tayler na forma de lobo. Você precisa
estar preparado, apenas no caso.
-Você confia em mim? Apenas assim? -Rafe perguntou,
incrédulo. Ele não podia acreditar.
-Se esse filhote for prejudicado de alguma forma, você vai ter
uma morte lenta e agonizante, você sabe disso.- Ele olhou para
Rafe nos olhos. Rafe encolheu os ombros e balançou a cabeça. Ele
sabia disso. -Você veio de longe e teve uma chance de estar aqui.
Você não será bem-vindo de volta em sua casa, vai?
Rafe baixou a cabeça. -Não,- ele murmurou. -Mas, eles
queriam que eu sequestrasse ou matasse um filhote...- Ele sentiu
os olhos arderem. Ele ainda não podia acreditar que seu pai tenha
pedido uma coisa tão horrível para ele... Anton ou Luis de La Rosa,
com certeza, mas o pai dele?
-Bem-vindo ao grupo Montgomery,- disse o lobo. -Eu sou Mik
Montgomery.- Rafe sentiu a boca cair. Mik Montgomery era uma
lenda... -Meus netos me chamam de Vovô. Você pode me chamar
também.
Era isso. Rafe não podia levá-lo. Ele caiu de bruços e
escondeu o rosto nas suas patas. Seu próprio pai tinha exigido o
impensável dele, para ser o Alpha de seu grupo. Ele mal conseguia
pensar na enormidade disso. Seu próprio pai... Mas agora, este
lobo incrível, famoso lobo o acolheu no ilustre grupo Montgomery
na força de seu caráter sozinho. Rafe estava completamente
emocionado.
-Eu só...isto tem sido...- Rafe não conseguia terminar uma
frase, não conseguia articular as palavras.
-É filho, tudo bem. Você teve uma longa estrada. -Mik
Montgomery deu tapinhas em suas costas, acariciando-o. O
mundo de Rafe tinha passado de surreal e jogou-o na fantasia, do
‘não passe’ para o ‘vá’.
-Isso é real? - Ele perguntou, sem saber se estava sonhando
ou não.
-Venha comer algo e descansar um pouco. Você pode ter a
metade inferior da cama de Tayler. Ele não está usando.
Rafe fez como lhe foi dito.
Capítulo 21
Fim
Sobre a Autora