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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE

Curso de Graduação em Engenharia de Controle e Automação

Relatório de Prática Experimental em Fenômenos de Transporte


VISCOSIDADE

Autores: Cassiano Richter, Gabriel S. Centenaro, Mauricio Bonadiman


Professor: Dr. Charles Assunção

Luzerna, 24 de agosto de 2016


SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5
1.1- Viscosidade Dinâmica / Específica .............................................................................. 6
1.2- Viscosidade Cinemática ................................................................................................ 6
1.3- Viscosímetro Rotativo de Disco ................................................................................... 7
2- OBJETIVOS ........................................................................................................................ 8
2.1- Objetivo Geral ................................................................................................................. 8
2.2- Objetivos Específicos..................................................................................................... 8
3- METODOLOGIA ................................................................................................................. 9
4- RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 11
5- CONCLUSÃO ................................................................................................................... 16
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 17
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Viscosidade ............................................................................................................... 5


Figura 2 - Viscosímetro de Disco ............................................................................................. 7
Figura 3 -.................................................................................................................................... 15

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Disco nº 2, 60 RPM, Temperatura Constante.................................................. 11


Tabela 2 - Disco nº 2, 100 RPM, Temperatura Constante ................................................ 11
Tabela 3 - Disco nº 2, 100 RPM, Variando a Temperatura ............................................... 12
Tabela 4 - Disco nº 6, 30 RPM, Temperatura Constante.................................................. 13
Tabela 5 - Disco nº 6, 60 RPM, Temperatura Constante.................................................. 13
Tabela 6 - Disco nº 2, 100 RPM, Temperatura Constante ................................................ 14
RESUMO

O experimento realizado teve como finalidade determinar os diferentes valores


de viscosidade de dois fluidos distintos e a sua variação com o passar do tempo e com
a elevação da temperatura. Utilizando de intervalos de tempo e temperatura como
variáveis independentes, foram obtidos a partir de um viscosímetro valores da
viscosidade dos fluidos em função do tempo e da temperatura. Ao término do
experimento foram constatadas mudanças nos valores da viscosidade de um fluido,
hora com a mudança da velocidade de rotação do disco, hora com a variação da
temperatura. Vale destacar que cada fluido comporta-se de maneira única e que são
suscetíveis a mudanças do ambiente, assim como se comportam de diferentes
maneiras a essas mudanças.

Palavras-chave: viscosidade, viscosímetro, fluidos.


1- INTRODUÇÃO

Viscosidade é a propriedade física do fluído que caracteriza a sua resistência


ao escoamento, à resistência a deformação por cisalhamento, ou simplesmente o seu
atrito interno. Pode ser definida medindo a força de arraste entre duas placas com
algum fluído entre elas, como ilustrado na figura 1.

Figura 1 - Viscosidade

FONTE: http://www.if.ufrj.br/~bertu/fis2/hidrodinamica/placas.gif

Pode-se definir a viscosidade seguindo a lei de Newton, sendo que a tensão


cisalhante τ aplicada ao fluído, é proporcional a força aplicada para mover a placa a
uma velocidade constante sobre a área da placa, e também proporcional a velocidade
de deslocamento da placa sobre a distância entre elas, e multiplicado por um
coeficiente . Sendo assim, podemos calcular o coeficiente de viscosidade, ou
viscosidade específica do fluído em questão.

(1)

= Coeficiente de Viscosidade

Por obedecerem às leis de Newton, a grande maioria dos fluidos como a água,
leite, soluções de sacarose e óleos vegetais são conhecidos como fluidos
newtonianos. Os fluidos não newtonianos têm um comportamento mais complexo por
não possuírem uma relação linear entre a taxa de deformação e a tensão de
cisalhamento.
No Sistema Internacional de Unidades a viscosidade é definida como pascal-
segundo (Pa·s), que corresponde exatamente a 1 N·s/m² ou 1 kg/(m·s).
1.1- Viscosidade Dinâmica / Específica

A viscosidade dinâmica ou específica é referente à força necessária para


mover uma unidade de área a uma unidade de distância. A unidade mais utilizada é o
Poise, , cujo nome homenageia o físico Frances Jean Louis Marie
Poiseuille. Por conveniência, a viscosidade é expressa em centipoise (cP), que é igual
a Poise.
Um dos principais equipamentos para medir a viscosidade específica de um
fluído, são os viscosímetros de cilindro ou discos, como o que foi utilizado nesse
experimento

1.2- Viscosidade Cinemática

Pode ser entendida como a resistência oferecida pelo fluido ao movimento. A


viscosidade cinemática é medida em STOKE e o instrumento mais utilizado para sua
determinação é o viscosímetro de Stoke. Esse equipamento realiza medições do
tempo de queda livre de uma esfera através de um fluido estacionário no interior de
um tubo, conhecendo-se a massa e o volume da esfera, pode-se calcular então a
viscosidade do fluido em questão.

(2)

Por conveniência a viscosidade cinemática também pode ser expressa em


termos de centistokes (cS o cSt).
1.3- Viscosímetro Rotativo de Disco

O equipamento utilizado para medir a viscosidade específica dos fluídos desse


experimento foi o viscosímetro de disco, parecido com o da figura 2 a seguir. Os
viscosímetros são constituídos por um elemento rotante de forma de disco, inserido
em um recipiente cilíndrico contendo o fluido do qual se deseja medir a viscosidade. É
exercido um torque no disco rotante para colocá-lo em movimento e então o aparelho
mede o torque necessário para se chegar a uma determinada velocidade de rotação, e
este torque é dependente da viscosidade do fluido. A faixa de medição típica vai de 5
a 400000 cP.

Figura 2 - Viscosímetro de Disco

FONTE: http://www.labstore.com.br/products/Viscos%C3%ADmetro-Cup-Ford.html
2- OBJETIVOS

2.1- Objetivo Geral

Compreender o conceito físico de viscosidade e a importância desta


propriedade no estudo dos fluidos.

2.2- Objetivos Específicos

 Medir e comparar a viscosidade dinâmica de fluidos diferentes;


 Calcular a massa específica dos fluidos;
 Calcular a viscosidade cinemática de cada fluido;
 Avaliar o efeito da temperatura e do tempo sobre a viscosidade dos fluidos.
3- METODOLOGIA

Antes de realizar o experimento foram feitos preparativos para a sua


realização, de modo a organizar o ambiente de trabalho e adequar os alunos para uma
correta utilização dos materiais e equipamentos. Também foram tomadas medidas
para evitar possíveis acidentes de trabalho que possam levar a uma lesão ou
fatalidade por parte dos alunos com a utilização dos EPI’s (Equipamentos de Proteção
Individual).
Após o termino de todos os preparativos ante experimento iniciou-se a
preparação de viscosímetro. Para isso, foi posto o disco de número 2, tomando
cuidado para não danificar o equipamento já que este possui rosca esquerda
(contrária à normalmente utilizada). Com o disco devidamente acoplado do
viscosímetro foi feita a “calibração” vertical do viscosímetro, ou seja, variando a
posição vertical de forma a posicionar o rebaixo do eixo do disco de atrito na superfície
livre do fluído.
Terminando esta etapa foi feita a medida da temperatura do fluido (óleo)
enquanto o viscosímetro se inicializava. Após inicializado, foram modificados o valor
referente ao número do disco de atrito utilizado e a velocidade a qual será submetido,
sendo definido em 60 rpm (rotações por minuto). Até este momento o experimento em
si não havia sido iniciado, deixando claro que nada do que foi descrito até agora foi
desnecessário para a retirada de valores precisos e confiáveis.
O viscosímetro utilizado nesse experimento trabalha de forma que, com base
na resistência fornecida pelo fluido à rotação do disco é possível calcular o valor da
viscosidade deste mesmo fluido. Para isso, um motor interno ao viscosímetro gira o
disco e com base no valor de corrente “drenado” pelo motor é possível identificar o
valor da resistência contrária à rotação do disco, calculando assim a viscosidade do
fluido.
Deixando de lado detalhes técnicos, o motor foi iniciado e após 60 segundos foi
retirado o primeiro valor de viscosidade, anotando novamente novos valores a cada 30
segundos. Quando já obtidos 10 valores diferentes de viscosidade, a velocidade de
rotação novamente foi regulada, mas dessa vez para 100 rpm, realizando o mesmo
procedimento e obtendo novamente 10 valores.
Ao término desta etapa, um aquecedor elétrico foi ligado com o objetivo de
aquecer o fluido em que estavam sendo feitas medidas de viscosidade, mantendo o
disco de atrito a uma velocidade de 100 rpm. Durante esse processo também foi
instalado ao conjunto um termômetro com o objetivo de determinar a temperatura do
fluido conforme esta se elevasse, tirando 10 medidas de viscosidade, uma a cada
elevação de 1º C. Quando retiradas as 10 medidas, o disco de atrito número 2 foi
retirado e o experimento de viscosidade do primeiro fluido foi finalizado.
Para inicializar o experimento do segundo fluido (cola), foi posto ao
viscosímetro o disco de atrito número 6 e modificado nas configurações do
viscosímetro essa mudança, evitando uma possível leitura errada por parte do
viscosímetro. Mais uma vez, foram retirados os valores de temperatura do fluido,
assim como também um novo posicionamento vertical do viscosímetro, deixando o
rebaixo do eixo do disco de atrito na superfície livre do fluído.
Para iniciar, foi utilizada a velocidade de 30 rpm deixando o motor ligado
durante 60 segundo para efetuar a primeira medida e utilizando intervalos de 30
segundos para cada uma das 9 demais medidas. O mesmo procedimento foi efetuado
com as velocidades de 60 e 100 rpm, sempre aguardando 60 segundos para a
primeira medida e utilizando de intervalos de 30 segundos para as demais.
Ao término desta etapa o motor do viscosímetro foi desligado e o disco de atrito
retirado, tomando novamente cuidando com o sentido de rotação para desacoplar o
disco de atrito pois esta é contraria ao sentido normal. O disco por sua vez, foi limpo e
posteriormente guardado, assim como o viscosímetro foi desligado e o recipiente com
o fluido retirado e colocado em um local adequado.
4- RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir dos valores aferidos no experimento pôde-se ter um entendimento


melhor sobre a viscosidade dos fluídos. Levando em consideração o óleo, nota-se que
em temperatura ambiente sua viscosidade é constante, ela apenas irá mudar em
relação à rotação do disco, ou seja, quanto maior a rotação do disco de atrito, maior é
a resistência do líquido em relação à rotação do disco.
Logo, a viscosidade do óleo medida em 100 RPM é maior do que em 60 RPM.
Segue abaixo as tabelas com os valores aferidos.

Tabela 1 - Disco nº 2, 60 RPM, Temperatura Constante

Óleo
Rotação: 60 RPM / Disco de Atrito: nº 2
CP Viscosidade (%) Tempo (s)
85,3 12,8 60
85,3 12,8 90
85,3 12,8 120
85,3 12,8 150
85,3 12,8 180
85,3 12,8 210
85,3 12,8 240
85,3 12,8 270
85,3 12,8 300
85,3 12,8 330

Tabela 2 - Disco nº 2, 100 RPM, Temperatura Constante

Óleo
Rotação: 100 RPM / Disco de Atrito: nº 2
CP Viscosidade (%) Tempo (s)
108,8 27,3 60
108,8 27,2 90
108,8 27,2 120
108,8 27,2 150
108,8 27,2 180
108,8 27,2 210
108,8 27,2 240
108,8 27,2 270
108,8 27,2 300
108,8 27,2 330

Pôde-se notar nas tabelas acima, que a viscosidade se manteve a mesma


mantendo a temperatura constante. Para montar a tabela a seguir, foi feito o aumento
da temperatura do óleo gradativamente. Observa-se que com o aumento da
temperatura a viscosidade vai diminuindo, pois, a viscosidade é diretamente
proporcional à força de atração entre as moléculas.
Com o aumento da temperatura essa força de atração diminui, diminuindo
também a viscosidade. Utilizando uma velocidade de rotação constante no disco de
atrito, pode-se verificar que a viscosidade vai diminuindo com o tempo.

Tabela 3 - Disco nº 2, 100 RPM, Variando a Temperatura

Óleo
Rotação: 100 RPM / Disco de Atrito: nº 2
Temp. Ambiente Óleo: 19,2 ºC
CP Viscosidade (%) Temperatura (ºC)
106,8 26,7 20,2
103,6 25,9 21,2
99,2 24,6 22,2
93,6 23,3 24,2
92,0 22,9 25,2
90,0 22,5 26,2
86,4 21,6 27,2
84,4 21,1 28,2
82,0 20,5 29,2
80,4 21,1 30,2

Observou-se com as tabelas acima, que no óleo em temperatura ambiente,


quanto maior a rotação do disco, maior é o valor apresentado da viscosidade. No
entanto, no experimento realizado com a cola, notou-se o efeito contrário, ou seja,
quanto maior a rotação do disco, menor a viscosidade.
Tabela 4 - Disco nº 6, 30 RPM, Temperatura Constante

Cola
Rotação: 30 RPM / Disco de Atrito: nº 6
CP Viscosidade (%) Tempo (s)
25970 77,3 60
25170 75,5 90
24230 72,7 120
22230 67,8 150
22730 68,8 180
21130 63,3 210
20730 62,2 240
20770 62,3 270
19270 57,8 300
19100 57,7 330

Tabela 5 - Disco nº 6, 60 RPM, Temperatura Constante

Cola
Rotação: 60 RPM / Disco de Atrito: nº 6
CP Viscosidade (%) Tempo (s)
10900 65,3 60
10550 63,4 90
10420 64,0 120
10170 61,3 150
10200 61,8 180
9900 59,4 210
9630 57,8 240
9830 57,8 270
9050 54,0 300
9170 54,0 330
Tabela 6 - Disco nº 2, 100 RPM, Temperatura Constante

Cola
Rotação: 100 RPM / Disco de Atrito: nº 6
CP Viscosidade (%) Tempo (s)
6470 64,7 60
6230 62,7 90
6450 62,1 120
6130 61,2 150
6130 60,5 180
6030 59,4 210
5810 59,5 240
5840 58,7 270
5780 58,3 300
5860 58,7 330

Levando em consideração os dois fluídos utilizados no experimento, assim


como os conceitos de fluídos newtonianos e não newtonianos, pode-se observar que o
óleo se aproxima de um fluído newtoniano e a cola, de um não-newtoniano.
Um fluído newtoniano é um fluído cuja sua viscosidade é constante para
diferentes tipos de forças aplicadas e não variam com o tempo. Nos fluidos
newtonianos a tensão é diretamente proporcional à taxa de deformação. Como se
pode notar, a viscosidade do óleo se manteve constante, e não variou com o tempo.
Um fluído não-newtoniano é oposto ao newtoniano, cujo sua viscosidade não é
constante, ou seja, varia em relação ao tempo e ás forças aplicadas. Levando em
consideração as tabelas da cola, chega-se à conclusão que a mesma é um fluído não-
newtoniano.
Discutindo outras classificações dos fluídos cita-se também:

 Fluídos Dilatantes: a viscosidade aumenta com o aumento da tensão.


 Fluídos Pseudoplásticos: a viscosidade diminui com o aumento da tensão.
Figura 3 -

FONTE:

Eixo Y: Tensão de cisalhamento


Eixo X: Taxa de cisalhamento
5- CONCLUSÃO

Com os experimentos realizados em laboratório, pôde-se comprovar as


teorias estudadas sobre a viscosidade de fluidos. Com isso podemos então
concluir que os valores coletados experimentalmente foram condizentes com o
esperado.
Observou-se que fluidos como o óleo possuem características de fluídos
newtonianos, pois mantem sua viscosidade constante a uma temperatura
constante, variando apenas com a força aplicada ao fluído, e a sua
temperatura. Já a cola apresenta características de fluídos não newtonianos,
pois sua viscosidade é constante para diferentes tipos de forças aplicadas.
Contudo, teve-se um bom entendimento sobre a viscosidade, e a relação
que a mesma tem em diferentes tipos de fluidos, assim como a mesma se
comporta.
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CANEDO, Eduardo Luís. Fenômenos de Transportes. Rio de Janeiro: LTC,2014.

COELHO, Pedro. Viscosidade: Dinâmica e Cinemática. Disponível em:


http://www.engquimicasantossp.com.br/2015/04/viscosidade-dinamica-e-
cinematica.html. Acesso em: 19 de agosto de 2016.

WASHINGTON, Braga Filho. Fenômenos de Transporte para Engenharia. 2ª edição.


Rio de Janeiro: LTC, 2013.

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