Você está na página 1de 17

1

UMA PROPOSTA PARA A UTILIZAÇÃO DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO


PROCESSO (CEP) ATRAVÉS DA CARTA "X" COMO UMA FERRAMENTA
GERENCIAL PARA A AVALIAÇÃO DA VAZÃO MÍNIMA NOTURNA DE UM SETOR

Edson Kurokawa1 ; Antonio Cezar Bornia 2

Resumo: Uma das principais metodologias para avaliar o controle de perdas de água em sistemas
de distribuição é através da análise da vazão mínima noturna. Com o uso desse procedimento, é
possível monitorar o comportamento da distribuição em um setor de estudo, analisando os
consumos mínimos noturnos existentes. Através desta informação, é possível estimar os principais
componentes das perdas existentes. O uso do controle estatístico do processo (CEP) pode auxiliar
na utilização dessa metodologia. Nesse caso, utiliza-se a carta "x". Através dessa ferramenta
estatística, pode-se analisar esta variável física (vazão) da seguinte forma: estabelecendo os limites
de controles de acompanhamento da variável; detectando graficamente se está ocorrendo piora ou
melhora do processo; avaliando e acompanhando o processo da vazão mínima noturna e verificando
padrões gráficos de ocorrência que podem estar associados a anormalidades.

Abstract: One of the main methodologies to evaluate the water's losses control in distribution
systems is through the analysis of the nocturnal minimum flow. With the use of this procedure is
possible to evaluate the behavior of the distribution in a sector’s study analyzing the nocturnal
minimum consumption existings. Through this information is possible to esteem the main
components of the existing losses. The use of the statistical process control (SPC) can assist in the
utilization of this methodology. In this case it uses the X’s letter. Through this statistical tool we can
analyze this physical variable (flow) of the following form: establishing accompaniment controls
limits of the variable; evaluating and accompanying the process of the nocturnal minimum flow;
detecting graphically if it is occurring a worsening or an improvement of the process and verifying
occurrence graphics standards that can be associate to the abnormalities.

Palavras chave: controle estatístico do processo (CEP), vazão mínima noturna, carta x, perdas de
água.

1
Engenheiro civil pela UFG e mestre em engenharia de produção pela UFSC. Trabalha na empresa Saneamento de
Goiás S/A na supervisão de pitometria e macromedição. Filiação: Sadanobu Kurokawa e Keiko Higashitani Kurokawa.
Endereço residencial: rua 236, n.º 375 apto. 703, Ed. Júlio Verne; setor Universitário. CEP 74.610-090 Goiânia – GO
Endereço comercial: avenida Vereador José Monteiro, 1957, setor Negrão de Lima. CEP 74.650-250 Goiânia – GO
Telefone residencial: 55 (0xx62) 202-35-47 e telefone comercial: 55 (0xx62) 202-40-60 r.206.
e-mail: edsonkurokawa@uol.com.br e kurokawa@saneago.com.br
2
Engenheiro mecânico pela UFPR, mestre e doutor em engenharia de produção pela UFSC. Professor adjunto da
UFSC. Endereço: UFSC- CTC – EPS, Caixa Postal 5192, Trindade. CEP 88.040-970 Florianópolis – SC
Telefone: 55( 0xx 48) 331-71-10 e-mail: cezar@ufsc.com.br
2

INTRODUÇÃO

O controle estatístico do processo (CEP) é uma técnica de avaliação da qualidade. Segundo


Kume (1993), este sistema foi proposto inicialmente por Walter Shewhart como uma ferramenta
para auxiliar na eliminação de variações anormais em processos pela diferenciação de causas
comuns e das devidos às causas aleatórias (especiais). Os problemas decorrentes das causas
especiais são inevitáveis em qualquer processo. Porém, é possível que exista uma causa assinalável
dos problemas decorrentes de causas comuns e que existam fatores relevantes a serem investigados.
Através da interpretação da carta de controle, pode-se controlar um processo e eliminar as causas
comuns, evitando a continuidade do problema.
O CEP pode ser utilizado como um instrumento gerencial de análise do processo de
acompanhamento da vazão mínima noturna de um setor. Através da vazão mínima noturna, é
possível estimar as perdas existentes em uma região de estudo. As causas das perdas podem ser
devido às causas especiais ou às causas comuns. O CEP pode auxiliar na gestão de controle de
causas comuns que podem estar ocasionando as perdas.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Será feita uma pequena revisão bibliográfica para situar o leitor sobre os seguintes
assuntos: controle estatístico do processo (CEP) e vazão mínima noturna. No primeiro item serão
mostrados os principais conceitos do CEP, suas aplicações em processos industriais e a carta "x".
Através da utilização da carta "x", será proposto a utilização do CEP como ferramenta gerencial de
controle e avaliação.
O segundo item que será revisado é sobre o conceito de vazão mínima noturna e as
aplicações dessa técnica no controle de perdas. Serão mostrados os principais conceitos e aplicações
desta metodologia, através de revisão bibliográfica sobre os principais autores desse assunto.

Controle Estatístico do Processo (CEP)

O CEP constitui-se em um conjunto de técnicas e ferramentas estatísticas, organizadas de


modo a proporcionar, através da aplicação destas, a manutenção e a melhoria dos níveis de
qualidade de um processo. O CEP pode ser considerado uma ferramenta ou estratégia da qualidade
dentre as diversas existentes, sendo, portanto, um dos caminhos para se atingir alguns resultados
importantes para uma organização. Com a utilização do CEP, os processos podem ser avaliados,
reduzindo-se os desperdícios por meio de uma avaliação constante do processo (Schissatti, 1998).
O Controle Estatístico de Processo (CEP) é, sem dúvida, uma das mais poderosas
metodologias desenvolvidas, visando auxiliar no controle eficaz da qualidade. O gráfico de
controle, ferramenta básica do CEP, é resultante do trabalho de Shewhart, nos laboratórios da
BELL, na década dos anos de 1920. Posteriormente, foi empregado com sucesso nas indústrias
japonesas, no período pós-guerra, sendo apontado como um dos motivos pela liderança deste país
em vários segmentos industriais. No Brasil, o CEP vem sendo implantado em um número cada vez
maior de empresas. Várias indústrias nacionais, tais como as montadoras de veículos, utilizam o
CEP em suas matrizes e outras fábricas no exterior. Por intermédio destas experiências, ficou
comprovada sua eficácia no monitoramento de problemas nestas unidades. Contudo, há muito por
fazer, pois a potencialidade do CEP ainda não foi totalmente explorada. Novas aplicações aparecem
diariamente, demonstrando sua versatilidade e importância para o aumento da competitividade das
empresas industriais e de serviços (Ramos, 1997).
Vários exemplos de desenvolvimento de novas aplicações do CEP, no setor industrial, na
agricultura, na pecuária e também em vários setores de serviços, podem ser citados para o
monitoramento da qualidade.
3

Conforme Owen3 (apud Schissatti, 1998), o Controle Estatístico de Processos é “considerado


uma das formas de controle do processo preventivo. Resumidamente, constitui-se da utilização de
técnicas estatísticas para se controlar o processo. Por técnicas estatísticas entende-se a coleta, a
representação e a análise de dados de um processo”.

Causas comuns e especiais

Vários autores, como Montgomery (1997), Vieira (1999), Kume (1993) e Ramos (1997)
afirmam que todo processo está sujeito à variabilidade. Existem as causas especiais e as causas
comuns que promovem estas variações. Segundo Ramos (1997), são definidos os seguintes
conceitos para as causas de variação nos processos:
• Causas especiais ou aleatórias - as causas especiais, esporádicas ou aleatórias são fatores
geradores de variações que afetam o comportamento do processo de maneira imprevisível, não
sendo possível obter-se um padrão. A causa esporádica diferencia-se da causa comum pelo fato
de produzir resultados totalmente discrepantes em relação aos demais valores. Exemplos de
causas especiais são: desregulagem ocasional da máquina, um lote de matéria-prima com
problema, quebra de uma ferramenta e outras.
• Causas comuns – uma causa comum é definida como uma fonte de variação que afeta a todos os
valores individuais do processo. É resultante de diversas origens, sem que nenhuma tenha
predominância sobre a outra. Um processo é dito sob controle, ou estatisticamente estável,
quando somente causas comuns estiverem presentes.

A figura 1 apresenta um gráfico linear. Nele estão sendo acompanhados os indicadores de


defeitos. O gráfico mostra os efeitos nos índices devido às causas comuns e às causas especiais

Gráfico Linear
20,00
18,00 Causa especial
16,00
% de defeitos

14,00
12,00
10,00 Nível Histórico
8,00
Eliminação de causas comuns
6,00
4,00 Novo nível
2,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Dia
% de defeitos

Figura 1 – Causas comuns e causas especiais de variação. Fonte: Ramos (1997, p.191)

Deming4 (apud Schissatti, 1998, p.14 de 23) afirma que:


“...segundo sua experiência, 94% dos problemas ou oportunidades de melhorias, estão
relacionadas às causas comuns, enquanto apenas 6% às causas especiais. ... desta forma, é
possível afirmar que a maior parcela de responsabilidade, quanto à redução de
variabilidade, é da administração do processo, isto é, dos gerentes, engenheiros e técnicos
que têm autoridade de mudar o sistema”.
Dentre as diversas ferramentas do CEP, os gráficos de controle são sem dúvida as mais
importantes.
Ramos (1997, p.192) diz que os gráficos de controle possuem três objetivos básicos:

3
OWEN, Mal. SPC and Continuous Improvment. 1 ed. USA:IFS Publications, 1989.
4
DEMING, W. Edwards. Qualidade: A Evolução da Administração. 1. edição. Rio de Janeiro:Saraiva, 1990.
4

“a) Verificar se o processo estudado é estatisticamente estável, ou seja, se não há presença


de causas especiais de variação.
b) Verificar se o processo estudado permanece estável, indicando quando é necessário
atuar sobre ele.
c) Permitir o aprimoramento contínuo do processo, mediante a redução de sua
variabilidade”.
Montagem dos gráficos de controle

Conforme Ramos (1997, p.193), para a geração de um gráfico de controle são necessários os
seguintes procedimentos:
“... na prática, como não se conhece nem o valor da média e nem o do desvio padrão da
população, torna-se necessário estimá-los (substituí-los) a partir das estatísticas fornecidas
pelas amostras. No cálculo dos limites de controle e obtenção das amostras, as seguintes
regras devem ser obedecidas:
a) o desvio padrão utilizado deve ser estimado com base na variação dentro da amostra,
não se aceitando nenhum outro tipo de estimador;
b) os gráficos sempre utilizam limites de controle localizados à distância de três desvios
padrão da linha média;
c) os dados devem ser obtidos e organizados em amostras (ou subgrupos) segundo um
critério racional, visando permitir a obtenção das respostas necessárias;
d) O conhecimento obtido através dos gráficos de controle deve ser empregado para
modificar as ações conforme adequado.”
A partir da montagem do gráfico de controle, com as informações gráficas geradas, pode-se
avaliar o comportamento do processo. Procurar tendências é um uso importante dos gráficos de
controle. Se a tendência sugere que o processo está ficando pior, então, valerá a pena investigar o
processo. Se a tendência está constantemente melhorando, ainda pode valer a pena investigar,
tentando identificar o que está fazendo o processo melhorar. Pontos em um gráfico de controle, que
caem fora dos limites de controle, são uma razão óbvia para se acreditar que o processo está fora de
controle. Portanto, deve-se investigar o processo, buscando-se as causas. O gráfico de controle
passa a ser um instrumento de informações para que o gestor acompanhe e monitore o seu processo
(Slack, 1997).
A figura 2 mostra uma carta de controle genérica.

Característica da
qualidade avaliada

+ 3 sigma
+ 2 sigma
+ 1 sigma
Média
- 1 sigma
- 2 sigma
- 3 sigma

Tempo ou nº de amostras

Figura 2 – Carta de controle genérica para monitoramento de um processo.


5

Inicialmente, para a montagem do gráfico, levantam-se os dados durante um certo período.


Ramos (1997) propõe que o tempo de coleta de dados seja adequado ao que vai ser proposto e
analisado, e que, durante o período, possa aparecer os principais tipos de variação que serão
avaliados.
No caso de estudo de redes de distribuição, sugere-se, para avaliação dos dados de vazão
distribuída diariamente no setor que são levantados pela macromedição, que a mesma possa ser
iniciada após um período de 90 dias ou 90 valores. Esta quantidade de dados pode ser menor,
conforme consta na revisão literária, ou seja, a partir de 20 a 30 leituras. Estes valores serão
estabelecidas pelo gestor do sistema de acordo com as características de cada situação. Com estes
dados, podem-se levantar os intervalos ±3σ (LSC e LIC). Estes valores são calculados a partir da
amplitude média ( R m ). A montagem dos gráficos de controle, com a utilização de micros, pode ser
facilmente utilizada com uma planilha eletrônica tipo EXCELL, que possui funções automáticas
para a montagem de gráficos. Neste caso, para montagem do gráfico de controle seria utilizado o
modelo tipo linha.

Para a montagem do gráfico x são utilizadas as seguintes equações (1), (2) e (3) – Fonte
(Wadsworth, 1986):

LSC = x + 2,66 ∗ R m
(1)

LC = x
(2)

LIC = x − 2,66 ∗ R m
(3)

Onde: LSC - Limite superior de controle


LC - Limite médio de controle
LIC - Limite inferior de controle
R m - Range ou amplitude média
x - Valor médio

O valor da amplitude média ( R m ) é determinado a partir das seguintes equações (4) e (5) – Fonte
(Wadsworth, 1986):

Rmi = xi − xi −1 , i = 2,......, k
(4)

i =k
R m = ∑ Rmi
i =2
(k − 1)
(5)

Vazão mínima noturna

Lambert (apud Gonçalves, 1998) define vazão mínima noturna como sendo “ a vazão
medida na entrada de um dado setor e tem o seu valor mínimo em um período noturno específico”.
6

Esta vazão é determinada através da macromedição na entrada deste setor. Nesse caso, é
necessária a medição em intervalos com períodos constantes e regulares. Estes intervalos de
medição podem ser feitos de acordo com as características e capacidades do aparelho registrador.
Geralmente trabalha-se com períodos de 10 segundos até 1 hora de intervalo. Esta medição de
vazão nos equipamentos macromedidores pode ser armazenada através de equipamentos tipo data
logger ou enviada a uma central de controle via telemetria. Após a aquisição dos dados, eles podem
ser visualizados em micros tipo PC, onde podem ser analisados e interpretados.
Segundo Lambert (apud Gonçalves, 1998), a vazão mínima noturna ocorre diariamente no
horário entre 01:00 e 05:00 horas. No intervalo deste horário é quando ocorrem as maiores perdas e
existem maiores facilidades de determinar o que ocasiona estas perdas. As perdas noturnas são
maiores que as perdas de mesmas causas ocorridas durante o período do dia. Isto é em decorrência
da pressão noturna da rede de distribuição de um setor ser maior que a pressão diurna.
Para este mesmo autor, a vazão mínima noturna (VMN) possui dois principais componentes,
que também podem ser divididos em sub-itens, conforme descritos a seguir:
• Vazão noturna de abastecimento (VNA) – é a vazão consumida pela população do setor no
período em que a vazão mínima noturna é medida. A VNA é composta da vazão noturna líquida
(VNL) e do consumo noturno excepcional.
• Perda na distribuição na vazão noturna (PDVN) – consiste na diferença entre a vazão mínima
noturna e a vazão noturna de abastecimento. As causas da PDVN podem ser: vazamentos,
extravasamentos de reservatórios, perdas nas ligações prediais, perdas na rede principal e
perdas devido às ligações clandestinas.
A figura 3 mostra um gráfico representando a vazão mínima noturna e os principais
componentes existentes.
7

Vazão de entrada no setor

Uso noturno excepcional


Consumo
Consumo Residencial
Noturno
noturno regular Não Residencial
Vazão noturna de
abastecimento
Perdas noturnas nas
tubulações subterrâneas
do consumidor
Vazão
Mínima
Noturna Perda
Perdas noturnas em Vazão
Notur- Noturna
ligações prediais
na líquida
Perda noturna na Total
distribuição Perdas noturnas em
redes principal

Perdas noturnas em
reservatórios

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Tempo (horas)

Figura 3 – Representação gráfica dos componentes da vazão mínima noturna.


Fonte: Gonçalves (1998, p.18)

Para Gonçalves (1998), a vazão mínima noturna pode variar diariamente de forma
sistemática ou de forma aleatória. Determinadas regiões podem possuir padrões de utilização para
uso da água em atividades domésticas que afetam os valores da VNA. A ocorrência de vazamentos
também pode produzir variações no valor do VNA. Nesse caso, isso pode acontecer devido às
causas de forma aleatória.
A figura 4 mostra uma representação de um gráfico (vazão X tempo) de um setor de
distribuição em estudo. Em vermelho, estão assinalados os períodos diários que ocorre a vazão
mínima noturna.
8

V azão (l/s)

T e mpo

Figura 4 – Gráfico mostrando vazões mínimas noturnas diárias assinalados em vermelho.

Os pontos assinalados em vermelho na figura 4 são os períodos nos quais ocorre a mínima
vazão de distribuição diária. Estes períodos ocorrem durante a madrugada. Pela curva de vazão,
verifica-se que, geralmente, após às 18:00 horas, começa a haver um decréscimo constante no
consumo de água tratada da população do setor em estudo. Após às 0:00, tende a haver uma
estabilização do consumo. Em torno de 05:00 às 06:00 horas da manhã, começa novamente um
ciclo de crescimento com um aumento do consumo diário.

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DO CEP PARA AVALIAÇÃO DA VAZÃO MÍNIMA


NOTURNA

Neste item será mostrada a proposta do artigo de utilização do CEP para acompanhamento
da vazão mínima noturna. O enfoque deste artigo é metodológico, pois não foi aplicada
experimentalmente a proposta. Porém, parte dos gráficos mostrados foram gerados a partir de dados
reais de uma empresa de saneamento denominada "A". Estes dados foram fornecidos pela empresa
"B" que vende os equipamentos armazenadores de dados tipo data logger. Estes dados foram
levantados junto a outra companhia de saneamento porque na organização onde trabalha o autor da
proposta, não existem estes dados e nem condições técnicas necessárias para o levantamento dessas
informações na condição para a apresentação da proposta.
Através desta técnica é possível acompanhar estas variáveis (vazão mínima noturna ou o
volume distribuído no período de vazão mínima). Neste caso, serão mostradas as possíveis
propostas e utilizações, porém de forma didática e ilustrativa. Também serão mostrados possíveis
padrões de anormalidades associadas à teoria do CEP e à teoria da vazão mínima noturna.

Carta de controle aplicada à vazão mínima noturna

O fluxograma do processo, conforme figura 5 da página seguinte, mostra as etapas


necessárias para a montagem da carta de controle para avaliação da vazão mínima noturna diária.
São basicamente quatro as etapas: definição do período de acompanhamento; determinação das
médias e limites de controle; montagem da carta x e análise da carta de controle. As etapas estão
descritas a seguir:

Definição da divisão de períodos da vazão mínima noturna

Conforme mostrado no referencial teórico, Lambert (apud Gonçalves, 1998) propõe utilizar
o período de 01:00 às 05:00 horas como o período de VMN diária. Neste caso, o período de tempo
avaliado será de 4 horas por dia. Este período estabelecido foi proposto após estudos realizados em
9

países europeus. Nesse caso, representa a vazão mínima noturna influenciada pelas condições
sócia, econômica e culturais das cidades deste continente. No caso do Brasil, este horário pode ser
estabelecido e adaptado levando em consideração as características locais de cada região em estudo.
Cada localidade ou região do país pode possuir hábitos e costumes diferentes, o que influenciaria no
período da vazão mínima noturna de acordo com as características locais.

Vazão durante período de 24 horas em um setor da empresa X.

Vazão (l/s)

Tempo

Estabelecimento do período diário da vazão mínima noturna ( xx:xx às yy:yy horas)

Determinação da média diária da vazão mínima noturna no período pré estabelecido

Determinação da média das vazões mínimas diárias


Determinação dos limites de controle ( + 3 sigma e - 3 sigma)

Plotagem dos pontos e dos limites na carta de controle.

Média da
vazão
mínima
noturna
+ 3 sigma

Média
- 3 sigma

Tempo (diário)

Análise da carta de controle


Avaliação de padrões de anormalidades
Associar problemas a padrões de anormalidades
Sinalização de possíveis problemas

Figura 5 - Fluxograma com as etapas de implantação do CEP para análise da vazão mínima noturna.

Determinação das médias, dos limites de controle e montagem da carta de controle

A média da vazão mínima distribuída diariamente no setor é representada pelo valor médio
das várias vazões registradas no período em intervalos regulares. O volume distribuído no setor é
10

representado pela área abaixo da curva no intervalo pré estabelecido, conforme figura 6. Nesse
caso, o intervalo é da 01:00 às 05:00 horas, diariamente. As leituras são realizadas em intervalos pré
programados, de acordo com as características do sistema utilizado (data logger ou via telemetria) e
da necessidade do gestor do sistema. Esta vazão média diária é calculada pela seguinte equação (6):

i =k
(∑ Q(i ))
Qm = i =1
(k )
(6)

onde: Q m - Vazão média no período da vazão mínima diária


Q(i) – Vazão instantânea no intervalo de tempo i
k - Quantidade de intervalos de tempo nos quais é realizada a leitura da vazão
no período de 01:00 às 05:00 horas.
Vaz ão (l/s)

V az ão m édia
no intervalo

V olum e
Distribuído
no intervalo
07:00:00
07:45:00
08:30:00
09:15:00
10:00:00
10:45:00
11:30:00
12:15:00
13:00:00
13:45:00
14:30:00
15:15:00
16:00:00
16:45:00
17:30:00
18:15:00
19:00:00
19:45:00
20:30:00
21:15:00
22:00:00
22:45:00
23:30:00
00:15:00
01:00:00
01:45:00
02:30:00
03:15:00
04:00:00
04:45:00
05:30:00
06:15:00
07:00:00
07:45:00
08:30:00
09:15:00
10:00:00
10:45:00
T em p o 11:30:00

Figura 6 - Intervalo diário no qual determina-se a média da vazão mínima.

Após a determinação da vazão média desse intervalo, são calculadas as demais vazões
médias durante um certo período de dias. A figura 7 mostra uma representação gráfica da
determinação da média de vários dias da vazão mínima diária.
V az ão (l/s)

Qm(2) Qm(n)
Qm(1) Qm(3) Qm(......)

Interv alo
Interv alo Interv alo Interv alo Interv alo
01:00 às
01:00 às 01:00 às 01:00 às 01:00 às
05:00
05:00 05:00 05:00 05:00

T em p o
11

Figura 7 - Determinação da vazão média mínima diária em um intervalo de vários dias.


Com a determinação da média das vazões mínimas diárias durante um certo intervalo de
tempo, pode-se determinar a média geral ( Q m ) destes valores. Este valor é determinado pela
equação (7) :
j =n

∑ Q m( j )
Qm = j =1
n
(7)

onde: Q m - Média da média das vazões mínimas diárias durante um período de dias n.
Q m - Vazão média no período da vazão mínima diária.
n – quantidade de dias no período

O valor Q m será utilizado na carta "x" como o LC (limite central de controle).


Para a determinação do limite inferior de controle (LIC) e o limite superior de controle (LSC)
do setor é necessária a determinação do R m (range ou amplitude média) pelas equações (8) e (9).

Rmi = Q m i − Q m i −1 , i = 2,......, n
(8)
i =n
R m = ∑ Rmi
i =2
(n − 1)
(9)

Após a determinação do R m é possível determinar os limites superiores e inferiores de


controle conforme equações (10) e (11).

LSC = Q m + 2,66 ∗ R m
(10)
LC = Q m
LIC = Q m − 2,66 ∗ R m
(11)

Com estas variáveis é montada a carta "x" para acompanhamento e controle da vazão mínima
noturna. A partir da determinação dos limites de controle, continua-se o processo com o
acompanhamento, cálculo das médias diárias e plotagem dos pontos. A carta passa a ser um
instrumento de acompanhamento e gestão do processo.
A carta "x" pode ser montada utilizando softwares tipo planilhas eletrônicas ou através de
representação gráfica em papel milimetrado. No caso da montagem da carta com utilização de
softwares de planilhas eletrônicas, utiliza-se gráficos tipo linha. Mais importante do que a forma
para montagem da carta de controle é a adequada utilização dela no processo de gestão,
acompanhamento e controle.

Análise e possíveis interpretações da carta de controle

A interpretação e análise das cartas de controle das vazões mínimas noturnas é a etapa mais
importante do processo. Nessa etapa, é possível, através do acompanhamento do gráfico, avaliar
12

indicações de padrões que podem sinalizar que o processo está fora de controle e que podem estar
associadas a problemas. Outras finalidades de interpretação da carta, segundo Ramos (1997), são:
verificar se o processo está estatisticamente estável e/ou permitir o aprimoramento contínuo do
processo através da redução da variabilidade.
São mostradas a seguir, possíveis situações de padrões, conforme a teoria do CEP, e que
podem estar associadas às causas de anormalidades no processo de acompanhamento da vazão
mínima noturna de um setor.
Ponto fora do limite superior de controle - A figura 8 mostra a situação que ocorre na carta de
controle, com um ponto ou mais fora do limite superior de controle. Nesse caso, essa situação
anormal pode estar associada aos seguintes problemas mostrados na teoria da vazão mínima
noturna:
• Uso noturno excepcional – um aumento de consumo aleatório e excepcional da população
que habita este setor;
• Quebra de tubulações – um rompimento noturno de tubulação e vazamento com
desperdício de água tratada;
• Desregulagem de VRP no setor – a válvula redutora de pressão do setor pode desregular e
ocasionar as seguintes situações: quebras na rede de distribuição, vazamentos nas
residências, aumento da vazão do setor, aumento do consumo das residências e/ou outras
situações;
• Consumo clandestino - o ponto superior fora do limite de controle pode ser ocasionado
por um grande consumo clandestino, que alterou o padrão de consumo do setor.

Ponto fora do
Vazão
limite superior de
m ínim a
controle
noturna

+ 3 sigma

M édia

- 3 sigma

Tem po

Figura 8 - Carta de controle com ponto fora do limite superior.

Ponto fora do limite inferior de controle – A figura 9 mostra a ocorrência de um ponto


abaixo do limite superior de controle. A ocorrência desse padrão pode estar associada às seguintes
situações:
• Mudanças climáticas com alteração do comportamento de consumo da população do setor;
• Diminuição do uso noturno excepcional;
• Falta de água no setor;
• Diminuição da vazão devido à queda de pressão na entrado do setor e/ou outras razões.
13

Ponto fora do
Vazão limite inferior de
m ínim a controle
noturna
+ 3 sigma

M édia

- 3 sigma

Tem po

Figura 9 - Carta de controle com ponto fora do limite inferior.


Pontos em tendência crescente – Neste caso, a carta, conforme figura 10, mostra uma
tendência crescente dos valores médios diários da vazão mínima noturna. Nesta situação, pode-se
associar às seguintes possibilidades nessa anormalidade:
• Aumento crescente do consumo excepcional noturno do setor;
• Vazamentos com aumento crescente da vazão perdida;
• Aumento na quantidade de vazamentos em ramais;

Vazão
m ínim a Valores crescentes da
noturna vazão mínima noturna

+ 3 sigma
M édia

- 3 sigma

Tem po

Figura 10 - Carta de controle com valores crescentes da vazão mínima diária.

Pontos com tendência crescente e com ação corretiva – Neste caso, conforme figura 11, é
mostrada uma possível situação onde detectou-se um problema e houve a correção. Depois houve o
retorno dos valores aos níveis dos valores médios verificados antes do início do problema. São
mostradas possíveis situações para estes casos:
• Um vazamento não visível que foi detectado e corrigido;
• Mudanças climáticas (aumento da temperatura média e diminuição da umidade do ar)
acarretando mudanças no comportamento de consumo da população do setor;
• Consumos excepcionais noturnos e
• Consumos clandestinos detectados e corrigidos.
14

Valores crescentes da
Vazão vazão mínima noturna Ação corretiva na anormalidade
m ínim a detectada e volta para
noturna patamares anteriores de controle

+ 3 sigma

M édia

- 3 sigma

Tem po

Figura 11- Carta de controle mostrando valores crescentes e possível ação


corretiva
ocasionando retorno para intervalo de controle.

Pontos com tendência decrescente – A figura 12 mostra uma carta de controle com uma
diminuição gradativa da vazão mínima noturna. Esta é uma situação na qual pode estar havendo
uma melhora do processo, pois vários dos componentes que formam este indicador podem estar
diminuindo os valores. Nesta situação, é interessante investigar para tentar verificar o que pode
estar ocasionando esta situação. A seguir, são colocadas algumas possibilidades que podem
ocasionar esta situação:
• Mudança no comportamento de consumo da população do setor;
• Diminuição dos consumos excepcionais;
• Diminuição da quantidade de vazamentos do setor;
• Troca de hidrômetros danificados (submedição) no setor, diminuindo os consumos dos clientes;
• Diminuição de perdas residenciais e outros.
Vazão
m ínim a
Valores decrescentes da
noturna
vazão mínima noturna
+ 3 sigma

M édia

- 3 sigma

Tem po

Figura 12 - Pontos com valores decrescentes da vazão mínima noturna.

Mudança da média –A figura 13 mostra esta situação. Neste caso, ocorreu uma mudança
repentina nos valores da média diária da vazão mínima noturna. São mostradas algumas
possibilidades para esta situação:
• Vazamento não visível - neste caso pode ocorrer um vazamento não visível na rede do setor.
Nessa situação a água não aflora à superfície mostrando o local do rompimento. Ela pode estar
infiltrando no solo ou descarregando em galerias pluviais.
• Mudança no comportamento de consumo da população do setor – várias situações podem gerar
esta situação, tais como: aumento da população flutuante, mudança de hábitos de consumo e
outras.
15

Média diária
da vazão
mínima
noturna
+ 3 sigma

Média

- 3 sigma

Tempo (diário)

Figura 13 – Pontos com desvio repentino da média

Mudança de limites de controle – Neste caso, conforme figura 13, existe uma mudança nos
limites de controle (lc, LSC e LIC). Esta mudança pode estar associada à correção de causas
comuns. A seguir, são colocadas possíveis causas comuns que podem ocasionar esta mudança:
• Controle de pressão no setor com instalação de VRP – a alta pressão é uma causa comum que
pode acarretar altos consumos e perdas no setor de controle. A correção deste problema é
através da instalação de uma válvula reguladora de pressão (VRP). Com a instalação deste
equipamento, há a possibilidade de uma diminuição de vazamentos não visíveis, vazamentos em
juntas, diminuição de rompimentos de tubulações, diminuição das perdas noturnas nas
residências dos consumidores e diminuição do desperdício devido à alta vazão devido a pressão.
• Controle de vazamentos não visíveis – Os vazamentos de tubulação não visíveis podem ser
causas comuns. Com um programa de detecção de vazamentos não visíveis e correção deles,
pode-se diminuir as vazões mínimas noturnas e possibilitar uma mudança de limites de controle.
• Correção de submedição – setores com grande quantidade de hidrômetros danificados ou com
problemas levam à submedição e podem gerar perdas nas residências. A substituição de
hidrômetros danificados no setor podem diminuir os desperdícios nestas residências. Desta
forma, é possível haver uma mudança nos limites de controle do setor.
• Automatização e sinalização de reservatórios – outra possível causa de perdas noturnas na
distribuição são as perdas por extravazamentos em reservatórios. A correção desta causa comum
através de sinalização ou automatização dos reservatórios elimina este problema. Dessa forma,
pode haver esta mudança nos limites de controle.
Vazão Correção de Nova média e
m ínim a causa comum no novos limites de
noturna setor de controle controle
estabelecidos
+ 3 sigma
M édia

- 3 sigma
+ 3 sigma
M édia
- 3 sigma

Tem po

Figura 13 - Carta de controle mostrando resultado de correção de causa


comum.

Existem outras situações de anormalidades descritas na teoria do CEP, tais como:


periodicidade, proximidades dos pontos da linha de controle central (LC), proximidade dos pontos
dos limites de controle e outras. Nesses casos, são necessárias mais pesquisas e estudos, de
16

preferência experimentais, para que se possa associar a possíveis anormalidades no estudo do


controle da vazão mínima noturna com a utilização do CEP.

Aplicação da carta x em dados experimentais reais

A partir de dados reais da empresa "A", foi montada uma carta de controle de
acompanhamento da média diária da vazão mínima noturna de um setor. Nessa região, foi instalada
uma VRP, corrigindo uma causa comum (pressão alta) que afeta e gera perdas no setor. A figura 14
mostra a carta de controle na situação de antes e depois da ação de melhoria do processo.
C a rta d e co n tro le d a M é d ia d a V a z ã o M ín im a N o tu rn a d iá ria
V az ão M é d ia d u r an te p e r ío d o

Ins talaç ão
da V RP

Novos lim ites s uperior e


VMN

inferior de c ontrole

Média da V MN LC LSC LIC DA T A ( DIA )

Figura 14 – Carta de controle x de um setor com atuação em uma causa comum (pressão
alta).

Carta de controle aplicada aos demais períodos de vazões durante o dia.

Nesse artigo, o CEP foi utilizado para acompanhar somente um determinado período do dia,
quando ocorre a vazão mínima noturna. A vazão diária pode ser decomposta em vários períodos,
como por exemplo das 05:00 às 10:00 horas ou das 14:00 às 18:00 horas. Dessa forma, a carta de
controle pode ser montada com os dados de vários períodos distintos do dia. Nessa situação, pode-
se acompanhar, através da carta, as várias vazões médias que existem nos vários períodos que
compõe o dia. Cada período tem suas características próprias de consumo por parte da população
do setor. Assim, é possível, através da carta, comparar, monitorar e avaliar períodos iguais e em
dias diferentes.

CONCLUSÃO

O artigo propôs a utilização do CEP através da carta x para avaliação e acompanhamento da


vazão mínima noturna. Foi mostrado o processo para a implementação e foram comentadas as fases
existentes na proposta. O foco do trabalho foi metodológico pois, devido às dificuldades técnicas,
operacionais e financeiras, não foi possível a aplicação e implantação do sistema proposto em um
sistema de distribuição de água tratada como uma ferramenta gerencial de análise. Dessa forma, não
existe uma comprovação e validação experimental da proposta apresentada, ficando ela restrita às
possibilidades de aplicação, conforme apresentadas no trabalho. Foram levantados alguns padrões
na carta de controle que podem estar associados a possíveis problemas. Nesse caso, os problemas
estão relacionados com possíveis situações de perdas previstas na metodologia de controle da
vazão mínima noturna, que é proposto por Lambert (apud Gonçalves, 1998). Vários outros padrões
previstos na teoria do CEP que podem estar relacionados com anormalidades não foram citados
neste trabalho. Para verificação de possíveis problemas associados a estes padrões, são necessários
mais pesquisas e estudos sobre o assunto. Para isso é interessante uma aplicação experimental na
qual pudesse ser verificada e estudada a proposta apresentada.
17

Nesse artigo, utilizou-se a variável física vazão (Q) como exemplo. Devido às limitações do
n.º de páginas do trabalho, não foi mostrada outra variável que poderia ser utilizada no processo.
Nesse caso, é a variável volume distribuído (V) no setor no intervalo da vazão mínima noturna.
Através desta variável é possível acompanhar o volume consumido pela população do setor durante
o período da VMN. A utilização desta variável pode ser um assunto de outro trabalho e estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GONÇALVES, Elton. Metodologias para controle de perdas em sistemas de distribuição de


água – Estudo de casos da CAESB. Brasília, 1998. Dissertação de mestrado em Tecnologia
Ambiental e Recursos Hídricos (Departamento de Engenharia Civil), UNB, 1998, 173 p.
KUME, Hitoshi. Métodos Estatísticos para melhoria da Qualidade. 11. ed. São Paulo: Gente,
1993. 245 p.
KUROKAWA, Edson. Sistemática para Avaliação de Dados e Indicadores de Perdas em
Sistemas de Distribuição de Água. Florianópolis, 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) - Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, 2001, 192 p.
MONTGOMERY, Douglas C. Introduction Statistical Quality Control. 3th ed. EUA: John
Wiley, 1997. 677 p.
RAMOS, Alberto Wunderley. Controle Estatístico de Processo. In: CONTADOR, José Celso et al.
Gestão de Operações: A Engenharia de Produção a serviço da modernização da empresa. 2.
ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1997, 593 p.
SCHISSATTI, Márcio Luiz. Uma Metodologia de Implantação de Cartas de Shewhart para o
Controle de Processos. Florianópolis, 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) –
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, UFSC , 1998.
SLACK, Nigel, CHAMBERS, Stuart, HARLAND, Christine, HARRISON, Alan, JOHNSTON,
Robert. Administração da Produção. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1997, 726 p.
VIEIRA, Sonia. Estatística para a Qualidade. 1. ed. Rio de Janeiro : Campus, 1999, 198 p.
WADSWORTH, Harrison M.; STEPHENS, Kenneth S.; GODFREY, A. Blanton. Modern
Methods for Quality Control and Improvement. EUA: John Wiley, 1986, 690 p.

Você também pode gostar