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Ética a Nicômacos

LIVRO II – EXCELÊNCIA MORAL E MEIO TERMO

A EXCELÊNCIA MORAL:

- A excelência moral é o produto do hábito, da razão.


- Torna-se praticante da excelência moral praticando-a (torna-se bom sendo bom).
- A excelência moral é destruída pela falta e pelo excesso.
- A excelência moral se relaciona com o prazer e com o sofrimento: por causa do prazer
praticamos más ações e por causa do sofrimento deixamos de práticas ações nobilitantes.

As manifestações da alma:
- EMOÇÕES: os desejos; sentimentos;
- FACULDADE: tendência a sentir algum tipo de emoção;
- DISPOSIÇÕES: como o indivíduo se posiciona perante uma emoção; se estamos bem ou mal
em relação a uma determinada emoção;

- A excelência moral não é emoção nem faculdade, mas sim disposição.


- A disposição moral, nesse caso, não só faz com que o homem seja bom, mas que também
seja bom sendo bom.
- A excelência nos dispõe a agir de acordo com as virtudes, o que nos leva à felicidade.

A JUSTA MEDIDA

- Deve-se evitar o excesso e a falta, buscando o meio termo para nós mesmos.
- A excelência moral é a equidistância; seu alvo é o meio termo.
- O meio termo é determinado pela razão.
- Algumas ações não permitem deliberação e escolha sobre o meio termo porque já são más
em si, como despeito, inveja, adultério, roubo. A maldade aqui não é por não ter o meio termo,
mas em si.

LIVRO III

AÇÕES VOLUNTÁRIAS E INVOLUNTÁRIAS

- Somente as ações e emoções voluntárias são louvadas ou censuradas. As involuntárias são


perdoadas
- AÇÕES INVOLUNTÁRIAS: ações praticadas por compulsão ou ignorância; produz sofrimento e
pesar;
- AÇÕES VOLUNTÁRIAS: a origem da ação está no próprio agente; NÃO é uma escolha – não
basta para que eu escolha.
- ATOS FORÇADOS: a origem é externa ao agente;
- AGIR NA IGNORÂNCIA: estou na ignorância, perco minhas faculdades; não consigo identificar
o que está acontecendo direito; agir sabendo das consequências de um ato (por exemplo, ao
dirigir alcoolizado, o indivíduo sabe que poderá ter consequências);
- AGIR POR IGNORÂNCIA: quando o indivíduo realmente não tem noção das possíveis
consequências para seus atos (por exemplo, bater a porta na mão de alguém sem saber que a
mão da pessoa estava ali)
A ESCOLHA E A VONTADE

- A escolha parece ser voluntária, mas não é, por envolver um princípio racional e o
pensamento (diferente da vontade)
- A vontade não é moral ou imoral – só teve vontade, não agiu (ainda).
- A escolha não é opinião – escolhemos o que temos certeza ser bom e opinamos sobre coisas
que não temos certeza ser boas.
- As pessoas agem movidas pelo desejo e pela paixão, mas não pela escolha (porque esta é
racional).

A DELIBERAÇÃO

- Deliberamos sobre as coisas que estão ao nosso alcance e podem ser feitas; sobre as coisas
influenciáveis por nossas ações.
- Deliberamos sobre os meios, não sobre os fins, mas definir o fim ajuda a visualizar por quais
meios tal finalidade será alcançada.
- Toda deliberação é uma investigação, mas nem toda investigação é deliberação (uma
investigação científica, por exemplo).
- Objeto de deliberação e objeto de escolha são a mesma coisa: eu tenho o meu objeto de
escolha (já determinado) e delibero sobre ele.
- Nem tudo é objeto de deliberação (por exemplo, a veracidade das leis).
- Ao deliberar sobre si mesmo, não se pode comparar com os outros, somente relacionar (uma
pessoa mais medrosa que eu, faz com que eu me nivele por baixo – me sinto bem e não evoluo
dessa forma).

AS ASPIRAÇÕES

- HOMEM BOM: aquele que pratica atos nobilitantes.


- HOMEM MAU: aquele que pratica atos ignóbeis.
- BEM APARENTE: aparece para quem não tem clareza;
- O homem bom aspira necessariamente ao bem real e não ao bem aparente, pois o homem
bom julga tudo corretamente.
- O homem mau confunde o bem com o prazer (por isso bem aparente).
- Os fins são aquilo a que nós aspiramos. Cada pessoa deve ter nascido com uma espécie de
visão moral, graças à qual a pessoa forma um juízo correto e escolhe o que é realmente bom.
- Um homem que age injustamente quer ser injusto, uma vez que as disposições de nosso
caráter são resultado de uma determinada maneira de agir.
- As pessoas injustas poderiam de início ter evitado as origens das suas injustiças (de suas
deficiências morais), mas como não o fizeram, são injustas voluntariamente (por exemplo,
uma pessoas com problemas no fígado por causa do alcoolismo poderia ter evitado tais
problemas se não tivesse bebido, logo, está doente voluntariamente).

ANOTAÇÕES GERAIS

- Não se é bom ou mau por natureza, só se é bom/mau sendo, praticando.


- Ser mestre de si mesmo é ser livre, ou seja, capaz de deliberar.
- A escolha sempre será boa. As pessoas podem confundir com o bem aparente, mas ele não é
real.
- Escolher implica: pesar, discernir, deliberar e, por fim, escolher.
- ATOS PREMEDITADOS: premedito quando uso a razão.
- ATOS ENCOLERIZADOS: não são fruto da razão, mas sim de uma emoção.
- Cidadão-soldado: cumprir a lei e estar exposto aos efeitos da lei.
- A coragem é em si – a coragem maior é a coragem pra morte (exemplo, um soldado que vai
para a guerra sabendo da possibilidade da morte).
- A moderação é o meio termo entre os prazeres.

LIVRO I

- O bem é ao que todas as coisas visam.


- A finalidade, no entanto, pode ser diversa: pode-se existir atividades e produtos (o bem
material). Existem atividades cujos fins podem ser o produto e cujos fins podem ser a própria
atividade (ajo por agir e por isso, vou sendo feliz) - Não é o resultado da minha atividade que
importa e me faz feliz, é a atividade em si. Se der errado, eu continuo feliz porque eu fiz.
- As atividades podem se subordinar a outras atividades.
- A felicidade é estar bem consigo e com os outros.
- Tudo que fazemos visa à felicidade, que não pode ser abalada caso eu perca o objeto
(exemplo, dinheiro).
- A ciência política é a ciência por excelência.
- É da política que surgem todas as soluções.
- A política visa o maior bem: permitir ao cidadão a realização de suas possibilidades.
- A função própria do homem é ser ético (atividade da alma), usar a razão.
- O bem (atingir a felicidade, agir ético) é o exercício ativo das faculdades da alma e de acordo
com a excelência (agir para o bem interno e o bem comum).
- Como ficar bem comigo?
- O que importa não é o que faço para ser feliz, mas sim o fato de eu estar tentando.
- BENS RELATIVOS À ALMA: praticar a justiça, fazer o belo
- BENS RELATIVOS AO CORPO: nutrição, saúde.
- A felicidade é a atividade conforme a excelência – Mas é preciso ter o mínimo de bens
materiais.
- Nobre é aquele que passa a suportar os vícios.
- Há 3 tipos de vida: agradável (confunde-se a felicidade/bem com o prazer); política
(confunde-se a felicidade com honrarias/prazer); contemplativa.
- A felicidade é auto-suficiente: em si, a felicidade torna a vida desejável por não ser carente de
alguma coisa. Além disso, a felicidade é o fim último, é a MAIS desejável de todas as coisas -
isso porque nada resulta dela. Ela é o bem supremo.
- Consegue-se chegar a uma explicação melhor sobre porque a felicidade é o bem supremo se,
primeiro, determinamos qual a função própria do homem. Assim como o padeiro tem a função
de fazer pão, o homem tem sua função própria.
- A FUNÇÃO PRÓPRIA DO HOMEM: é um certo modo de vida e este é constituído de uma
atividade ou de ações da alma que pressupõem o uso da razão. A função própria de um
homem bom é o bom e o nobilitante exercício dessa atividade e prática dessas ações.
- O bem para o homem vem a ser o exercício ativo das faculdades da alma de conformidade
com a excelência. Caso haja mais de uma excelência, a melhor e mais completa.
- Os bens são divididos em 3 classes: bens exteriores, bens pertinentes à alma e pertinentes ao
corpo. Bens pertinentes à alma: bens no verdadeiro sentido da palavra e no mais alto grau.
Atribuímos à alma as ações e as atividades psíquicas.
- A felicidade pressupõe uma existência completa (crianças e animais não podem ser
considerados felizes).
- Nossas atividades conforme a excelência que nos levam à felicidade e as atividades contrárias
nos levam à situação oposta.
- O homem será feliz por toda sua vida, pois estará sempre engajado na prática ou na
contemplação do que é conforme à excelência.
- A excelência humana refere-se à excelência da alma (não do corpo).
- A realidade é uma atividade da alma.
- A alma é constituída de uma parte irracional e outra racional.
- EXCELÊNCIA INTELECTUAL: a sabedoria, inteligência, discernimento.
- EXCELÊNCIA MORAL: liberalidade, moderação.

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