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RELAÇÕES E CARACTERÍSTICAS
Resumo
O design e a moda se fortalecem pela criatividade e pela tecnologia. A
presente pesquisa aborda, em um caráter exploratório, a interação e o
conhecimento referentes ao design de superfície e as tecnologias têxteis.
Para isso, são revisados autores e exemplos que fundamentem conceitos
e procedimentos como rapport, técnicas como tecelagem, malharia,
jacquard e estamparia. Também apresenta processos como batik, carimbo
de madeira, tie dye, stencil, sublimação e impressão digital, utilizados com
frequência por designers na indústria da moda. Por meio de uma revisão
de literatura, estes processos são apresentados com exemplos interligando
com a necessidade do profissional de design estar atento as tecnologias
produtivas a sua volta. Ao final, é apontada a importância e a ligação das
novas tecnologias com as ferramentas gráficas como os softwares gráficos
ADOBE Illustrator e Photoshop, afim de ampliar o conhecimento do
profissional e as possibilidades criativas na área de estamparia têxtil.
Abstract
Design and fashion are strengthened by the creativity and technology. This
research focuses on exploratory character interaction and knowledge
related to the design surface and textile technologies. For this, the authors
are reviewed and examples to substantiate concepts and procedures as
rapport, techniques such as weaving, knitting, jacquard and printing. Also
show processes like batik, wooden stamp, tie dye, stenciling, sublimation
and digital printing, frequently used by designers in the fashion industry.
Through a literature review, these processes are presented with examples
linking the need of the design professional to be aware of the productive
technologies around them. At the end, it is pointed out the importance of
new technologies and the connection with the graphical tools such as
graphics software Adobe Illustrator and Photoshop, in order to expand the
knowledge of the professional and the creative possibilities in the field of
textile printing.
1 Introdução
As relações entre design gráfico e a indústria da moda se fazem presentes bem
antes de seus termos serem cunhados. Suas conexões estão arraigadas nas relações
de linguagem e de consumo, nas quais sofreram mudanças e evoluções com o passar
do tempo. Villas-Boas (1999) afirma que o design gráfico tem como função encontrar a
melhor forma de expressar a mensagem a ser transmitida, não importando de fato
qual código simbólico será utilizado ou se a mesma será considerada como uma
prática comunicacional. É exatamente esta função que associa o design gráfico à
sociedade industrial, é por meio dele que os valores simbólicos determinados para
cada produto serão expressos. Segundo o autor, o design gráfico surgiu a partir da
industrialização e da emergência da sociedade de massas. Rüthschilling (2008) cita
também o surto industrial como ponto marcante, porém ela associa esse
acontecimento ao design de superfície. A autora afirma que a área têxtil foi a primeira
a ser desenvolvida dentro do padrão industrial e produzida em grande escala,
ocorrendo assim o grande surto da industrialização.
Para tal, o objetivo geral desta pesquisa é apresentar as relações e as principais
técnicas contemporâneas na criação de uma superfície gráfica em design de
superfície aplicado à moda, com ênfase na tecnologia digital de impressão.
A pesquisa quanto a sua abordagem é qualitativa e quanto aos objetivos
metodológicos é de cunho exploratório e bibliográfico, apresentando autores como
Rubim (2005), Rüthschilling (2008), Navalon (2008), Levinbook (2008) e Seivewright
(2009), unindo estes a referências de exemplos atuais. Tais processos que serão
apresentados ao longo do artigo buscam referenciar o que é trabalhado na indústria de
moda e que faz relação com os projetos desenvolvidos em design de superfície. Esse
estudo se faz importante na medida que o conhecimento de design de superfície é
introduzido nos cursos de design, aliando as referências com as aplicações no
mercado para criação de produtos inovadores e competitivos.
Afirma Rubim (2005), que quando se é possível trabalhar com um cliente que
aceite novidades, o mercado pode apresentar um campo de criação infinito. Nesse
sentido, “[...] o design que busca ser óbvio, compreendido com facilidade e
exatamente igual ao que foi projetado, implica a diminuição do espaço das
interpretações alternativas e da possibilidade de agir de forma diferente”
(REDSTRÖM, 2005 apud RÜTHCHILLING, 2008, p. 47).
Levinbook (2008) acrescenta que na estamparia por quadro ou por cilindro existe
uma limitação de cores para os desenhos criados. Essa limitação é de 6 a 7 cores,
como nível máximo. Bowles e Isaac (2009) apontam como desvantagem no processo
de serigrafia comum o fator da limitação de cores. Segundo os autores, quanto mais
cores, maior será o custo, pois para cada cor será necessário uma tela, além de que a
impressão das cores deve ser realizada em uma ordem determinada.
Foi por meio da necessidade de um resultado semelhante ao da fotografia e da
vontade da utilização de diversas cores dentro do processo da estamparia que
primeiramente foi desenvolvido o processo de sublimação ou transfer. Visto, por fim,
que mesmo por meio da sublimação não era possível à impressão de milhões de
cores, foi desenvolvido do sistema de impressão digital. A partir desse momento,
finalmente, foi possível criar e estampar sem limitações (LEVINBOOK, 2008;
BOWLES, ISAAC, 2009).
Sublimação – neste sistema o desenho é inicialmente estampado em um papel
específico para a função, após essa etapa, Levinbook (2008) explica que o desenho é
transferido para o tecido com o auxílio de uma máquina que exerce pressão em alta
temperatura (fig. 8). O sistema de cilindro pode ser utilizado também para a
estamparia de transferência ou sublimação. Yamane (2008) corrobora afirmando que o
“transfer é a transferência de uma película de tinta seca impressa sobre um substrato
para tecido”. A autora recomenda que sejam realizados testes antes da produção final,
pois cada tecido possui uma composição própria, podendo então apresentar variação
de cores, de tempo de transferência e de temperatura especifica para a fixação.
3 Considerações finais
Os processos produtivos surgem da relação de consumo e dos meios de produção. O
designer, como interlocutor e desenvolvedor de produtos e comunicação, deve estar
atento ao desencadear da tecnologia nestes processos. Este artigo teve como objetivo
apresentar as relações e as principais técnicas contemporâneas na criação de uma
superfície gráfica em design de superfície aplicado à moda, salientando processos e
técnicas de impressão. Foram revisados os principais e atuais autores na área que
abordam e corroboram sobre estas vertentes tecnológicas, afim de chegar a um
escopo de pesquisa referencial para o conhecimento das aplicações de design de
superfície no campo têxtil.
Tais processos apresentados buscam referenciar o que é trabalhado na
indústria de moda e que faz relação com os projetos desenvolvidos em design de
superfície. A competitividade da indústria, nos atributos gráficos, precisa ser tratada na
academia, mesmo que estes processos se tornem obsoletos daqui cinco anos.
Entender e conhecer os procedimentos técnicos, ajuda a construir um profissional de
design mais completo e exigente na construção de produtos para um mercado cada
vez mais competitivo e inovador.
Esta pesquisa abre caminho para a construção de novas abordagens, dando um
referencial para investigações no campo da moda, design de superfície, de produto e
tecnologias têxteis, além de poder ser complementado com assuntos mais gerais
envolvendo tendência, cultura e comportamento.
Referências