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Em suma, Dworkin fala a respeito das contradições interpretativas entre o poder legislativo e o
poder judiciário, sobretudo a Suprema Corte Norte Americana. Ele também defende que as
decisões judiciais devem ser baseadas em princípios.
Ele cita o exemplo do ex-presidente Nixon e a Suprema Corte daquele momento. Nixon tinha
uma visão mais conservadora da constituição, o que ele denominava de construcionismo
estrito (aplicação do direito como ele é, sem distorcê-lo ou dobrá-lo), enquanto que a
Suprema Corte tinha uma visão liberal, o que o próprio Nixon chamava de construcionismo
liberal. Os construcionistas estritos procuravam meios para limitar o poder da Corte em casos,
por exemplo, de Igual proteção perante a lei, do cumprimento do devido processo legal e dos
direitos morais contra o estado. Eles alegavam que a Corte estaria abusando do poder.
O legislativo não editaria nenhuma lei que pudesse restringir as liberdades do indivíduo.
Contudo, podem haver inúmeros dispositivos legais que, de alguma maneira, concretizem tais
restrições, violando, assim, a base constitucional vigente: A defesa do cidadão
Dworkin apresenta a teoria do significado, que é a teoria na qual ele defende que as decisões,
em casos cabíveis de interpretação, dos juízes devem ser tomadas com base em princípios
constitucionais e caso isso não ocorra, ou seja, caso não haja referências a esses princípios nas
decisões, os juízes estarão utilizando-se de suas próprias ideias de justiça. O que resultaria em
uma tirania.
A própria constituição deixou padrões vagos, que são dispositivos cabíveis de lacunas em
casos, novamente, de Igual proteção perante a lei, do cumprimento do devido processo legal
e dos direitos morais contra o estado.
Para Nixon(qualquer político que contrarie as ideias da Suprema Corte e que seja Estrito),
existe uma teoria da moderação judicial que se divide em: 1) Ceticismo político; 2) Deferência
judicial. Na primeira, o indivíduo não tem direitos morais contra o Estado, a não ser os
previstos em lei. Apenas há direitos jurídicos constitucionais assegurados. Já na deferência
judicial, encontra-se o inverso – existem direitos morais contra o Estado além dos previstos na
constituição.
Os tribunais não devem decidir questões controvérsias de moralidade e isso cabe ao Estado.
Dworkin teme que tal discricionariedade em decidir – Ativismo judicial – poderá resultar em
tirania. Cabe ao legislativo (investido em democracia) uma análise mais profunda acerca dos
direitos morais dos indivíduos.
“Se deixarmos as decisões de princípios a cargo dos juízes, e não do povo, estaremos agindo
dentro da legalidade, mas corremos o risco de que os juízes venham a fazer escolhas erradas.
Como solução, Dworkin propõe o constante debate sobre o argumento da filosofia jurídica.
“O direito constitucional não progredirá enquanto não isolar o problema dos direitos contra o
Estado e tornar esse problema parte de sua própria agenda.”