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Resumo: Casos constitucionais

Em suma, Dworkin fala a respeito das contradições interpretativas entre o poder legislativo e o
poder judiciário, sobretudo a Suprema Corte Norte Americana. Ele também defende que as
decisões judiciais devem ser baseadas em princípios.

Ele cita o exemplo do ex-presidente Nixon e a Suprema Corte daquele momento. Nixon tinha
uma visão mais conservadora da constituição, o que ele denominava de construcionismo
estrito (aplicação do direito como ele é, sem distorcê-lo ou dobrá-lo), enquanto que a
Suprema Corte tinha uma visão liberal, o que o próprio Nixon chamava de construcionismo
liberal. Os construcionistas estritos procuravam meios para limitar o poder da Corte em casos,
por exemplo, de Igual proteção perante a lei, do cumprimento do devido processo legal e dos
direitos morais contra o estado. Eles alegavam que a Corte estaria abusando do poder.

A Teoria constitucional não se baseia unicamente na supremacia da maioria. A constituição


visa garantir a proteção do cidadão, mesmo que isso contrarie as decisões que a maioria
queira tomar. Como exemplos, temos:

1) As restrições da liberdade de expressão


2) O cumprimento do devido processo legal

O legislativo não editaria nenhuma lei que pudesse restringir as liberdades do indivíduo.
Contudo, podem haver inúmeros dispositivos legais que, de alguma maneira, concretizem tais
restrições, violando, assim, a base constitucional vigente: A defesa do cidadão

Dworkin apresenta a teoria do significado, que é a teoria na qual ele defende que as decisões,
em casos cabíveis de interpretação, dos juízes devem ser tomadas com base em princípios
constitucionais e caso isso não ocorra, ou seja, caso não haja referências a esses princípios nas
decisões, os juízes estarão utilizando-se de suas próprias ideias de justiça. O que resultaria em
uma tirania.

A própria constituição deixou padrões vagos, que são dispositivos cabíveis de lacunas em
casos, novamente, de Igual proteção perante a lei, do cumprimento do devido processo legal
e dos direitos morais contra o estado.

• Em razão dos padrões vagos, existem controvérsias entre o legislativo e judiciário

Dworkin argumenta que o processo legislativo não acompanha a evolução da sociedade,


fazendo-se necessária a interpretação das clausulas vagas para que o direito vigore. Ex: o
conceito de justiça aplicado em 1969 é diferente do aplicado em 2018. Portanto as
interpretações diferentes são necessárias com base em princípios, por exemplo, de legalidade,
igualdade e de não crueldade. Essas interpretações cabem à Suprema Corte.

Para Nixon(qualquer político que contrarie as ideias da Suprema Corte e que seja Estrito),
existe uma teoria da moderação judicial que se divide em: 1) Ceticismo político; 2) Deferência
judicial. Na primeira, o indivíduo não tem direitos morais contra o Estado, a não ser os
previstos em lei. Apenas há direitos jurídicos constitucionais assegurados. Já na deferência
judicial, encontra-se o inverso – existem direitos morais contra o Estado além dos previstos na
constituição.

Os tribunais não devem decidir questões controvérsias de moralidade e isso cabe ao Estado.
Dworkin teme que tal discricionariedade em decidir – Ativismo judicial – poderá resultar em
tirania. Cabe ao legislativo (investido em democracia) uma análise mais profunda acerca dos
direitos morais dos indivíduos.

Dworkin estimula o debate acadêmico e diz:

“Se deixarmos as decisões de princípios a cargo dos juízes, e não do povo, estaremos agindo
dentro da legalidade, mas corremos o risco de que os juízes venham a fazer escolhas erradas.

Como solução, Dworkin propõe o constante debate sobre o argumento da filosofia jurídica.

“O direito constitucional não progredirá enquanto não isolar o problema dos direitos contra o
Estado e tornar esse problema parte de sua própria agenda.”

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