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Segundo Marana (2002) o indivíduo diagnosticado com

transtorno de personalidade borderline encontram-se no limite entre a neurose


e a psicose. Apresenta a resolução ou a estagnação no complexo de Édipo,
posição depressiva, formação simbólica, desejo de conhecer ou de
desconhecer e vida ou morte psíquica.

Esse transtorno é representado no filme pela personagem


Susanna Kaysen e manifestado logo de inicio pela tentativa de suicídio ao
ingerir um frasco de aspirina acompanhado de uma garrafa de vodka, sendo
essa ação determinante para sua internação no Hospital Psiquiátrico
Claymoore, no qual dá inicio ao tratamento.

Conforme explica Matos (2000, apud Marana 2002) o sujeito


com borderline apresenta o modelo de relação agressiva com aquele com o
qual cresceu e com o qual se sente mais familiarizado. Esse predomínio da
agressividade é exposto em uma das sessões terapêuticas, demonstrado pela
maneira ríspida e grosseira que Susanne reage a fala dos pais durante a
sessão em família.

De acordo com Marana (2002) a inexistência de objetos


internos suficientemente bons e estáveis faz com que o sujeito com borderline
tente suprir os sentimentos de solidão e vazio, assim, coloca o objeto externo
como algo equivalente ao objeto interno insuficiente. Segundo Matos (1994
apud Marana, 2002) como no borderline a representação do self é ligada à
representação objetal, a perda do objeto de apoio fundamental tende a originar
uma perda na continuidade do self, o que gera uma dificuldade em aceitar a
capacidade de estar só.

No filme, a personagem Susanne exprime sua dificuldade em


estar sozinha por falta de bons objetos internos geradores de segurança, no
momento em que a amiga Lisa Lowe é transferida para outra ala. Diante da
ausência da amiga, Susanne mostra-se deprimida, pois permanece na cama
durante o dia e evita conversar com as outras pessoas, resumindo seu
interesse apenas com a pergunta “onde está a Lisa?”
REFERÊNCIAS

MARANGA, A. Rita. Organizações borderline: aspectos psicodinâmicos.


Análise Psicológica, v. 20, n. 2, p. 219-223, 2002.

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