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SOCIAL E PSICOLOGIA
SÃO PAULO
VOLUME I
Infância e Juventude
Biênio 2006-2007
Biênio 2006-2007
(Infância e Juventude)
Biênio 2006-2007
2
Realização
Revisão Final
3
Colaboradores na Construção do Manual de Procedimentos
4
Comissão de Estudo para controle e acompanhamento de Crianças e
Adolescentes em Situação de Abrigo
5
SUMÁRIO PÁG
INTRODUÇÃO 14
A - Considerações Iniciais 19
B - O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 19
B 1 - Estrutura Organizacional 20
C - Organização Administrativa 22
D - Função dos profissionais que atuam em 1ª instância 25
D 1 - Do Juiz 25
D 2 - Das Partes 26
D 3 - Dos Auxiliares do Juízo 27
E - Dos Processos 27
F - Da Especificidade das Varas de Infância e Juventude 29
BIBLIOGRAFIA 31
A - Considerações Iniciais 32
B - Inserção dos Profissionais nas V.I.J. e Família 33
B 1 - O Serviço Social 33
B 2 - A Psicologia 35
B 3 - Do Serviço Social e da Psicologia 36
B 4 - A Subordinação dos Profissionais de Serviço Social e 40
Psicologia
Organograma das Varas Privativas 41
Organograma das Varas Cumulativas 41
BIBLIOGRAFIA 43
6
CAPÍTULO 3: O QUE É PRECISO SABER ADMINISTRATIVAMENTE
PARA ATUAR NAS VARAS DE INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
A - Considerações Iniciais 45
B – Registros em Livros 45
B 1 – Livro Ponto 46
B 2 – Livro de Controle de Registro de Processo: recebimento e 47
devolução de processos
Parte I
A – Considerações Iniciais 58
B – Competência do Juízo da Infância e Juventude. 59
C – Dos Processos 60
FLUXO 63
7
Parte II – A atuação dos Assistentes Sociais e Psicólogos nos
Processos da Infância e Juventude
A – Considerações Iniciais. 64
1 - Vitimização .
A - Considerações Iniciais 74
B - Definição de Violência contra a Criança e Adolescente 75
B 1 - Formas de Violência Sexual 80
C- A Avaliação Social e Psicológica nos casos de vitimização 82
C 1 - Avaliação Social 84
C 2 - Avaliação Psicológica 88
2 - Problemas de Comportamento 92
A – Guarda 93
B – Tutela 96
C – Abrigamento 99
C 1 - Dos Cuidados com a Criança ou Adolescente Abrigado 101
C2 - O Acompanhamento da Criança ou Adolescente Abrigado 102
C 3 - Desabrigamento 105
FLUXO 108
C 4 - Acompanhamento dos Abrigos 109
D - Adoção 112
FLUXO 113
8
Roteiro 114
BIBLIOGRAFIA 116
CAPÍTULO 5: ADOÇÃO
Parte I
FLUXO 133
Parte II
2 - O Estágio de Convivência
1ª Fase 158
2ª Fase 160
FLUXO 166
BIBLIOGRAFIA 167
GLOSSÁRIO 173
10
APRESENTAÇÃO
11
familiarizaram com as questões e as soluções que possam ser
encontradas.
Celso Limongi
Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo
12
APRESENTAÇÃO
13
PREFÁCIO
Concluir uma missão, por mais simples que ela possa parecer, é
sempre uma vitória.
15
INTRODUÇÃO
16
E, de maneira breve, abordou a estrutura organizacional e
administrativa do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a 1ª Instância
da Justiça e a função dos profissionais que nela atuam, além dos processos e
da especificidade das Varas de Infância e Juventude.
18
CAPÍTULO 1
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O Estado foi concebido no século XVIII por um aparato que conta com
os três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. A constituição brasileira
de 1891, que adotou o modelo republicano, evidenciou a separação dos
Poderes, assegurando autonomia e independência. (Dallari: 1996, p. 99). As
demais constituições como a de 1988 mantiveram essa condição.
1
Comunicado nº 67/2006 do Conselho Superior da Magistratura, D.O.J. 26 de julho de 2006.
20
Os juízes de primeiro grau são os responsáveis em processar e julgar
ações em primeira instância. Após a sentença, caso uma das partes não
concorde com a decisão do julgamento, ela tem o direito de ingressar com
recurso em segunda instância. Nesse caso, o processo será julgado
novamente, só que, dessa vez, por desembargadores, que se dividem em
Câmaras.
21
C - ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
22
P R E S ID Ê N C IA
Juízes na A p oio ao s
P re sidê n cia D ese m ba rg a do re s
S e cre taria d e O rça m en to s e S e creta ria de S ecreta ria de R e curso s S e creta ria de T ec no log ia S e cre ta ria d e P rim eira
S ecretaria
F ina n ças A d m in is tra ção H u m a no s d e In fo rm aç ão In stâ n cia
Ju diciária
23
Segundo as lições de Cintra, Grinover e Dinamarco (2007), o território
do Estado de São Paulo está dividido em comarcas.
24
D - FUNÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM PRIMEIRA INSTÂNCIA
D 1 - DO JUIZ
D 2 - DAS PARTES
26
D 3 - DOS AUXILIARES DO JUÍZO
E - DOS PROCESSOS
27
Ainda pelos autores citados, o processo é indispensável à função
jurisdicional, objetivando eliminar conflitos e fazer justiça mediante a atuação
da vontade concreta da lei, sendo, por definição, o instrumento através do
qual a jurisdição opera.
• julgamento ( sentença)
28
Um processo judicial envolve custas e emolumentos que são
recolhidos pelas partes no decorrer do trâmite processual. As partes devem
sempre ser representadas por advogados constituídos ou nomeados pelo juiz.
A ausência de um advogado provoca a nulidade processual.
29
necessidade de proteção para quem se encontra em situação de risco, em
vulnerabilidade social.
Clara é a necessidade do procurador se fazer presente nas situações
em que exista o contraditório, assim como nas questões que envolvam
adolescentes em conflito com a lei.
Como exemplo, cita-se um processo cuja criança esteja em situação
de abrigo. Ao se identificar por meio de estudos técnicos a possibilidade da
criança em ser desabrigada pela família de origem ou por terceiro ligado a
ela, entende-se não haver necessidade de que isto seja expresso por um
procurador, desde que o caso seja devidamente analisado por profissionais
que ofereceram parecer no processo.
Diferente será se houver oposição dos genitores, quando então será
necessário um procedimento próprio, formulada por advogado.
30
BIBLIOGRAFIA (referente ao capítulo Nº 1)
31
CAPÍTULO 2
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
2
Refere-se ao agravamento das questões sociais decorrentes de mudanças sócio-
econômicas, processos migratórios europeus, que foram motivados a vir para o Brasil para
melhorar sua condição de vida, mas que na verdade encontraram um sistema de trabalho
perverso, de quase escravidão e sem garantias. Para maior aprofundamento do assunto
sugere-se, Fausto (1995), Fávero (1995), Rizzini (1997).
3
Obra do Juiz de Menores José Candido de Albuquerque Mello Matos. .
32
objeto de direito, quando se encontrarem em estado de patologia social
definido legalmente.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) entrou em vigor, em
1990, e transformou os menores em sujeitos de direitos, reforçando a
necessidade da atuação de equipes interprofisssionais nos Juízos da Infância
e da Juventude.
Segundo Soares da Silva (2005), o Estatuto surgiu do anseio de
movimentos, entidades e organizações de proteção à infância. No entanto,
apesar de consideradas cidadãs, há que se ter claro que cidadania implica
numa condição ativa. “O exercício da cidadania exige a prática da
reivindicação, da apropriação de espaços [...] pressupõe uma consciência
crítica libertária e a efetiva participação social com a ocupação dos espaços
decisórios.” (p.72).
B 1 - O SERVIÇO SOCIAL
4
Segundo Fávero não há registros sobre como se organizou essa atuação. (Fávero,1995, p.34)
33
de educação passam a ser privativos dos Assistentes Sociais (apud Matias,
2002, p. 90). Não obstante, o Serviço Social, somente em 1948, começou a
fazer parte do quadro funcional do Judiciário.
Em 1949, foi criado o Serviço de Colocação Familiar, com o objetivo
de evitar a internação de menores. Esse Programa era de responsabilidade
dos assistentes sociais, sendo o diretor nomeado à época, o assistente social
José Pinheiro Cortez (1950 a 1979).
Entre 1948 e 1958 vários serviços de atendimento à criança e ao
adolescente passaram a ser centralizado no Juizado de Menores. Com isso,
várias frentes de trabalho foram abertas para os assistentes sociais que
atuavam no Juizado, principalmente a partir de 1956, com o juiz de menores,
Dr. Aldo de Assis Dias (Fávero, 1995).
Vários assistentes sociais assumiram postos de chefia nos
estabelecimentos que eram de responsabilidade do Juizado de Menores. A
exemplo cita-se o Recolhimento Provisório de Menores e a Casa de Plantão,
dentre outros. Somente em 1975 é que esses serviços foram transferidos
para o Poder Executivo e com eles os profissionais que atuavam.
Os assistentes sociais que desenvolviam suas práticas junto ao
gabinete, no intuito de oferecer subsídios para as decisões judiciais, se
mantiveram.
É em 1957 que os assistentes sociais começam a atuar nas Varas de
Família, atendendo ao dispositivo do Código Civil no que tange a
possibilidade do juiz nomear um perito para que lhe forneça subsídios à
decisão.
Com a intensificação da solicitação de estudos nesse campo, o
Tribunal de Justiça designou profissionais específicos. Entretanto, isso foi
revogado na década de 80, sendo que apenas no Fórum Central (capital) é
que se manteve a divisão de equipes.
O primeiro concurso para assistentes sociais do Poder Judiciário
paulista ocorreu em 1967, o segundo em 1979, o terceiro em 1985, o quarto
em 1990 e o último em 2005. Os dois últimos concursos destinaram-se a
suprir a capital e as comarcas do interior.
34
B 2 - A PSICOLOGIA
35
os psicólogos foram legalmente contratados, passando a integrar
praticamente todas as Varas de Infância e Juventude da capital.
Em 1985 ocorreu o primeiro concurso público para o ingresso de
psicólogos nos quadros do Tribunal de Justiça de São Paulo com a criação de
65 cargos efetivos e mais 16 cargos de chefia.
36
As atribuições dos assistentes sociais e psicólogos do Tribunal de
Justiça de São Paulo foram construídas por meio de intensas discussões dos
profissionais do judiciário. Essas atribuições foram normatizadas pela
Secretaria de Recursos Humanos (antigo Departamento Técnico de Recursos
Humanos) e após aprovação da Presidência do Tribunal de Justiça de São
Paulo, publicadas. O Comunicado nº 308/2004 (D.O.J. de 12/03/2003) versa
sobre as atribuições dos assistentes sociais e o de nº 345/2004 (D.O.J. de
26/05/2004) sobre as atribuições dos psicólogos.
As alterações nos dispositivos legais e as mudanças na política de
atendimento à criança e aos adolescentes têm possibilitado a redefinição de
funções entre o Judiciário e Executivo.
Ressalta-se que, diante da compreensão da incompletude
institucional há necessidade de um novo posicionamento para o trato das
questões do campo sócio-jurídico.
Pode-se citar alguns fatores que vem modificando a atuação
profissional dos Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários no Tribunal de
Justiça, contribuindo também para a ampliação do quadro funcional como:
• a necessidade de democratização e acesso a Justiça;
• a implementação dos Conselhos Municipais de Direito da
Criança e do Adolescente e Conselhos Tutelares;
• a Criação do Conselho Nacional de Justiça instituído em 2004,
presidido pelo Supremo Tribunal Federal;
• o Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária;
• a criação em 2006 do SINASE – Sistema Nacional de
Atendimento Sócio Educativo.
Cabe ainda mencionar que recentemente o Conselho Nacional de
Justiça (Emenda Constitucional nº 45/2004) mostrou-se sensível à
importância inquestionável da atuação do psicólogo e assistente social junto
às questões que se apresentam no âmbito do Poder Judiciário, e editou a
Recomendação nº 2, em 25 de abril de 2.006.
Essa medida recomenda que os Tribunais de Justiça dos Estados
adotem as providências necessárias à implantação de equipes
interprofissionais, próprias ou mediante convênios com instituições
universitárias, que possam dar atendimento às comarcas dos Estados nas
causas relacionadas à família, crianças e adolescentes, a exemplo das que
versam sobre perda e suspensão do poder familiar, guarda, adoção e tutela,
37
além da aplicação de medidas sócio-educativas, devendo, no prazo de seis
meses, informar ao Conselho sobre as providências adotadas.
No Estado de São Paulo, os profissionais estão distribuídos nos
fóruns da capital – Fórum Central (Vara de Infância e Juventude e Varas de
Família e Sucessões), 10 Fóruns Regionais (Vara de Infância e Varas de
Família e Sucessões) e 4 Varas Especiais, e em 56 Circunscrições
Judiciárias, compostas por Comarcas e Fóruns Distritais, nas diversas regiões
do Estado de São Paulo, totalizando, na atualidade, cerca de 1166
profissionais no corpo técnico.
Cabe ainda ressaltar que os Assistentes Sociais e Psicólogos também
estão inseridos em diversas Unidades de Departamentos para responder a
uma demanda interna institucional, com o objetivo de melhorar as relações do
indivíduo no trabalho e trazendo maior qualidade e resultados
organizacionais.
Atualmente além de exercerem suas funções nos Serviços para
atendimento a usuários das Varas da Infância e da Juventude, Varas
Especiais e Varas de Família e Sucessões, o Serviço Social e a Psicologia
também atuam em áreas administrativas como:
Seção de Concessão e Controle do Auxílio Creche-Escola, da
DIRETORIA DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, onde há assistentes
sociais atuando desde 1982, no sentido de planejar e desenvolver ações,
visando à administração de benefícios;
Na DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS
HUMANOS, em uma Diretoria de gestão de capacitação, responsável pelo
Treinamento e Desenvolvimento dos funcionários em geral, trabalho iniciado
em 1991 e reestruturado através da Portaria 7.254/2005, publicada em 1º de
agosto de 2005;
GRUPO DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO AOS
JUÍZES CORREGEDORES NA PRIMEIRA VICE-PRESIDÊNCIA, trabalho
iniciado em 1993, desenvolvendo assessoria nos processos administrativos
de funcionários;
SERVIÇO DE ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL AOS
MAGISTRADOS E FUNCIONÁRIOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DE SÃO PAULO, criado em 1995, Portaria nº 2.839/95, contando
com seis unidades no interior, com objetivo de intervir e fornecer atenção
38
apropriada aos aspectos humanos do trabalhador, já afetados em sua
organização mental e emocional;
SERVIÇO PSICOSSOCIAL VOCACIONAL AOS
MAGISTRADOS E FUNCIONÁRIOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DE SÃO PAULO existe desde 1998 e tem como função precípua a
avaliação psicossocial dos candidatos à Magistratura; o acompanhamento e
reavaliação psicossocial dos juízes em estágio probatório. Além disso,
desenvolve programas de orientação profissional aos filhos, netos e outros
dependentes dos servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo;
Na DIRETORIA DA ÁREA MÉDICA E ODONTOLÓGICA, foi
criada a Seção Especial de Acompanhamento Psicossocial e Readaptação,
objetivando o acompanhamento dos servidores em licença saúde afastados
há mais de 6 meses, com intervenções visando o restabelecimento da saúde
e conseqüente retorno ao trabalho, atividade iniciada em 1998;
Na COMISSÃO JUDICIÁRIA DE ADOÇÃO INTERNACIONAL,
desde 2002, elaborando instrumentos de registro e controle das adoções
realizadas, atendimento e orientação aos assistentes sociais e psicólogos
judiciários em matérias relativas ao CEJAI, bem como manifestações nos
autos de habilitação de pretendentes à adoção internacional.
Em 09 de junho de 2005 surge o Núcleo de Apoio Profissional de
Serviço Social e Psicologia do Tribunal de Justiça de São Paulo criado pela
Portaria n.º 7243/2005 e subordinado diretamente à Corregedoria Geral da
Justiça.
O Núcleo foi criado tendo em vista a necessidade de assessoramento
técnico aos profissionais e a padronização das rotinas existentes; a
normatização e centralização de diretrizes de trabalho de ordem técnica e
administrativa, a orientação e acompanhamento de profissionais (de Serviço
Social e Psicologia) no exercício de suas funções interdisciplinares. Com
pouco mais de dois anos de existência, vem avaliando e qualificando também,
projetos profissionais que trazem uma substancial melhoria na atuação de
ambas as áreas dentro do judiciário paulista.
39
B 4 - A SUBORDINAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL E
PSICOLOGIA
40
41
É importante a compreensão de que os assistentes sociais e
psicólogos são subordinados hierarquicamente ao juiz. Ao Diretor
administrativo caberá o trato das questões relativas à esfera administrativa.
Como providenciar os recursos necessários para os profissionais
desenvolverem suas ações, assegurar o uso da viatura, encaminhar
freqüência e férias.
Os profissionais devem manter informado o juiz a quem é
subordinado sobre a necessidade de comparecer em atividades extra-fórum
como reuniões, visitas a recursos da comunidade e outras, próprias da prática
dos assistentes sociais e psicólogos. Sugere-se que preferencialmente faça a
informação por escrito, e as anexe. No caso de, por exemplo, ter um recebido
convite, recomenda-se que se possível, despache diretamente com o
magistrado.
A assinatura do ponto dos profissionais deve ocorrer diariamente nas
Varas, Diretorias ou Setores em que estiverem lotados. Nas Varas da Capital,
onde existe designação de chefia, o controle do ponto é de responsabilidade
direta dessa chefia (NSGC, Cap. XI), assim como a designação do processo
(quando o processo não vem com prévia designação), escala de Plantão
Diário, do uso da viatura, escala de férias, dentre outras atividades relativas à
gestão, supervisão, etc.5
Não há regulamentação de chefia técnica para as equipes do interior,
o que pode representar algumas dificuldades na organização e
gerenciamento do setor em equipes com vários profissionais. Como forma de
proporcionar um melhor funcionamento dos setores tem sido comum, que um
profissional de cada área assuma a coordenação técnica. Notadamente os
juizes têm reconhecido à importância da coordenação, pois sem dúvida isso
contribui para uma maior eficiência no trabalho.
5
No período de 1996-1999 o Departamento Pessoal (DEPE), hoje S.R.H., coordenou o
grupo de chefias da capital, contando com 33 participantes. Esse grupo discutiu as funções
específicas do cargo elaborando documentos. Atualmente o Núcleo de Apoio Profissional de
Serviço Social e Psicologia da Corregedoria Geral da Justiça vem coordenando uma
Comissão de Chefias da Capital, sendo um dos propósitos a discussão das funções.
42
BIBLIOGRAFIA (referente ao capítulo Nº 2)
43
Denise Helena de Freitas (org). Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
Gráfica do TJ/ DAPRE, Edição nº 1, São Paulo: 2004.
RIZZINI, Irene. O Século Perdido: raízes históricas das políticas públicas para
a infância no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Universitária Santa Úrsula 1997
44
Capítulo 3
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
B - REGISTROS EM LIVROS
45
“sem efeito”, que deverá estar datado e autenticado com a assinatura ou
rubrica de quem a lançou.
Há necessidade de se manter os Livros em bom estado de
conservação e , quando for o caso, devem ser encadernados,
classificados ou catalogados (cap.II, art°42).
Os Livros de Carga e outros papéis que por dois anos não sofrerem
nenhum registro poderão ser inutilizados. Mas, para tanto, deve ser solicitada
autorização ao Juiz Corregedor Permanente (Cap. II, artº 42.1).
Os assistentes sociais e psicólogos devem manter livros de registros
específicos às suas seções. Quais sejam:
B 1 - LIVRO PONTO
Esse livro deverá conter uma folha para cada servidor, descriminando
nome, matrícula, cargo. Os dias do mês devem estar devidamente
assinalados, assim como os finais de semana, feriados e ponto facultativo.
O livro Ponto deverá ser assinado diariamente, consignando-se a
entrada e a saída. A chefia da seção ou seu substituto deverá vistar o livro
todos os dias e, em caso de ausência ou afastamento do profissional, deverão
ser feitas as anotações correspondentes, consignando o motivo do
afastamento ou a natureza da falta. (Cap. II, art° 8 das Normas da
Corregedoria) .
As normas estabelecem a proibição no livro ponto de rubricas e do
emprego de tinta que não seja azul ou preta, assim como não poderá haver
rasuras.
46
B 2 - LIVRO DE CONTROLE DE REGISTRO DE PROCESSO:
RECEBIMENTO DE PROCESSO E DEVOLUÇÃO DE PROCESSO
N° do Processo
Nome da Criança
Data da Entrada na Seção
Assistente Social Designado ou Psicólogo Designado
Data da Saída da Seção
Recebimento Cartório (data)
Identificação de quem recebeu
Outras informações ( a critério)
6
Prov. CGJ 38/99.
48
As anotações desse livro deverão obedecer à ordem de habilitação
dos pretendentes, que somente ocorre após o trânsito em julgado da
sentença judicial.
Recomenda-se que os seguintes dados devem constar do registro do
CPA:
Nº de ordem
Nº do CPA
Nome dos Pretendentes
Telefone(s)/ Endereço
Data da Sentença
Características da Criança pretendida (sexo, idade, etnia)
Tempo até a colocação da criança
Data da colocação da criança
Datas que foram chamados
Nome da Criança
Datas das reavaliações
Elementos das reavaliações
Observações
49
Número................................
Data da Sentença D.P.P.
Data da renúncia do poder familiar (se o caso)
Data do falecimento dos genitores (se o caso)
Nome da Criança/ Adolescente
Data de Nascimento
Local de Nascimento
Genitores
Filiação ignorada (se o caso)
Breve Histórico
Saúde Física/Mental
Local onde a criança se encontra
51
D - DA PLANILHA DO MOVIMENTO JUDICIÁRIO DOS SETORES
TÉCNICOS – REGISTRO ESTATÍSTICO
E - DO RELATÓRIO ANUAL
F - DOS PRAZOS
54
tem que ser apresentado antes das audiências definidas na Pauta do Juiz e
os prazos concedidos são menores. O ECA prevê um andamento processual
mais célere de 20 dias.
7
Para mais subsídios consultar O Código De Processo Civil : Título IV dos Órgãos Judiciários e dos
Auxiliares da Justiça; Capitulo IV Do Juiz e Capítulo V, Dos Serventuários da Justiça, principalmente na
Seção II – Do Perito – categoria que inclui o assistente social e o psicólogo judiciários. Destaca-se
também, o Título V Dos Atos Processuais, Capítulo III Dos Prazos.
55
G - DO MANUSEIO DO PROCESSO
56
BIBLIOGRAFIA (referente ao capítulo Nº 3)
57
CAPÍTULO 4
Parte I
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
58
B - COMPETÊNCIAS DO JUÍZO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE
8
Para saber mais das competências do Ministério Público na área da Infância ver ECA artº
201.
9
Curador Especial é aquele que é designado para representar a criança ou adolescente em
atos determinados.
59
Conhecer ações de alimentos;
C - DOS PROCESSOS
10
Conforme mencionado no cap. 2, não há impedimento dos assistentes sociais e psicólogos
ao identificar uma demanda judicial, apresentem relatório ao juiz, que determina a autuação
e toma providências cabíveis. Não obstante, isso só é viável se a autoridade judicial local não
oferecer óbice.
60
Processo, a Vara, a Classe que os autos pertencem11, os Nomes do
requerente/requerido ou da criança/adolescente.
Na Vara da Infância e Juventude é comum que os processos sejam
classificados sob a denominação de PROCEDIMENTO
VERIFICATÓRIO/PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS ou com menor incidência
OUTROS FEITOS NÃO ESPECIFICADOS (o que não é recomendado).
Ademais, está estabelecido no Capítulo XI das Normas da
Corregedoria, que no livro de Registro Geral de Feitos do Juízo deverá
constar a natureza do procedimento, se Verificatório ou Contraditório. (Seção
II, artº 7.1).
Desta feita muitos são os processos que necessitam de melhor
análise e intervenção do juízo para que se possa ter clareza do que
efetivamente ele irá tratar.
Os processos que tramitam nesse Juízo, em grande parte,
apresentam questões complexas e de difícil compreensão que abarcam
situações de crianças e adolescentes cujos direitos foram ou continuam
sendo violados.
As conseqüências, por sua vez, podem atingir os indivíduos e sua
família de diferentes formas, que nem sempre é de fácil identificação a
espécie de violação, as dificuldades presentes nas relações sóciofamiliares e
qual o encaminhamento mais adequado aos sujeitos e a problemática
apresentada.
Com as considerações acima, é compreensível que muitos dos
processos da infância e juventude recebam a classificação de Procedimento
Verificatório ou Pedido de Providência.
Assim, há que se ter claro que nesses processos estão presentes
uma gama de dificuldades em que estão implicadas relações sociais e
problemas psicológicos que aparecem de forma fragmentada, multifacetada e,
por vezes, de difícil percepção.
Não se trata apenas de decidir o certo ou o errado, se é esta ou
aquela verdade, mas entender as particularidades no campo humano-social
11
No caso do Juízo da Infância e Juventude adota-se a classe que consta em Provimento CG
Nº 23/2006 e, nas Normas de Serviço da Corregedoria, Cap. VII, Tomo I.
61
em uma perspectiva multiprofissional que se possa vislumbrar um desfecho,
recuperando direitos e assegurando a cidadania.
Há sempre que se ter presente que qualquer decisão no campo da
infância e juventude é extremamente delicada, uma vez que, o objeto da
intervenção é a criança e o adolescente, indivíduos em processo de
desenvolvimento e que qualquer decisão sobre eles repercutirá sobre toda a
sua vida.
O Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece essa
peculiaridade da justiça da infância e juventude ao prever em seus artigos 150
e 151, que equipes interprofissionais, além de subsidiarem decisões judiciais,
deverão proceder a orientações e encaminhamentos que se fizerem
necessários à população usuária.
62
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DIREITOS VIOLADOS
SIM NÃO
Avaliar se a família tem condições
de permanecer com a criança ou
adolescente
Acompanhar e
encaminhar a
família da criança Verificar junto a
ou adolescente família ampla e na
para rede de comunidade a
serviços existência de
SIM pessoas NÃO
interessadas em
assumir os cuidados
Acompanhamento da
da criança ou
família para assegurar
NÃO adolescente
SIM que o atendimento
dispensado à criança/
adolescente está
sendo adequado
63
Parte II
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS
12
Recomenda-se para aos assistentes sociais: “Avaliação e Linguagem –relatórios, laudos,
pareceres”, Magalhães, Selma M, 2003 e O Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres
Técnicos: Contribuição ao debate no Judiciário, Penitenciário e na Previdência Social.
Conselho Federal de Serviço Social, 2004.
Para os psicólogos recomenda-se a Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº
7/2003.
65
De posse dos dados, os profissionais poderão oferecer parecer a
respeito da possibilidade de manutenção dos vínculos familiares ou então da
conveniência de afastar a criança ou adolescente da convivência de seus pais
ou responsáveis.
Assim, isso resultará, por vezes, na aplicação de uma medida de
abrigamento ou, ainda, a colocação em família substituta mediante guarda,
tutela ou adoção.
Ressalta-se o cuidado que os profissionais deverão ter com os
registros escritos e que compõe os processos, reservando-se a expressar
seus posicionamentos dentro de suas competências técnicas. Pois o relatório
ou laudo passa a ser um instrumento de prova no processo e junto com
outros elementos oferecem base para o juiz formar sua convicção para
decidir.
É importante dizer que, no Processo Verificatório, o Ministério Público
poderá identificar elementos de sustentação para ingressar com Processo de
Destituição do Poder Familiar.
Concluindo-se sobre a possibilidade de permanência da criança e
adolescente no seio de sua família, deverão os profissionais, assistente social
e psicólogo, realizarem aconselhamento, orientações, encaminhamentos e
acompanhamento do caso para verificar e assegurar as condições de
atendimento das necessidades das crianças e adolescentes que tiveram seus
direitos violados.
A equipe técnica pode sugerir o acompanhamento do caso levando
em consideração as características de cada situação, a capacidade ou
disponibilidade do grupo familiar para promover as adaptações necessárias,
bem como a necessidade de inclusão em serviços de proteção, no intuito de
que essas possam minimizar as carências e as dificuldades apresentadas.
Sugere-se o acompanhamento do caso até que se tenha
comprovação que a criança/ adolescente não mais se encontra em situação
de risco/ violação de direitos.
Recomenda-se que o profissional, ao deparar-se com a ausência ou
ineficiência dos serviços necessários ao suporte a essas famílias, faça
constar em seus relatórios e/ou laudos, avaliando, se possível, os prejuízos
provocados à criança/adolescente, apontando sugestões para outras
providências.
66
Os acompanhamentos e encaminhamentos, sempre que necessário,
deverão ser sugeridos pelo profissional de Serviço Social e/ou Psicologia,
visto que só poderão ser realizados mediante autorização/determinação do
juiz.
67
do psicólogo. Assim no Cadastro de Pretendentes à Adoção; nas adoções,
nos processos de vitimização; de destituição do poder familiar, dentre outros.
C - O ESTUDO SOCIAL
13
Recomenda-se para aprofundar sobre avaliação, técnicas e instrumentos em “Avaliação e
Linguagem –relatórios, laudos, pareceres”, Magalhães, Selma M, 2003. O Estudo Social em
Perícias, Laudos e Pareceres Técnicos: Contribuição ao debate no Judiciário, Penitenciário e
na Previdência Social. Conselho Federal de Serviço Social (org.) –2ª ed. – São Paulo: Cortez,
2004.
68
Em suma, construir o estudo social14 implica:
o O que conhecer → qual o “objeto” a ser conhecido
o Por que e para que realizar o estudo → os objetivos a alcançar e
com quais finalidades.
o Como fazer: metodologia operativa → indicadora dos passos e
dos instrumentos e técnicas a serem utilizados
14
De acordo com exposição da Profª Drª Eunice Terezinha Fávero, no 20º Curso de Iniciação
Funcional dos Assistentes Sociais, por meio de videoconferência, em 25/10/2007.
69
As diferentes demandas que o assistente social irá se defrontar por
meio de suas ações poderá exigir que o estudo social assuma
especificidades, ou seja, alguns desses aspectos ganham maior evidência e
outros são acrescidos de forma a contemplar a particularidade do estudo que
se realiza.
Assinala-se, ainda, que o assistente social pode valer-se de um
roteiro, entretanto, esse não pode adquirir a feição de questionário, pois é
somente um norteador da ação ou da intervenção do profissional.
(Magalhães, 2003, p.49)
Os principais instrumentos utilizados pelo assistente social em seu
estudo são atividades, como entrevistas, visitas domiciliares, observações,
análise documental, visitas institucionais e contatos com pessoas ou rede de
serviços que sejam significativos na vida da criança, adolescente e genitores.
D - O ESTUDO PSICOLÓGICO
70
A Resolução 007/2003 do CFP instituiu o Manual de Elaboração de
documentos escritos e produzidos pelo Psicólogo decorrente da avaliação
psicológica e revoga a resolução do CFP- 017/2002.
Do ponto de vista psicológico podem ser levantados prioritariamente
os seguintes aspectos:
Fases de desenvolvimento da personalidade da
criança/adolescente e de seus irmãos (distúrbios de comportamentos,
disfunções cognitivas, psico- motoras e afetivas);
Percepção dos vínculos afetivos da criança/adolescente com as
principais figuras de apego no passado, na atualidade, e perspectivas de
prognóstico para o futuro, levando sempre em consideração, o melhor
interesse da criança;
Aspectos da psicodinâmica da estrutura de personalidade das
figuras parentais e possíveis figuras substitutas; traços patológicos e
saudáveis de suas estruturas psíquicas; evidência de dependência química;
comportamentos abusivos;
Avaliação das relações intra-familiares e da família em sua
inserção com outros sistemas; observação quanto ao cumprimento dos
papéis nestes espaços: creche, escola, saúde, rotina de vida em casa e na
comunidade;
Características dos vínculos entre os adultos e de cada um deles
com a criança ou adolescente em questão;
História de vida pessoal e familiar das figuras parentais.
Pesquisar na família atual e na de origem dos genitores e /ou requerentes,
padrões de repetição de comportamentos que indicam disfuncionalidade,
dados inconsistentes, segredos, mitos que podem estar relacionados de
alguma forma com a temática enfrentada;
Na entrevista de devolução, o psicólogo deve ter o cuidado em
abordar com as partes os principais aspectos que foram levantados no curso
da avaliação e que serão descritos no relatório a serem anexados nos autos.
Muitas vezes nos questionamos sobre questões éticas, mas devemos ter
claro que nosso maior comprometimento é com a criança e ou o adolescente.
71
urgência da situação, e principalmente, da percepção do profissional que está
atuando.
Destacamos as idéias de Silva (2004) que ilustram bem o valor da
atuação psicológica.
Dentro das instâncias jurídicas e em face do drama familiar de quem as
procura, o psicólogo tem a real dimensão do valor da lei, da sua importância para a
organização da vida em sociedade e vale-se dela como uma aliada para auxiliar
aqueles casos atravessados, inclusive por acentuada periculosidade, quer seja física
ou emocional. Geralmente apenas mediante a realização de uma avaliação
meticulosa é que se torna possível a detecção de tais perigos. (Silva, 2004, p.114)
72
ESTUDO SOCIAL O U PSICOLÓ GICO
Lançar o processo
no livro carga do Setor
Verificar a
determ inação
Realizar o
estudo
Analise de
documentos
ou processo
Visitas e
Visitas
reuniões Entrevistas
domiciliares
interinstitucionais
73
Feitas às considerações acima, serão particularizadas alguns aspectos
que os assistentes sociais e psicólogos necessitam conhecer minimamente
para realizar seus estudos bem como proceder às intervenções necessárias
no sentido da garantia de direitos.
1 – VITIMIZAÇÃO
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
74
Também inibem o estreitamento das relações entre a criança/
adolescente e seus colegas, e deles com outros adultos que possam perceber
a problemática existente.
Devem-se levar em consideração delicadas situações como:
O receio da criança/adolescente de ser punida pela
figuras parentais;
A angústia de vir a ser abrigada;
O medo das conseqüências advindas da regulação
social, por parte do Judiciário;
Temor de o acusado ser afastado de casa pelo juiz da
infância,
Receio de o agressor vir a ser preso.
75
A violência intrafamiliar ocorre quando existe algum laço familiar
(direto ou não) ou ainda quando existe responsabilidade do agressor sobre a
vítima. O agressor é uma pessoa que com ela convive e em quem ela confia
e, freqüentemente, ama.
76
Abandono - é o grau extremo de negligência por parte
dos adultos. (UNICEF, 2007)
77
Exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se
masturbar diante da criança ou do adolescente ou no campo de visão deles. A
experiência, contudo, pode ser assustadora para algumas crianças e
adolescentes (ABRAPIA, 2002).
15
Pedófilo – Desvio sexual que consiste na atração sexual de um adulto por crianças.
78
trocas sexuais não predominam ou predominam apenas temporariamente, ou
não há ação continuada de trabalho sexual.
79
C - A AVALIAÇÃO SOCIAL E PSICOLÓGICA NOS CASOS DE
VITIMIZAÇÃO
80
Necessário se faz criar um fluxograma do sistema de notificação e
atendimento, visando à possibilidade de imediato acolhimento da criança,
adolescente e de sua família para a rápida elaboração do diagnóstico e
possíveis desdobramentos jurídicos (guarda, abrigamento, afastamento do
autor da violência) e encaminhamentos para tratamento nos serviços do
Poder Executivo.
A forma de atuar do assistente social e do psicólogo nos processos
que envolvem a violência intra ou extra-familiar exige contínuo
aprofundamento no tema, no sentido de aferir com acuidade as nuances de
cada caso.
Nos últimos anos, observamos que vem ocorrendo o reconhecimento
da importância do trabalho interdisciplinar, tanto na rede interna (entre
assistente social, psicólogo, promotor e juiz), quanto na externa (rede de
proteção).
O trabalho em rede é indispensável quando se tratar de atendimento
à violência, pois sendo esta multifacetada há necessidade de diferentes
serviços e áreas de atendimento, como saúde, jurídico, psicológico, social,
educacional, etc.
Nos casos de vitimização, tanto aqueles que tiveram necessidade do
afastamento vítima-agressor, como aqueles em que a criança ou adolescente
permanece convivendo com os familiares e, por vezes, com o agressor, há
necessidade de ser o grupo encaminhado para atendimento especializado.
Isto porque, como já foi explicado anteriormente, a violência perpassa por
todo grupo e para que haja uma mudança no padrão relacional há
necessidade de atenção a todos.
Ocorrendo este atendimento, sugere-se que haja aproximação e troca
de informações entre o judiciário e o serviço especializado. É importante que
haja a discussão e reavaliação do caso, visando garantir que a criança ou
adolescente tenha respeitado os seus direitos enquanto um ser em
desenvolvimento e que necessita da convivência familiar e comunitária.
Recomenda-se que os profissionais da Vara da Infância e Juventude
solicitem relatórios trimestrais dos serviços de atendimento até que se
verifiquem mudanças significativas no sistema familiar.
81
C 1 - AVALIAÇÃO SOCIAL
Tipos de violência
82
Tipo de relação do casal
Família Presença de um/a companheiro/a ou pai/mãe substituto/a
e seu Existe um adulto capaz de proteger a criança/adolescente
entorno de nova agressão ( família nuclear, substituta ou extensa )
Rede de serviços especializados da comunidade
Grau de conhecimento
do problema responsável não agressor
Proteção
Resposta do adulto não abusador frente à revelação do
abuso
Capacidade protetiva do adulto não abusador
83
C 2 - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
84
Princípios Fundamentais e em seu artigo 10; e pelo ECA, art. 245, a sub-
notificação é uma realidade em nosso país; esta ocorre devido a vários
fatores, como sentimento de culpa, vergonha por parte da vítima e de seus
familiares; receio dos parentes e/ou vizinhos das possíveis repercussões
(polícia e judiciário), a resistência de alguns médicos, enfermeiros,
professores, psicólogos, assistentes sociais que lidam com a problemática em
reconhecê-la e relatá-la.
Outro dilema é a insistência na constatação de provas materiais
exigidas por alguns juristas que buscam evidências físicas (não encontradas
nos casos de assédio, caricias dos genitais, e exposição à pornografia e
outros anteriormente citados).
Desta forma, a avaliação psicológica toma vulto neste tipo de
violência tão silenciosa e sem testemunhas. Deve ser empreendida uma
investigação técnica criteriosa da vítima e de seus familiares, e neste sentido,
além da inclusão evidentemente de um trabalho em rede que privilegie ações
preventivas e terapêuticas, a capacitação profissional torna-se um
instrumento valioso na luta pela preservação dos direitos fundamentais da
criança e do adolescente.
Diante das suspeitas de vitimização física, psicológica ou sexual
observam-se alguns sinais importantes: divergência entre os diversos relatos,
hesitação para prestar as informações; a demora em buscar atendimento para
a criança/adolescente agredida, pois quando o dano é produzido pela
violência, os responsáveis relutam em buscar auxílio.
Observam-se histórias repetidas de acidentes ou evidências de
traumas freqüentes. E ainda: atraso no desenvolvimento psicomotor, evasão
escolar (visando à manutenção do complô do silêncio) e atitude de
distanciamento dos pais ou responsáveis quando da observação da interação
pai-filho, mãe-filho.
A partir de uma análise deste grupo social, constatamos padrões de
comportamentos que incluem certa ausência na delimitação entre as
fronteiras parentais e filiais, típicas da família emaranhada.
Geralmente, ocorre uma fusão, e dificuldade de diferenciação entre os
indivíduos desta família e de suas famílias de origem. Freqüentemente o
acusado é descrito como “muito apegado à filha/o” (vítima), em conseqüência
do afeto se dar de forma bastante erotizada.
85
E é muito comum a vítima ser descrita como “criadora de caso”,
como àquela que traz problemas para a família, que tem mente fantasiosa, e
que, portanto não deve ser levada em consideração.
A relação afetiva e sexual do casal parental geralmente é distante,
desvitalizada. Quando abordado o tema da sexualidade entre os adultos, as
partes chegam a verbalizar que as relações sexuais eram esporádicas e sem
vigor.
Percebe-se ainda um primitivismo, infantilismo, traços característicos
da pedofilia. A pulsão, o desejo do agressor torna-se preponderante à dor a
ser infringida à criança. Nesta linha é constatado o mito falocêntrico de que a
mulher deve servir o homem na cama e na mesa, então a vítima é escolhida
para preencher esta falta.
As mensagens de comunicação entre a família abusiva e a sociedade
seguem o modelo de um sistema fechado, em que as trocas de informações
são filtradas, reprimidas, sem espontaneidade, como uma forma de manter e
controlar o segredo da violência.
Assim é mantida a homeostase do sistema familiar, que é definida
como um processo de auto-regulação e que mantém a estabilidade do
sistema, protegendo-o das mudanças que pudessem destruir sua
organização, de modo a preservar o seu funcionamento.
Quando o caso ingressa no judiciário e muito provavelmente já
passou pelo conselho tutelar, delegacia ou outras instituições, a dinâmica
familiar sofreu um impacto, está totalmente alterada, todos estão assustados
e com os mecanismos de defesa acirrados. A prática comprova que o
acusado tende a negar na maior porcentagem dos casos.
Se a criança ou o adolescente tiver que ser abrigado, o
encaminhamento para a terapia deve ser providenciado com urgência, assim
como é imprescindível o acompanhamento criterioso pelos técnicos do
Judiciário, lembrando que esta é uma medida excepcional e transitória até
que encontrem soluções mais saudáveis para o seu desenvolvimento.
Nos atendimentos nas varas, percebe-se que as figuras parentais em
sua grande maioria já sofreram algum tipo de vitimização (física, psicológica,
sexual, negligência, abandono), em suas famílias de origem e as repetem na
atualidade.
Durante o processo avaliativo é possível identificar, analisar e
relacionar aspectos da estrutura e dinâmica das famílias quanto às regras
86
familiares, papéis familiares, mitos e segredos, padrões de repetição, relações
hierárquicas, padrões de afetividade (alianças e coalizões).
As escolhas afetivas inconscientes dos adultos foram determinadas
pela história da família de origem e refletem repetições, como explicam a
psicanálise e a terapia familiar.
A primeira escola considera que a carga pulsional é genética, as
pulsões de vida e de morte são transmitidas de modo inconsciente, associada
às características peculiares da relação mãe-filho e, por vezes, pouco
consciente, que não ofereceu subsídios para esta pessoa, enquanto bebê, se
diferenciar do outro e tornar-se capaz de resistir às frustrações durante seu
desenvolvimento pela vida.
Assim, na maturidade este indivíduo escolhe alguém complementar
ao seu quadro, que também pode ter tido um frágil acolhimento de seus pais,
que não tinham consciência e intenção de serem maléficos na transmissão de
modelos identificatórios como figuras parentais.
Neste sentido, Minuchin enfatizou que
87
genitora por ser desvitalizada, frágil, passiva, porém as relações são sempre
interativas e dinâmicas.
Para a psicanálise, o psicodrama, a gestalt terapia, a terapia familiar
sistêmica dentre outras teorias, a instituição familiar possibilita um amplo
campo de investigações e reflexões, oferecendo a possibilidade de buscar
esclarecer as complexas relações afetivas que ocorrem em seu interior,
como, por exemplo, as que dizem respeito ao exercício da maternidade e a
paternidade.
Cabe ressaltar que dentre os diversos instrumentos à disposição da
Psicologia, os testes são ferramentas ainda muito utilizadas pelos
profissionais do judiciário.
No entanto, em face das recentes discussões que vem sendo
travadas sobre a fidedignidade destes. Conforme já sugerido é importante que
os psicólogos consultem regularmente os sites do Conselho Regional de
Psicologia e Conselho Federal, para que se atualizem sobre resoluções que
regem o exercício da Psicologia, bem como a lista de testes atualizados
(www.pol.org.br e www.crpsp.org.br).
2 - PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO
88
o agravamento dos fatos estão relacionados à dificuldade de trabalhos
preventivos com a família, a escola e a comunidade.
Outro aspecto relevante refere-se a não inclusão da criança/
adolescente nos serviços oferecidos pela rede social, tendo em vista a
insuficiente oferta ou precarização dos programas oferecidos. Tais fatores
acarretam vulnerabilidade para a criança/adolescente como um todo,
expondo-as à violência e ao uso e tráfico de drogas, dentre outros.
Destaca-se que, se não for oferecida atenção específica, muitos
desses casos, poderão evoluir para que o adolescente pratique um ato
infracional, que merecerá intervenção específica, conforme art. 103 do
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Estas demandas podem estar associadas a diversos fatores. Um
deles é o esgarçamento das relações familiares, levando estes núcleos a não
conseguirem oferecer o suporte necessário às necessidades sociais e
emocionais de seus membros. O outro se atrela às dificuldades dos
profissionais que desenvolvem trabalhos com crianças e adolescentes.
O conhecimento mais aprofundado das questões que envolvem este
contingente populacional no território; a situação de vulnerabilidade em
diversas áreas as quais podem estar expostas; a análise de levantamentos
sociais do município; dentre outros, também oferecem informações
significativas para a compreensão dos casos em avaliação.
Nesse contexto, o estudo social deve contemplar, além dos aspectos
já abordados no item C da Parte II, aqueles que se referem a:
• Forma como lidam com as gerações de sua família;
• O lugar desta criança/adolescente neste núcleo familiar;
• Às expectativas em relação à criança/adolescente;
• Como os pais lidam com as situações específicas da vida da
família e aos enfrentamentos naturais que se colocam;
• Como lidaram com as fases da vida da criança/adolescente e os
possíveis fatores desencadeantes que levaram a situação
presente;
• Como a criança/adolescente percebe a situação que vivencia;
• A identificação das vivencias desta criança/adolescente em suas
fases de vida como meio para compreender a situação;
• Como estabelece suas relações interpessoais;
• Suas expectativas.
89
No estudo psicológico, dentre as questões referentes a conhecer a
família e a criança e/ou adolescente, nos casos de problema de
comportamento leva-se em consideração que a criança/adolescente é
compreendido como o “paciente identificado”, ou seja, como aquele integrante
do sistema familiar que denuncia as idiossincrasias ou a disfuncionalidade
das relações intra-familiares.
Do ponto de vista psicanalítico, o sintoma da criança costuma
evidenciar as dificuldades inerentes à complexidade das relações com as
figuras parentais e ou substitutas.
As atuações dos profissionais das Varas da Infância e Juventude,
assistentes sociais e psicólogos, têm como objetivo alcançar uma clara
definição do problema em termos concretos, uma investigação das soluções
já experimentadas, e a elaboração do diagnóstico do caso.
Durante as entrevistas, temos em mente que a queixa trazida está
intimamente relacionada à dinâmica das relações intrafamiliares (mãe-filho,
pai-filho, e/ou deste com outros familiares e pessoas de seu relacionamento).
Ademais não se pode deixar de referenciar as mudanças significativas
que vem ocorrendo na sociedade, com novas configurações familiares,
mudanças de valores, das rápidas transformações que o mundo globalizado e
digitalizado, aos quais crianças e adolescentes têm acesso a um leque de
informações que nem sempre são de domínio dos pais e educadores.
Neste sentido, um trabalho com estes grupos também se faz
importante, pois a atuação no caso contará necessariamente com a
participação dos mesmos.
Diante da complexidade de fatores que em geral estão presentes
nestes casos, a avaliação e o acompanhamento devem ser,
preferencialmente, interdisciplinar e o envolvimento dos demais serviços aos
quais esta criança e adolescente está vinculado não pode ser desconsiderado
no enfrentamento da situação que se apresenta.
A Psicologia e a Psicanálise são unânimes na compreensão de que
as “queixas de comportamento da criança/adolescente se encontram no lugar
de responder ao que há de sintomático na estrutura familiar” (Lacan, 1983).
De acordo com a visão sistêmica, defendida por autores como
Minuchin (1983), Whitaker (1990), Macedo (1994), Berthoud (2003), o
comportamento sintomático surge da tentativa da criança/adolescente criar
90
um novo relacionamento ou padrão de feed-back em resposta às mudanças
percebidas que estão acontecendo com ele ou em volta dele.
Quando o comportamento é observado e respondido pelos membros
de um sistema interconectado, esta resposta adquire um sentido a partir de
um contexto mais amplo que aquele originalmente percebido pela pessoa.
91
intervenção técnica no âmbito judicial, o texto de Gonçalves, D’Andréa e
Motinho da Silva (1999) que trás algumas reflexões importantes sobre a
prática.
93
Diante da existência de interessado em assumir os cuidados desta
criança ou adolescente, deverá haver uma avaliação. Sugere-se que o estudo
social seja acrescido dos seguintes aspectos:
94
ocupam na família de origem, aspectos do funcionamento do sistema familiar
como um todo e, principalmente, a percepção do impacto daquele
afastamento das figuras parentais na vida da criança/adolescente.
Os procedimentos técnicos aplicados de maneira individual com a
criança/adolescente, mesmo se tratando de grupos de irmãos, nos mostram
que cada um deles constrói seus vínculos afetivos de maneira peculiar e que,
portanto, após a elaboração do psicodiagnóstico, é necessário um trabalho de
preparação concomitante ao de devolução dos dados para ajudá-la(s) a
enfrentar as novas situações que se apresentam no cotidiano.
O psicólogo deve deixar claro no relatório para subsidiar as possíveis
alterações a curto, médio e longo prazo na vida do infante. É necessário
incluir orientações e acompanhamento do caso, de forma a tornar tal situação
menos traumática.
Havendo interessados e, sendo verificada a adequação desses e o
desejo da criança ou adolescente em estar sob a sua responsabilidade,
deverá o profissional elaborar um relatório conclusivo, em que conste de
forma clara se a medida pleiteada pelo interessado(a) atende as
necessidades da criança ou adolescente.
Poderá ocorrer o acompanhamento, desde que sugerido em relatório
pelo profissional de serviço social e/ou psicologia ao juiz, e isso só poderá se
viabilizar se houver autorização/ determinação do juiz.
Ressalta-se a importância da reavaliação do caso, após alguns meses
de convivência da criança ou adolescente com o guardião, pois é nesta
ocasião que poderá verificar se a medida está de fato atendendo aos
interesses da criança ou adolescente, bem como irá se proceder às
orientações necessárias.
Paralelo ao acompanhamento da criança é também necessário que a
família de origem seja acompanhada com a finalidade de se verificar, orientar
e encaminhar em relação às condições em que a mesma se encontra dentro
dos diferentes aspectos de sua vida, principalmente aqueles motivadores do
afastamento da criança/adolescente de sua convivência. Isso significa ver de
que maneira a família responde aos encaminhamentos a rede de serviços
assistenciais, trabalho, saúde (como por exemplo: tratamento psicológico;
psiquiátrico; tratamento de desintoxicação) entre outros.
Também no caso de não haver proibição judicial e, se for possível,
como ocorrem os contatos da família de origem com a criança/adolescente e
95
os guardiões. Isso poderá oferecer indícios de quais as reais possibilidades
de reinserção da criança e adolescente em sua família natural.
O guardião de fato poderá requerer a aplicação da medida de guarda
quando a criança ou adolescente por alguma razão está sob sua
responsabilidade.
A busca do judiciário visa regulamentar a situação na perspectiva de
assegurar direitos, uma vez que confere a criança/adolescente a condição de
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
A guarda é uma medida intermediária a ações definitivas como no
caso da tutela e da adoção. Excepcionalmente, essa medida poderá ser
aplicada para atender a situações peculiares ou suprir eventual falta dos pais
ou responsável.
Sempre que possível, a criança ou adolescente deverá ser
previamente ouvido e a sua opinião devidamente considerada (Art 28 §1º
- ECA).
Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco
e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as
conseqüências decorrentes da medida (Art.º 28 § 2º - ECA).
96
Um tutor poderá ser destituído caso venha a descumprir o dever de
sustento, guarda e educação, além deixar de cumprir ou fazer cumprir as
determinações judiciais.
Por vezes, pode ocorrer a necessidade de o tutor prestar contas dos
gastos que realiza com o tutelado. Isso é objeto de atenção do Ministério
Público – o promotor da Vara de Infância e Juventude, não se constituindo
uma atribuição do assistente social ou psicólogo judiciário.
Na avaliação social além dos aspectos presentes na Parte II - item C,
deverá se observar em relação ao (s) requerente(s) e a criança e/ou do
adolescente:
Grau de parentesco, afinidade ou afetividade com a criança ou
adolescente;
Motivos que levaram o (a) requerente a pleitear a tutela;
Estrutura, desempenho de papéis e dinâmica familiar do
interessado (a);
Natureza das relações familiares, outros grupos de convivência
familiar e comunitária;
Situação socioeconômica e cultural do interessado (a);
Recursos da comunidade disponíveis ou utilizados pela
criança/adolescente e grupo familiar;
Expectativa do interessado em relação à criança ou adolescente;
O ponto de vista da criança ou adolescente, suas expectativas e
sentimentos;
Identificar a presença de pessoas que oferecem apoio de forma
mais direta a criança ou adolescente;
Como a criança ou adolescente está enfrentando, ou enfrentou a
problemática da ausência de seus genitores;
As interações sociais da criança ou do adolescente e suas
relações interpessoais no âmbito familiar e sociocultural;
Recursos da comunidade disponíveis ou utilizados pela
criança/adolescente.
97
História de vida da criança ou adolescente, com a identificação
das diferentes etapas do desenvolvimento de sua personalidade e os
recursos egóicos utilizados para vencer o luto;
Observação das pessoas importantes na narrativa da
criança/adolescente antes e depois da crise enfrentada pela família de
origem( técnica Linha da Vida);
Fatos significativos dentro do contexto do protagonista;
A relação da criança com pessoas oriundas de outros sistemas
extra-familiares (família extensa, colaterais, escola, colegas, a comunidade, a
associação esportiva, grupo religioso, entre outros). O objetivo seria levar ao
conhecimento dos profissionais do judiciário as redes relacionais e pessoas
que possam contribuir na adaptação da criança na nova fase de vida;
Presença de outros adultos significativos que possam
proporcionar apoio à família em crise;
Análise do tempo de convívio do requerente com as figuras
parentais da criança ou adolescente, ora distantes ou falecidas;
O ciclo de vida do (s) requerente (s);
Recursos da comunidade disponíveis ou utilizados pela
criança/adolescente natureza dos vínculos familiares, outros grupos de
convivência familiar e comunitária;
Como a criança/adolescente vivencia o afastamento/ perda do(s)
genitor(a);
Motivos que levaram o (a) requerente a pleitear a tutela;
Estrutura desempenha de papéis e padrão de funcionamento do
requerente e de sua família;
Grau de parentesco, afinidade ou afetividade da criança ou
adolescente com o requerente;
Expectativas do interessado em relação à criança ou
adolescente;
Expectativas e sentimentos da criança e ou adolescentes em
relação ao interessado em sua tutela.
98
pleiteada pelo interessado(a) atende às necessidades da criança ou
adolescente.
No caso de se entender como necessário o acompanhamento técnico,
a fim de que seja verificada a adaptação da criança/adolescente ao tutor,
deverá fundamentar o parecer e solicitar autorização para tal.
C – ABRIGAMENTO
17
A pesquisa “Por uma política de Abrigos na cidade de São Paulo: conhecendo a realidade
das instituições, das crianças e dos adolescentes sob a medida de proteção “abrigo” (2004)
identificou como motivo do abrigamento: (22,7%) negligência/abandono; dificuldade
econômica e falta de condições familiar (1,8%); violência doméstica (10,3%); problemas de
saúde (18,8%); problemas de alcoolismo, drogadição (9,84%). Essas mesmas causas foram
indicadas pelo Levantamento Nacional dos Abrigos (2004).
18
A aplicação desta medida pelo Conselho Tutelar está estabelecida no art. 136 inciso I e,
em caráter excepcional e de urgência, pelas entidades de abrigo, conforme art. 93.
99
psicológico, solicitando relatório ao abrigo para obter informações sobre a
situação da criança.
A comunicação do abrigamento deverá dar início a um Procedimento
Verificatório. Em havendo denúncia de situações em que a
criança/adolescente esteja em situação de risco, poderá o juiz determinar o
abrigamento pela complexidade da situação, mesmo antes da avaliação
técnica, sempre após manifestação do Ministério Público e quando não for
possível identificar parente ou conhecido apto em assumir a guarda da
criança ou adolescente por tempo determinado ou não.
Desta feita, não havendo pessoa interessada na guarda da criança ou
adolescente que teve seu direito violado, este será encaminhada para abrigo.
Ressalta-se que o ABRIGAMENTO é uma medida PROVISÓRIA e
EXCEPCIONAL. Compreendido dessa forma, os estudos sociais e
psicológicos relativos à família de origem deverão prosseguir no intuito de
melhor compreender os aspectos determinantes a situação que levou ao
abrigamento, procedendo os encaminhamentos necessários, assim como se
articular com a rede social na perspectiva de abreviar o tempo de
permanência da criança ou adolescente no abrigo.
19
Plano Nacional de Promoção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária, 2006.
100
C 1 - DOS CUIDADOS COM A CRIANÇA OU ADOLESCENTE ABRIGADO
20
Cap. XI – Seção VIII artº 76.1 trata da documentação a ser encaminhada ao abrigo e
mantida no prontuário da criança ou do adolescente.
101
C 2 - O ACOMPANHAMENTO DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE
ABRIGADO
21
Sugere-se que o profissional já reserve na agenda, ainda que o juiz ainda não tenha
deferido, um período para cuidar daquele processo, evitando depois não encontrar tempo
para fazê-lo.
22
Esta Comissão foi criada pela Corregedoria Geral de Justiça em 2004 e é composta por
assistentes sociais e psicólogos das Varas de Infância e Juventude da Capital. O
NAPSSPTJ/SP assumiu a coordenação da Comissão de modo mais formal a partir de 2006.
Desde a sua formalização, houve alteração dos membros dessa Comissão.
102
de saúde, à vida escolar no que tange ao desempenho e ao relacionamento social,
aos cuidados que lhe são dispensados para que suas necessidades sejam atendidas
– todos esses aspectos devem ser considerados à luz das peculiaridades de cada
criança/ adolescente e de sua fase de desenvolvimento.
A família da criança/adolescente abrigado deve ser acompanhada pelo
assistente social e psicólogo com o mesmo compromisso, através de entrevistas
sistemáticas, visitas domiciliares a fim de que se avaliem suas condições sociais e
psicológicas para receberem novamente a criança /adolescente abrigado. 23
Sugere-se que o acompanhamento deva contemplar aspectos que
evidenciarão a possibilidade de retorno á família de origem ou sua colocação
em lar substituto, sob guarda tutela ou adoção. Dentre eles aponta-se:
23
Texto mimeo. circulação interna.
103
Lembra-se que a falta de condições socioeconômicas não é motivo
para destituição ou a suspensão do poder familiar, devendo a família ser
incluída em programas oficiais de auxílio (ECA, artº 23). Não obstante,
pesquisas apontam como a principal razão para entrega do filho em adoção
às questões de dificuldades socioeconômicas.
Entretanto, entende-se que tanto do ponto de vista do serviço social e
da psicologia, a construção de um parecer que aponte a perspectiva de que
não se vislumbra condições da criança retornar a sua família deve estar
ancorada na rigorosa avaliação de todos os aspectos já mencionados, além
de outros que os profissionais conseguirem notar como significativos.
Ocorrem situações em que não se vislumbra a possibilidade de
retorno à convivência familiar e, tão pouco, se encontrou pessoa interessada
em assumir sua guarda ou adotá-lo, o que caracteriza abrigamento de longa
permanência.
Nesses casos, as ações articuladas entre os atores da rede de
atenção devem convergir no sentido de acompanhar o adolescente em seu
desenvolvimento global:
• formulação de seus projetos de vida,
• Aquisição de documentação,
• Inserção em cursos profissionalizantes,
• Inserção no mercado de trabalho,
• Planejamento de sua vida financeira;
• Construção/estímulo à autonomia.
Projetos de repúblicas devem ser incentivados visto que oferecem a
possibilidade do adolescente iniciar sua preparação para a auto-gestão,
supervisionado pelos profissionais do abrigo, em parceria com os
profissionais do judiciário.
Outros abrigamentos que se pode caracterizar como de longa
permanência são aqueles relacionados a crianças portadoras de
necessidades especiais, cujas famílias oriundas dos segmentos mais
empobrecidos não reúnem condições para mantê-las consigo.
Além da dificuldade de tratamento especializado na rede pública, por
vezes problemas para locomoção e, ainda, com quem a criança/adolescente
pode permanecer no período de trabalho dos pais, somando-se questões
relativas a outros fatores socioeconômicos, dificuldade de aceitação do
filho(a), preparo para lidar com uma criança especial, entre outros.
104
De modo geral, os abrigos também não estão preparados para
receber crianças e adolescentes que possuem exigências especificas, e estes
não estão devidamente instrumentalizados para responder à demanda
apresentada.
Cabe assim, a tentativa de articular a rede de serviços para procurar
alternativas ao atendimento da criança ou adolescente em suas necessidades
ou, buscar uma entidade que seja mais adequada às características de cada
caso, considerando a região em que vive a criança/adolescente e seus
familiares.
Isto propiciará que o grupo familiar continue mantendo relacionamento
próximo com o abrigado, evitando dessa forma o esgarçamento dos vínculos
afetivos e o abandono.
Entende-se, portanto, que a discussão entre o judiciário, abrigos,
secretarias de saúde, educação, assistência social, habitação dentre outras,
são de suma importância para que se ofereça propostas adequadas às
demandas.
C 3 – DESABRIGAMENTO
105
• Mediante colocação em família substituta com vistas à adoção;
Em todas as situações expostas acima pressupõe que a equipe
técnica da Vara da Infância e Juventude realize o acompanhamento do caso.
O período pós-desabrigamento visa assegurar como está se
processando o retorno da(s) criança(s) adolescente(s) à família de origem ou
a família substituta, como as necessidades estão sendo atendidas de forma a
minimizar as chances do retorno à situação de risco.
O acompanhamento deverá ter como parâmetro a forma como se
desenrolou o período de abrigamento, considerando os seguintes aspectos no
caso de retorno à família de origem:
• A qualidade do trabalho desenvolvido com a família no decorrer do
atendimento;
• Empenho da família em responder as orientações e intervenções;
• Mudanças e adequações alcançadas na dinâmica familiar;
• Mudanças no padrão relacional do grupo familiar;
• Existência de rede de apoio social e a inserção desta família nesta
rede;
• Trabalho efetivo realizado com a criança;
• Tratamento / acompanhamento realizado com os familiares e a
criança/ adolescente.
Deve-se ainda levar em conta as alterações e os re-arranjos ocorridos
no grupo familiar, em razão do afastamento desta criança/ adolescente
quando de seu abrigamento.
Não é raro que pais e/ou responsáveis desloquem muitos dos
problemas e dificuldades para a criança que está abrigada.
Ao ser desabrigada, esta criança/adolescente provocará uma nova
alteração na dinâmica familiar. Assim, consideramos de suma importância
não só o acompanhamento desta reestruturação no cotidiano, como também
um trabalho anterior com os pais/ responsáveis no sentido de orientá-los a
lidarem com os comportamentos que possam vir a ser apresentados por estas
crianças/ adolescentes, decorrentes da sua vivência no abrigo: comparações,
rejeições, ataques etc.
Ressalta-se ainda a importância da inserção da família na rede de
apoio, tanto no sentido de se alcançar o estágio de desabrigamento, como
para o acompanhamento do caso.
106
Os serviços desta rede deverão prosseguir realizando o atendimento
da família de forma articulada, valorizando a importância da troca de
informações, a otimização dos serviços e a divisão das tarefas a serem
realizadas. Deve-se discutir com todos os atores do Sistema de Garantia de
Direitos as suas atribuições.
Nos casos em que os genitores não possuam condições para terem
os filhos sob sua responsabilidade, a criança/ adolescente poderá ser
desabrigada por um familiar (avó, tia, irmão, conhecido) que assumirá os seus
cuidados ou ainda ser colocado em adoção (Vide Itens: GUARDA, TUTELA e
o Cap. de ADOÇÃO).
Importante salientar que em todos os casos de desabrigamento
haverá a necessidade de acompanhar a adaptação da criança/adolescente
nessa nova fase da vida.
107
SIM NÃO
Acompanhamento do
grupo familiar
Existe
visando assegurar o SIM NÃO
Interessado?
atendimento
adequado para a
criança ou
adolescente Avaliação do nteressado
Considerado adequado Trabalhar para a
JUIZ DEFERE A GUARDA colocação da criança ou
adolescente em adoção
108
C 4 - ACOMPANHAMENTO DOS ABRIGOS
109
1 - Caracterização da entidade:
• Particular ou pública;
• Quem a supervisiona;
• Quais registros oficiais;
• Âmbito de atuação;
• Tempo de funcionamento;
• Capacidade;
• Objetivos;
• Descrição do espaço físico;
• Adequação física (sanitária, segurança, condições de
habitabilidade, etc.);
• Entidade mantenedora;
• Recursos financeiros
2 - Quadro funcional:
• Relação dos funcionários especificando cargo/ função, carga
horária e horário de trabalho.
• Projeto de trabalho psico-pedagógico e adequação com a
realidade do atendimento prestado.
• Características quanto à formação profissional dos funcionários
do abrigo, (se contam com especialistas em Pedagogia,
Psicologia, Serviço Social e outros).
3 - Atendimento:
• Questões de alimentação, saúde, vestuário, higiene;
individualização
• Atividades de educação, lazer e profissionalização
• Integração com recursos da rede local;
• Trabalho com as famílias;
• Periodicidade das visitas dos familiares;
110
• Tempo de abrigamento;
• Escolaridade;
• Atividades educacionais complementares;
• Atividades profissionalizantes (qual está inserido no mercado de
trabalho, local, horário, remuneração);
• Atividades esportivas;
• Acompanhamento psicológico; (periodicidade, local, profissional
responsável);
• Situação de saúde; (tipo de problema, tratamento, local,
profissional responsável( médico, fonoaudióloga, terapeuta
ocupacional etc);
• Visitação ( quem visita, qual a freqüência e vínculo, relação de
parentesco ou afinidade);
• Endereço do(s) visitante(s);
• Observar a organização dos prontuários24.
24
Em anexo encontra-se disponibilizado um roteiro para composição de prontuários que
poderá ser bastante útil quando do acompanhamento e orientação dos abrigos.
111
4 – ADOÇÃO
112
TRABALHO COM ABRIGOS
Participar e implementar a
rede de serviços visando o
encaminhamento dos
familiares/responsáveis das
crianças e adolescentes em
abrigo para inserção em
programas de atendimento
Acompanhar e estimular o
abrigo a inserir os
adolescentes em programas
de profissionalização
113
ROTEIRO PARA COMPOSIÇÃO DE PRONTUÁRIOS NAS
ENTIDADES DE ABRIGO
1 - IDENTIFICAÇÃO
1.1 Dados da Criança/Adolescente
1.1.1- Nome da Criança/ Adolescente
1.1.2 – Nome dos Irmãos (se o caso)
1.1.3 – Data e local de Nascimento
1.1.4 – Filiação
1.1.5 – Histórico do Abrigamento
1.1.6 – Data de entrada na instituição
1.1.7 – Foto atualizada da Criança/ Adolescente
2- DOCUMENTAÇÃO DA CRIANÇA
2.1 – Certidão de Nascimento – cópia ou original
Observação:
A - Caso a Criança/ Adolescente não possua tal documento levantar dados
para sua localização tais como: data e local do registro, número do livro, fls.,
etc.
B – Caso a criança não tenha sido registrada levantar o local e data do
nascimento, informando a Vara da Infância para as procedências para feitura
do documento
2.2 – Carteira de Identidade
Obs. Caso a criança ou Adolescente não possua tal documento, providenciá-
lo.
3 – DOCUMENTAÇÃO ESCOLAR
3.1 – Cópia do histórico escolar
3.2 – Dados do estabelecimento de ensino (incluindo creche) onde está
matriculada
3.3 – Dados do acompanhamento do desenvolvimento escolar
114
4 - ACOMPANHAMENTO DE SAÚDE
4.1 – Carteira de Vacinação atualizada
4.2 – Ficha de evolução dos acompanhamentos médicos, psicológicos e
outros que a criança estiver sendo submetida
4.3 – Caso a Criança/ Adolescente seja portador de alguma nosologia
específica (tratáveis / crônicos / mentais) a mesma deve estar especificada,
juntando-se laudo médico, psicológico ou das especialidades que recebe
atendimento. Além do diagnóstico, sempre que possível solicitar prognóstico e
evolução do caso.
4.4 – Outros documentos de saúde
6 – OUTROS DOCUMENTOS
6.1 – Oficio do local que determinou o abrigamento
6.2 – Cópia do ofício enviado ao Fórum comunicando o abrigamento (máximo
de 48 horas), caso não seja o mesmo que determinou tal medida
Obs: neste ofício deve constar o histórico do abrigamento, e juntada cópias
dos documentos da criança, além de relatórios / ofícios que embasam o
abrigamento além de identificação e domicílio dos genitores e / ou outras
pessoas para contato
6.3 – Cópias dos relatórios encaminhados ao fórum competente
6.4 – Ofícios recebidos do fórum e outras entidades que atendam a criança
6.5 – Outros documentos
7 – OUTRAS INFORMAÇÕES
Roteiro tem como base documento elaborado pela Vara Central da Infância e
Juventude.
115
BIBLIOGRAFIA (referente ao Capítulo 4)
ABRAPIA. Abuso sexual mitos e realidades. Brasília: Autores & Agentes &
Associados, 2002.
117
GABEL, Marceline (Org.) Crianças Vítimas de Abuso Sexual . São Paulo:
Summus, 1997.
118
MACEDO, Rosa. A Família do ponto de vista psicológico: Lugar seguro para
crescer? In: Cadernos de Pesquisa, nº 91, nov.,1994.
119
SANTOS, H.O Crianças Espancadas. Campinas: Papirus, 1987.
120
SUGESTÕES DE SITES
http://www.cfess.org.br
http://www.cfp.org.br
http://www.andi.org.br/
http://www.abrapia.org.br/
http://www.cecria.org.br/
http://www.unicef.org.br/
http://www.unesco.org.br/
121
CAPÍTULO 5
ADOÇÃO
PARTE I
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
122
Podem adotar os maiores de 18 anos25, seja qual for seu estado civil
(Art. 42 caput), e o adotante deve ter, no mínimo, 16 anos mais velho do que
o adotando (Art. 42 § 3º).
A adoção atribui a condição de filho ao adotando, com os mesmos
direitos e deveres, inclusive, sucessórios, e visa promover a inserção em um
ambiente familiar de forma definitiva, com aquisição de vínculo jurídico próprio
da filiação, segundo as normas legais em vigor. Ela é irrevogável, sendo que
a morte dos adotantes não reestabelece o Poder Familiar dos pais biológicos
e parentes.
Em caso de divórcio ou separação judicial não há impedimento para a
Adoção, desde que haja um acordo sobre a guarda e regime de visita (ECA
art. 42 § 4º).
Iniciado o processo de adoção, a morte de um dos adotantes não
impede a adoção, caso tenha havido inequívoca manifestação de vontade do
falecido (ECA art. 42 § 5º).
O artigo nº 1.622 do Código Civil estabelece que
ninguém possa ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e
mulher, ou se viverem em união estável.
B - DO CONSENTIMENTO DA ADOÇÃO
25
O Código Civil (2002) estabeleceu no Artº 5: A menoridade cessa aos dezoito anos
completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
123
Ressalta-se, ainda, que os Assistentes Sociais e Psicólogos têm
também por função proceder ao aconselhamento e orientação, conforme
artigo 151 do ECA, junto ao grupo familiar no sentido da manutenção do
vínculo, evitando-se a destituição do Poder Familiar.
Os profissionais devem manter uma postura acolhedora diante de
qualquer decisão tomada por essa mãe, realizando inclusive
encaminhamentos que possam ser necessários no sentido de viabilizar o
trabalho de luto em relação ao filho que foi entregue.
Assim, por meio de um processo de reflexão e aprofundado, auxiliar a
minimizar os riscos de uma escolha da qual ela venha a se arrepender
posteriormente.
Essa intervenção vai trazer à tona conflitos, angústias que terão que
ser trabalhadas para que visualizem outras possibilidades antes da tomada de
decisão.
124
- pais com dependência ao álcool e outras drogas, com reiteradas tentativas
de tratamento, que não superam os problemas por assumirem uma atitude de
resistência total a mudança;
- ausência de contato ou visita a criança cumulada com uma das situações
anteriormente mencionadas, por período superior a seis meses;
- avaliação do processo onde se conclua pelo total desinteresse dos pais em
relação aos filhos abrigados, respeitados os padrões culturais, a sua capacidade de
compreensão e discernimento, bem como a história dos vínculos familiares.
(Dal Pizzol e Silva,2001, p 64)
26
A ação de DPP regida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, nos artigos 155 a 163 e
no Código Civil, lei 10.406 de 2002, nos artigos 1.630 a 1.638, do Livro IV,Do Direito de
Família,Título I ,Do Direito Pessoal,Subtítulo II - Das Relações de Parentesco, do Capítulo
V, respectivamente.
125
os recursos disponíveis -, será averbada à margem do registro de nascimento
da criança ou adolescente (art. 163 ECA).
28
Recomenda-se a leitura de Fávero et all (2000), Fávero (2000); Pizano Motta (2001)
127
• Encaminhar para a rede de serviços do município, visando o bem
estar físico e mental de quem está sendo destituído do poder
familiar
129
O diálogo fundado na verdade e no respeito ao papel ativo da
criança/adolescente em sua história pode ser realizado pelos profissionais
que convivem com ele no abrigo.
Mas os assistentes sociais e psicólogos do Judiciário não podem se
omitir desse preparo, tendo em vista seu papel fundamental em todo o
processo da adoção.
Deste modo, a organização do tempo e do espaço para os
procedimentos da preparação para a adoção deve contemplar esses
princípios, respeitando-se o tempo da criança/adolescente e também a
brevidade necessária.
A colocação em uma nova família apontará para a necessidade de
conhecer que criança é essa, em seus aspectos singulares e particulares.
Portanto, é de fundamental importância a aproximação da realidade da
criança para reconhecer sua(s) necessidade(s) a fim de cumprir a premissa
de se localizar a família adequada. Toda essa fase supõe a interlocução
permanente entre os profissionais da VIJ e do Abrigo.
Não se pode esquecer que a criança ou adolescente,
independentemente do tempo que possa ter permanecido no abrigo, pode ter
estabelecido vínculos com os profissionais e companheiros do abrigo, o que
deve ser considerado durante a sua preparação para sua colocação em
família substituta.
Este parece ser outro aspecto importante que reforça a necessidade
de estabelecer a parceria do Judiciário com os profissionais que estão
convivendo com a criança/adolescente no abrigo, visando uma intervenção
fundamentada na sua realidade, além de contribuir em muito o seu preparo
para futura adoção.
Assim há pontos importantes a serem abordados em uma avaliação
com a criança ou adolescente e grupo de irmãos:
O Serviço Social deverá verificar entre outros aspectos:
• Como está para a criança a compreensão de sua história de vida
e de sua família de origem;
• Como vem lidando com a situação atual;
• Como estabelece seus relacionamentos interpessoais com o
grupo do abrigo, outros colegas da escola, sua interação com profissionais do
abrigo e professores e de outras instituições, caso freqüente;
130
• No caso de se tratar de grupo de irmãos, como as questões
acima se dão individualmente;
• Qual a relação entre irmãos;
• Quais as expectativas em relação à família substituta.
131
em família substituta, ao mesmo tempo, é realizado consulta no Cadastro de
Pretendentes à Adoção (CPA) para reconhecer se há pessoas que atendem
às necessidades das crianças em questão.
Ademais, um trabalho conjunto pode sensibilizar o abrigo a não fazer
aproximações de pretendentes sem prévia discussão com os técnicos do
judiciário, bem como o esclarecimento junto a eles quanto ao funcionamento
do Cadastro de Pretendentes à Adoção.
132
133
PARTE II
29
Mais adiante trataremos da CEJAI, aqui cabe apenas sinalizar que ela centraliza as informações dos
pretendentes à adoção do estado de São Paulo e das crianças e adolescentes destituídas do poder
familiar.
134
A CEJAI encaminhará uma listagem e poderá ser frutífero que os
assistentes sociais e psicólogos da Vara entrem em contato telefônico com as
Varas responsáveis pela habilitação dos pretendentes no sentido de conhecer
e discutir um pouco o caso com aqueles que atuaram na sua habilitação,
obtendo aprofundamento dos dados sobre eles, inclusive se já houve
aproximações com outra criança, dificuldades, superações, detalhes, etc..
Cabe ressaltar que, após está consulta, será importante que os
elementos colhidos sejam objeto de discussão interdisciplinar com vistas a
buscar identificar quem melhor poderá atender às necessidades específicas
de cada criança/adolescente ou do grupo de irmãos que estiver em questão.
Essa discussão deverá resultar em um relatório, o qual será incluído
no processo, de forma a levar a conhecimento à autoridade judiciária.
Não encontrando pretendente na listagem encaminhada poderá ser
solicitada outra listagem a CEJAI, que enviará a seqüência dos inscritos até
esgotados todos aqueles do Estado que atendam as características da
criança/adolescente.
No caso de não ser possível localizar pretendente inscrito residente
no estado de São Paulo na CEJAI, poderá o juiz do feito requerer à CEJAI o
envio de pretendentes internacionais habilitados a adotar a criança ou o grupo
de irmãos em questão.
135
Como já dissemos acima, muito provavelmente, a(s) criança(s) deve
estar abrigada(s), o que remete que os profissionais do abrigo estejam
acompanhando a busca por pretendente e já tenham iniciado um trabalho
com a(s) criança(s) de preparação, conforme sinalizado no item D deste
capítulo.
Os profissionais, no momento da entrevista com os pretendentes à
adoção, devem ter clareza das necessidades e peculiaridades da criança e
uma estimativa em relação à aproximação.
De acordo com as características da criança, esse será um período
mais longo ou não, ainda que isso possa ser alterado no percurso.
A entrevista com os pretendentes poderá ocorrer em separado com o
assistente social e psicólogo, ou conjunta. O importante é que se garanta a
discussão entre as áreas, visando melhor compreender aqueles que
pretendem adotar, sobretudo, no momento, os aspectos relacionados à
disponibilidade para esperar o tempo da criança(s).
Havendo uma coerência entre pretendente e a necessidade de quem
irá ser adotado, os profissionais devem orientar em relação à situação da
criança, inclusive, quanto à aproximação e fornecer encaminhamento para
que possam entrar na instituição, onde a criança estiver. Tudo isso após já ter
travado conversações com a equipe do abrigo.
Considera-se conveniente que a criança fique no ambiente onde ela
sinta-se mais protegida, normalmente no abrigo. Assim, a aproximação com
os pretendentes deve ocorrer em um campo que seja o do adotado.
Os profissionais do abrigo serão comunicados da ida do(s)
pretendente(s) ao abrigo e devem viabilizar o contato com a criança(s), - a
forma como se procederá, e a aproximação deve ter sido motivo de reflexão
das equipes, pois há de se respeitar a história e as características para que
se verifique a melhor opção para aquela criança.
Os profissionais do abrigo fornecerão elementos de como vai
evoluindo a aproximação da criança e o momento de pensar em sua saída
seja para estar com ela em um final de semana ou com a guarda já com
vistas à adoção.
Enfim, os abrigos constituem-se em importantes parceiros para o
sucesso da adoção de uma criança ou adolescente que exige um tempo
maior para aproximar-se.
136
Algumas crianças e ou adolescentes não exigirão um tempo maior
para aproximação, e, com isso, o(s) pretendente(s) podem, ao ingressar com
o pedido de adoção, obter a guarda.
Isso está diretamente relacionado à idade da criança e ao seu
histórico de vida, o que remete à necessidade de se avaliar a situação da
criança/adolescente para que se tenha uma noção do tempo que poderá
demandar essa aproximação.
137
subgrupos, com o compromisso dos pais que os adotam (residentes na
mesma região) de manterem os vínculos e os contatos entre os irmãos,
depois de efetivada a adoção.
Tão logo a CEJAI encaminhe a resposta com as indicações, ela deve
ser encaminhada ao Setor Técnico para a consulta junto ao representante dos
organismos internacionais credenciados, cujo telefone de contato constará na
lista, devendo ser seguida a ordem apresentada.
Nesse contato é importante passar as informações quanto ao
histórico e características das crianças/adolescentes, que serão repassadas
aos pretendentes.
Apesar do(s) requerente(s) estar(em) habilitado(s), primeiramente em
seu país de origem e, em seguida pela Comissão Judiciária de Adoção
Internacional, será também da competência jurisdicional do Juiz da Infância e
da Juventude do domicílio da criança/adolescente deferir ou não a adoção.
A Equipe Técnica, formada por Serviço Social e Psicologia,
procederá um novo estudo, partindo das necessidades específicas de cada
criança/adolescente para a análise do dossiê elaborado no país estrangeiro,
pois o seu objetivo é avaliar se o (s) requerente (s) é (são) adequado(s) para
aquela determinada criança/adolescente sobre a qual estão solicitando
adoção.
Os organismos credenciados para a adoção internacional devem
fornecer dossiê com fotos e outras informações que facilitem o processo de
preparação aos técnicos.
Os setores técnicos deverão ter todas as informações referentes ao
acompanhamento da criança/adolescente aos quais serão fundamentais para
sua preparação para a adoção, bem como na elaboração de um dossiê sobre
sua história que pode ser de grande auxílio, durante o estágio de convivência
e em outros momentos do seu desenvolvimento para os adotantes e adotados
Cabe sublinhar, ainda, que uma vez acolhida a sugestão do
pretendente estrangeiro, deve-se dar acesso aos representantes a esse histórico
do caso para que eles tenham a oportunidade de preparar o pretendente em seu
país de origem, ao mesmo tempo em que as crianças/adolescentes serão
preparadas pelos técnicos da Vara e profissionais do abrigo.
Com relação à preparação da criança ou adolescente, entendemos
que esta deva ser realizada em conjunto pelos profissionais da Vara e do
Abrigo.
138
Há que se priorizar a troca e o diálogo entre estes profissionais e os
da organização que está intermediando, que foram os responsáveis pela
preparação do requerente, no país de origem.
Desta forma, considera-se importante que, tão logo determinado
judicialmente à colocação em família substituta estrangeira, o representante
no Brasil tenha permissão para ter acesso aos autos e à criança/adolescente
possa discutir com os técnicos responsáveis do caso a preparação dos
pretendentes ainda antes de sua viagem para o Brasil.
Quando o requerente já estiver instalado em solo brasileiro, será
convocado para uma entrevista preliminar com os Assistentes Sociais e
Psicólogos das Varas da Infância e da Juventude30, isso antes de entrar em
contato com a criança ou adolescente que vai adotar.
A finalidade dessa entrevista inicial é complementar a avaliação
efetivada através do dossiê e para transmitir as orientações necessárias,
objetivando prepará-los para o encontro com o adotado.
31
Nesse caso , pontuamos que o desabrigamento para início do
Estágio de Convivência no Brasil32 se dará com a maior brevidade possível,
respeitando-se o tempo da criança e movimento demonstrado para iniciar
este convívio.
O adotante e adotado(s) deverão ser acompanhados e avaliados
antes e após o desabrigamento pelos setores de serviço social e psicologia,
recomendando-se uma freqüência no mínimo semanal, quando serão
realizadas entrevistas ou outros procedimentos que se entendam
necessários.
No acompanhamento do estágio de convivência, utilizamos alguns
procedimentos técnicos tais como: entrevistas, observação da interação das
crianças/adolescentes com o(s) requerente(s), ou em grupo de irmãos.
Estas técnicas podem ser aplicadas no Fórum ou no local onde os
requerentes e a criança se encontram hospedadas.
Sinaliza-se que os testes psicológicos não são usualmente utilizados,
já que há a dificuldade do idioma e a presença do intérprete, fatores que
devem ser considerados na avaliação de todo o processo.
30
É imprescindível a participação do assistente social e do psicólogo. Caso o psicólogo esteja
apenas na sede da circunscrição deverá ser previsto e garantido agenda para realização de
entrevistas iniciais, acompanhamento, discussão interdisciplinar para garantir em curto
espaço de tempo, uma adequada avaliação.
31
Conforme discussão e indicações retiradas na Comissão de Acompanhamento das
Crianças e Adolescentes em situação de abrigamento.
32
O Estágio de convivência deve seguir o estabelecido no artigo 46 do ECA.
139
Essa fase tem a finalidade de acompanhar e de promover a
integração da criança junto aos adotantes e vice versa.
Nesse momento são interpretadas e trabalhadas as necessidades que
vão surgindo até que se defina se esta adoção será possível ou não, sendo
que alguns aspectos da adoção internacional não diferem da adoção por
brasileiros, uma vez que o que mobiliza um adulto a ter um filho que não foi
gerada por ele independe de nacionalidade.
Em alguns casos, infelizmente se faz um trabalho de
acompanhamento quando não ocorreu o entrosamento e adaptação entre
pais adotivos estrangeiros e adotandos, preparando as crianças e
adolescentes para o retorno ao abrigo, bem como, após esse retorno, a fim de
serem tomadas todas as medidas que possibilitem novas perspectivas para
que no futuro elas possam se integrar a uma nova estrutura familiar.
Decorrido o prazo mínimo do Estágio de Convivência, há a
necessidade do profissional da Psicologia e do Serviço Social avaliar essa
etapa, focando na identificação de aspectos positivos para o adotando (por
seu comportamento, jogos, brincadeiras, reações psicossomáticas, etc), bem
como para os adotantes (tanto por seu discurso traduzido pelos
representantes por meio de atitudes e comportamentos observados pelos
técnicos).
As análises desses dados deverão compor um relatório conclusivo do
ponto de vista psicológico e social.
Embora o prazo legal para o Estágio de Convivência pareça reduzido,
a legislação brasileira determina que sejam remetidos às Autoridades
Centrais, relatórios periódicos quanto à adaptação da família no país de
origem dos adotantes por dois anos, de modo que o vínculo com os
organismos internacionais ainda permanecerá, com a oferta de
acompanhamento técnico (psicológico e social) especializado, o que garante
um acompanhamento pós-adotivo na maioria dos casos suficiente e
satisfatório.
140
C - ADOÇÂO INTUITU PERSONAE
141
Pergunta-se: os pais teriam este direito de escolha? O que realmente motiva
esta escolha?
De modo geral, há críticas por parte dos setores técnicos com relação
à aceitação desta medida, principalmente, por interromper a ordem do
Cadastro (CPA), pois acreditam que este instrumento perde a credibilidade.
Ademais, ao se deixar de priorizar o CPA, deixa-se de cumprir uma de suas
principais funções, que é a de revestir de cuidados técnicos a avaliação das
famílias que receberão crianças pela via adotiva.
Ainda assim, cabe por fim ressaltar que, no caso do deferimento do
pedido de adoção, os profissionais devem seguir como nas demais situações
de adoção, ou seja, a avaliar, orientar e proceder o acompanhamento
psicossocial do estágio de convivência.
D - ADOÇÃO UNILATERAL
142
razões e o lugar ocupado pelo filho em suas representações sócio-
psicológicas.
Vale ainda pesquisar como esse genitor – ainda que desconhecido ou
ausente – está representado para a criança. É importante observar qual a
compreensão que a criança ou adolescente possui acerca do pedido e se
possui liberdade para discordar, caso não queira ser adotado.
Quando o genitor é ausente ou falecido, a situação apresenta
contornos ainda mais sutis, pois ele pode perder a sua descendência sem ter
como impedir que isto ocorra. Segundo Paiva (2004, p.80), para a criança, a
adoção nestes termos, pode representar o equivalente à morte ou à
destruição simbólica do genitor biológico.
A intervenção dos Setores Técnicos é a de avaliar os papéis
desempenhados na família, até então, assim como avaliar a criança e ou
adolescente procurando identificar:
• O vínculo e afinidade da criança ou adolescente com a pessoa
que assumiu este papel;
• A estabilidade da união dos requerentes;
• Seus sentimentos e tipo de relacionamento em relação ao pai /
mãe biológico;
• A representação da oficialização dessa adoção para cada um;
• A real motivação do (da) requerente;
• A disponibilidade interna da criança para reconhecer
psicologicamente o (a) adotante como pai ou mãe;
• Avaliação sobre a real motivação do(a) genitor(a) que abre mão
do poder familiar. Cabe esclarecer sobre as conseqüências da
medida;
• A compreensão que os avaliados possuem da medida que estão
solicitando.
O ECA prevê em seu artigo 42, parágrafo 1º, que não podem adotar
os ascendentes e os irmãos do adotado. Tios podem adotar, mas é preciso
verificar as motivações e o significado desta decisão no núcleo familiar e na
família extensa.
Com isso, não é incomum que tios pleiteiam a adoção de seus
sobrinhos. O que a primeira vista pode soar estranho deve ser melhor
compreendido, pois ocorrem situações em que desde bebês ou pequenos, os
tios passaram a assumir os cuidados de seus sobrinhos.
De modo geral, isso ocorre devido às dificuldades da mãe33, e, muitas
vezes, o que seria provisório foi se estendendo.
Entende-se que os assistentes sociais e psicólogos devem procurar
desvelar como os vínculos foram e estão estabelecidos, que lugar a mãe
biológica ocupa na vida da criança/adolescente, o desempenho de papeis na
família nuclear.
Os assistentes sociais devem atentar-se, além dos aspectos que
exige toda a adoção, como o processo socioeducativo foi estabelecido, os
parâmetros adotados, as relações estabelecidas com os eventuais filhos dos
requerentes (que também devem ser contemplados no estudo).
Deve-se buscar a visão dos diferentes atores sociais sobre essa
realidade inclusive pensar no que efetivamente irá mudar com a adoção, e,
com isso, entender a motivação e a perspectiva que move tal pedido.
33
De modo geral na realidade de Vara da Infância e Juventude o que se evidencia são as
mulheres, pois elas é que entregam os filhos, são elas que deixam com terceiros, muito mais
raro é ver essa situação envolvendo homens. Muitas vezes nem nos registros escritos fala-se
sobre quem é o pai da criança, que pode ter abandonado a mulher há muito tempo. Em
pesquisa realizada em processos arquivados de destituição do poder familiar referentes a
ações que tramitaram na capital, 76,6 % refere-se a destituição da mãe e 23,4% de pais. Para
saber mais, recomenda-se “Perda do Pátrio Poder: aproximações a um estudo
socioeconômico” ,Fávero et al, 2000.
144
No processo avaliativo considera-se que o psicólogo, além dos
aspectos que devem ser observados em relação à adoção, deverá se ater em
como a criança ou adolescente elaborou ou está elaborando o abandono
sofrido por alguém dotado de consanguinidade e identificar a construção
psíquica e afetivo-emocional, referente aos papéis parentais, que a criança
vem internalizando nesse tipo de convivência.
Em síntese, guardada as especificidades técnicas acima delineadas,
entende-se que os dados abaixo são importantes para se conhecer:
Em relação aos requerentes
• O vínculo e afinidade da criança ou adolescente;
• A estabilidade da união dos requerentes, quando casal;
• O que conhece e compreende sobre a história de vida da
criança/ adolescente e desde quando assumiu os cuidados;
• Seus sentimentos e tipo de relacionamento em relação ao pai /
mãe biológico;
• A representação da oficialização dessa adoção para cada um;
• A real motivação do (da) requerente.
Em relação à criança/adolescente
• Como entende o pedido formulado;
• Qual a percepção que tem de sua história;
• Como se efetivam suas relações familiares;
• Vínculo com a mãe e ou pais biológicos;
• A disponibilidade interna da criança para reconhecer
psicologicamente o (a) adotante como pai ou mãe.
Em relação à genitora
• Avaliação sobre a real motivação do(a) genitor(a) que abre mão
do poder familiar. Dependendo de como apresenta a situação,
cabe oferecer à genitora alternativas que possibilitem assumir
seu filho, bem como esclarecê-la sobre as conseqüências da
medida. É importante respeitar tais decisões.
• A compreensão que os avaliados possuem da medida que estão
solicitando.
145
Portanto, tem que se ter presente que benefício à adoção trará para a
criança ou adolescente e se haverá uma alteração significativa na
constelação familiar, verificando-se também dos direitos sucessórios.
Não há obstáculo legal na aceitação deste tipo de adoção, mas o
contato e a interferência com a família biológica podem ser um complicador
frente ao sentimento de insegurança que pode ocorrer, minando o sentimento
de pertencimento entre a família adotiva e a criança (Tribunal de Justiça de
Santa Catarina, 2001, p.76 ).
34
Expressão empregada para identificar pessoa que cuida de algumas crianças em sua própria casa,
mediante pagamento para que os pais possam trabalhar.
146
família? Essa vinculação entre as famílias gera complicações nas relações
familiares?
Portanto, com o cuidado que a adoção exige, o estudo social e
psicológico, respeitando as peculiaridades do caso, pode basear-se nos
aspectos elencados no Capítulo 4, Parte II, item C e no capítulo 5, Parte II
item C.
A avaliação psicossocial pode evidenciar que a medida pleiteada não
seja a mais adequada para a criança e/ou adolescente e, nesse sentido, os
profissionais não podem se eximir pelo compromisso ético assumido.
Também pode se evidenciar dificuldades no campo sócio-familia, em
assumir papéis satisfatoriamente, problemas que possam estar
comprometendo o desenvolvimento cognitivo emocional da criança e/ou
adolescente, enfim, situações que levem a sugerir que o caso seja
acompanhado na VIJ.
Tem-se a perspectiva de uma intervenção junto ao núcleo familiar e a
criança/adolescente, na tentativa de não submeter esses últimos a mais uma
perda.
147
existe a alternativa de serem integrados em separado. Nesse caso,
recomenda-se verificar se essas famílias se mostram abertas à continuidade
do contato entre os irmãos.
Esgotadas essas vias, a inserção do grupo de irmãos junto a
pretendentes estrangeiros também é uma possibilidade de garantia de direitos
à preservação dos vínculos fraternais dentro de uma família; assim a consulta
a CEJAI deve ser sempre realizada, com o fito de oferecer a este grupo o
direito à convivência familiar.
H - ADOÇÃO TARDIA
148
Dada esta realidade peculiar, os adotantes precisam ir além de
conhecê-la, mas ter uma abertura que possibilite o acolhimento e
compreensão das atitudes que o adotado possa vir apresentar, tendo como
desafio a superação deste estágio, pois as suas vivências anteriores poderão
predispor a ocorrência de atitudes que demandarão dos requerentes um
posicionamento firme e acolhedor.
Precisam ser pessoas que tenham potencial para lidar com situações
de stress, agressividades, tolerância à frustração, paciência, capacidade de
demonstrar em atitudes que aceita a criança como ela é, conseguindo
estabelecer uma relação de confiança e que possibilite, aos poucos, a
construção do vínculo familiar.
Lembrar que, como em todas as adoções, existe uma idealização de
ambas as partes, tanto do que seja um filho do que como uma família. Assim,
no início do estabelecimento da nova dinâmica familiar as expectativas nem
sempre serão correspondidas, merecendo esses aspectos serem trabalhados
durante o estágio de convivência.
Numa adoção tardia é o tempo que possibilitará a construção da
noção de sentimento de família, que nem sempre é vista, em decorrência de
seu histórico, como aquela que protege, agrega, apóia e dá valor, o que
predispõe o adotado a uma necessidade de aprendizagem de como agir
neste novo contexto.
É importante pontuar que o contexto institucional, em que a criança
viveu, apesar das modificações que se têm observado após o Estatuto da
Criança e do Adolescente, nem sempre disponibiliza as rotinas de um lar,
individualidade, como a liberdade, a autonomia, a privacidade, o estímulo, a
criatividade individual.
É comum, nessa situação, surgirem exigências mais rígidas com
relação a regras e horários, o que muitas vezes pode trazer uma certa
desorientação.
Nesse sentido, a preparação da criança, antes de sua inserção em
uma nova família, torna-se imprescindível, levando em conta seu histórico, os
vínculos que estabeleceu seus lutos, fantasias e frustrações, a abertura para
inserção em um novo contexto familiar. E, novamente pontuamos que o
acompanhamento do Estágio de Convivência pelas Seções Técnicas é
fundamental.
149
A participação em grupos de Apoio a Adoção destas famílias, tanto na
preparação como no decorrer do estágio de convivência, tem se mostrado
importante para a reflexão e a troca de expectativas e experiências,
auxiliando na elaboração do pedido formulado e na concretização da adoção
de maneira positiva.
I - ADOÇÃO INTER-RACIAL
150
No cotidiano das Varas da Infância e Juventude também se constata
que a maior parte dos requerentes manifesta o desejo de adotar uma criança
com características próximas das suas e acreditam que seja facilitada a
aceitação no ambiente em que vivem, havendo uma preocupação de que
sofram hostilidades e preconceitos sociais.
Nos estudos de Silveira (ibid, p. 98) identifica-se também que entre os
profissionais que atuam com casos de adoção os posicionamentos contrários
à inserção de crianças em famílias de etnias diferentes, muitas vezes, são
justificados pela preocupação com a rejeição e o preconceito racial.
A autora apontou a crença que a criança pode ser menos rejeitada se
for colocada em seu próprio grupo racial e afirma que este quadro se
configura em um pré-julgamento, necessitando de melhor fundamentação em
termos científicos. 35
Nas avaliações psicossociais, recomenda-se identificar qual o
significado interno para os adotantes do desejo de adotar uma criança de
outra etnia ou de querer uma criança com os mesmos caracteres físicos.
Outro aspecto a ser observado nos estudos sociais e psicológicos
realizados é o preparo dos interessados neste tipo de adoção para lidarem
com o contexto social em que estão inseridos, a abertura para aceitar e
conviver com as diferenças, a maturidade que revelam, características como
compreensão, paciência, perseverança, disponibilidade, flexibilidade, auto-
confiança.
Os julgamentos e valores aprendidos em suas vivências sociais
devem ser identificados no decorrer da avaliação, como traços de
personalidade positivos para enfrentar estas situações com segurança e bom
senso.
35
Sugerimos para aprofundamento da tema consultar Silveira, 2005.
151
2 - O ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA
153
• Percepção da família em relação às alterações com o ingresso
de novos membros;
• Como está se processando a nova dinâmica familiar;
• Dificuldades surgidas e como foram enfrentadas;
• Existência de preconceitos e como a família supera tais
questões com a criança;
• Inserção da criança/adolescente na família extensa e nos
grupos sociais que a família está integrada;
• Inclusão da criança/adolescente no ambiente escolar regular e
em outros cursos complementares;
• Como os adotantes lidam com a aceitação das diferenças do
adotado: no núcleo familiar, na família extensa e na
comunidade;
• Como estão se estabelecendo as relações parentais:
percepções quanto à aceitação, a dificuldade ou não em inserir
a criança enquanto novo membro da família extensa;
• Modificações na dinâmica do casal e ocorrência de crises
conjugais, ou com outros membros da família;
• Como os adotantes lidam com a saúde, hábitos e costumes do
adotando;
• Como os adotantes se colocam em relação às “birras” e
“manhas” e a colocação de limites;
• Como os adotantes lidam com a história de vida do adotando.
154
7. Percepção dos adotantes acerca de sua condição e preparo para
desempenhar o papel de pai e mãe;
8. Verbalizações da criança com relação ao seu passado e como o
adotante está lidando com esta situação, com a questão de contar
para terceiros e para a criança sobre sua condição de filho adotivo;
9. Como é concebida e será baseada a educação que pretendem
oferecer à criança/adolescente (fatores que consideram essenciais
para um bom convívio familiar no dia a dia);
10.Vocabulário: nível de compreensão e disponibilidade para
aprender;
11.Mundo escolar ;
12.Compreensão e concepção sobre a problemática da criança
carente e abandonada.
155
3 - CADASTRO DE PRETENDENTES À ADOÇÃO (CPA)
A - CPA: REGULAMENTAÇÃO
156
O pretendente à adoção deverá ser atendido pelo Setor Técnico da
Vara da Infância e da Juventude de seu domicílio ou, na impossibilidade, por
cartorário devidamente preparado para prestar todas as informações
necessárias ao processo de habilitação.
Os próprios requerentes preencherão requerimento em um modelo
padronizado, que será protocolado no cartório da infância e juventude,
acompanhado dos documentos necessários que constam no sub-item 45.3 do
Provimento da CGJ, de 05/2005.
Devidamente instruídos os autos, serão eles remetidos ao Setor
Técnico para agendamento das entrevistas por Assistentes Sociais e
Psicólogos, que deverão convocar o interessado por meio de ligação
telefônica. No prazo de 45 dias deverá ser apresentado parecer conclusivo a
respeito do pedido, ou, justificadamente ser solicitado novo prazo.
Salienta-se a importância de se estabelecer um fluxo de comunicação
e integração dos trabalhos realizados nas duas seções (Psicologia e Serviço
Social), pois as discussões contribuirão com as reflexões e análises tanto dos
profissionais como daqueles que pretendem adotar.
Deste modo, mesmo naquelas Comarcas, onde há apenas uma das
áreas dos Setores Técnicos, deve-se procurar garantir, dentro da
Circunscrição, um fluxo e rotina de trabalho que estabeleça a avaliação dos
pretendentes à adoção pelas duas Seções Técnicas, tanto no momento da
inscrição no Cadastro, como nas reavaliações a cada dois anos (Prov, CGJ
05/2005).
Após o deferimento da inscrição no CPA da Vara, o Diretor do
Cartório da Infância e Juventude deverá comunicar a CEJAI em 24 horas,
enviando a habilitação dos pretendentes com as respectivas planilhas
preenchidas com os dados colhidos durante as avaliações nos Setores
Técnicos.
Isso está regulamentado pelo Comunicado CEJAI 6/2006. Assim
como retornar o processo para o setor técnico para que sejam anotados os
dados do(s) pretendente(s) no Livro de Registro de Pessoas Interessadas na
Adoção (conforme tratado no capítulo 3 )
157
B - ALGUNS APONTAMENTOS PARA AVALIAÇÃO DOS PRETENDENTES
À ADOÇÃO POR PARTE DOS SETORES TÉCNICOS
1ª FASE:
158
Importante ressaltar que os requerentes também mencionam
aspectos relevantes sobre como entendem a situação dessa criança,
podendo trazer elementos que apontem certa abertura ou dificuldade quanto
a efetivação da adoção. E os profissionais devem estar atentos para
identificar os sinais apresentados pelos pretendentes seja de forma concreta,
seja de modo subjetivo.
Algumas Varas do Estado36 organizaram formas de trabalho com os
pretendentes à adoção com vistas a aprofundar, orientar e preparar, tanto
com atendimentos individuais como em grupos. A avaliação é positiva no que
tange à elaboração do projeto adotivo apresentando maior probabilidade de
encontro às necessidades da maioria das crianças e adolescentes que
aguardam uma família. Aqui sugerimos as principais atividades desenvolvidas
nos grupos:
• Orientações gerais (aspecto processual, documentação
necessária, realidade das crianças e adolescentes com situação definida para
a adoção, etc);
• Encaminhamentos específicos (psicoterapia, grupo de apoio à
adoção, etc);
• Indicação de bibliografia, filmes e páginas da Internet relacionados
com os temas da adoção;
• Intervenções que levem à reflexão e sensibilização quanto aos
temas relativos à adoção e realidade das crianças e adolescentes em
situação definida para a adoção;
• Participação junto à rede social com atuação e/ou colaboração
com grupos de apoio à adoção, organização de encontros e outras atividades
junto à comunidade e abrigos para esclarecimento quanto à realidade da
adoção.
36
Levantamento realizado pela CEJAI, no primeiro semestre de 2007.
159
2ª FASE:
160
discussão interprofissional são fundamentais para ultrapassar as dificuldades
inseridas no processo de avaliação do cadastro de adoção, na indicação de
famílias adotantes e na relação entre os avaliados e o profissional.37
É necessário conhecer os candidatos para identificar conceitos e
preconceitos, sentimentos, expectativas, receios que fazem parte de seu
universo pessoal e familiar, para que se sintam apoiados e esclarecidos em
sua decisão de virem a ser pais por adoção, bem como imaginar como irão
exercer a maternagem ou paternagem a que se dispõem.
Na análise dos pretendentes à adoção, busca-se saber se os
interessados apresentam condições globais para proporcionar o pleno
desenvolvimento de um ser em formação.
Entende-se que a esterilidade, sua negação ou elaboração é outro
aspecto que requer uma análise cuidadosa do seu significado, porque pode
influir negativamente e determinar o tipo de relação que os adotantes terão
com o adotado. No caso da adoção identificar se está sendo decorrente de
dificuldades em conceber um filho, ou devido a comprovada esterilidade e
como essas motivações são compreendidas e enfrentadas.
Sem dúvida uma postura investigativa poderá melhor compreender as
correlações que se pode fazer na idealização do filho desejado, segundo
Dolto (1981), estudiosa sobre o desenvolvimento emocional das crianças
lembra isso ao mencionar que;
[...]o ser humano, desde a sua vida pré-natal, já está marcado pela maneira
como é esperado, pelo que representa em seguida,pela sua existência real diante
das projeções inconscientes dos pais”. Por este motivo, é importante que os futuros
pais possam imaginar, pensar e falar o que esperam desse filho ou como gostariam
que ele fosse, modo pelo qual irão inserir a criança em seu curso desejante,
tomando-a como objeto do seu investimento libidinal. (Dolto, 1981, p.13).
37
Nunca é demais sinalizar que a troca de experiências entre os profissionais por meio de
grupos,debates e formação continuada, para o conhecimento de novas teorias, modelos e
técnicas oferecem o respaldo necessário e alternativas para evitar os vieses e a subjetividade
inerentes desta ação profissional.
161
Indagar como os pretendentes(s) pensam quanto à revelação é um
aspecto que é importante e deve ser abordado sem censura prévia. A
revelação, dentre outros significados e a importância que ela pode ter na
constituição da identidade, acabou por se tornar um consenso entre os
profissionais da área e autores em geral. Destacamos Hamad (2002, p. 117)
para ilustrar esta questão:
[...] é importante dar à criança os elementos de sua história para que ela
possa construir sua própria verdade. Tudo depende da forma como esses elementos
são manejados. Recomenda o autor que o conhecimento do fato de que é adotada
deve ser destilado no tempo e não tomar a forma de um discurso organizado
destinado a comunicar à criança a verdade.
(Hamad, 2002, p. 117)
162
- a análise da estabilidade afetiva do relacionamento conjugal e a
maturidade emocional dos avaliados, verificando se o ideal de
adoção é compartilhado mutuamente;
- observar se houve a elaboração da esterilidade e/ou luto, quando for
o caso;
- a pesquisa como vêem a adoção, casos na família, o que imaginam
sobre a família de origem da criança, o que pensam de uma criança
que é colocada em lar substituto;
- a aceitação dos familiares quanto ao projeto de adoção;
- identificar e refletir sobre a postura, conceitos e sentimentos do casal
ante a revelação da adoção;
- perceber fatores considerados positivos a pretensão de adotar:
reflexão, ponderação, abertura emocional e flexibilidade para receber
e aceitar integralmente uma criança;
- a observação de padrões rígidos de comportamento dos
pretendentes;
- disponibilidade para buscar orientações e ajuda externa.
38
Recomenda-se a consulta à literatura específica que trata da avaliação psicológica como
Anzieu,1984;
Cunha,2000; Ocampo,1981; Trinca,1984; Chabert,1998; Sousa, 1982, dentre outros.
163
- interação familiar e percepção dos papeis desempenhados por seus
cuidadores
♦ Constituição Familiar
164
♦ Disponibilidade para buscar orientações e ajuda externa.
165
CADASTRAMENTO DE PRETENDENTES A ADOÇÃO
Setor Técnico
Serviço Social ou Psicologia
Esclarecer os requerentes
sobre a sobre adoção
No cartório os requerentes
deverão preencher o requerimento
e entregar os documentos pessoais
O Cadastro dos
Pretendentes
deve ficar
arquivado em
cartório
Entrevista Social Devem ser
Avaliação reavaliados a
Psicológica cada 2 anos
Visita Domiciliar
Havendo criança
CASAL FOI CONSIDERADO APTO PARA em condição
ADOTAR ? de ser colocada em
Não Sim adoção e
respeitando
a ordem de
Juiz com base nos cadastramento o
Interessados interessado é
pareceres do Setor
Comunicar à orientados e
Técnico determina o chamado para
CEJAI os encaminhados para
Cadastramento conhecer a criança
Pretendentes trabalharem as
no CPA e a iniciar o
considerados questões que os estágio
comunicação
INAPTOS tornaram inaptos de convivência com
ao CEJAI
vistas a adoção
166
BIBLIOGRAFIA (referente ao capítulo 5)
167
CADERNOS DOS GRUPOS DE ESTUDOS – Serviço Social e de Psicologia
Judiciários, n.º02.São Paulo, Secretaria de Recursos Humanos, TJ/SP, 2005.
DINIZ, João Seabra. A Adoção: Notas Para Uma Visão Global.In: Abandono e
Adoção: Contribuições para Uma Cultura da Adoção II, Curitiba, Terre des
Hommes, Ano I, Nº 8, julho/89. Curitiba: Gráfica Vicentina,1994
168
FERREYRA, Martha Caselli de. A Adoção de Crianças Maiores. Fernando
Freire (org.), Abandono e Adoção - contribuições para uma cultura da adoção.
Curitiba, PR, Terre des Hommes, 1994.
169
MENDES, Marina. Atribuições da Psicologia nas medidas Protetivas –
Adoção, Guarda, Tutela, encaminhamento para família substituta e Abrigo. In:
apostila do XXI Curso de Iniciação Funcional Psicólogos Judiciários, TJ/SP,
SRH/ Núcleo de Apoio Profissional,São Paulo., 2006 (s.p)
RUFINO, Silvana da Silva. Nos elos de uma filiação multirracial: a adoção inter-
racial nos limiares da educação intercultural. Universidade Federal de Santa
Catarina,Centro Sócio-Econômico, Departamento de Serviço Social Programa de
Pós-Graduação em Serviço Social, 2003.
170
SCHETTINI FILHO, Luiz. Adoção, origem, Segredo, Revelação. Recife:
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política de manutenção do vínculo, in Família Brasileira a base de tudo, São
Paulo:Cortez, UNICEF,1994.
Sites:
172
GLOSSÁRIO
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