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Como ajudar as crianças na morte de seu mascote?

O maior benefício do animal de estimação para o ser humano,


e isso inclui crianças, é a companhia. Os animais de estimação
estão inseridos em uma categoria distinta de animais. Em função
do vínculo construído, o mascote pode ter importante papel como
auxilio afetivo no desenvolvimento do relacionamento interpessoal.
Essa relação se dá em especial com cães e gatos devido ao alto
grau de socialização que essas espécies têm com o ser humano,
interação que só foi possível depois de séculos de domesticação e
convívio.
No universo infantil, o animal de estimação pode ganhar o
título de melhor amigo e fiel confidente. O cão ou o gato não
deixam de ser agentes educativos pois com eles a criança pode
aprender a respeitar os limites do outro, brincar sem machucar,
permitir ao mascote horários de sono e refeição sem intervenções.
— Isso é bastante comum nos dias de hoje. As famílias têm
menos irmãos e com o animal de estimação a criança também
pode estabelecer uma relação de troca afetiva 
Como ajudar?
O luto pela perda do animal deve ser trabalhado em família. À
criança, Ana recomenda dizer tudo aquilo que é dito na perda de
um ente querido. “Se encerrou um ciclo, ficaram as memórias. Com
o tempo, a lembrança virá em forma de saudade, sem dor”,
aconselha a psicoterapeuta que não recomenda ser a morte do
animal um assunto proibido na casa.
— Deixem a criança falar, deixem chorar. E nessa hora
estejam junto dando afeto e compreensão.
Por outro lado, podem os pais estar com dificuldade em
elaborar seus próprios lutos. Às vezes a mãe vai consolar o filho e
acaba chorando com ele também.
— Se chorar, chorou. Não vale esconder. Pais também são
humanos e é bom os filhos começarem a entender isso — salienta
a profissional.
Como saber se precisa de ajuda profissional?
Ana Figueiró lembra que, devido a histórias pregressas, pode
ser muito difícil para uma pessoa suportar a perda do animal, mas
recomenda que a família se permita seis meses de tristeza. Porém,
alterações de sono, de apetite, dificuldade de concentração, baixo
rendimento escolar ou no trabalho, alterações de humor e até
doenças frequentes devem ser consideradas como consequência
de um luto mal elaborado.
— Quando algo sai do suportável, pode haver o surgimento
de sintomas e esse é o momento em que se deve procurar ajuda —
Veja algumas dicas:
– se permita elaborar o luto por seis meses, lembrando que
choro e tristeza, ao se lembrar do animal, são manifestações que
podem aparecer até dois anos depois da perda do mascote;
– não compre outro animal na semana seguinte. É necessário
encerrar um ciclo para dar início a outro. Para uma pessoa, o tempo
para se adquirir outro mascote pode ser de três meses enquanto
que para outra pode ser de um ano. O que importa é a família
entrar em consenso de qual o momento ideal para se ter outro
animal em casa;
– procure recolher os pertences do mascote espalhados pela
casa. Se a família estiver de acordo, pode deixar algum como
lembrança;
– fale da perda, dê liberdade para seu filho manifestar seus
sentimentos. É mais fácil para ele elaborar o luto.
– não tente ser super herói se você também está sofrendo.
Dor e sentimentos não se controlam e é bom seu filho entender que
você é humano como todo mundo.
E para quem refuga a ideia de ter mascotes para proteger o
filho de perdas futuras, é bom lembrar que ele não poderá ser
protegido o tempo todo. Cedo ou tarde, a criança terá perdas.
— Pode até ser interessante ela trabalhar primeiro a morte do
mascote. Não deixa de ser um ensaio para perda de
relacionamentos mais expressivos como pais e avós 

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