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ESTATÍSTICA DESCRITIVA

PROFª LUCIANE TEIXEIRA PASSOS GIAROLA

REPRESENTAÇÃO TABULAR
1 - Classificação de Variáveis

• Variável: característica da população a qual se deseja


estudar.

• Ao se observar uma população ou amostra, para cada


elemento associa-se o resultado dessa característica
(variável) chamado de realização da variável.

• A realização de uma variável pode ser uma qualidade/


atributo ou um número resultante de uma contagem ou
mensuração.
Nominal
sem ordenação
(região de procedência)
Qualitativa
(atributo) Ordinal
ordenação dos resultados
(escolaridade, classe social)

Variável
Discreta
conj. finito ou enumerável; contagem
(número de filhos)
Quantitativa
(contagem ou mensuração)

Contínua
Valores em um intervalo de números reais;
resultam de mensuração.

Figura: Classificação de variáveis. Fonte: Adaptado de Bussab & Morettin (2007)


Exemplo: Aspectos socioeconômicos dos 36 empregados da
seção de orçamentos da Companhia MB

no Estado Grau de no de Idade Região de Salário


civil instrução filhos (Anos) procedência (X salários
mínimos)
1 Solteiro Fundamental - 26 Interior 4,00
2 Casado Fundamental 1 32 Capital 4,56
3 Casado Fundamental 2 36 Capital 5,25
4 Solteiro Médio - 20 Outro 5,73
. . . . . . .
. . . . . . .
. . . . . . .
36 Casado Superior 3 42 Interior 23,30
Fonte: Adaptado de Bussab & Morettin (2007)
• variáveis quantitativas:

 discretas: número de filhos, número de carros,


número de equipamentos defeituosos.

contínuas: salário (expresso como fração do salário


mínimo), idade (medida em anos e meses), peso,
altura, tempo (de vida)/duração de um equipamento.
• variáveis qualitativas:

ordinal: grau de instrução, classe social, meses do


ano.

nominais: estado civil, região de procedência, sexo


(gênero), cor dos olhos, raça.
• O objetivo da estatística é descrever uma população
da forma mais fidedigna possível.

• sintetizar ao máximo a informação nele existente, a


fim de facilitar o manuseio, visualização, análise dos
dados e compreensão da “situação problema”.

• tabelas e gráficos: melhor visualização do problema


em questão, além de subsidiar trabalhos estatísticos
posteriores.
2. Distribuição de frequências

• Frequência: número de ocorrências das possíveis


realizações da variável.

• Pode ser registrado através de 5 tipos de freqüência:

Freqüência absoluta (ni) – Número de casos


ocorridos em cada categoria;
Freqüência relativa (fi) – Número de casos de uma
categoria em relação a todas as ocorrências
(proporção); úteis na comparação de resultados
de duas pesquisas distintas.
ni
fi =
n

Freqüência percentual(100fi) – é a freqüência


relativa multiplicada por cem (100); porcentagem.
• Freqüência acumulada(Ni) – é a soma da
frequência da categoria e de todas as categorias que
a antecedem; indica quantos elementos estão
abaixo de um certo valor.

 Porcentagem acumulada(100Fi) – é a soma da


freqüência percentual da categoria e de todas as
categorias que a antecedem; indica qual
porcentagem de elementos estão abaixo de um
certo valor.
Para Variável Qualitativa ou Quantitativa Discreta

Tabela: Distribuição de frequências dos 36 empregados


Título
da seção de orçamentos da Companhia MB, segundo a
região de procedência

Cabeçalho
Região de procedência ni fi 100 fi
Capital 11 0,306 30,6

Interior 12 0,333 33,3 Corpo

Outra 13 0,361 36,1

Total 36 1,000 100,0 Linha de totais

Fonte: Bussab e Morettin (2006)

Coluna indicadora
Tabela: Frequências e porcentagens dos empregados da
seção de orçamentos da Companhia MB, segundo o
número de filhos.
Nº de filhos (Zi) Frequência (ni) Porcentagem
(100fi)
0 04 20
1 05 25
2 07 35
3 03 15
5 01 05
Total 20 100

Fonte: Bussab e Morettin (2006)


Tabela: Frequências e Porcentagens dos 36 empregados da seção de
Orçamentos da Companhia MB segundo o Grau de Instrução.
Grau de Instrução Frequência (ni) Proporção (fi) Porcentagem (100fi)

Fundamental 12 0,3333 33,33


Médio 18 0,5000 50,00
Superior 6 0,1667 16,67
Total 36 1,0000 100,00
Fonte: Bussab e Morettin (2006)
Tabela: Frequências e porcentagens dos 2000 empregados da
Companhia MB, segundo o Grau de Instrução.
Grau de Instrução Frequência (ni) Porcentagem (100fi)
Fundamental 650 32,50
Médio 1020 51,00
Superior 330 16,50
Total 2000 100,00

Fonte: Bussab e Morettin (2006)


Para Variável Quantitativa Contínua

• não se tem definidas as categorias.


• Constroem-se faixas ou classes dentro das quais
os dados serão alocados (agrupados).
• As classes são intervalos, geralmente semi-abertos
à direita, de números reais.
Tabela: Frequências e Porcentagens dos 36 empregados da seção de orçamentos
da Companhia MB por faixas de salário de amplitudes 4 .

Classe de salários Frequência (ni) Frequência Porcentagem Porcentagem


Acumulada (Ni) (100fi) Acumulada
(100Fi)
4,00 |- 8,00 10 10 27,78 27,78

8,00 |-12,00 12 22 33,33 61,11

12,00 |- 16,00 8 30 22,22 83,33

16,00 |- 20,00 5 35 13,89 97,22

20,00 |- 24,00 1 36 2,78 100,00

Total 36 - 100,00 -
Fonte: Bussab e Morettin (2006)
Tabela: Frequências e Porcentagens dos 36 empregados da
seção de orçamentos da Companhia MB por faixas de salário de
amplitudes 2 .

Classe de Frequência (ni) Frequência Porcentagem


salários Acumulada (Ni) (100fi)
4,00 |- 6,00 4 4 11,11
6,00 |-8,00 6 10 16,67
8,00 |- 10,00 8 18 22,22
10,00 |- 12,00 4 22 11,11
12,00 |- 14,00 5 27 13,89
14,00 |- 16,00 3 30 8,33
16,00 |- 18,00 3 33 8,33
18,00 |- 20,00 2 35 5,56
20,00 |- 22,00 0 35 0
22,00 |- 24,00 1 36 2,78
Total 36 - 100,00
Fonte: Bussab e Morettin (2006)
Fonseca e Martins (1996) apresentam uma regra prática
descrita passo a passo a seguir:

— Passo 1 - Definir o número de classes (k):

 Em se tratando de uma população finita : 05 < k < 20.


 Em se tratando de amostra:
 Se o tamanho da amostra for menor que 100 ( n < 100): k ≈ n
 Se n≧100, k≧1+3,22logn

— Passo 2 – Calcular amplitude total dos dados(R);

R = xmáx – xmín
— Passo 3 – Calcular a amplitude de classe (c);
R
c =
k
Obs: Arredondar para cima, utilizando sempre o mesmo número de
casas decimais dos dados.

— Passo 4 – Encontrar os Limites das classes

 1ª Classe
 Limite Inferior (LI1 ) é menor valor observado no conjunto de
dados ou um valor um pouco inferior)
 Limite Superior = Limite inferior + amplitude de classe.
(LS1 = LI1+c)
 2ª Classe
LI2 = LS1 e LS2 = LI2 + c

 3a Classe
LI3 = LS2 e LS3 = LI3 + c, e assim por diante.

— Passo 5 – Contagem dos elementos pertencentes a cada


classe; (Freqüência absoluta)

— Passo 6 – Cálculo das freqüências relativas, percentuais e


acumuladas.
EXEMPLO:

Mediu-se a pluviosidade durante os últimos 30 anos em São


João del-Rei (dados hipotéticos). Os dados encontram-se na
Tabela abaixo. Com base nos dados brutos construa a
distribuição de freqüências para este caso.

Tabela : Índice de pluviosidade nos últimos 30 anos em São João del Rei.
15,2 14,6 27,9 24,9 20,0 43,5

23,4 17,8 26,9 30,8 19,9 36,8


25,1 42,0 35,2 15,6 25,5 29,7

30,1 30,1 22,1 24,4 28,7 35,0

28,0 25,3 31,8 31,0 28,3 13,5


• Passo 1 - Definir o número de classes (k):

População finita ⇒ escolher 05 < k < 20 ⇒ k = 6 classes

• Passo 2 – Calcular amplitude total dos dados(R);

R = xmáx – xmín = 43,5 – 13,5 = 30

• Passo 3 – Calcular a amplitude de classe (c);

R 30
c= = =5
k 6
• Passo 4 – Encontrar os Limites das classes

 1a Classe
LI1 = xmín = 13,5
LS1 = LI1+c = 13,5 + 5 =18,5

 2a Classe
LI2 = LS1= 18,5 e LS2 = LI2 + c = 18,5 + 5 = 23,5

 3a Classe
LI3 = LS2 = 23,5 e LS3 = LI3 + c = 23,5 + 5 = 28,5 , e assim por diante.

• Passo 5 – Cálculo da freqüência absoluta.


• Passo 6 – Cálculo das freqüências relativas, percentuais e
acumuladas.
Tabela - Distribuição de freqüências da pluviosidade anual para os
últimos 30 anos em SJDR.

Pluviosidade ni Ni fi 100 fi (%)

13,5 |- 18,5 5 5 0,167 16,7

18,5 |- 23,5 4 9 0,133 13,3

23,5 |- 28,5 9 18 0,300 30,0

28,5 |- 33,5 7 25 0,233 23,3

33,5 |- 38,5 3 28 0,100 10,0

38,5 |-| 43,5 2 30 0,067 6,3

Total 30 - 1,000 100,0


É possível, e às vezes necessário, construir classes de
amplitudes diferentes. Nesses casos, é importante considerar a
concentração de elementos por unidade da variável, isto é, a
densidade de frequência de cada classe. Para mais informações
sobre classes de amplitudes desiguais veja Morettin & Bussab,
2006.
REFERÊNCIAS

FONSECA, J. S.; MARTINS, G. A.; Curso de Estatística.


6ed, São Paulo: Atlas, 1996.

MORETTIN, P. A.; BUSSAB, W. O., Estatística Básica,


5.ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

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