Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 4
O término da sociedade conjugal, conforme previsão do artigo 1.571 do CC/02, pode ocorrer
em quatro situações: I – pela morte de um dos cônjuges; II – pela nulidade ou anulação do casamento;
III – pela separação judicial; IV – pelo divórcio.
Atenção: O término ocorre nessas quatro situações, mas a dissolução da sociedade conjugal
só pode ocorrer por duas: em caso de morte de um dos cônjuges ou no caso do divórcio.
Separação e Divórcio:
O divórcio poderá ocorrer de forma extrajudicial, quando será feito no cartório, com
obrigatoriedade da presença do advogado(a), de acordo com os requisitos da Resolução n. 35/2007
do CNJ. Ou, poderá ocorrer de forma judicial. O procedimento judicial do divórcio (ou da separação,
para aqueles que optarem por esse instituto), caberá somente aos cônjuges, e, no caso de incapacidade,
serão representados por curador, ascendente ou irmão, sendo que a ação deve seguir as normas
previstas no Código de Processo Civil.
A competência para a ação está prevista no artigo 53, inciso I do CPC: “I - para a ação de
divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de
domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; d) de domicílio da
vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
Maria da Penha).”
ATENÇÃO: O divórcio pode ser concedido sem que haja a prévia partilha de bens.
ATENÇÃO: O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos. E o novo
casamento de qualquer dos pais ou de ambos também não importará restrição a esses direitos e
deveres.
UNIÃO ESTÁVEL
É uma estrutura de convívio que, assim como o casamento, é fundada nos laços afetivos.
Nasce da consolidação do vínculo de convivência, do comprometimento mútuo, do entrelaçamento
de vidas e do embaralhar de patrimônios.
Os termos mais usados nos textos legais para identificar os sujeitos de uma união estável são
companheiros(as) (Lei nº 8.971/94) e conviventes (Lei nº 9.278/96). O Código Civil prefere o
vocábulo companheiro, mas usa também convivente.
ATENÇÃO: A partir do momento em que a união estável ganha status de entidade familiar, é
injustificável o uso da expressão sociedade de fato (vinculada a ideia de relação de concubinato,
adulterina, prevista no artigo 1.727 do CC/02), que deixa o campo do direito das famílias para
ingressar na esfera do direito das obrigações, mais especificamente, na área do direito societário.
Características: Conforme previsão do artigo 1.723 do CC/02, a união estável para ser reconhecida
deve possuir as seguintes características: convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com
o objetivo de constituição de família.
A lei, portanto, preocupa-se em identificar a relação pela presença de elementos de ordem
objetiva, ainda que o essencial seja a existência de vínculo de afetividade, ou seja, o desejo de
constituir família.
Atenção: Ainda que não exigido decurso de lapso temporal mínimo para a caracterização da
união estável, a relação não deve ser efêmera, circunstancial, mas sim prolongada no tempo,
residindo, nesse aspecto, a durabilidade e a continuidade do vínculo.
Deveres: Aos companheiros são estabelecidos deveres de lealdade, respeito e assistência, conforme
previsão do artigo 1.724 do Código Civil de 2002, enquanto no casamento os deveres são de
fidelidade recíproca, vida no domicílio conjugal e mútua assistência, conforme disposto no artigo
1.566 do Código Civil de 2002. Em comum há a obrigação de guarda, sustento e educação dos filhos.
União Estável putativa: ocorre quando um dos envolvidos estiver de boa-fé e desconhecer (ignorar)
as circunstâncias que impedem a caracterização da união estável, como, por exemplo, que o seu
companheiro já é casado.
Regime de bens: Na união estável, os conviventes têm a faculdade de firmar contrato de convivência,
estipulando o que quiserem. Se silenciarem quanto ao regime de bens, a escolha é feita pela lei: incide
o regime da comunhão parcial de bens.
Conversão em casamento: A Constituição recomenda que a lei facilite a conversão da união estável
em casamento, conforme previsão do artigo 226, parágrafo terceiro. Esse dispositivo constitucional
foi regulamentado pela Lei nº 9.278/96, que definiu a possibilidade da união estável ser convertida
em casamento mediante requerimento ao Oficial do Registro Civil da circunscrição de seu domicílio.
Porém, o artigo 1.726 do Código Civil de 2002 exige pedido judicial da conversão e assento no
registro civil, mas não revogou o texto constante na Lei n° 9.278/96, motivo pelo qual tem se aceitado
ambas as formas de conversão: administrativa e judicial.
Reconhecimento: O reconhecimento da União Estável pode ser realizado via cartório, de forma
extrajudicial, ou judicialmente. A ação de reconhecimento de união estável dispõe de carga
exclusivamente declaratória. Limita-se a sentença a reconhecer que a relação existe ou existiu,
fixando o seu termo inicial e final. É possível na mesma Ação ser realizado o reconhecimento e a
dissolução da união estável, com a partilha dos bens, bem como discussão sobre guarda dos filhos
menores, alimentos, visitas.
Não cabe qualquer questionamento a respeito de culpa, até porque tal questão não mais cabe
nem na dissolução do casamento, conforme Emenda Constitucional n° 66/2010. É indevida a tentativa
de imputação de responsabilidade pelo desenlace afetivo mesmo quando a ação envolve questão
alimentícia. Não cabe perquirir responsabilidades.
A competência para a ação está prevista no artigo 53, inciso I do CPC: “I - para a ação de
divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de
domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; d) de domicílio da
vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
Maria da Penha).”