Dos excluídos da sucessão
Art. 1814 até 1818, CC/02
“O herdeiro ou legatário poderá ser excluído do direito sucessório se praticar contra o “de cujus” atos considerados
ofensivos, ou seja, ato de indignidade.”
Critérios taxativamente elencados
ART. 1814, I, I , I I – CC
I- Que houverem sido autores, coautores ou participe de
homicídio doloso, ou tentativa deste, contra de cuja sucessão se
tratar, seu conjugue, companheiro, ascendente ou descendente;
➥ A indignidade não alcança o crime culposo e não é
necessário que ocorra a sentença absolutória propriamente dita,
mais que seja reconhecida a existência do fato ou da autoria, ou
do estado de necessidade, que afastam a aplicação da pena por
indignidade. Nestes casos não excluem o acusado da herança.
I - Que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da
herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu
conjugue ou companheiro;
➥ Neste caso somente alcança a exclusão se a ofensa ocorrer
em juízo criminal, com a condenação.
I I- Que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou
obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens
por ato de ultima vontade.
Da reabilitação do indigno
➥ O perdão deve ser feito por testamento ou ato autêntico
(declaração pública ou se particular, com reconhecimento de
firma por verdadeira e pessoal, firmado por escrivão).
➥ O perdão é irretratável e incondicional, podendo ser por via
expressa e solene ou mesmo de forma tácita., está ocorre nos
casos de mesmo sabendo da agressão o testador deixa para o
indigno ➔ este se beneficiará nos limites do que lhe foi deixado.
➥Testamento cerrado ou particular não se prestam para
reabilitação, nestes casos é nula a manifestação do “de cujus”.
Distinção entre indignidade e deserdação
Ambos possuem a finalidade de excluir alguém da
sucessão.
➥ Indignidade é expressamente conceituada em lei, atingindo,
inclusive herdeiros necessários, legatários ou testamentários
➥ Deserdação feita pelo testados para, punindo, afastar de sua
sucessão os herdeiros necessários, por motivo justo. Somente
com expressa declaração de causa pode a deserdação ser
ordenada em testamento
Cabe o herdeiro instituído, ou aquele no qual
estiver sendo deserdado provar a veracidade
da causa alegada pelo testador.
Observação:
O direito de provar a causa da deserdação
extingue-se no prazo de quatro anos, a contar
da data da abertura do testamento
Importante
Art. 1962 alem das causas menciolnadas no art. 1814, autorizam a
deserdação dos descendentes por seus ascendentes.
➥ Ofensa fisica
➥ Injúria graves
➥ Relações ilícitas com a madrasta ou com o padastro
➥ Desamparo do ascendente em alienação mental ou grave
enfermidade.
Procedimento para obtenção da exclusão
A exclusão do indigno depende da prestação jurisdicional,
reconhecendo-a por meio de procedimento de ação específica
intentada no prazo decadencial de 4 anos a contar da data de
abertura da sucessão, por quem tenha interesse na sucessão,
ou seja, os que venham se beneficiar com a ação.
➥ A exclusão do herdeiro será declarada em sentença.
➥ Caso o ofensor venha morrer no decorrer do processo,
antes da sentença, esta se extingue e a sucessão passa a seus
herdeiros normalmente, pois a indignidade não ultrapassa a
pessoa do ofensor, não podendo atingir seus sucessores.
 Dos efeitos da exclusão
Art. 1817, 1360
➥ Efeitos pessoas, não atingindo sucessores ou terceiros;
➥ Considerado morto para fins de sucessão
➥Obrigado a restituir os bens, frutos e rendimentos
decorrentes da herança, podendo perceber os gastos que
suportou com a administração e conservação dos bens.
➥ Os efeitos retroagem a data da sucessão aberta
➥Está impedido de usufruir, administrar ou mesmo ser
sucessor de herdeiro que recebeu a herança de que é
indigno;
➥ Os bens retirados do indigno são chamados de
erepticos;
➥ Não obstante a exclusão, as alienações onerosas de
bens, realizadas enquanto herdeiro aparente, aos terceiros
de boa-fé serão válidas.
Herança jacente e
herança vacante
Herança jacente
Art. 819 até 1823 - Art. 738 até 743
Herança jacente ocorre quando alguém falece não
deixando testamento, nem cônjuge sobrevivente e nem
parente conhecido para sucedê-lo.
É uma fase transitória em que aparecem herdeiros e se
inicia o inventário pelo espólio, caso contrário o declara-se
herança jacente. O juiz através de decisão simples
declarará a herança jacente, diante do não
comparecimento de herdeiros nomeará curador.
➥ A herança jacente ficará sob guarda, conservação e
administração de um curador (pessoa responsável pelos
bens) até a respectiva entrega ao sucessor legalmente
habilitado, ou até a declaração de vacância.
Herança vacante
Art. 1820 e 743
Ocorre quando a herança é devolvida para a fazenda
pública por se ter verificado não haver herdeiros que se
habilitassem no período da jacência.
Apos arrecadados os bens e feito o inventário o juiz
mandará publicar editais para localizar os herdeiros (todos
os legais). Se decorrido 1 ano da primeira publicação e não
aparecerem herdeiros a herança é declarada vacante..
➥ provisoriamente fica sob a guarda do Estado, e se por
5 anos não aparecerem herdeiros, os bens passarão ao
domínio do MP ou DF se localizados nas respectivas
circunstancias ➔ art. 1822 e 1824
➥ transitada em julgado a sentença que declarou a
vacância, o conjugue, os herdeiros e os credores só
poderão reclamar o seu direito por ação direta
.
Importante
Art. 739 – obrigações do curador
O juiz poderá autorizar a alienação:
ART. 742
De bens moveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa
Semoventes, quando não empregados na exploração de
depreciação de títulos e papeis de credito, havendo fundado
receio de depreciação
De ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não
dispuser a herança de dinheiro para o pagamento.
De bens imóveis
Dos bens dos ausentes
Art. 744 e 745
➥ Feito a arrecadação dos bens, o juiz mandará publicar editais
onde o mesmo permanecerá por 1 ano, reproduzido de 2 em
2 meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a
entrar na posse de seus bens. Finalizado o prazo:
➥Poderão os interessados requerer abertura da sucessão
provisória.
➥ O interessado, ao requerer a abertura da sucessão provisória,
pedirá a citação pessoal dos herdeiros presentes e do curador
e, por editais, a dos ausentes para requererem habilitação.
Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão
da sucessão provisória em definitiva.
Observação Regressando o ausente ou algum de seus
descendentes ou ascendentes para requerer ao juiz a entrega
de bens, serão citados para contestar o pedido os sucessores
provisórios ou definitivos, o MP e o representante da Fazenda
Pública, seguindo-se o procedimento comum.
Da petição de herança
Art. 1824 até 1828
Possui o intuito de resguardar direitos de herdeiros que por
algum motivo deixou de perceber sua parte na herança.
Pode o herdeiro reclamar parte, ou até mesmo, integralmente
a herança de quem a detenha.
➥ Art. 1825: a ação de petição de herança, ainda que exercida
por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens
hereditários
➥ Art. 17911: a herança defere-se como um todo unitário, ainda
que vários sejam os herdeiros
➥ Parágrafo único: até a partilha, o direito dos coerdeiros,
quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e
regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.
Dos efeitos da sentença do processo de
petição de herança
Sendo a sentença condenatória, o vencido que possuía
indevidamente a herança terá que devolver os bens a
quem de direito.
➥ Deve-se observar se a posse é de boa-fé ou má-fé
➥ Vale observar que a citação institui em mora o
possuidor, torna a coisa litigiosa, o juízo prevento e
interrompe a prescrição.
Dos bens em poder de terceiro
ART. 1827: O herdeiro pode demandar os bens da herança,
mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da
responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos
bens alienados.
Parágrafo único: são eficazes as alienações feitas, a titulo
oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé.
Das ações e prescrições
A petição de herança pode ser acumulada com
investigação de paternidade
A investigação de paternidade é imprescindível, no entanto
a reinvindicação da herança prescreve em 10 anos a contar
de sua abertura – art. 205
Do direito de
representação
Art. 1851 até 1856
Após abertura da sucessão, é deferida aos herdeiros mais
próximos, os legítimos diretos. Ocorre que se estes não
mais existirem, estiverem impedidos legalmente (indignos)
ou faticamente (ausentes), estes serão representados,
sempre em linha por descendência ➔ herança por estirpe
(linha). A finalidade dessa regra é amenizar o rigor do
conceito de que o herdeiro mais próximo exclui o mais
remoto.
Vocação hereditária direta Vocação hereditária indireta
Pai ➔ filho ➔ neto pai ➔ neto
Exemplo
O avô falece tendo 5 filhos, destes filhos 1 já morreu.
Os seus netos receberão sua parte por força de
representação ou estirpe.
SÃO REQUISISTOS DA REPRESENTAÇÃO:
➥ Que o representado tenha falecido antes do
representante, salvo em casos de ausência, indignidade e
deserdação
➥ Que o representante seja descendente do
representado
➥ Que o representante tenha legitimidade para receber a
herança
➥ Deve haver continuidade nos graus de descendência,
sem saltos de pessoas vivas
➥ Que reste no mínimo 1 filho do “de cujus” ou mesmo
na linha colateral, um irmão falecido, pois se assim não o
for, não ocorrerá representação (que necessita de 2 linhas
mais somente a herança) por estirpe (linha direta).
Observação
Art. 1840 na classe dos colaterais, os mais próximos
excluem os mais remotos, salvo o direito de representação
concedido aos filhos de irmãos.
➥Não a representação por sobrinhos-netos, se houver
somente 1 sobrinho vivo, este herdará tudo.
Art. 1811 ninguém pode suceder, representando herdeiro
renunciante. Se, porém, ele for o único legitimo de sua
classe, ou se todos os outros da mesma classe
renunciarem a herança, poderão os filhos vir a sucessão,
por direito próprio, e por cabeça.
Art. 1855 o quinhão o representado partilhar-se-á por igual
entre os representantes.
Art. 2009 quanto aos netos. Representando os seus pais,
sucederem aos avós, serão obrigados a trazer à colação,
ainda que não o hajam herdado, o que os pais teriam de
conferir.
➥ O renunciante à herança do pai poderá receber a do
seu avô por representação
➥Os netos, representando seus pais tem obrigação de
apresentar adiantamento de legitima (valores que os pais
recebem dos seus avós) para colocação de bens.
Do direito
testamentário
Quando uma pessoa morre sem deixar testamento ou
declaração de vontade, diz que surgem os herdeiros
legítimos necessários, que são a presunção da vontade do
falecido, que poderia testar e não o fez.
Deve der resguardado as partes legitimas da herança ➔
50%
O testamento constitui ato pelo qual o autor da herança
dispõe de seus bens para depois da morte e faz disposição
com valores econômicos ou não, podendo fazer como
exemplo:
➥ Reconhecimento de paternidade
➥ Nomeação de tutor para filhos menores
➥ Reabilitação de indigno
➥ Instituição e fundação
➥ Cláusulas restritivas
Portanto é válido o testamento que restringir-se somente
a disposição de caráter não patrimonial.
Das características
➥ Ato jurídico
➥ Personalíssimo
➥ Constituí ato jurídico especifico em ‘negócio jurídico”
unilateral que é revestido de todas as formalidades
essenciais a formação
➥ Ato solene
➥ Ato gratuito
➥É em regra, revogável, sendo nula qualquer clausula de
irrevogabilidade ➔ ainda assim a partes no testamento que
são irrevogáveis como o reconhecimento de paternidade.
Não se admite
Testamentos conjuntivos, feito por duas ou mais pessoas,
seja simultâneo, reciproco ou correspectivos
➥ As respectivas formas testamentárias não se admitem
em testamento uma vez que seriam imantadas por
características sucessórias e não testamentárias.
Prazo para impugnação
Art. 1859, 1860, 1861
O prazo para impugna o testamento é de 5 danos a
contar da data do seu registro, sendo o prazo
decadencial.
Da capacidade de testar
Art. 1860
Além dos incapazes (totalmente), não podem testar quem
não tiver o pleno discernimento de sua vontade.
Idade mínima 16 anos.
A incapacidade superveniente do testador não invalida o
testamento, nem mesmo o testamento feito por incapaz
que posteriormente, agora capaz o ratifique.
Das formas de testamento
Formas ordinárias: público cerrado e particular
Formas extraordinárias: marítimo, militar e aeronáutico
Formas ordinárias
Testamento público:
Art. 1864 ao 1867
➥ DEVE ser escrito por tabelião
➥ Lido em voz alta
➥ Assinado pelo testados, duas testemunhas e pelo
tabelião
➥ Se o testador/disponente for CEGO, além do tabelião
uma das testemunhas lerá o testamento em voz alta
➥ O disponente deve ter MEIOS DE EXPRESSÃO ➔ os
surdos-mudos não podem fazer declarações
testamentárias.
➥Os surdos (que não são mudos), os alfabetizados, e os
analfabetos poderão testar pois conseguem de uma forma
inteligível atestar a declaração ao tabelião de viva-voz.
 Testamento cerrado Testamento militar
Art. 1868 ao 1875 Art. 1893 ao 1896
➥ Escrito pelo testador ou por terceiro., a seu pedido Para os militares e demais pessoas a serviço das forças
➥ Será entregue ao tabelião perante duas testemunhas armadas
➥ Será valido se aprovado pelo mesmo ➥ Em campanha no brasil ou fora dele
➥ 2 a 3 testemunhas, se o testador não puder ou não
➥ O testador declara a todos ser aquele o seu testamento
souber assinar, eis que uma delas assinará pelo testador
➥ O tabelião lavra o auto de aprovação na presença das
➥ 3 formas ➔ público, cerrado e nuncupativo.
testemunhas e o assina juntamente com as mesmas e
➥ Pode per feito a punho do testador
com o testador, lacrando-o
➥ Caso o testador ser o de maior patente lá existente o
➥ Não podem utilizar esta forma de testamento aqueles que vier a substituí-lo fará o testamento
que não saibam ler ou escrever.
Do codicilo
Art., 1881 ao 1885
Testamento particular
➥ Ato de ultima vontade, destinado a disposição de
Art. 1876 ao 1880
pequenos valores. Serve para declarar sobre bens de
➥ Escrito de próprio punho, por datilografia ou por
pequenos valores;
digitação eletrônica
• Legados: de roupas e bens de uso pessoal.
➥ Necessita da presença de três testemunhas que devam
• Fazer disposições sobre seu enterro;
assina-lo em conjunto com o testador
➥ Se for digitado ou datilografado não poderá conter
• Deixar esmolas de pouca monta;
rasura • Reconhecer filho havido fora do casamento;
➥ Pode ser feito em língua estrangeira, desde que todas • Reabilitação de indigno;
as testemunhas a entendam/ compreendam com • Destinar verbas para o sufrágio de sua alma.
perfeição ➥ Não se exige maiores formalidades para sua validade
➥ O código prevê a possibilidade de testamento particular
sem testemunhas, desde que isso ocorra em
circunstâncias especiais, no entanto sua validade será
analisada a critério do juiz.

Formas especiais
Testamento marítimo e aeronáutico
Art. 1888 ao 1892
➥ É aplicável para pessoas que estão abordo de um navio
com bandeira nacional (de guerra ou mercante)
➥ Para as pessoas que estiverem a bordo da aeronave
militar ou comercial
➥ Testam perante o comandante ou pessoa por ele
designada
➥ Dever ser registrado no diário de bordo e entregue
pelo comandante a autoridade competente, mediante
recibo de entrega, assim que chegar em terra
➥ Forma que corresponda o testamento público ou
cerrado
➥ O testamento caduca se o testador não morrer na
viajem ou nos 90 dias subsequentes ao seu desembarque
em terra
➥ O testamento é nulo caso o disponente pudesse
desembarcar e atestar na forma ordinária ➥ um navio
atracado.