Ferramentas da Web 2.

0 no ensino peer to peer MECM – 2º Ano

Ferramentas da Web 2.0 no ensino peer to peer

As TIC criaram novos espaços de construção de conhecimento e o ciberespaço rompeu com a ideia de
tempo próprio ou limitado para a aprendizagem.

A aprendizagem é agora possível em qualquer lugar e está acessível a todos através das várias ferramentas
disponíveis na internet.

As Escolas e os professores têm de se preparar para os desafios da nova geração da internet – a Web 2.0 e
ambientes de aprendizagem de futuro, pois serão necessariamente abertos e flexíveis, interativos,
combinando diferentes modos e estilos de aprendizagem.

A Web 2.0 sendo semelhante a uma plataforma, “que disponibiliza um conjunto de ferramentas de
produção e partilha de conteúdos, tendencialmente gratuitas e fáceis de utilizar, em que publicar on-line
deixa de exigir a criação de páginas Web e saber alojá-las num servidor” 1, permite que o utilizador deixe de
ser “um mero consumidor de informação, para se tornar ele próprio produtor, ao disponibilizar os seus
próprios conteúdos ou acrescentando valor aos que encontra na rede”.

Os utilizadores da Web ao participarem, acrescentando conteúdos à rede e avaliando os que encontra

(ratting), passam também a integrar a estrutura da rede à medida que outros utilizadores descobrem os
seus conteúdos e se ligam a ele.

A rede de conexões permitida pela Web 2.0, transforma a Web numa espécie de cérebro gigante que
armazena inteligência coletiva, que se encontra em contínuo crescimento.

Por vezes surge a crítica de que se caminha para uma miscelânea de conteúdos sem qualidade, “devido à
ausência de dispositivos formais de avaliação de conteúdos”2. Contudo penso que tal não irá acontecer
pois, sendo observada e analisada por tanta gente, especialistas ou não, a qualidade irá sobressair e
minimizar a mediocridade.

As ferramentas da Web 2.0, sendo instrumentos eficazes para estratégias de aprendizagem baseadas na
construção do conhecimento, promovem o trabalho colaborativo de forma gratuita e tecnologicamente
pouco exigente. Esta rede de pessoas (e não de máquinas) proporciona às bibliotecas digitais um poderoso
meio de promoção da literacia da informação e de alargamento da sua base de competências e funções.

A facilidade em publicar conteúdos e em comentar os posts fez com que as redes sociais se
desenvolvessem online, realidades que muito têm contribuído para o desenvolvimento do espírito crítico e
aumento do nível de interação social online.

1
http://www.rbe.min-edu.pt/np4/511.html , consultado em 10-11-2010.
2
Ibidem.

1
Conceição Maria Assoreira Durão [Mestranda em MECM] – SEMINÁRIO I, 13-11-2010
Ferramentas da Web 2.0 no ensino peer to peer MECM – 2º Ano

“O Hi5, o MySpace, o Linkedin, o Facebook, o Ning, entre outros, facilitam e, de certo modo, estimulam o
processo de interacção social e de aprendizagem”3.

A escrita online e a facilidade com que hoje se escreve num blogue, grava um assunto no podcast ou
disponibiliza um filme no Youtube, estimula professores e alunos, levando a que “muitos dos alunos passam
a ser muito mais empenhados e responsáveis pelas suas publicações”4 .

Dificilmente hoje em dia o professor corre o risco de se esquecer de levar os materiais/recursos para a aula,
porque a um clique pode aceder aos seus favoritos no Delicious, aos seus textos disponibilizados no moodle
da sua escola, aos gráficos ou apresentações no Google Docs ou Dropbox, às suas imagens no Flickr ou no
Picasa, ou aos seus vídeos publicados no YouTube ou TeacherTube.

As ferramentas da Web 2.0 são classificadas por Clara Coutinho e João Junior (2007) 5 em duas categorias:

 Na primeira categoria – incluem-se as aplicações que só podem existir na Internet e cuja eficácia
aumenta com o número de utilizadores registados, p.ex.: Google Docs & Spreadsheets, Wikipédia,
del.icio.us, YouTube, Skype, …, Hi5, etc.
 Na segunda categoria – incluem-se as aplicações que podem funcionar offline, mas que também
podem trazer grandes vantagens se estiverem online: Picasa Fotos, Google Map, Mapquest, iTunes,
etc.

Num ambiente e-learning 2.0 os alunos são autónomos na aquisição de conhecimentos e, referindo Yadin &
Wageneder (2007), citado por BLEES & Rittberger (2009), podemos falar de e-learning 2.0 quando os
utilizadores aplicam ferramentas da Web 2.0, como wikis, blogs e RSS, em atividades de aprendizagem
colaborativa para produzir autonomamente os seus próprios conteúdos de aprendizagem e usá-los para os
seus próprios objetivos de aprendizagem6.

As fontes de informação e canais de comunicação dos chamados nativos digitais7 existem on-line, em
formato digitalizado.

As exigências da sociedade do conhecimento mudaram deste modo as metas da política de aprendizagem

educacional ao aumentar a procura dos meios e-alfabetização, em especial quando os instrumentos da web
social são implementados em cenários de aprendizagem.

Aprender numa abordagem conectivista requer ambientes de aprendizagem abertos que permitam
conexões e intercâmbios com outros parceiros de rede, construindo comunidades de aprendizagem entre
pares. As preferências de aprendizagem dos aprendentes de hoje são: em equipa/grupo, peer to peer;

3
CARVALHO, Ana Amélia. (2008). Manual de Ferramentas da Web 2.0 para professores. Ministério da Educação. DGIDC.
Consultado através http://www.crie.min-edu.pt/publico/web20/manual_web20-professores.pdf . 10-11-2010.
4
RICHARDSON, (2006), citado por Ana Amélia Carvalho, (2008). In Manual de Ferramentas da Web 2.0 para professores.
Ministério da Educação. DGIDC, p.8. Disponível em http://www.crie.min-edu.pt/publico/web20/manual_web20-professores.pdf .
10-11-2010.
5
COUTINHO, Clara & João Junior, (2007). Blog e Wiki: Os Futuros Professores e as Ferramentas da Web 2.0 (2007). Universidade
do Minho: Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Instituto de Educação e Psicologia, Braga. Acedido em
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7358/1/Com%20SIIE.pdf . 10-11-2010.
6
BLEES, Ingo & Marc Rittberger (2009). In “eLearning Papers: Web 2.0 Learning Environment: Concept, Implementation,
Evaluation”. German Institute for International Educational Research.Nº 15. ISSN 1887-154. Acedido através de
http://www.elearningeuropa.info/files/media/media19743.pdf .
7
Termo utilizado por Clara Ferrão in «SOS – sinto-me perdida na plataforma». Mudar práticas no Ensino Superior? Para quê? Até
onde?, para definir o estudante com capacidade para “manipular com facilidade o computador, navegar, sobrevoar as informações,
gostar do jogo, da competição, do lúdico, realizar múltiplas actividades (multi-tasking), passar com muita facilidade de emissor a
produtor de conteúdos, em blogues, em redes…a partilhar com os outros”.

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Conceição Maria Assoreira Durão [Mestranda em MECM] – SEMINÁRIO I, 13-11-2010
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requerem o compromisso e a experiência, visual e cinestésica, e têm de abordar coisas que interessam. E,
para que aprendizagem seja possível é necessário que, esta seja interativa e experiencial, se utilizem
estratégias de peer to peer, permita tirar partido de aplicações real-world, enfatize a literacia da
informação, fomente a reflexão, incorpore aprendizagem colaborativa, utilize oportunidades de
aprendizagem informal e crie oportunidades de síntese8.

A Web 2.0 acaba assim com a dependência dos meios físicos de armazenamento de dados e, através das
suas ferramentas, permite ambientes de ensino e de aprendizagem cooperativos, dinâmicos, mais eficazes
e duradouros, contribuindo deste modo para o desenvolvimento da inteligência colectiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLEES, Ingo & Marc Rittberger (2009). In “eLearning Papers: Web 2.0 Learning Environment: Concept,
Implementation, Evaluation”. German Institute for International Educational Research.Nº 15. ISSN 1887-
154. Acedido através de http://www.elearningeuropa.info/files/media/media19743.pdf .

CARVALHO, Ana Amélia. (2008). Manual de Ferramentas da Web 2.0 para professores. Ministério da
Educação. DGIDC. Consultado através http://www.crie.min-edu.pt/publico/web20/manual_web20-
professores.pdf . 10-11-2010.

SBROGIO, Renata.(s.d.). Web 2.0 na Educação. Teoria e prática na sala de aula. Consultado através do
http://v.calameo.com/2.0/cviewer.swf?bkcode=000226210572b178c0aea&langid=pt . 10-11-2010.

SBROGIO, Renata. (2010). Novas Tecnologias na Educação. 2ª edição. Consultado através do

http://v.calameo.com/2.0/cviewer.swf?bkcode=00022621087b7cfd7b988&langid=pt . 10-11-2010.

COUTINHO, Clara Pereira & João Batista Bottentuit Junior. (2007). A COMPLEXIDADE E OS MODOS DE
APRENDER NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO. Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do
Minho e Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Consultado através do
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6501/1/Afirse%202007%20Final.pdf . 10-11-2010.

COUTINHO, Clara & João Junior, (2007). Blog e Wiki: Os Futuros Professores e as Ferramentas da Web 2.0
(2007). Universidade do Minho: Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Instituto de
Educação e Psicologia, Braga. Acedido em
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7358/1/Com%20SIIE.pdf . 10-11-2010.

LOUREIRO, Ana & Teresa Bettencourt, (2010). XII Colóquio de Deontologia, ética e valores na educação –
Utopia e realidade 18-20. Ambientes Imersivos em Contextos de Aprendizagem – Abordagem
Conectivista. CIDTFF: Escola Superior de Educação de Santarém e Universidade de Aveiro. Consultado
através da apresentação disponibilizada em http://www.slideshare.net/accloureiro/ambientes-imersivos-
em-contextos-de-aprendizagem-abordagem-conectivista . 12-11-2010.

8
LOUREIRO, Ana & Teresa Bettencourt, (2010). XII Colóquio de Deontologia, ética e valores na educação – Utopia e realidade 18-
20. Ambientes Imersivos em Contextos de Aprendizagem – Abordagem Conectivista. CIDTFF: Escola Superior de Educação de
Santarém e Universidade de Aveiro. Consultado através da apresentação disponibilizada em
http://www.slideshare.net/accloureiro/ambientes-imersivos-em-contextos-de-aprendizagem-abordagem-conectivista . 12-11-
2010.

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Conceição Maria Assoreira Durão [Mestranda em MECM] – SEMINÁRIO I, 13-11-2010
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Vídeos consultados:

AcessaSP.(2007). Construindo a Web 2.0. Acedido através do Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=iCkkjA8T-Fs em 10-11-2010.

SIMÕES, Cristina; José Soares; Mónica Freitas; Sofia Silva & Vânia Rodrigues. (2008). Web 2.0 - um desafio
na educação? EducaX6. Acedido através do Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=jE6mo0KmDJo&feature=related

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