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Conferência 1.

3 – Parâmetros de desenho de Pavimentos

 Caracterização e Contagem do tráfego dimensionamento

Estudo de tráfego

De acordo com Peterlini (2006), (citando Fernandes Jr. 1994), as cargas repetidas aplicadas
pelos veículos rodoviários são a principal causa da deterioração dos pavimentos, que devem
periodicamente receber serviços de conservação, restauração ou mesmo reconstrução.

Uma análise da interação veículo-pavimento é dificultada pela heterogeniedade de tipo de


veículo, carga por eixo, freqüência e número de solicitações, número, tipo e localização dos
eixos, tipo de suspensão, tipo de rodagem, tipo e pressão de inflação dos pneus, velocidade
(tempo de aplicação da carga), ponto de aplicação de carga (variação lateral da trajetória dos
veículos) etc.

Além disto, outras causas também contribuem para a deterioração dos pavimentos tais como:
comportamento dos materiais constituintes das camadas, condições operacionais do tráfego,
fatores ambientais, etc. Na figura 1 está ilustrado o tráfego de Maputo.

Figura 1: Tráfego em Maputo – Fonte: www.macua.blogs.com/moambique_para_todos/2013/02/explosão-na


central-térmica-maputo-paralisada.html

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Parámetros do trânsito para o desenho de pavimento flexível.

Para previsão de trânsito e determinação da carga de tráfego a ser utilizada no cálculo da


capacidade estrutural do pavimento, é preciso determinar o Tráfego médio diário (TMDA) a
partir de dados levantados no campo. De acordo com o De Beer (1997), existem normalmente
cinco categorias de veículos, tal como indicado abaixo:

a) Categoria 1: Carro / pequenas pick-ups;


b) Categoria 2: veículos ligeiros de mercadorias (incluindo 4x4, painéis vans e mini-ônibus);
c) Categoria 3: camiões leves, incluindo ônibus (2 eixos);
d) Categoria 4: Camiões médios (2-3) e eixos;
e) Categoria 5: Camiões pesados (4 e mais eixos).

De acordo com padrões de dimensionamento da SATCC, apenas as categorias 3, 4 e 5 são


utilizados e das categorias 1 e 2 são excluídos devido ao seu pequeno impacto sobre danos
pavimento.

Para o desenho de pavimentos é necessário conhecer a composição, a estatística e projecção de


tráfico.

a) Composição
A norma estabelece que o peso bruto máximo total por veículo deve ser menor que 48000Kg. A
tabela 1, mostra o peso máximo e quantidade de eixos de acordó a AASHTO.

Tabela 1. Tipo de eixo e peso máximo segundo AASHTO

EIXOS PNEUS KILOGRAMOS


Simple 2 6.000
Simple 4 11.000
Duplo (Tandem) 6 15.000
Duplo (Tandem) 8 18.000
Duplo (no Tandem) 8 16.000
Triplo (Tridem) 10 23.000
Triplo (Tridem) 12 25.000

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Os diferentes tipos de camiões que se adopte para o cálculo dependerão do espectro de carga da
estrada em particular.

Tabela 2. Dimensões e carga segundo a AASHTO

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Segundo a norma cubana o valor da tara e cargamáximo determina-se de acordo ao
banco de dados que se mostra a seguir:

Tabela No 3. Dimensões e carga segundo norma cubana

O peso total calculado em cada camião de amostra, se compõe em carga por eixo, considerando
as percentagens por eixo do peso total e os tipos de eixos que se mostram a seguir.

Tabela No 4. Carga por eixo


Vehículos simples
Tipos de ejes y numero % cargas por ejes
Silueta No.
Simples Tandem Tridem 1s 2s T Tri
1 2 35 65
Vehículos de 2
2 1 1 25 75
ejes
3 1 1 20 80

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Tabela 5
Vehículos articulados
Tipos de ejes y numero % cargas por ejes
Silueta No.
Simples Tandem Tridem 1s 2s 3s 1t 2t Tri
4 3 20 40 40
5 2 1 15 30 55
Vehículos de
6 1 2 14 43 43
3 ejes
7 1 1 1 12 38 50
8 2 1 15 25 60

Tabela 6
Camiones con remolque
Tipos de ejes % cargas por ejes
Silueta No. Veh. Tractor Veh. Traccionado
Simples Tandem
1s 2s 1t 2t 1s 2s 1t 2t
9 4 35 65 50 50
Vehículos de
10 3 1 25 75 50 50
4 ejes
11 2 2 25 75 30 70

Exemplo: Seja um camião como o que se ilustra. Tem por tanto um eixo simples com roda
simples e um eixo tandem de rodas duplos, pelo que se distribui de forma de forma, 25 e 75% do
peso total. Por tanto:

a) Estatística

 Está baseado no conteo do tráfico.


 tráfico que receberá a estrada pode ser: tráfico derivado ou tráfico induzido.

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c) Projecção do tráfico

A taxa de crescimento para o tráfico pode-se determinar segundo:


 Crescimento populacional.
 Crescimento Bruto Interno.
 Produto Bruto Interno Per-Capital por habitante

Carga do Tráfego de dimensionamento

Diogo (2007) citou que as metodologias de desenho e padrões da SATCC (1998), que tomam em
consideração o carregamento de tráfego como um factor muito importante nos dimensionamento
de pavimentos definem que o tráfego total equivalente ao eixo padrão de 80 kN para uma direção
é calculado a partir de uma estimativa do tráfego médio diário anual (TMDA) numa via, no
período de abertura da nova estrada ao tráfego, projetado a uma taxa de crescimento
seleccionada e acumulado para o tráfego total no período de desenho.

As equações utilizadas, são a equação 1, para cálculo do tráfego cumulativo (Ty), e equação 2
para o factor de crescimento (Gf). Mais detalhes completos relativos aos processes e factores
envolvidos podem ser obtidos no RN31 ou TRH4.

Ty  T  365  GF  EF
(1)

y
[1  0.01* i]  1
Gf 
0.01* i (2)
Onde:
T Tráfego médio diário (TMDA);
EF Factor de equivalência;
T y  Tráfefo futuro
G f  Factor de crescimento de tráfego.
y  Período de desenho, em anos.
i Taxa de crescimento de tráfego em%. As taxas de crescimentos normalmente variam
entre 2 a 15 por cento ao ano.

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Factor de equivalência de cargas (EF)

O conceito de equivalência de cargas surge da simples observação dos estudos desenvolvidos


pela pista experimental da AASHO, cujos ensaios de campo duraram 25 meses (Novembro/1958
a Dezembro/1960), que em estruturas idênticas de pavimentos, os efeitos destrutivos ocasionados
ao longo do tempo por veículos diferentes são desiguais, emergindo então a necessidade de um
critério comparativo entre os efeitos destrutivos das passagens dos veículos.

Peterlini (2006), (citando Yoder e Witczak 1975), indicou que os Fatores de Equivalência de
Cargas (EF) definem o dano causado pela passagem de um veículo qualquer, para um tipo
específico de pavimento, em relação ao dano causado pela passagem de um veículo,
arbitrariamente tomado como padrão, para um mesmo tipo de pavimento considerado.Foi
definido um eixo padrão que é um eixo simples com rodado duplo com carga de 18.000 lbs
(8,2tf) com pressão de inflação de pneus de 80 psi (5,6 kg/cm). Pode-se relacionar cada tipo de
eixo ou conjunto de eixos ao eixo padrão através do EF, conforme a equação 3.

n
 P
EF   
 80  (3)

Expoente n, que representa desgaste do dano relativo do veícvulo sobre o pavimento conforme a
combinação dos materiais base/subbase.

Tabela 7: Recommended relative damage exponents, n

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Factores de equivalências para diferentes grupos de cargas dos eixos em ESAs, estão
apresentados na Tabela 8.

Table 8: Load equivalency factors for different axle load groups, in ESAs

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Para o caso de n = 4, os respectivos factores de equivalências estão apresentados na 9.

Tabela 9:

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