Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.

com

PESQUISA BÁSICA - TECNOLOGIA

Impacto do conservador Rodrigo Dantas Pereira, DDS,

MSc, PhD,*
Graziela Bianchi Leoni, DDS,
Cavidades endodônticas na MSc, PhD,†
Yara Teresinha Silva-Sousa,
preparação do canal radicular e DDS, MSc, PhD,†
Erica Alves Gomes, DDS, MSc,
Comportamento biomecânico de pré- PhD,† Tatiane Rocco Dias, DDS,
MSc,† Manoel Brito-Ju -nior,
molares superiores restaurados com DDS, MSc, PhD,‡ e
Manoel Damia
~ o Sousa-Neto,
diferentes materiais DDS, MSc, PhD*

RESUMO
SIGNIFICADO
Introdução: O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto das cavidades endodônticas conservadoras
(CECs) no preparo do canal radicular, restauração e comportamento biomecânico de dentes preparados Os CECs afetaram negativamente a
com diferentes sistemas de modelagem e materiais restauradores.Métodos: Noventa pré-molares capacidade de centralização dos
superiores com uma raiz bifurcada foram combinados com base na morfologia e atribuídos canais e resultaram em material de
aleatoriamente a um grupo de controle (n 5 10) ou 1 dos seguintes grupos experimentais (n 5 40): enchimento residual na câmara
cavidade endodôntica tradicional e CEC. Os dentes foram subdivididos de acordo com a instrumentação ( pulpar e em maior porcentagem de
n 5 10) da seguinte forma: ProTaper Universal (Dentsply Maillefer, Ballaigues, Suíça), Reciproc (VDW vazios na restauração.
GmbH, Munique, Alemanha), Reciproc Blue (VDW GmbH) e Hyflex EDM (Coltene / Whaledent, Altst€uma No entanto, os CECs não
tten, Suíça). Após a obturação do canal, os dentes foram restaurados com material temporário, compósito influenciaram o comportamento
convencional, compósito bulk fill regular ou bulk fill flow combinado com compósito convencional. Antes e biomecânico dos dentes
depois do preparo e após a obturação, os dentes foram escaneados por meio de imagem micro- restaurados. Memória controlada
tomográfica computadorizada. Foram avaliados o transporte do canal (CT), a porcentagem de superfícies os instrumentos são os mais
do canal intocadas (UCSs), espaços vazios na restauração (VRs) e material de preenchimento residual na adequados para o preparo do
câmara pulpar. A análise de elementos finitos, a resistência à fratura e o padrão de falha foram canal radicular de CECs.
registrados. Os dados foram analisados por meio da análise de variância e dos testes de Tukey e qui-
quadrado.Resultados: CECs tiveram maior CT, porcentagem de material de obturação e VRs em
comparação com cavidades endodônticas tradicionais (P,.0001). Os maiores CT e UCSs foram observados
no CEC com ProTaper Universal. O fluxo de preenchimento a granel combinado com o compósito
convencional mostrou uma porcentagem menor de VRs em comparação com outros materiais
restauradores (P,.05). A análise de elementos finitos, resistência à fratura e padrão de falha revelaram
Do * Departamento de Odontologia Restauradora
comportamentos semelhantes em todos os grupos(P.05). Conclusões: CECs tiveram um impacto negativo
da Faculdade de Odontologia de Ribeir ~ ao Preto
na centralização do canal radicular, UCSs, limpeza da câmara pulpar e porcentagem de VRs. Os da Universidade de Sá ~ o Paulo, Ribeira~ o
instrumentos de memória controlada foram os mais adequados para o preparo do canal radicular dos Preto, Sá~ o Paulo, Brasil; †Faculdade de
~ o Preto,
Odontologia da Universidade da Ribeira
CECs. A cavidade endodôntica não influenciou o comportamento biomecânico dos dentes restaurados. (J
Ribeir ~ ao Preto, Sá~ o Paulo, Brasil; e
Endod 2021; 47: 989–999.) ‡Departamento de Odontologia, Universidade
Estadual de Montes Claros, Montes Claros, Minas
Gerais, Brasil
PALAVRAS-CHAVE
Encaminhar pedidos de reimpressões ao Dr. Manoel
Restaurações de compósitos; cavidade endodôntica conservadora; resistência à fratura; tomografia Dami ~ ao Sousa-Neto, Departamento de
microcomputada; pré-molares; cavidade endodôntica tradicional Odontologia Restauradora, Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, Rua Ce -lia de Oliveira Meirelles
A literatura é controversa em relação ao uso de cavidades endodônticas conservadoras (CECs) para aumentar a 350, 14024-070 Ribeira~ o Preto, SP,
Brasil.
resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente (TET), sendo poucos os estudos que avaliam o impacto
Endereço de e-mail: sousanet@forp.usp.br
dessa cavidade no preparo do canal radicular1,2. Com relação ao preparo do canal radicular, alguns estudos têm
0099-2399 / $ - ver matéria inicial
demonstrado que os CECs produzem resultados semelhantes aos observados com as cavidades endodônticas
Copyright © 2021 American Association of
tradicionais (TECs) em relação à porcentagem de superfícies do canal intocadas (UCSs).1-3, tecido pulpar residual
Endodontists.
no canal radicular e istmo4, mudanças na área de superfície e volume5, e transporte de canal radicular6,7. No https://doi.org/10.1016/
entanto, estudos observaram uma maior quantidade de UCSs2 e maior transporte apical na parte inferior j.joen.2021.03.009

JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021 Preparação do canal radicular e comportamento biomecânico após CECs 989
Molares.5 Vale ressaltar que estudos que avaliaram
a influência dos CECs no preparo biomecânico
utilizaram separadamente: instrumentos rotativos
com memória controlada4,5, instrumentos
alternativos com liga M-Wire2-6, ou instrumentos
alternativos com liga de memória controlada8,9.
Além disso, não há estudos que compararam o
desempenho de diferentes designs de limas no
preparo do canal radicular em dentes com CECs.
Em relação à resistência à fratura dos dentes,
Krishan et al2 não observaram diferença entre TECs e
CECs em dentes anteriores não restaurados. No
entanto, estudos relataram resultados discutíveis para
dentes posteriores. Embora alguns estudos tenham
observado resultados semelhantes entre TECs e CECs1,
8,10, outros têm
demonstrou maior resistência à fratura em
CECs2–11.
A restauração direta do ETT com resinas
compostas promove reforço interno da estrutura
dentária, resultando em um aumento da
resistência à fratura devido à redução da deflexão
da cúspide12. Isso torna o comportamento
biomecânico dos dentes restaurados semelhante
ao dos dentes sadios13. No entanto, resinas
compostas convencionais (CCRs) sofrem contração
de polimerização14, que causa tensões na interface
adesiva e na estrutura dentária, lacunas na
interface dente / restauração, rachaduras
microscópicas na estrutura dentária, deformação
da cúspide e cárie secundária12-15. A fim de evitar
as limitações dos CCRs, foram desenvolvidas
resinas compostas de bulk fill (BFRs)15. Os BFRs
estão disponíveis com baixa ou alta viscosidade, e
esses materiais apresentam uma quantidade
maior de partículas carregadas do que os CCRs,
aumentando sua resistência à abrasão e
microdureza e reduzindo
contração de polimerização15. Como as pequenas
dimensões dos CECs tornam difícil realizar uma
técnica incremental adequada, os BFRs podem
melhorar a longevidade da restauração dessas
cavidades.
Assim, considerando a influência da cavidade
endodôntica no tratamento do canal radicular, do
acesso à restauração dos dentes, o objetivo deste
estudo foi avaliar o impacto dos CECs no preparo do
canal radicular utilizando diferentes desenhos de limas
e na resistência à fratura combinada com a
comportamento biomecânico de cavidades restauradas
com diferentes materiais restauradores em pré-
molares superiores por meio de metodologias não
destrutivas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Seleção de Amostra
O cálculo da amostragem para o presente estudo foi
determinado usando testes F e testes estatísticos de
análise de variância (ANOVA) para efeitos fixos,
especiais, principais e de interação usando
990 Pereira et al.
Software G * Power, versão 3.1.9.2 (Heinrich
Heine University, Du €sseldorf, Alemanha). o
os parâmetros fixos eram do tipo de erro uma 5
0,05, poder estatístico b 5 0,8, graus de liberdade
do numerador 5 3 e número de grupos 5 5. Com
base em estudos anteriores, o tamanho do efeito
foi definido como segue: 0,50 para a porcentagem
de UCSs no canal radicular1,2,6, 0,40 para vazios na
restauração (VRs),16 e 0,60 para resistência à
fratura1,2,6. O tamanho mínimo estimado da
amostra foi de 7 para a porcentagem de UCSs no
canal radicular, 5 para VRs e 10 para resistência à
fratura. Um tamanho de amostra de 10 espécimes
(n 5 10) foi escolhido para cada grupo. Após
aprovação do comitê de ética (aprovação nº
2017.1.293.56.5), foram obtidos pré-molares
superiores com coroa sadia, 2 raízes retas com
ápices totalmente formados e bifurcação radicular
do terço cervical ou médio. Os dentes foram
escaneados usando um dispositivo de micro
tomografia computadorizada (micro-CT) (modelo
1174; SkyScan, Kontich, Bélgica) operando a 50 kV,
276 mA, uma resolução isotrópica de 26,7mm, e
rotação de 180- no eixo vertical com etapas de
rotação de 1- usando um filtro de alumínio de 0,5
mm.
As imagens foram reconstruídas usando
o software NRecon v.1.6.6.0 (Bruker microCT,
Kontich, Bélgica). Então, CTAn v.1.17.7.21
software (Bruker microCT) foi usado para
determinar o comprimento e volume da coroa
e raízes e dados tridimensionais (3D) de volume
(mm3), área de superfície (mm2), e o índice do
modelo de estrutura dos canais radiculares. Os
modelos 3D foram obtidos a fim de selecionar
dentes com 2 canais independentes da câmara
pulpar ao forame (tipo Vertucci
4). Inicialmente, os dentes foram combinados com
base na morfologia semelhante da raiz e da coroa
e atribuídos aleatoriamente ao grupo de controle
(dentes sadios / controle negativo) (n 5 10) ou 1
dos seguintes grupos experimentais: TECs (n5 40) e
CECs (n 5 40). Posteriormente, os dados 3D dos
canais radiculares foram usados para uma
segunda randomização para dividir ainda mais os
grupos TEC e CEC em 4 subgrupos (n 5
10) de acordo com o sistema de
instrumentação utilizado: ProTaper Universal
(PTU; Dentsply Maillefer, Ballaigues, Suíça),
Reciproc (RC; VDW GmbH, Munique,
Alemanha), Reciproc Blue (RCB; VDW GmbH) e
Hyflex EDM (HEDM; Coltene / Whaledent, Altst
uma €tten, Suíça). A homogeneidade dos aspectos
morfológicos intergrupos foi verificada usando um
teste ANOVA de 1 via(P.05) e um teste ANOVA de 2
fatores (P. .05), respectivamente. Ambas as
randomizações foram realizadas com o software
SPSS (SPSS, Inc, Chicago, IL). Todos os
procedimentos experimentais foram realizados por
um único operador com experiência clínica
utilizando um microscópio cirúrgico DM Plus IB
(Opto Eletrônica, S ~ ao
Carlos, SP, Brasil) com 12! e 20!
ampliação.
Cavidade Endodôntica
Os dentes do grupo controle permaneceram sadios e
foram avaliados apenas quanto à resistência à fratura e
padrão de fratura. Os TECs foram preparados usando
uma broca diamantada 1014HL (1,4 mm de diâmetro;
KG Sorensen, Sa ~ o Paulo, Brasil) e
uma broca Endo Z (Dentsply Sirona, York, PA) em
alta velocidade de rotação, resultando em um
formato oval com dimensão mesiodistal
compatível com o diâmetro da broca Endo Z (Ø 5
14 mm) e a dimensão vestibular equivalente à
metade da distância entre o sulco central e a ponta
das cúspides vestibular e palatina de acordo com
as orientações convencionais, com retirada
completa do teto e acesso em linha reta (Figura 1
UMA e B)2–11
De acordo com as orientações anteriores, os CECs
eram acessados na fossa central, e a dentina na
dimensão vestibulopalatal era removida até que os
orifícios dos canais vestibular e palatino pudessem
ser visualizados, preservando-se o teto da câmara
pulpar e a dentina pericervical2,11,17,18
usando uma broca diamantada 1014HL em alta
velocidade de rotação e uma ponta de diamante de
cone truncado (E7D; Helse Dental Technology, Santa
Rosa de Viterbo, SP, Brasil) montada em uma unidade
ultrassônica (EMS, Le Sentier, Suíça) com a
configuração de potência em 3 (Figura 1)
Preparação do canal radicular
O canal radicular foi explorado com um tipo K no. 15
lima de aço inoxidável (Dentsply Sirona) até que sua
ponta fosse visível no forame apical e o comprimento
de trabalho (WL) fosse definido 1,0 mm mais curto do
que esta medida. Em seguida, os dentes foram
incluídos em resina de poliestireno, e o ligamento
periodontal foi simulado em material de impressão à
base de poliéter.
(Impregum F; 3M ESPE, St Paul, MN)19. Para o grupo
PTU, os instrumentos foram utilizados em
rotação contínua no sentido horário. SX foi usado em
dois terços do WL, S1 e S2 no WL nos movimentos de
escovagem, e F1 e F2 no WL usando um movimento
suave para dentro e para fora com uma leve pressão
apical. Para os grupos RC e RCB, o instrumento 25.08
foi introduzido no canal e então ativado em movimento
alternativo na direção apical usando um movimento de
bicada para dentro e para fora com uma leve pressão
apical. Após 3 movimentos de bicada, os instrumentos
foram removidos do canal e limpos. Essas etapas foram
repetidas até que o WL fosse alcançado. Para o grupo
HEDM, os instrumentos foram usados em rotação
contínua usando um movimento de bicada para dentro
e para fora com uma leve pressão apical. O
instrumento 25,12 foi utilizado em dois terços e, em
seguida, 10,05 e 25,00 no WL.
JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021
FIGURA 1 - Uma representação esquemática de um TEC e um CEC no (A ) oclusal e (B) vista lateral.

Em todos os grupos, os instrumentos foram
acionados com motor VDW Silver (VDW GmbH) de
acordo com as instruções de cada fabricante, e os
canais radiculares foram irrigados com um total de 3
mL de hipoclorito de sódio 1%. No final do preparo, os
canais foram lavados com uma irrigação final com 5 mL
de EDTA 17% por 5 minutos, seguido por 10 mL de
água destilada. Os espécimes foram submetidos a uma
nova micro-tomografia e reconstrução aplicando as
mesmas configurações iniciais.
O UCS também foi determinado pelo cálculo do
número de voxels estáticos e expresso como
uma porcentagem do número total de voxels
presentes na superfície do canal6-8.
Procedimentos Restaurativos
Inicialmente, os canais radiculares foram
obturados com cone de guta-percha Reciproc R25
(VDW GmbH) e cimento AH Plus (Dentsply
Maillefer) pela técnica de cone único. A limpeza da
câmara pulpar foi realizada com
esponjas umedecidas com álcool isopropílico
70%. As cavidades endodônticas foram
posteriormente seladas com material restaurador
provisório (Coltosol, Coltene / Whaledent), e os
espécimes armazenados em 37-C e 100% de
umidade relativa por 7 dias.
A coroa e o volume radicular obtidos após o
preparo do canal radicular foram usados para
randomização (ANOVA de 2 vias, P. .05) do TEC (n 5
40) e CEC (n 5 40) agrupa em 4 subgrupos
experimentais (n 5 10) de acordo com

Avaliação de alterações no canal TABELA 1 - Módulo de elasticidade (E) (GPa) e o coeficiente de Poisson (v) de materiais restauradores e a estrutura dentária

radicular usada para análise de elementos finitos

As imagens inicial e pós-preparação foram

sobrepostas usando o software DataViewer (versão Material E v Referência
1.5.0, Bruker microCT) e analisadas usando o Dentina 18,6 0,31 Rees et al20
software CTAn. O transporte do canal foi avaliado a Esmalte 84,2 0,30 Versluis e Versluis-Tantbirojn21
partir dos centros de gravidade calculados para Resina composta convencional 21,5 0,24 Schliebe et al22
cada fatia e conectados ao longo do eixo z com Resina composta Bulk fill 14,3 0,24 Schliebe et al22
uma linha ajustada. O transporte médio (em mm) Polpa de resina composta de enchimento de 10,1 0,24 Schliebe et al22
foi calculado comparando os centros de gravidade
fluido 0,02 0,45 Ersoz23
Ligamento periodontal (poliéter) 0,05 0,45 Fonseca et al24
antes e depois do preparo para os terços coronal,
Guta-percha 0,0069 0,45 Craig et al25
médio e apical dos canais radiculares. A área do
Resina de poliestireno 13,5 0,31 Soares et al13

JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021 Preparação do canal radicular e comportamento biomecânico após CECs 991
MESA 2 - Quer dizer (6Desvio padrão) de transporte do canal radicular e porcentagem de superfícies intocadas para cavidades de acesso endodôntico e sistemas de instrumentação

Cavidades endodônticas
Instrumentação
Sistema TECs CECs Média agrupada
Transporte (mm) PTU 0,058 6 0,031 0,072 6 0,036 0,065 6 0,034b
RC 0,044 6 0,021 0,065 6 0,033 0,055 6 0,029ab
RCB 0,042 6 0,022 0,060 6 0,026 0,050 6 0,025uma
HEDM 0,039 6 0,018 0,052 6 0,021 0,045 6 0,021uma
Média agrupada 0,045 6 0,024UMA 0,062 6 0,302B
Superfícies intocadas (%) PTU 42,6 6 14,1A, a 61,2 6 9,3B, b 48,6 6 15,9uma
RC 50,9 6 11,9A, a 45,5 6 17,4A, b 48,6 6 14,5uma
RCB 43,3 6 14,9A, a 48,9 6 16,0A, b 44,8 6 15,6uma
HEDM 51,2 6 16,0A, a 47,6 6 12,9A, b 49,9 6 14,8uma
Média agrupada 50,2 6 15,4UMA 46,3 6 148UMA

CECs, cavidades endodônticas conservadoras; HEDM, Hyflex EDM; PTU, ProTaper Universal; RC, Reciproc; RCB, Reciproc Blue; TECs, cavidades endodônticas tradicionais.
Letras maiúsculas sobrescritas diferentes indicam diferenças estatísticas nas linhas, e letras minúsculas sobrescritas diferentes indicam diferenças estatísticas nas colunas (teste de Tukey,
P,.05).

o material restaurador: controle positivo
(material restaurador temporário), CCR, BFR
regular e resina composta bulk fill flow
combinada com CCR (BFF-CCR).
O grupo controle positivo permaneceu com
material temporário (Coltosol). Para os grupos
experimentais, as cavidades endodônticas foram
condicionadas com ácido fosfórico a 37% (3M ESPE) por
30 segundos para o esmalte e 15 segundos para a
dentina e a seguir lavadas com jatos de água por 30
segundos. Após o controle da umidade com papel
absorvente, o sistema adesivo Single Bond Universal
(3M ESPE) foi utilizado no modo de condicionamento
ácido total e aplicado ativamente por 20 segundos
seguido de evaporação do solvente com jato de ar
suave por 10 segundos e fotoativação com unidade de
LED (Radii Cal Plus; SDI Ltd, Bayswater, Victoria,
Austrália) por 20 segundos. No grupo CCR, as
cavidades foram restauradas com resina convencional
nanohíbrida (Filtek Z350XT, 3M ESPE) em incrementos
oblíquos de aproximadamente 2 mm de espessura
e fotoativado por 40 segundos com uma unidade de
LED. Para o grupo BFR, as cavidades foram restauradas
com resina bulk fill (Filtek Bulk Fill Posterior Restorative,
3M ESPE) em incrementos de aproximadamente 4 mm
de espessura e fotoativadas por 40 segundos com uma
unidade de LED. No grupo BFF-CCR, as cavidades foram
preenchidas até a junção amelodentinal com resina
bulk fill flow (Filtek Bulk Fill Flow, 3M ESPE) em
incrementos de aproximadamente 4 mm de espessura
e então
fotoativada por 40 segundos com unidade de LED, e a
porção do esmalte restaurada com resina convencional
nanohíbrida (Filtek Z350 XT, 3M ESPE) em incrementos
oblíquos de aproximadamente 2 mm de espessura e
fotoativada por 40 segundos com unidade de LED. Em
todos os grupos, a ponta de polimerização foi colocada
o mais próximo possível da área de polimerização.
Após 24 horas de armazenamento a 37-C e 100% de
umidade relativa, as restaurações foram finalizadas e
polidas com brocas diamantadas abrasivas e pontas de
borracha (KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil).
Avaliação de procedimentos
restaurativos
Devido à densidade dos materiais restauradores e de
preenchimento, após a restauração, os espécimes
foram submetidos a uma nova micro-tomografia
computadorizada (modelo 1176, Bruker microCT)
operando a 90 kV, 276 mA, resolução de 18 mm, e 360-
no eixo vertical com passos de rotação de 0,7- usando
um filtro de cobre de 0,1 mm. As imagens foram
reconstruídas (software NRecon, Bruker microCT), e o
software CTAn foi usado para avaliar o volume do
material restaurador (mm3), vazios (mm3), e material
obturador de canal radicular residual (mm3) Esses
dados foram expressos em porcentagem do volume
total da cavidade endodôntica definida a partir da
junção cemento-esmalte.
Os dentes foram submetidos a uma carga
de compressão axial de 0,5 mm / min na máquina
de ensaio universal (Instron 2519-106; Instron
Corporation, Canton, MA). A carga de
compressão foi aplicada usando um aço

TABELA 3 - O significativo 6 Desvio padrão do transporte do canal radicular por terços para cavidades de acesso endodôntico e sistemas de instrumentação

Cavidades endodônticas

Terços TECs CECs

Cervical 0,044 6 0,023A, a 0,076 6 0,034B, b
Meio 0,044 6 0,023A, a 0,060 6 0,028BA
Apical 0,048 6 0,023Aa 0,051 6 0,023Aa

Sistema de Instrumentação

Terços PTU RC RCB HEDM

Cervical 0,083 6 0,040B, b 0,057 6 0,026A, a 0,054 6 0,030A, a 0,045 6 0,021A, a
Meio 0,059 6 0,028A, a 0,056 6 0,034A, a 0,045 6 0,022A, a 0,045 6 0,018A, a
Apical 0,052 6 0,025A, a 0,052 6 0,028A, a 0,052 6 0,031A, a 0,050 6 0,024A, a

CECs, cavidades endodônticas conservadoras; HEDM, Hyflex EDM; PTU, ProTaper Universal; RC, Reciproc; RCB, Reciproc Blue; TECs, cavidades endodônticas tradicionais.
Letras maiúsculas sobrescritas diferentes indicam diferenças estatísticas nas linhas, e letras minúsculas sobrescritas diferentes indicam diferenças estatísticas nas colunas (teste de Tukey,
P,.05).

992 Pereira et al. JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021

TABELA 4 - O significativo 6 Desvio padrão da porcentagem de material restaurador e vazios para cavidades de acesso endodôntico e materiais restauradores
Material restaurador
Material restaurador (%) CCR
BFR
BFF-CCR
Média agrupada
Vazios (%) CCR
BFR
BFF-CCR
Média agrupada
BFF-CCR, resina composta bulk fill flow combinada com resina composta convencional; BFR, resina de composição de enchimento a granel regular; CECs, cavidades endodônticas conservadoras; CCR, resina
composta convencional; TECs, cavidades endodônticas tradicionais.
Letras maiúsculas sobrescritas diferentes indicam diferenças estatísticas nas linhas, e letras minúsculas sobrescritas diferentes indicam diferenças estatísticas nas colunas (teste de Tukey,
P,.05).
esfera (6 mm de diâmetro) que foi posicionada
no centro do dente, em contato com as
cúspides vestibular e palatina. A força
necessária para fraturar o dente foi registrada
(N). O modo de falha dos espécimes foi avaliado
qualitativamente usando um
estereomicroscópio (Leica M165C; Leica
Microsystems GmbH, Wetzlar, Alemanha) em 50!
ampliação e classificados em tipo I (fraturas da
coroa envolvendo o terço oclusal ou médio), tipo II
(fraturas da coroa envolvendo o terço cervical), tipo
III (fraturas da raiz envolvendo o terço cervical da
raiz), ou tipo IV (fraturas da raiz envolvendo o terço
médio ou apical).
Para a análise de elementos finitos (FEA), a
geometria micro-CT 3D de um pré-molar
representativo com 20 mm de WL e canais
radiculares preparados com 25,08 (modelos STL)
foram importados para o software CAD
(Rhinoceros 5.0 Educacional, NURBS Modeling for
Windows; McNeel North America, Seattle, WA) para
modelagem do esmalte, dentina, polpa, ligamento
periodontal, bloco cilíndrico e esfera de carga,
simulando as condições do teste de laboratório.
TECs e CECs foram simulados com um único
material restaurador para simular o controle
positivo (material temporário), grupos CCR e BFR, e
para o grupo BFF-CCR, os TECs e CECs foram
simulados com 2 materiais. As malhas de
elementos finitos foram obtidas (software de
simulação de elementos finitos SimLAb versão
17.0; Altair / HyperWorks, Troy, MI) usando
elementos lineares do tipo Tet10 totalizando
627.515 elementos e 786, 949 nós no modelo de
som, 628.238 elementos e 787.511 nós no modelo
TEC com 1 material, 630.212 elementos e 789.804
nós no modelo TEC com 2 materiais, 629.223
elementos e 788.862 nós no modelo CEC com 1
material e 629.364 elementos e 788.777 nós no
modelo CEC com 2 materiais. Todos os materiais
foram
JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021
Cavidades endodônticas
TECs
94,7 6 2,2
96,9 6 1.0
97,4 6 2,3
96,3 6 2,2B
5,4 6 2,2
3,1 6 1.0
1,6 6 1,1
3,3 6 2,1UMA
considerado linearmente elástico, homogêneo e
isotrópico. tabela 1 lista as propriedades
mecânicas dos materiais. Todas as estruturas
foram consideradas perfeitamente unidas, exceto
o contato entre a esfera e a superfície submetida
ao carregamento onde foi assumido o atrito. Como
condição de contorno, os nós foram fixados na
superfície externa inferior do bloco cilíndrico e nas
linhas externas superiores da esfera, e uma carga
de 100 N foi aplicada na superfície superior da
esfera. A análise qualitativa dos modelos foi
realizada usando o critério de tensão de von Mises
13.
Análise estatística
Os dados foram distribuídos de forma normal (teste de
Shapiro-Wilk) e homoscedasticamente (teste de
Levene). A influência das cavidades de acesso
endodôntico e dos sistemas de instrumentação nos
UCSs, a porcentagem de material restaurador e a
resistência à fratura foram avaliadas por meio de
ANOVA de 2 fatores. Os dados de transporte do canal
radicular foram avaliados usando ANOVA split-plot
para a influência das cavidades de acesso endodôntico,
sistemas de instrumentação e terços do canal radicular.
O teste de Tukey foi usado em ambas as ANOVAs para
comparações múltiplas entre os grupos. Um teste do
qui-quadrado foi usado para avaliar os dados do
padrão de fratura. Todas as análises foram realizadas
usando o software SPSS, com um nível de
probabilidade fixado em 95% (P,.05).
RESULTADOS
Mudanças no canal radicular
Para transporte, análise da interação entre a
cavidade endodôntica e terços(P,.0001) e
sistemas de instrumentação e terceiros (P,.
0001) revelou uma diferença estatisticamente
significativa. No entanto, a interação entre a
cavidade endodôntica e
sistemas de instrumentação (P 57329) e a cavidade
endodôntica, sistemas de instrumentação,
Preparação do canal radicular e comportamento biomecânico após CECs
CECs Média agrupada
79,0 6 6,6 87,0 6 9,2uma
77,0 6 6,6 87,0 6 11,3uma
79,6 6 5,8 88,5 6 9,2uma
78,7 6 6,1UMA
9,1 6 3,4 7,2 6 3,3b
11,2 6 5,2 7,1 6 5,5b
7,0 6 2,6 4,4 6 3,5uma
9,1 6 4,0B
e terços (P 51157) não revelou nenhuma diferença
estatisticamente significativa. O canal radicular
o transporte era maior em CECs do que em
TECs (P,.0001). Nenhuma diferença
estatisticamente significativa foi observada
entre os sistemas HEDM e RCB (P 57393), e eles
mostraram menor transporte em comparação
com PTU (P,.01, mesa 2) Em relação aos terços
radiculares, observou-se maior transporte na
cervical (P,.0001) e terços intermediários (P 5
. 005) nos CECs em comparação com os TECs (
Tabela 3) Nenhuma diferença estatisticamente
significativa foi observada entre os sistemas
RC, RCB e HEDM (P,.0001), e eles mostraram
transporte inferior em comparação com PTU
no terço cervical (Tabela 3) Não há diferença
entre os sistemas para o terço médio e apical(P.
05, Tabela 3)
Para a porcentagem de UCSs, a interação do
acesso à cavidade endodôntica e os sistemas de
instrumentação apresentou uma diferença
estatisticamente significativa (P 5005). Nenhuma
diferença foi observada na porcentagem de superfícies
intocadas após o canal radicular
preparação com o RC (P 5268), RCB(P 5137),
e HEDM (P 5520) sistemas comparados com
TECs e CECs. No entanto, os maiores valores
de UCS foram observados em amostras CEC
no grupo PTU (P,.0001,mesa 2)
Procedimentos Restaurativos
A análise do material restaurador(P 5663) e a
interação entre o material restaurador e a cavidade
endodôntica(P 5491) revelou uma diferença
estatisticamente significativa. CECs tiveram uma
maior porcentagem de vazios na restauração em
comparação com TECs (P
,. 001). Com relação aos materiais restauradores,
BFF-CCR mostrou uma porcentagem menor de
vazios em comparação com CCR e BFR (P,.05), e
não houve diferença entre CCR e
993
FIGURA 2 - Imagens Micro-CT de material restaurador (cinzento ), espaços vazios (vermelho ), e material de enchimento residual (azul ) em TECs restaurados com (A ) CCR, (B) BFR regular, e (C)
BFF-CCR e CECs restaurados com (D) CCR, (E) BFR regular, e (F) BFF-CCR.
BFR (P. .05, Tabela 4) Qualitativamente, os CECs
mostraram material obturador de canal radicular
residual próximo à região dos cornos pulpares e nas
paredes vestibular e palatina, e vazios foram
observados principalmente na área dos cornos
pulpares vestibulares e palatinos e entre as camadas
do material restaurador. Em contraste, os TECs não
mostraram nenhum material de enchimento na
câmara pulpar, e vazios foram observados entre os
incrementos de CCR e BFF e também na interface
dente / restauração (Figura 2A – F).
Em relação à resistência à fratura, ANOVA
não revelou nenhuma diferença estatisticamente
significativa entre o controle (dentes saudáveis) e
os grupos experimentais (P. .05) ou entre a
cavidade endodôntica, material restaurador e
interação entre fatores (P. .05). As falhas do tipo I e
II foram as mais prevalentes em todos os grupos, e
não houve diferenças estatisticamente
significativas entre o grupo de controle e os TECs (
P 5432) ou CECs (P 5478) para padrão de falha.
Além disso, o tipo de material restaurador não
influenciou o padrão de fratura(P 5117, Tabela 5)
994 Pereira et al.
Predominantemente, os modelos de
elementos finitos exibiram maior concentração de
tensões de von Mises na cúspide palatina do que
na cúspide vestibular, e as maiores tensões foram
na região cervical. Um pico de tensão também foi
observado na região do sulco central e na
superfície interna da raiz vestibular de TECs e CECs
com diferentes materiais restauradores. O modelo
TEC com material temporário exibiu um padrão de
tensões semelhante ao dos outros modelos, mas
uma grande concentração de tensões foi
observada na cúspide palatina (Fig. 3UMA). As
maiores tensões foram observadas no meio do
sulco central, com redução gradual em direção às
cristas marginais. Essas tensões eram maiores nos
dentes com TECs e CECs do que nos dentes sadios.
Tensões de menor magnitude foram observadas
na dentina, sendo mais concentradas na cúspide
palatina. TECs restaurados com material provisório
exibiram a maior concentração de tensões na
região da cúspide palatina, tanto para esmalte
quanto para dentina (Fig. 3A – I)
DISCUSSÃO
Avanços tecnológicos em endodontia como a
fabricação de instrumentais com ligas de níquel-
titânio (NiTi), imagens tomográficas e incorporação
da microscopia cirúrgica26 permitiram uma
mudança nos conceitos de cavidades de acesso
endodôntico denominadas CECs17-19. Os CECs
desconsideram os requisitos tradicionais de
remoção completa do teto da câmara pulpar e
acesso direto ao canal radicular. Os CECs foram
propostos com o objetivo de preservar estruturas
dentais saudáveis, particularmente dentina
pericervical.17-19, visando a máxima preservação
dos dentes para promover maior resistência à
fratura sem afetar a limpeza e modelagem dos
canais radiculares17. No presente estudo, foi
possível avaliar em um mesmo dente a influência
dos CECs no preparo do canal, na qualidade da
restauração e no comportamento biomecânico por
meio de
abordagens metodológicas não destrutivas.
Um dos principais aspectos relevantes da
metodologia foi a possibilidade de utilização do
JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021
TABELA 5 - O significativo 6 Desvio padrão da resistência à fratura em newtons e o padrão de falha para cavidades de acesso
endodôntico e material restaurador
Grupos Resistência à fratura (N)
Controle (som) 833,7 6 133,9UMA
TECs 760,3 6 55,6UMA
TECs 1 CCR 724,8 6 125,3UMA
TECs 1 BFR 747,8 6 120,1UMA
TECs 1 BFF-CCR 732,5 6 155,9UMA
CECs 708,4 6 172,1UMA
CECs 1 CCR 724,6 6 128,7UMA
CECs 1 BFR 823,1 6 174,5UMA
CECs 1 BFF-CCR 760,5 6 135,7UMA
BFF-CCR, resina composta bulk fill flow combinada com resina composta convencional; BFR, resina de composição de enchimento a granel
regular; CECs, cavidades endodônticas conservadoras; CCR, resina composta convencional; TECs, cavidades endodônticas tradicionais.
Diferentes letras maiúsculas sobrescritas indicam diferenças estatísticas nas linhas (análise de variância,P. .05).
mesmos espécimes para a avaliação de diferentes
etapas do TET. A abordagem micro-CT difere dos
métodos destrutivos, e foi usada para realizar uma
análise bidimensional e 3D sequencial dos efeitos
do preparo biomecânico na geometria do canal
radicular, a avaliação do volume do material de
restauração e vazios, material obturador residual
do canal radicular na polpa câmara, e análise
qualitativa de vazios e material de enchimento
residual na restauração. Além disso, os dados de
micro-CT forneceram dados quantitativos de canais
radiculares e estrutura dentária, o que permitiu a
amostra
padronização para as diferentes etapas do presente
estudo reduzindo o efeito da morfologia do canal
radicular e da estrutura dentária nos resultados do
preparo do canal radicular e comportamento
biomecânico, respectivamente27,28.
Embora diferentes instrumentos de NiTi
estejam disponíveis, como convencionais e tratados
termicamente com diferentes geometrias, designs e
cones, as diferenças entre esses sistemas no preparo
do canal radicular após CECs ainda não foram
comparadas na literatura. Os instrumentos avaliados
neste estudo se comportaram de forma semelhante na
promoção de maior transporte do canal em CECs do
que em TECs, o que está de acordo com relatórios
anteriores nos canais radiculares mesiais de molares
inferiores formados apenas com um sistema
alternativo5,6. Em contraste, estudos recentes não
mostraram nenhuma diferença no transporte e
centralização entre cavidades tradicionais ou
conservadoras usando uma sequência de instrumentos
rotativos com tratamento térmico de memória
controlada em canais mesiovestibulares curvos de
molares superiores.29. Essas diferenças podem estar
relacionadas à morfologia dentária, curvatura,
características dos instrumentos ou metodologia
utilizada.
O sistema PTU causou maior
transporte do canal em comparação com os
sistemas RCB e HEDM, e essa diferença foi
mais pronunciada nos CECs. PTU é fabricado
JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021
porcentagem de UCS em comparação com TECs em
diferentes grupos dentais2,3,5,6. No entanto, os
instrumentos utilizados nesses estudos não eram ligas
Padrão de falha de NiTi convencionais com memória de forma, o que
eu II III 4 está de acordo com os achados deste estudo e
corrobora a conclusão de que instrumentos
8 2 0 0
convencionais de ligas de NiTi apresentam limitações
6 1 1 2
para uso em CECs.
7 0 1 2
5 5 0 0 O teste de resistência à fratura e a análise
7 0 3 0 do padrão de falha não mostraram diferenças
7 0 3 0 significativas entre os grupos CEC e TEC,
7 3 0 0 independentemente dos materiais restauradores.
4 4 2 0 Esse achado pode ser explicado pela preservação
5 0 3 2 das cristas marginais, que são as estruturas de
reforço nos pré-molares superiores.13,14,34.
Cavidades de acesso com remoção do telhado,
mas sem envolvimento da crista, não reduzem a
resistência à fratura do ETT13,34,35. Em
concordância, o FEA demonstrou maior
usando uma liga NiTi convencional que tem um efeito
concentração de tensões nas cristas marginais
de memória de forma30. Este efeito de memória de
mesial e distal e menor concentração de tensões
forma de instrumentos de PTU associado a mudanças
na raiz. Além disso, todos os grupos experimentais
no ângulo de acesso aos canais radiculares e com
exibiram predominantemente fraturas favoráveis
preparação de CEC mais difícil4,31 oferece maiores
(tipos I, II e III), semelhantes aos dentes hígidos, o
chances de transporte apical em comparação com os
que está diretamente relacionado à preservação
sistemas RCB e HEDM, que são fabricados com ligas de
das cristas marginais e a um padrão semelhante
NiTi com memória controlada. As menores dimensões
de distribuição de tensões entre os grupos.13,14,34.
dos CECs não permitem o acesso em linha reta ao canal
Vale ressaltar que os tecidos circundantes do dente
5,17,18,31, alterando assim o ângulo de acesso dos
simulado neste estudo foram realizados com o
instrumentos aos canais radiculares e aumentando o
objetivo de reproduzir a acomodação do dente no
número de movimentos de bicada para dentro e para
alvéolo durante as forças oclusais.19. tornando os
fora necessários para o canal
resultados mais confiáveis.
preparação, o que resulta em um maior desvio da
Embora os TECs com restauração provisória
anatomia do canal radicular original5,31. A análise
não tenham apresentado diferença estatisticamente
do transporte do canal radicular pelos terços
significativa em relação aos dentes hígidos, foi
radiculares apóia ainda mais essa observação, pois
observada maior concentração de tensões na cúspide
os terços cervical e médio exibiram mais
palatina nas imagens FEA, o que não foi observado nos
transporte, refletindo diretamente a interferência
demais grupos. Porém, quando os modelos com
causada pelo CEC nesta região e deslocando o
restaurações utilizando resinas compostas foram
preparo em direção à área de furca5. Portanto,
analisados, o padrão de distribuição de tensões foi
pode-se supor que os instrumentos de memória
semelhante entre eles. As resinas compostas com
controlada são os mais adequados para o preparo
sistemas adesivos promovem um reforço interno da
do canal radicular de CECs devido à sua
estrutura do TET, resultando no aumento da
maleabilidade e ausência de memória de forma.5,30
resistência à fratura devido à redução da deflexão da
,31 permitem que esses instrumentos sejam menos
cúspide.12,13 Nenhuma evidência científica foi
influenciados pela mudança no ângulo de acesso
encontrada apoiando os CECs com o objetivo de
induzida por CECs5,31. Por sua vez, o instrumento
aumentar a resistência dentária à fratura36, o que está
RC apresentou resultados de transporte
de acordo com os resultados do presente estudo.
intermediários, provavelmente devido à sua liga M-
Wire NiTi, que apresenta maior resistência à flexão.
9, flexibilidade e resistência à fadiga cíclica32 e
Para avaliação da qualidade da restauração
menos transporte apical e preservação do WL em
por meio da micro-TC, alterações no protocolo de
comparação com instrumentos fabricados com
varredura foram necessárias para que a avaliação
ligas de NiTi convencionais33. Além disso, o sistema
não fosse prejudicada por artefatos. Artefatos são
PTU também resultou em um maior percentual de
estruturas vistas no
UCSs em CECs, o que também é uma
imagem reconstruída que não corresponde ao
consequência direta de sua liga de NiTi combinada
objeto real digitalizado, causando erros nas
com a mudança no ângulo de acesso do
imagens37-40. O endurecimento do feixe é a fonte
instrumento ao canal radicular.5. Estudos mostram
mais comum de artefatos e ocorre quando um
que os CECs têm uma
feixe de raios-X viaja através de materiais com alta
densidade, como restauração e canal radicular
Preparação do canal radicular e comportamento biomecânico após CECs 995
FIGURA 3 - Distribuições de tensões de von Mises (MPa) na estrutura dentária. (A ) Um dente sadio, (B) TEC com restauração temporária, (C) CEC com restauração temporária, (D) TEC restaurado
com CCR, (E) TEC restaurado com BFR, (F) TEC restaurado com BFF-CCR, (G) CEC restaurado com CCR, (H) CEC restaurado com BFR, e (EU ) CEC restaurado com BFF-CCR.

o preenchimento. Esses artefatos podem ser diminuídos
aumentando a energia do fóton com kVp mais alto38-40;
assim, o presente estudo selecionou um protocolo de
varredura de alta resolução.
Os CECs tinham material de enchimento residual
na câmara pulpar e espaços vazios na restauração. Os
vazios estavam presentes, principalmente nos cornos
pulpares, o que pode causar escurecimento da estrutura
dentária37,38 e resultar em dano estético.
Além disso, a presença de material de preenchimento
residual pode melhorar o processo de escurecimento do
dente41.
Em relação aos procedimentos restauradores, a
combinação de BFF e CCR apresentou menor
porcentagem de vazios em comparação com grupos de
material único (CCR e BFR), independentemente da
cavidade endodôntica. A menor presença de vazios
nesta restauração é devido ao baixo
viscosidade do BFF e a inserção na cavidade em
incrementos de 4 a 5 mm, ao contrário de
materiais de alta viscosidade que requerem
condensação dentro da cavidade, o que pode
causar maior incorporação de vazios no material
restaurador42. Isso, por sua vez, reduz a
polimerização em torno dos vazios, aumentando
assim as tensões naquela região43 e reduzindo a
resistência coesiva do material,

996 Pereira et al. JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021

o que reduz o comportamento biomecânico da
restauração42. Embora o presente estudo não
tenha demonstrado nenhuma diferença na
resistência à fratura entre os compósitos
convencionais e bulk fill, estudos anteriores
mostraram que bulk fill promove maior resistência
à fratura em TECs e CECs de molares inferiores
com perda das cristas marginais10 e em cavidades
mesio-oclusodistais15.
Portanto, para apoiar boas escolhas durante o
planejamento do tratamento de canal, é importante
pode comprometer o preparo do canal radicular e
a qualidade da restauração. No entanto, se a opção
for usar CECs, é importante ter informações sobre
os diferentes instrumentos projetados, bem como
os métodos de limpeza da câmara pulpar e
materiais restauradores para usar CECs com
menos danos.
CONCLUSÃO
Os CECs tiveram um impacto negativo na centralização
os instrumentos são os mais adequados para o
preparo do canal radicular dos CECs. A cavidade
endodôntica não influenciou o comportamento
biomecânico dos dentes restaurados.
AGRADECIMENTOS
Apoiado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior e Sáde Amparo à Pesquisa do Paulo (bolsista
Fundação

que os médicos saibam que as pequenas dimensões do canal radicular, na porcentagem de UCs, na limpeza nº 2009 / 09989-0).

dos CECs não melhoraram o comportamento da câmara pulpar após a obturação do canal e na Os autores negam quaisquer conflitos de

biomecânico do ETT após a restauração da coroa e porcentagem de VRs. Memória controlada interesse relacionados a este estudo.

REFERÊNCIAS
1 Moore B, Verdelis K., Kishen A, et al. Impactos das cavidades endodônticas contraídas na eficácia
da instrumentação e nas respostas biomecânicas em molares superiores. J Endod 2016; 42:
1779–83.

2 Krishan R, Paque F, Ossareh A, et al. Impactos da cavidade endodôntica conservadora na eficácia da

instrumentação do canal radicular e na resistência à fratura avaliada em incisivos, pré-molares e molares. J
Endod 2014; 40: 1160–6.

3 Vieira GC, Pe -rez AR, Alves FR, et al. Impacto das cavidades endodônticas contraídas no canal radicular
desinfecção e modelagem. J Endod 2020; 46: 655–61.

4 Neelakantan P, Khan K., Hei Ng GP, et al. O projeto de acesso para conservação de dentina direcionado por orifício
projeta a câmara pulpar e os sistemas de canais radiculares mesiais de molares inferiores de maneira semelhante a
um projeto de acesso tradicional? J Endod 2017; 44: 274–9.

5 Alovisi M, Pasqualini D, Musso E, et al. Influência do acesso endodôntico contraído na geometria do canal
radicular: um estudo in vitro. J Endod 2018; 44: 614–20.

6 Rover G, Belladonna FG, Bortoluzzi EA, et al. Influência do desenho da cavidade de acesso na detecção do canal
radicular, eficácia da instrumentação e resistência à fratura avaliada em molares superiores. J Endod 2017;
43: 1657–62.

7 Marchesan MA, Lloyd A., Clement DJ, et al. Impactos das cavidades endodônticas contraídas nos parâmetros de
curvatura do canal radicular primário em molares inferiores. J Endod 2018; 44: 1558–62.

8 Silva AA, Belladonna FG, Rover G, et al. O acesso ultraconservador afeta a eficácia do tratamento do canal
radicular e a resistência à fratura de pré-molares superiores com duas raízes? Int Endod J 2020; 53: 265-75.

9 Peixoto IF, Pereira ES, da Silva JG, et al. Fadiga flexural e resistência à torção dos instrumentos ProFile
GT e ProFile GT série X. J Endod 2010; 36: 741–4.

10 Ozyurek T, Ulker O, Demiryurek EO, Yilmaz F. Os efeitos do desenho de preparo de acesso

endodôntico na resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente: preparo tradicional
versus conservador. J Endod 2018; 44: 800–5.

11 Plotino G, Grande NM, Isufi A, et al. Resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente com diferentes designs
de cavidades de acesso. J Endod 2017; 43: 995–1000.

12 Pereira R, Bicalho AA, Franco SD, et al. Efeito do protocolo restaurador na deformação da cúspide e tensão
residual em molares tratados endodonticamente. Oper Dent 2016; 41: 23–33.

13 Soares PV, Santos-Filho PC, Queiroz EC, et al. Resistência à fratura e distribuição de tensões em pré-molares
superiores tratados endodonticamente e restaurados com resina composta. J Prosthodont 2008; 17:
114-9.

14 Taha NA, Palamara JE, Messer HH. Deflexão da cúspide, deformação e microinfiltração de dentes pré-molares
tratados endodonticamente restaurados com resina composta direta. J Dent 2009; 37: 724–30.

15 Rosatto CM, Bicalho AA, Verissimo C, et al. Propriedades mecânicas, tensão de retração, deformação da
cúspide e resistência à fratura de molares restaurados com compósitos bulk-fill e técnica de enchimento
incremental. J Dent 2015; 43: 1519–28.

JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021 Preparação do canal radicular e comportamento biomecânico após CECs 997
16 Lagouvardos P, Nikolinakos N, Oulis C. Fração de volume e localização de vazios e lacunas em
restaurações ultraconservadoras por micro-tomografia computadorizada de raios-X. Dent Res J 2015;
12: 520–7.

17 Clark D, Khademi J. Acesso endodôntico molar moderno e conservação dirigida da dentina. Dent Clin
North Am 2010; 54: 249–73.

18 Clark D, Khademi JA. Estudos de caso em acesso endodôntico molar moderno e conservação
dirigida de dentina. Dent Clin North Am 2010; 54: 275–89.

19 Soares CJ, Pizi EC, Fonseca RB, Martins LR. Influência do material de fixação radicular e da simulação do
ligamento periodontal nos testes de resistência à fratura. Braz Oral Res 2005; 19: 11–6.

20 Rees JS, Jacobsen PH, Hickman J. O módulo de elasticidade da dentina determinado por métodos estáticos e
dinâmicos. Clin Mater 1994; 17: 11-5.

21 Versluis A, Versluis-Tantbirojn D. Preenchimento de cavidades ou restauração de dentes? J Tenn Dent Assoc 2011; 91: 36–
42. questionário 42-33.

22 Schliebe LRSO, Lourenco Braga SS, da Silva Pereira RA, et al. A nova geração de compósitos
convencionais e bulk-fill não reduz a tensão de retração em molares tratados
endodonticamente. Am J Dent 2016; 29: 333–8.

23 Ersoz E. Avaliação de tensões causadas por pino de dentina com método de análise de tensões por elementos finitos. J
Oral Rehabil 2000; 27: 769–73.

24 Fonseca RB, Correr-Sobrinho L, Fernandes-Neto AJ, Quagliatto PS, Soares CJ. A influência do desenho do
preparo cavitário na precisão marginal de restaurações de resina composta processadas em laboratório.
Clin Oral Investig 2008; 12: 53–9.

25 Craig RG, Farah JW, Powers JM. Módulo de elasticidade e propriedades de resistência dos cimentos
dentais. J Am Dent Assoc 1976; 92: 588–91.

26 Khalighinejad N, Aminoshariae A, Kulild JC, et al. O efeito do microscópio cirúrgico odontológico no resultado
do tratamento endodôntico não cirúrgico: um estudo caso-controle retrospectivo. J Endod 2017; 43: 728–
32.

27 Bu €rklein S, Hinschitza K., Dammaschke T, et al. Capacidade de modelagem e eficácia de limpeza de dois
sistemas de lima única em canais radiculares severamente curvados de dentes extraídos: Reciproc e
WaveOne versus Mtwo e ProTaper. Int Endod J 2012; 45: 449–61.

28 Gutmann JL, Gao Y. Alteração nas propriedades metálicas e de superfície inerentes de instrumentos de canal radicular de
níquel-titânio para melhorar o desempenho, durabilidade e segurança: uma revisão focada. Int Endod J 2012; 45:
113–28.

29 Freitas GR, Ribeiro TM, Vilella FS, et al. Influência do acesso à cavidade endodôntica no preparo do canal
radicular curvo com instrumentos rotatórios ProDesign Logic. Clin Oral Investig 2021; 25: 469–75.

30 Shen Y, Zhou HM, Zheng YF, et al. Desafios e conceitos atuais do tratamento termomecânico
de instrumentos de níquel-titânio. J Endod 2013; 39: 163–72.

31 Eaton JA, Clement DJ, Lloyd A, Marchesan MA. Avaliação micro-tomográfica da influência do sistema
de canais radiculares nas formas de contorno de acesso e curvaturas do canal em molares
inferiores. J Endod 2015; 41: 1888–91.

32 Montalv ~ ao D, Alçada FS. Comparação numérica do comportamento mecânico estático entre as limas
rotativas de níquel-titânio ProFile GT e ProFile GT série X. J Endod 2011; 37: 1158–61.

33 Zupanc J, Vahdat-Pajouh N, Schafer E. Novas ligas de NiTi termomecanicamente tratadas - uma revisão. Int
Endod J 2018; 51: 1088–103.

34 Steele A, Johnson BR. Resistência à fratura in vitro de pré-molares tratados endodonticamente. J Endod 1999;
25: 6–8.

35 Corsentino G, Pedull-aE, Castelli L, et al. Influência do preparo da cavidade de acesso e da substância dentária
remanescente na resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente. J Endod 2018; 44: 1416–21.

36 Silva E, Rover G, Belladonna FG, et al. Impacto das cavidades endodônticas contraídas na resistência à
fratura de dentes tratados endodonticamente: uma revisão sistemática de estudos in vitro. Clin Oral
Investig 2018; 22: 109–18.

37 Krastl G, Allgayer N, Lenherr P, et al. Descoloração dentária induzida por materiais endodônticos: uma
revisão da literatura. Dent Traumatol 2013; 29: 2–7.

38 Meincke DK, Prado M., Gomes BP, et al. Efeito dos cimentos endodônticos na cor dos dentes. J Dent 2013; 4
(Suplemento 3): e93-6.

998 Pereira et al. JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021

 39 Camargo RV, Mazzi-Chaves JF, Leoni GB, et al. Avaliação quantitativa de parâmetros
bidimensionais em imagens tomográficas usando diferentes métodos de segmentação. J
Endod 2020; 46: 694–9.

40 Vasconcelos KF, Nicolielo LF, Nascimento MC, et al. Expressão de artefato associada a várias máquinas de
tomografia computadorizada de feixe cônico ao obter imagens de dentes obturados. Int Endod J 2015; 48:
994–1000.

41 Plotino G, Buono L., Grande NM, et al. Clareamento dental não vital: uma revisão da literatura e
procedimentos clínicos. J Endod 2008; 34: 394–407.

42 Soares CJ, Rosatto C, Carvalho VF, et al. Radiopacidade e porosidade do bulk-fill e restaurações posteriores
compostas convencionais - análise de raios-X digital. Oper Dent 2017; 42: 616–25.

43 Van Ende A, Van de Casteele E, Depypere M, et al. Deslocamento volumétrico 3D e análise de deformação
da polimerização de compósitos. Dent Mater 2015; 31: 453–61.

JOE - Volume 47, Número 6, junho de 2021 Preparação do canal radicular e comportamento biomecânico após CECs 999