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Módulo 3 - Fauna, Flora, Código

Florestal, APP, RL,Averbação de RL,


Licenciamento de atividades em RL e
APP, RPPN, Como criar uma RPPN,
Política Nacional de Biodiversidade,
Exercício.
Fauna
• A proteção da Fauna e da Flora é estabelecida na
Constituição Federal no art. 225, primeiro parágrafo, sétimo
inciso:
– § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito,
incumbe ao poder público:
– VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei,
as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.

• As principais legislações de proteção à fauna são:

• Código de Caça – Lei nº 5.197/67;

• Código de Pesca – Decreto – Lei nº 221/67;

• Lei de crimes ambientais – Lei nº 9.605/98;

• Leis estaduais de proteção à fauna. Exemplo: Código


estadual de proteção aos animais – Lei nº 11.977/05 de São
Paulo.
Fauna
Pesca
• Para a obtenção de matrícula de pescador profissional é preciso autorização prévia
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente-IBAMA, ou de órgão nos Estados com
delegação de poderes para emissão de tal autorização;
• Licença para pescadores amadores e cientistas deve ser obtida com audiência ao
IBAMA;
• A relação das espécies, seus tamanhos mínimos e épocas de proteção, são fixados
pelo IBAMA;
Caça
• É proibido o exercício da caça profissional;
• Poder público federal estabelece a relação das espécies cuja utilização, perseguição,
caça ou apanha é permitida em determinado período, indicando e delimitando as
respectivas áreas;

Proteção à fauna com relação a atividades industriais, comerciais ou agroindustriais:


Lei 9.605/98 Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais,
o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes,
lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Flora
• Flora é o conjunto de espécies que compreende a
vegetação de uma região, compreendendo também
bactérias, fungos e fitoplânctons marinhos;

• A principal legislação relacionada a flora é o Código


Florestal – Lei nº 4.771/65. Apresenta os conceitos de:
– Área de Preservação Permanente;
– Área de Reserva Legal;

• Outra lei importante é a de crimes ambientais – Lei nº


9.605/98, que em seus artigos 38 à 53 trata da flora;
– Com esta lei a maioria das contravenções apontadas
no código florestal passaram a ser consideradas
crimes ambientais.
Código Florestal – Lei nº 4.771/65
• Estabelece dois tipos de áreas de proteção importantes:

• Áreas de Preservação Permanente (APP): área protegida coberta ou não por


vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas;

• São áreas de preservação permanente:


– Matas ciliares: vegetação situada ao longo dos rios, com largura mínima
variando de 30 à 500 metros, de acordo com a largura do rio. Vegetação ao
redor de lagoas e lagos, e nascentes com raio mínimo de 50 metros;
– Vegetação no topo de morros, encostas e terrenos com declividade superior à
45º;
– Vegetação de restingas e mangues que atuam como estabilizadores desses
ambientes;
– Nas bordas de chapadas, com largura mínima de 100 metros a partir da ruptura
do relevo;
– Qualquer vegetação em áreas com altitude superior à 1.800 m.
Áreas de Preservação Permanente - APP

O poder público pode declarar uma área como APP, caso sua vegetação possa:
– Atenuar erosão;
– Fixar dunas;
– Formar faixas de proteção ao longo de ferrovias e rodovias;
– Proteger locais naturais de excepcional valor científico ou beleza cênica;
– Servir de habitat para animais ameaçados de extinção;
– Manter o ambiente necessário a vida de populações locais (silvícolas);
– Manter o bem estar público;
– Contribuir para a proteção nacional;

• Artigo 4º - A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente


poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente
caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir
alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto.
Áreas de Preservação Permanente

• A responsabilidade de recomposição de
uma área de preservação permanente
que tenha sido degradada, é do
proprietário da terra,
independentemente de culpa pela
degradação ocorrida;

• As áreas de preservação permanente


são isentas de imposto territorial rural,
assim como as áreas de reserva legal
(lei nº 8.171/91);

• A supressão da vegetação dessas


áreas só pode ocorrer com autorização
do poder executivo federal, em caso de
obras de interesse coletivo.
Áreas de Preservação Permanente

• As Áreas de Preservação Permanente existem independentemente do seu registro


ou averbação no Registro de Imóveis, e o proprietário do imóvel deve respeitá-las,
na forma e nos limites que a lei estabelecer;

• Por isso, é desnecessário averbar essas áreas, que existem apenas pela
determinação da lei.
Áreas de Reserva Florestal Legal - RL

Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,


excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos
naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da
biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas;

• A reserva legal deve corresponder a uma porcentagem da área total da propriedade.


Essa porcentagem varia conforme a região em que a propriedade se encontra;

• A reserva legal deve corresponder à:


– 80% da propriedade rural situada em área de floresta na Amazônia Legal;
– 35% da propriedade rural situada em área de cerrado na Amazônia Legal;
– 20% da propriedade rural situada nas demais regiões do país;

• A reserva legal pode ser utilizada sob manejo sustentável e sua localização deve ser
aprovada pelo órgão ambiental estadual competente.
Áreas de Reserva Legal

• Áreas de reserva legal degradadas devem ser recompostas pelo proprietário da


terra, num prazo de 30 anos, segundo a lei nº 8171/91;

• O estabelecimento dessas áreas é uma obrigação de natureza real do proprietário,


independentemente de quem seja;

• Essas áreas como apontado anteriormente são isentas de impostos;


Como estabelecer RL e APP

• A Reserva Legal deve ser averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel,


no cartório de Registro de imóveis competente, não sendo permitida à alteração de
sua destinação nos casos de transmissão a qualquer título, de desmembramento ou
de retificação de área;

• A averbação da Reserva Legal, no Cartório de Registro de Imóveis, é feita pelo


proprietário pela assinatura do Termo de Responsabilidade de Preservação da
Reserva Legal;

• No processo de licenciamento ambiental, dos pedidos de supressão de vegetação


nativa, a dimensão e a localização da Reserva Legal devem ser aprovadas pelo
órgão estadual competente, após a delimitação das Áreas de Preservação
Permanente (APP);
Averbação de Reserva Legal

Finalidade da averbação da reserva legal

• Surge a necessidade de averbar a Reserva Legal no Registro Imobiliário,


quando existe a pretensão do proprietário em explorar a propriedade suprimindo
vegetação nativa ou florestas já existentes.

• A finalidade da averbação da Reserva Legal na matrícula do imóvel é registar a


reserva legal, para que futuros proprietários saibam onde está localizada e seus
limites, já que essas áreas podem ser demarcadas em qualquer lugar da
propriedade. Uma vez demarcada, fica proibida a sua alteração por qualquer
motivo.
Averbação de Reserva Legal
• A averbação da Reserva Florestal não é pré-requisito para o ingresso de qualquer
título no Registro Imobiliário, nem para o lançamento em forma de registro ou
averbação nas matrículas dos imóveis;

• A Reserva Legal é pré-requisito para a exploração da Floresta ou outra forma de


vegetação nativa existentes no imóvel rural, sendo que o proprietário deve averbá-
la com antecedência, no Registro de Imóveis, antes da supressão da mata.
Licenciamento de atividades em RL e APP

• Os documentos exigidos num processo de licenciamento ambiental de uma atividade


que atinja áreas de RL ou APP variam de acordo com o órgão ambiental estadual.
Como exemplo apresentamos uma lista requisitada pelo DEPRN (estado de São
Paulo):

01.Requerimento.
02. Certidão da Matrícula ou Transcrição do Imóvel.
03. Roteiro de acesso.
04. Planta de localização.
05. Planta do imóvel.
06. Fotografia aérea ou imagem de satélite do local do empreendimento.
07. Laudo de caracterização da vegetação.
08. Laudo de fauna.
09. Projeto de recuperação ambiental.
10. Projeto executivo da obra.
11. Licença expedida pelos órgãos competentes.
12. Certidão de Diretrizes Municipais.
13. Comprovante de regularização de infração florestal.
14. Plano de Manejo Florestal
15. Pagamento do preço da análise, exceto para os casos previstos no Dec. Est. nº
48.919/04
Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN
• No que tange o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC (lei nº9.985/2000) abordaremos apenas as
Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPNs, que são
as que podem despertar maior interesse no contexto da atuação
empresarial ou mesmo individual de um cidadão, porque são
reservas que podem ser criadas em áreas particulares, por
vontade de seus proprietários;

• A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com


perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica (art. 21 lei 9.985/00);

• A RPPN é uma área protegida por iniciativa de seu proprietário, com reconhecimento
do Poder Público por ser considerada de relevante importância para a proteção da
biodiversidade, e por possuir características que justificam ações de recuperação e/ou
proteção, de modo a promover a conservação do seu ecossistema.

• Nos seus limites, só serão permitidas a pesquisa científica e a visitação com objetivos
turísticos, recreativos e educacionais.
Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN

• Para sua criação, deve ser averbada à margem da inscrição no Registro Público de
Imóveis, juntamente com termo de compromisso assinado perante o órgão
ambiental;

• O estabelecimento de uma RPPN não implica na extinção do direito de propriedade,


pois a área continua sendo privada;

• O proprietário da terra adquire os seguintes benefícios:


– isenção de pagamento do Imposto Territorial Rural – ITR sobre a área afetada
pela preservação;
– Prioridade na obtenção de recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente –
FNMA e na concessão de crédito agrícola para custeio da área remanescente;
– Exploração econômica da reserva, mediante a implantação de projetos de
turismo ecológico, recreação e educação ambiental;
– Proteção contra queimadas, desmatamentos e caça, por órgãos de proteção
ambiental
Como criar uma RPPN
• O processo de uma RPPN foi pensado para ser simples;

• O proprietário deve entregar à gerência estadual do IBAMA o título do domínio da


área, sua identidade, a quitação do Imposto sobre Propriedade Rural – ITR e a
planta de situação da área a ser reconhecida como RPPN;

• Após analisado, o processo é encaminhado ao IBAMA, juntamente com um termo de


compromisso assinado pelo proprietário. Reconhecida a RPPN, é publicada a
respectiva portaria no Diário Oficial;

• A partir de então o proprietário deve providenciar a averbação do termo de


compromisso no Cartório de Registro de Imóveis competente, gravando a área do
imóvel como reserva em caráter perpétuo, a fim de que seja emitido o título de
reconhecimento.
Política Nacional de Biodiversidade

• Instituída pelo Decreto nº 4.339/2002 tem como objetivo a promoção de forma


integrada da conservação da biodiversidade e da utilização sustentável de seus
componentes, com a repartição justa dos benefícios derivados da utilização dos
recursos genéticos, de componentes do patrimônio genético e dos conhecimentos
tradicionais associados a esses recursos.

• Busca regulamentar os bens, direitos e obrigações relativos ao acesso à


componentes do patrimônio genético, ao conhecimento tradicional associado a este,
à repartição justa e eqüitativa de benefícios derivados de exploração, ao acesso à
tecnologia e a transferência de tecnologia para conservação e a utilização da
diversidade biológica.

• Prevê sanções administrativas para toda ação ou omissão que viole suas normas.
Dentre elas: multa, advertência, apreensão das amostras de componente do
patrimônio genético, entre outras.

• Isto se dá através do preenchimento de formulários e termos que autorizem a


atividade envolvendo componentes do patrimônio genético.
Política Nacional de Biodiversidade

• Existem diversos formulários, como:


– Formulário para solicitação de autorização
de acesso e de remessa de amostra de
componente do patrimônio genético para
pesquisa científica ou para bioprospecção;
– Termo de Transferência de Materiais;

• É importante citar a lei 11.105/2005 que trata da


biossegurança, tema relacionado mas que por
ser de interesse muito específico não será
abordado. Esta lei está disponível na página
deste curso;

• Essas autorizações de atividades relacionadas


ao patrimônio genético devem ser pleiteadas
junto ao MMA – Ministério do Meio Ambiente.
Exercício

• Indique se as afirmações são verdadeiras ou falsas:

( ) Qualquer fonte de poluição oriunda de uma indústria, que leve à morte de animais
aquáticos, é considerada crime segundo a lei de crimes ambientais (9.605/98);

( ) Uma área bem preservada e intocada pelo seu proprietário, apesar dos benefícios
ambientais que representa, pode ser considerada área rural improdutiva se não se
configurar como APP, RL ou RPPN;

( ) Se um indivíduo herda uma propriedade que possui uma RPPN, ele pode solicitar em
cartório a extinção da mesma, já que como novo proprietário ele não é obrigado a
manter essa restrição no seu direito de propriedade;

( ) Um proprietário de terras pode estabelecer a reserva legal de sua propriedade na


área de um outro proprietário de terra desde que estejam na mesma bacia
hidrográfica;

( ) As RPPNs são consideradas pela lei 9.985/2000 como unidades de uso sustentável
devido aos tipos de extração de seus recursos que a lei permite;
Respostas

(V) Qualquer fonte de poluição oriunda de uma indústria, que leve à morte de animais
aquáticos, é considerada crime segundo a lei de crimes ambientais (9.605/98);

(V) Uma área bem preservada e intocada pelo seu proprietário, apesar dos benefícios
ambientais que representa, pode ser considerada área rural improdutiva se não se
configurar como APP, RL ou RPPN;

(F) Se um indivíduo herda uma propriedade que possui uma RPPN, ele pode solicitar em
cartório a extinção da mesma, já que como novo proprietário ele não é obrigado a
manter essa restrição no seu direito de propriedade;

(V) Um proprietário de terras pode estabelecer a reserva legal de sua propriedade na


área de um outro proprietário de terra desde que estejam na mesma bacia
hidrográfica;

(F) As RPPNs são consideradas pela lei 9.985/2000 como unidades de uso sustentável
devido aos tipos de extração de seus recursos que a lei permite;
Fim do
Módulo 3

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