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TJ RJ 2020 - CESPE
Direito Administrativo
Dia 1
ATOS ADMINISTRATIVOS
Conceito
•Atos administrativos são “os atos legais declarados pelo
Estado ou por seus representantes, com efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
direito público e sujeito ao controle pelo Poder Judiciário.”
(Cespe, 2017)
Requisitos
CO-FI-FO-M-OB
COMPETÊNCIA
FINALIDADE
FORMA
MOTIVO
OBJETO
Competência: QUEM:
•Art. 11 da 9.784/99: “Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação
legalmente admitidos.” (Cespe, 2018)
•O ato administrativo pode ser praticado por particulares, no exercício da delegação
Forma: COMO? - pode ser verbal, escrita, gestual, sonora, eletrônica, luminosa, etc
Finalidade PARA QUE?
Motivo POR QUÊ?
Objeto O QUÊ?
Vinculados: CO-FI-FO
•Discricionários: M-OB
•Somente o FO-CO pode ser convalidado
• FOrma - exceto quando viole regra essencial
• COmpetência - exceto competência exclusiva ou material
Atributos
**NÃO CONFUNDIR COM REQUISITOS!!!
** P-A-T-I tem muitos atributos!!
** Os que começam com consoante estão presentes em
todos os atos administrativos.
Presunção de Legitimidade e Veracidade
•“assegura que o ato é verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou
defeitos, até que se prove o contrário” [Cespe, 2020]
•“A administração pública pode produzir unilateralmente atos que
vinculam os particulares. No entanto, tal vinculação não é absoluta,
devendo o particular, para eximir-se de seus efeitos e anular o ato,
comprovar, em juízo ou perante a própria administração, o defeito do ato
administrativo contra o qual se insurge, por caber-lhe o ônus da prova”
[Cespe, 2019]
•NÃO NECESSARIAMENTE VAI IMPORTAR NA INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA [Cespe, 2017]
Imperatividade
•“permissão para a imposição de obrigações a terceiros, ainda que
estas venham a contrariar interesses privados.” [Cespe, 2019]
•“têm a possibilidade de criar obrigações para o particular,
independentemente de sua anuência.” [Cespe, 2019]
Autoexecutoriedade
•Executa suas próprias decisões [Cespe, 2020]
•“executar suas decisões por meios coercitivos próprios, sem a
necessidade da interferência do Poder Judiciário.’ [Cespe, 2019]
•“Intervenção judicial provocada por terceiro prejudicado por ato
administrativo é exceção ao princípio da autoexecutoriedade.” [Cespe,
2017]
Tipicidade
•“ o ato administrativo deve corresponder a uma figura definida
previamente pela lei como apta a produzir determinados resultados.”
[Cespe, 2018]
Classificação
Quanto à formação da vontade:
Simples: 1 órgão faz 1 ato
Complexos: 2 órgãos fazem 1 ato
→ A nomeação dos ministros de tribunais superiores no Brasil é um ato administrativo
complexo (Certo - Cespe, 2018).
→ Configura ato complexo o decreto assinado pelo chefe do Executivo e referendado por
ministro de Estado. (Cespe, 2017)
Compostos: 2 órgãos fazem 2 atos, havendo o principal e o secundário
Quanto à eficácia:
Válido: regular
Nulo: vício INsanável
Anulável: vício sanável
Inexistente: não é um ato administrativo
Quanto ao regramento:
Vinculado
Discricionário (há margem de escolha para o administrador, conveniência e oportunidade)
•CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE
•É passível de controle judicial, mas o Judiciário não pode apreciar o MÉRITO do ato, apenas a
sua legalidade: CAUSAS, MOTIVOS E FINALIDADES; LEGALIDADE e LEGITIMIDADE.
•CUIDADO: CESPE, 2012, ANAC - Técnico Administrativo
O Judiciário pode adentrar o mérito do ato administrativo discricionário para examinar a
ausência ou falsidade dos motivos que ensejaram a sua edição. (Certo)
Quanto ao destinatário:
Individual: destinatários certos e efeitos jurídicos no caso concreto - nomeação, demissão
Geral: destinatários incertos, normas genéricas - portaria, resolução
Cassação
→ O ato é retirado por ilegalidade na sua EXECUÇÃO, o destinatário
descumpriu o combinado
→ “A cassação de um ato administrativo corresponde a extingui-lo por
descumprimento dos requisitos estabelecidos para a sua execução.” [Cespe,
2018]
→ “ desfazer ato administrativo porque determinado destinatário
descumpriu condições obrigatórias para que continuasse a desfrutar de
determinada situação jurídica” [Cespe, 2018]
Caducidade
→ “a retirada do ato se dá porque sobrevém norma jurídica que torna
inadmissível a situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato
precedente.” [Cespe, 2011]
Anulação e revogação
Espécies de convalidação:
Ratificação - a própria autoridade que praticou o ato é quem convalida, desde que não se
trate de competência outorgada com exclusividade
Reforma - retira a parte viciada e mantém o restante do ato -> aplicável somente a atos
plúrimos
Conversão - retira a parte viciada e acrescenta outra
Confirmação - autoridade superior convalida
Decadência administrativa
Lei nº 9.784/99
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Hierárquico
→ Subordinação
→ “No exercício do poder hierárquico, a delegação pode ocorrer de modo vertical ou
horizontal, enquanto a avocação se dá exclusivamente no sentido vertical” [Cespe, 2013]
→ “Decorrente do poder hierárquico, a avocação, por um órgão, de competência não
exclusiva atribuída a outro órgão que lhe seja subordinado é excepcional e exige motivos
relevantes e devidamente justificados” [Cespe, 2015]
→ “Como decorrência da relação hierárquica presente no âmbito da administração pública,
um órgão de hierarquia superior pode avocar atribuições de um órgão subordinado, desde
que estas não sejam de competência exclusiva. “ [Cespe, 2015]
→ “O administrador público age no exercício do poder hierárquico ao editar atos normativos
com o objetivo de ordenar a atuação de órgãos a ele subordinados.” [Cespe, 2019]
Lei 9784: Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade
Disciplinar
→ Administração regula e pune quem JÁ TEM vínculo com ela
→ “Aplicação de multa a sociedade empresária em razão de
descumprimento de contrato administrativo celebrado por
dispensa de licitação” [Cespe, 2019]
→ “A responsabilização de servidor público que tenha negado
publicidade a atos oficiais terá como fundamento os poderes A)
disciplinar e hierárquico” [Cespe, 2018]
Regulamentar
→ Expedição de atos normativos DECRETO e REGULAMENTO pelos chefes
dos poderes executivos.
→ “O regulamento editado por autoridade competente da administração
pública, em atendimento a norma legal, para prover matéria reservada a
lei é um regulamento d) Delegado” [Cespe, 2018]
→ “O regulamento autônomo diferencia-se do regulamento de execução
porque, enquanto este é editado com fundamento na lei, aquele possui
fundamento direto na Constituição, sendo possível, portanto, que inove na
ordem jurídica.” [Cespe, 2015]
→ “O poder regulamentar não se realiza exclusivamente por meio de
decreto do chefe do Poder Executivo.” [Cespe, 2006]
→ “No exercício do poder regulamentar, é conferida à administração
pública a prerrogativa de editar atos gerais para complementar a lei, em
conformidade com seu conteúdo e limites, não podendo ela, portanto,
criar direitos e impor obrigações, salvo as excepcionais hipóteses
autorizativas de edição de decreto autônomo.” [Cespe, 2015]
De Polícia
Conceito
→ “O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a administração
pública e que não se encontra nas relações entre particulares constitui o regime
jurídico administrativo.” [Cespe, 2019]
→ “A supremacia do interesse público deve ser prioridade em organizações da
administração pública” [Cespe, 2018, adaptada]
→ “Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a
supremacia do interesse público sobre o privado, à administração pública é
PERMITIDO ter privilégios não concedidos a particulares.” [Cespe, 2018,
adaptada]
→ “Sob a perspectiva do critério formal adotado pelo Brasil, somente é
administração pública aquilo determinado como tal pelo ordenamento jurídico
brasileiro, independentemente da atividade exercida. Assim, a administração
pública é composta exclusivamente pelos órgãos integrantes da administração
direta e pelas entidades da administração indireta.” [Cespe, 2018]
Princípios expressos e implícitos da administração pública
•Expressos
LIMPE
Legalidade
Moralidade
•“Os atos da administração pública devem obedecer não somente à
lei jurídica, mas também a padrões éticos. Tal característica se refere
ao princípio da b) moralidade, sendo esta pressuposto de validade
de todo ato da administração pública.” [Cespe, 2018]
Segurança Jurídica
→ “A segurança jurídica está em conferir certeza e estabilidade na relação da
administração pública com os administrados.” [Cespe, 2018]
→ “O princípio da segurança jurídica resguarda a estabilidade das relações no
âmbito da administração; um de seus reflexos é a vedação à aplicação
retroativa de nova interpretação de norma em processo administrativo.”
[Cespe, 2012]
→ Nova interpretação não retroage nem para atender ao interesse público.
Isonomia
“Viola o princípio da isonomia a previsão de critérios discriminatórios de idade
em certame de concursos públicos, ressalvados os casos em que a natureza
das atribuições do cargo justificar.” [Cespe, 2018]
Confiança
Autotutela
“Decorre do princípio de autotutela o poder da administração
pública de rever os seus atos ilegais, independentemente de
provocação.” [Cespe, 2018]
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Evolução histórica
1ª Teoria da Irresponsabilidade
2ª Teoria da Responsabilidade Subjetiva [Culpa/Civilista]
3ª Teoria da Culpa Administrativa [Culpa anônima/Falta de Serviço]:
subjetiva e com excludentes
4ª Teoria da Responsabilidade Objetiva [Publicista]: teoria do risco
integral e teoria do risco administrativo
→ “Historicamente, a responsabilidade civil do Estado evoluiu a partir da teoria da
irresponsabilidade civil do Estado, passando por um período no qual predominaram
teorias de responsabilidade subjetiva. Atualmente, encontra-se sedimentada e
prevalecente a teoria da responsabilidade objetiva do Estado.” [Cespe, 2020]
→ “O Estado não responde civilmente pelos danos causados por atos praticados por
agrupamentos de pessoas ou multidões, por se tratar de atos de terceiros que
caracterizam uma excludente de causalidade, salvo quando se verificar omissão do poder
público em garantir a integridade do patrimônio danificado, hipótese em que a
responsabilidade civil é subjetiva.” [Cespe, 2009]
→ “Uma pessoa absolutamente incapaz foi internada em hospital psiquiátrico integrante da
administração pública estadual, para tratamento de grave doença psiquiátrica. Um mês
depois da internação, durante o período noturno, foi constatado que essa pessoa faleceu,
após cometer suicídio nas dependências do hospital.O estado poderá ser acionado e
condenado a ressarcir os danos morais causados aos genitores do interno, já que tinha o
dever de garantir a vida e a saúde do paciente, respondendo objetivamente pelas
circunstâncias do óbito.” [Cespe, 2016]
→ “No contexto da responsabilidade civil do Estado, a culpa da vítima será considerada como
critério para excluir ou para atenuar a responsabilização do ente público.” [ Cespe, 2018]
Reparação do dano
→ “Um servidor público federal que, no exercício de sua função, causar dano
a terceiros NÃO poderá ser demandado diretamente pela vítima em ação
indenizatória.” [Cespe, 2018, adaptada]
CONTROLE ADMINISTRATIVO
Controle exercido pela administração pública
INTERNO
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
→ “Constitui espécie de controle da administração pública prevista na organização administrativa
brasileira B) o poder de autotutela, que, observados os requisitos legais, permite à administração
rever de ofício um ato ilegal, ainda que o respectivo recurso administrativo interposto não seja
conhecido.” [Cespe, 2019]
→ “No controle administrativo, o meio utilizado para se expressar oposição a atos da
administração que afetam direitos ou interesses legítimos do interessado é denominado D)
reclamação.” [Cespe, 2019]
→ “O Poder Judiciário deverá manter sistema de controle interno com a finalidade, entre outras,
de comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial de seus órgãos.“ [ Cespe, 2018]
**Representação: para solucionar problemas que envolvem os
interesses coletivos. O interessado não é prejudicado diretamente
(DENÚNCIA)
**Reclamação: para solucionar problemas que envolvem os
interesses apenas do indivíduo que reclama (OPOSIÇÃO).
**Pedido de reconsideração: petição para que o administrador
se retrate de decisão tomada previamente
**Recurso administrativo: em processo administrativo com
decisão desfavorável ao interessado. Pode ser próprio ou impróprio
(HIERARQUIA)
**Revisão: fatos novos a serem apresentados em processo
administrativo
EXTERNO
→ “Os tribunais de contas atuam de forma independente, exercendo o
controle externo e o produto dessa ação destina-se a auxiliar o Poder
Legislativo em sua incumbência constitucional.” [Cespe, 2019]
→ “A reclamação para anulação de ato administrativo em desconformidade
com súmula vinculante é uma modalidade de controle externo da atividade
administrativa.” [Cespe, 2020]
→ “Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo
não prevista constitucionalmente.” [Cespe, 2020]
→ “No âmbito do controle na administração pública, o controle
administrativo pode ser corretamente entendido como C) a emissão de
juízo de valor proferida por agente público após fiscalizar determinado
projeto executado com recursos públicos.” [Cespe, 2019]
→ “Conforme a classificação das formas de controle administrativo, ao
realizar auditoria de despesas efetuadas pelo Poder Executivo durante a
execução do orçamento, o tribunal de contas exerce controle E) externo e
concomitante” [Cespe, 2018]
Controle judicial