Você está na página 1de 44

Revisão

TJ RJ 2020 - CESPE

Direito Administrativo

Dia 1
ATOS ADMINISTRATIVOS

Conceito
•Atos administrativos são “os atos legais declarados pelo
Estado ou por seus representantes, com efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
direito público e sujeito ao controle pelo Poder Judiciário.”
(Cespe, 2017)
Requisitos

CO-FI-FO-M-OB

COMPETÊNCIA
FINALIDADE
FORMA
MOTIVO
OBJETO
Competência: QUEM:
•Art. 11 da 9.784/99: “Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação
legalmente admitidos.” (Cespe, 2018)
•O ato administrativo pode ser praticado por particulares, no exercício da delegação

Forma: COMO? - pode ser verbal, escrita, gestual, sonora, eletrônica, luminosa, etc
Finalidade PARA QUE?
Motivo POR QUÊ?
Objeto O QUÊ?

Vinculados: CO-FI-FO
•Discricionários: M-OB
•Somente o FO-CO pode ser convalidado
• FOrma - exceto quando viole regra essencial
• COmpetência - exceto competência exclusiva ou material
Atributos
**NÃO CONFUNDIR COM REQUISITOS!!!
** P-A-T-I tem muitos atributos!!
** Os que começam com consoante estão presentes em
todos os atos administrativos.
Presunção de Legitimidade e Veracidade
•“assegura que o ato é verdadeiro, mesmo que eivado de vícios ou
defeitos, até que se prove o contrário” [Cespe, 2020]
•“A administração pública pode produzir unilateralmente atos que
vinculam os particulares. No entanto, tal vinculação não é absoluta,
devendo o particular, para eximir-se de seus efeitos e anular o ato,
comprovar, em juízo ou perante a própria administração, o defeito do ato
administrativo contra o qual se insurge, por caber-lhe o ônus da prova”
[Cespe, 2019]
•NÃO NECESSARIAMENTE VAI IMPORTAR NA INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA [Cespe, 2017]
Imperatividade
•“permissão para a imposição de obrigações a terceiros, ainda que
estas venham a contrariar interesses privados.” [Cespe, 2019]
•“têm a possibilidade de criar obrigações para o particular,
independentemente de sua anuência.” [Cespe, 2019]

Autoexecutoriedade
•Executa suas próprias decisões [Cespe, 2020]
•“executar suas decisões por meios coercitivos próprios, sem a
necessidade da interferência do Poder Judiciário.’ [Cespe, 2019]
•“Intervenção judicial provocada por terceiro prejudicado por ato
administrativo é exceção ao princípio da autoexecutoriedade.” [Cespe,
2017]

Tipicidade
•“ o ato administrativo deve corresponder a uma figura definida
previamente pela lei como apta a produzir determinados resultados.”
[Cespe, 2018]
Classificação
Quanto à formação da vontade:
Simples: 1 órgão faz 1 ato
Complexos: 2 órgãos fazem 1 ato
→ A nomeação dos ministros de tribunais superiores no Brasil é um ato administrativo
complexo (Certo - Cespe, 2018).
→ Configura ato complexo o decreto assinado pelo chefe do Executivo e referendado por
ministro de Estado. (Cespe, 2017)
Compostos: 2 órgãos fazem 2 atos, havendo o principal e o secundário

Quanto à eficácia:
Válido: regular
Nulo: vício INsanável
Anulável: vício sanável
Inexistente: não é um ato administrativo
Quanto ao regramento:
Vinculado
Discricionário (há margem de escolha para o administrador, conveniência e oportunidade)
•CONVENIÊNCIA e OPORTUNIDADE
•É passível de controle judicial, mas o Judiciário não pode apreciar o MÉRITO do ato, apenas a
sua legalidade: CAUSAS, MOTIVOS E FINALIDADES; LEGALIDADE e LEGITIMIDADE.
•CUIDADO: CESPE, 2012, ANAC - Técnico Administrativo
O Judiciário pode adentrar o mérito do ato administrativo discricionário para examinar a
ausência ou falsidade dos motivos que ensejaram a sua edição. (Certo)

Quanto ao destinatário:
Individual: destinatários certos e efeitos jurídicos no caso concreto - nomeação, demissão
Geral: destinatários incertos, normas genéricas - portaria, resolução

Classificação quanto ao conteúdo:


Aprovação: unilateral e discricionário
Autorização: unilateral, discricionário e precário
Permissão: unilateral, discricionário e precário
Licença: unilateral e vinculado
Homologação: unilateral e vinculado
SE TEM O R, É DISCRICIONÁRIO. Se não tem, é vinculado.
Espécies
Normativo: exercício do poder regulamentar constitucionalmente previsto -
decretos, instruções normativas, etc

Ordinatório: exercício do poder hierárquico - portarias, avisos


Negocial: união das vontades públicas [Administração] e privadas
[particulares], sem imperatividade - Vou tomar um NEGOCINHO na LAPA:
Licença, Autorização, Permissão, Admissão

Enunciativo: Certifica, atesta um fato ou opinião - parecer, atestado

Punitivo: exercício do poder disciplinar e de polícia - multa, advertência,


demissão, etc
Extinção do ato administrativo

Cassação
→ O ato é retirado por ilegalidade na sua EXECUÇÃO, o destinatário
descumpriu o combinado
→ “A cassação de um ato administrativo corresponde a extingui-lo por
descumprimento dos requisitos estabelecidos para a sua execução.” [Cespe,
2018]
→ “ desfazer ato administrativo porque determinado destinatário
descumpriu condições obrigatórias para que continuasse a desfrutar de
determinada situação jurídica” [Cespe, 2018]

Caducidade
→ “a retirada do ato se dá porque sobrevém norma jurídica que torna
inadmissível a situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato
precedente.” [Cespe, 2011]
Anulação e revogação

Anulação -> atos vinculados -> ex tunc

Revogação -> atos discricionários -> ex nunc

Súmula Vinculante 3 do STF


Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar
anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

EXCEÇÃO: será necessário garantir contraditório e ampla defesa se


tiverem se passado mais de 5 anos desde a concessão inicial e o TC
ainda não examinou a legalidade do ato.
Convalidação
**NÃO É FORMA DE EXTINÇÃO de ato administrativo
•EX TUNC
•Praticada pela própria Administração, não pode ser praticada pelo Judiciário - Art. 55 da Lei
9.784/99: “Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração”.
Vícios sanáveis: Competência e forma. - FOCO
Vícios insanáveis: motivo, objeto e finalidade.

Espécies de convalidação:
Ratificação - a própria autoridade que praticou o ato é quem convalida, desde que não se
trate de competência outorgada com exclusividade
Reforma - retira a parte viciada e mantém o restante do ato -> aplicável somente a atos
plúrimos
Conversão - retira a parte viciada e acrescenta outra
Confirmação - autoridade superior convalida

Decadência administrativa
Lei nº 9.784/99
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
Hierárquico
→ Subordinação
→ “No exercício do poder hierárquico, a delegação pode ocorrer de modo vertical ou
horizontal, enquanto a avocação se dá exclusivamente no sentido vertical” [Cespe, 2013]
→ “Decorrente do poder hierárquico, a avocação, por um órgão, de competência não
exclusiva atribuída a outro órgão que lhe seja subordinado é excepcional e exige motivos
relevantes e devidamente justificados” [Cespe, 2015]
→ “Como decorrência da relação hierárquica presente no âmbito da administração pública,
um órgão de hierarquia superior pode avocar atribuições de um órgão subordinado, desde
que estas não sejam de competência exclusiva. “ [Cespe, 2015]
→ “O administrador público age no exercício do poder hierárquico ao editar atos normativos
com o objetivo de ordenar a atuação de órgãos a ele subordinados.” [Cespe, 2019]

Lei 9784: Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade
Disciplinar
→ Administração regula e pune quem JÁ TEM vínculo com ela
→ “Aplicação de multa a sociedade empresária em razão de
descumprimento de contrato administrativo celebrado por
dispensa de licitação” [Cespe, 2019]
→ “A responsabilização de servidor público que tenha negado
publicidade a atos oficiais terá como fundamento os poderes A)
disciplinar e hierárquico” [Cespe, 2018]
Regulamentar
→ Expedição de atos normativos DECRETO e REGULAMENTO pelos chefes
dos poderes executivos.
→ “O regulamento editado por autoridade competente da administração
pública, em atendimento a norma legal, para prover matéria reservada a
lei é um regulamento d) Delegado” [Cespe, 2018]
→ “O regulamento autônomo diferencia-se do regulamento de execução
porque, enquanto este é editado com fundamento na lei, aquele possui
fundamento direto na Constituição, sendo possível, portanto, que inove na
ordem jurídica.” [Cespe, 2015]
→ “O poder regulamentar não se realiza exclusivamente por meio de
decreto do chefe do Poder Executivo.” [Cespe, 2006]
→ “No exercício do poder regulamentar, é conferida à administração
pública a prerrogativa de editar atos gerais para complementar a lei, em
conformidade com seu conteúdo e limites, não podendo ela, portanto,
criar direitos e impor obrigações, salvo as excepcionais hipóteses
autorizativas de edição de decreto autônomo.” [Cespe, 2015]
De Polícia

→ “cabível tanto por meio de determinações de ordem pública quanto por


consentimentos de pedidos feitos à administração.” [Cespe, 2019]
→ Pode se dar por meio de atos normativos
→ Passível de controle judicial
→ NÃO É restrito aos órgãos de segurança pública
→ Administração regula e pune quem NÃO TEM vínculo com ela
→ “"É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder
de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas
legalmente previstas." [Informação 793/2015 do STF]
→ “permissão para que o poder público interfira na órbita do interesse
privado para salvaguardar o interesse público, restringindo-se direitos
individuais” [Cespe, 2019]
→ “De acordo com o STF, a competência das agências reguladoras para editar
atos normativos que visem à organização e à fiscalização das atividades por
elas reguladas representa o exercício de seu poder administrativo b) de
polícia, na sua função normativa, estando subordinado ao disposto na lei.”
[Cespe, 2019]
→ “O alvará de licença e o alvará de autorização concedidos pela
administração pública constituem meio de atuação do poder D) de polícia.”
[Cespe, 2019]
→ “O poder de polícia administrativo B) inclui, no âmbito das agências
reguladoras, a possibilidade de tipificar ineditamente condutas passíveis de
sanção, de acordo com o STJ.” [Cespe, 2019]
→ Poder de polícia “ consiste em atos preventivos e repressivos, normativos e
concretos, e que se caracteriza pela autoexecutoriedade e pela
coercibilidade.” [Cespe, 2018]
→ “Na esfera da administração pública federal, direta ou indireta, a ação
punitiva, quando se tratar do exercício do poder de polícia, prescreve em
cinco anos contados a partir da data da prática do ato ou, em se tratando de
infração permanente ou continuada, a partir do dia em que esta tiver
cessado.” [Cespe, 2009]
Ciclo de Polícia segundo o STJ:
•NORMATIZAÇÃO/ORDEM- legislação
• “Informação 889 do STF: a competência das agências reguladoras para editar atos
normativos visando à organização e à fiscalização das atividades por elas reguladas
está inserida dentro do Poder Geral de Polícia da Administração.”
• Indelegável
•CONSENTIMENTO -
• “Os atos de polícia podem constituir-se em consentimentos, ou seja, quando a
administração responde afirmativamente a um pedido para o exercício de atividade
econômica em via pública, está praticando um ato de polícia. Nesse caso, apesar de
consentir, o Estado impõe condicionantes de forma a limitar a liberdade do agente
econômico.” [Cespe, 2009]
• Delegável
•FISCALIZAÇÃO -
• Delegável
•SANÇÃO -
• Indelegável
Uso e abuso do poder

→ O abuso de poder inclui o excesso de poder e o desvio de finalidade


→ Existe excesso de poder na forma omissiva para a CESPE, quando o
agente público se omite em uma situação em que ele deveria agir

Abuso de poder → desvio de finalidade

Excesso de poder → excede a competência


REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

Conceito
→ “O conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a administração
pública e que não se encontra nas relações entre particulares constitui o regime
jurídico administrativo.” [Cespe, 2019]
→ “A supremacia do interesse público deve ser prioridade em organizações da
administração pública” [Cespe, 2018, adaptada]
→ “Conforme o regime jurídico administrativo, apesar de assegurada a
supremacia do interesse público sobre o privado, à administração pública é
PERMITIDO ter privilégios não concedidos a particulares.” [Cespe, 2018,
adaptada]
→ “Sob a perspectiva do critério formal adotado pelo Brasil, somente é
administração pública aquilo determinado como tal pelo ordenamento jurídico
brasileiro, independentemente da atividade exercida. Assim, a administração
pública é composta exclusivamente pelos órgãos integrantes da administração
direta e pelas entidades da administração indireta.” [Cespe, 2018]
Princípios expressos e implícitos da administração pública

•Expressos

LIMPE
Legalidade

•“O princípio da juridicidade, por constituir uma nova compreensão da ideia de


legalidade, acarretou A DIMINUIÇÃO do espaço de discricionariedade do
administrador público.” [Cespe, 2018, adaptada]

•“O princípio da legalidade veda à administração a prática de atos inominados,


embora estes sejam permitidos aos particulares.” [Cespe, 2018]
Impessoalidade
•“Situação hipotética: O prefeito de determinado município
promoveu campanha publicitária para combate ao mosquito da
dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, além do símbolo da
sua campanha eleitoral. Assertiva: No caso, há ofensa ao princípio
da impessoalidade.” [Cespe, 2018, adaptada]

Moralidade
•“Os atos da administração pública devem obedecer não somente à
lei jurídica, mas também a padrões éticos. Tal característica se refere
ao princípio da b) moralidade, sendo esta pressuposto de validade
de todo ato da administração pública.” [Cespe, 2018]

Publicidade: admite exceções


•“A publicidade é condição de eficácia dos atos administrativos, razão
pela qual pode caracterizar prática de ato de improbidade
administrativa a desobediência ao dever de publicação de atos
oficiais.” [Cespe, 2018]
Eficiência

•“O núcleo do princípio da eficiência no direito


administrativo é a procura da produtividade e
economicidade, sendo este um dever constitucional da
administração, que não poderá ser desrespeitado pelos
agentes públicos, sob pena de responsabilização pelos seus
atos.” [Cespe, 2018]
•“O princípio da eficiência determina que a administração
pública direta e indireta adote critérios necessários para a
melhor utilização possível dos recursos públicos, evitando
desperdícios e garantindo a maior rentabilidade social.”
[Cespe, 2018]
•Implícitos
“Embora não estejam previstos expressamente na Constituição vigente, os
princípios da indisponibilidade, da razoabilidade e da segurança jurídica
devem orientar a atividade da administração pública.” ´[Cespe, 2018]

Segurança Jurídica
→ “A segurança jurídica está em conferir certeza e estabilidade na relação da
administração pública com os administrados.” [Cespe, 2018]
→ “O princípio da segurança jurídica resguarda a estabilidade das relações no
âmbito da administração; um de seus reflexos é a vedação à aplicação
retroativa de nova interpretação de norma em processo administrativo.”
[Cespe, 2012]
→ Nova interpretação não retroage nem para atender ao interesse público.

Isonomia
“Viola o princípio da isonomia a previsão de critérios discriminatórios de idade
em certame de concursos públicos, ressalvados os casos em que a natureza
das atribuições do cargo justificar.” [Cespe, 2018]
Confiança

→ “Embora sem previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro, o


princípio da confiança relaciona-se à crença do administrado de que os atos
administrativos serão lícitos e, portanto, seus efeitos serão mantidos e
respeitados pela própria administração pública.” [Cespe, 2018]
“O princípio da proteção da confiança legítima não autoriza a manutenção em
cargo público de servidor público empossado por força de decisão judicial de
caráter provisório posteriormente revista, ainda que decorridos mais de cinco
anos da investidura no cargo.” [Cespe, 2018]
Supremacia do Interesse Público

→ “A administração possui posição de superioridade em relação aos administrativos, além


de possuir prerrogativas e obrigações que não são extensíveis aos particulares. Além disso,
os assuntos públicos possuem preferência em relação aos particulares. Essas características
da administração pública decorrem do princípio da C) supremacia do interesse público,
previsto implicitamente na Constituição Federal e expressamente na legislação ordinária.”
[Cespe, 2018]
→ “A previsão em lei de cláusulas exorbitantes aplicáveis aos contratos administrativos
decorre diretamente do princípio da E) supremacia do interesse público” [Cespe, 2018]
→ “São considerados princípios informativos da atividade administrativa a legalidade e a
supremacia do interesse público, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e o
segundo, fundamentado nas próprias ideias do Estado em favor da defesa, da segurança e
do desenvolvimento da sociedade.” [Cespe, 2018]
Proporcionalidade
“O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação
entre os meios e os fins, deve ser obrigatoriamente observado no
processo administrativo, sendo vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público.” [Cespe, 2018]

Autotutela
“Decorre do princípio de autotutela o poder da administração
pública de rever os seus atos ilegais, independentemente de
provocação.” [Cespe, 2018]
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Evolução histórica

1ª Teoria da Irresponsabilidade
2ª Teoria da Responsabilidade Subjetiva [Culpa/Civilista]
3ª Teoria da Culpa Administrativa [Culpa anônima/Falta de Serviço]:
subjetiva e com excludentes
4ª Teoria da Responsabilidade Objetiva [Publicista]: teoria do risco
integral e teoria do risco administrativo
→ “Historicamente, a responsabilidade civil do Estado evoluiu a partir da teoria da
irresponsabilidade civil do Estado, passando por um período no qual predominaram
teorias de responsabilidade subjetiva. Atualmente, encontra-se sedimentada e
prevalecente a teoria da responsabilidade objetiva do Estado.” [Cespe, 2020]

→ “A teoria do risco administrativo se apresenta como fundamento da


responsabilidade objetiva do Estado.” [Cespe, 2015]

→ “A teoria DA CULPA ADMINISTRATIVA prega que a responsabilidade civil do


Estado depende da comprovação da ausência do serviço público.” [Cespe, 2013,
adaptada]
Responsabilidade por ato comissivo do Estado

Art. 37, §6º, CF88: As pessoas jurídicas de direito público e as de


direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
→ “Para que fique configurada a responsabilidade civil do Estado, NÃO
é necessário que o ato praticado seja ilícito.” [Cespe, 2013, adaptada]
→ “Quanto à responsabilidade civil por danos causados por seus
agentes a terceiros, uma entidade da administração indireta, dotada de
personalidade jurídica de direito privado e exploradora de atividade
econômica estará sujeita B) ao regime jurídico da responsabilidade civil
privada.”[Cespe, 2015]

→ “A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado


prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros
usuários e não usuários do serviço prestado.” [Cespe, 2013]
Responsabilidade por omissão do Estado

→ “A responsabilidade da administração é objetiva quanto aos danos


causados por atuação de seus agentes. Nos danos causados por omissão da
administração pública, a indenização é regulada pela teoria da culpa
administrativa.” [Cespe, 2013]

→ EXCEÇÃO: quando o Estado está em situação de garante e possuía o


DEVER de agir - omissão específica - responsabilidade objetiva:
→ “Um numeroso grupo de pessoas se reuniu no centro comercial de
determinada cidade para protestar contra a precarização dos hospitais locais.
A agitação e a hostilidade dos manifestantes fizeram que lojistas do local
acionassem o órgão de segurança pública competente para a necessária
assistência. Os agentes não apareceram e vitrines de lojas do centro
comercial foram apedrejadas.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir. Como,
segundo o ordenamento jurídico brasileiro, a responsabilidade do Estado é
objetiva, é possível a caracterização de responsabilização estatal por atos de
omissão, como a não prestação da assistência requerida para conter a
multidão.“ [Cespe, 2018]
→ “O fato de um detento morrer em estabelecimento prisional devido a
negligência de agentes penitenciários configurará hipótese de
responsabilização objetiva do Estado.” [Cespe, 2012]

→ “Em recente decisão, o STF entendeu que, quando o poder público


comprovar causa impeditiva da sua atuação protetiva e não for possível ao
Estado agir para evitar a morte de detento (que ocorreria mesmo que o
preso estivesse em liberdade), C) não haverá responsabilidade civil do
Estado, pois o nexo causal da sua omissão com o resultado danoso terá sido
rompido.” [Cespe, 2017]

→ “O Estado pode ser responsabilizado pela morte do detento que cometeu


suicídio.” [Cespe, 2017]

→ “Segundo o entendimento do STF, a responsabilidade civil do Estado pela


morte de detento sob sua custódia é E) objetiva, com base na teoria do risco
administrativo, em caso de inobservância do seu dever constitucional
específico de proteção, tanto para as condutas estatais comissivas quanto
para as omissivas.” [Cespe, 2018]
→ “Ênio foi condenado a dezessete anos de prisão por meio de sentença penal
condenatória transitada em julgado. Sob a custódia do Estado, deparou-se com
um sistema prisional inepto para tutelar os direitos fundamentais previstos no
texto constitucional: celas superlotadas, falta de preparo dos agentes carcerários,
rebeliões, péssimas condições de higiene, doenças, violências das mais diversas.
Agregaram-se a isso problemas pessoais: além de ter contraído doenças, sua
esposa pediu-lhe o divórcio e seus filhos e amigos não quiseram mais contato
algum com ele. Após um ano de prisão, Ênio entrou em depressão e se suicidou
dentro da cela, durante a noite. Em razão desse fato, seus herdeiros ajuizaram
ação de indenização por danos materiais e morais contra o Estado.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta acerca da
responsabilidade extracontratual, ou aquiliana, do Estado, com base no
entendimento jurisprudencial do STF e do STJ. C) Não é necessário demonstrar a
culpa da administração pública, visto que a responsabilidade civil estatal pela
integridade dos presidiários é objetiva em face dos riscos inerentes ao meio em
que eles estão inseridos por conduta do próprio Estado.” [Cespe, 2014]

→ “O Estado NÃO necessariamente será responsabilizado em caso de suicídio de


pessoa presa, em razão do seu dever de plena vigilância.” [Cespe, 2019,
adaptada]
Requisitos para a demonstração da responsabilidade do
Estado.

→ “Para se caracterizar a responsabilidade civil do Estado no caso


de conduta omissiva, não basta a simples relação entre a omissão
estatal e o dano sofrido, pois a responsabilidade só estará
configurada quando estiverem presentes os elementos que
caracterizem a culpa.!” [Cespe, 2011]
→ “De acordo com a teoria do risco, a demonstração de culpa não
é necessária para se impor ao Estado responsabilidade objetiva.” [
Cespe, 2015]
Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do
Estado

→ Caso fortuito: exclusão


→ Força maior: exclusão
→ Culpa exclusiva da vítima: exclusão
→ Culpa concorrente da vítima ou de terceito é causa ATENUANTE, e
não excludente

→ “O caso fortuito e a força maior possibilitam a exclusão da


responsabilidade do poder público, visto ser objetiva a
responsabilidade do Estado.” [Cespe, 2013, adaptada]
→ “A responsabilidade civil do Estado deve ser excluída em situações
inevitáveis, isto é, em caso fortuito ou em evento de força maior cujos
efeitos não possam ser minorados.” [ Cespe, 2015]
→ “Como a responsabilidade civil do Estado por ato danoso de seus prepostos é objetiva, surge o
dever de indenizar se restarem provados o dano ao patrimônio de outrem e o nexo de causalidade
entre este e o comportamento do preposto. No entanto, o Estado poderá afastar a responsabilidade
objetiva quando provar que o evento danoso resultou de caso fortuito ou de força maior, ou ocorreu
por culpa exclusiva da vítima.” [Cespe, 2007]

→ “O Estado não responde civilmente pelos danos causados por atos praticados por
agrupamentos de pessoas ou multidões, por se tratar de atos de terceiros que
caracterizam uma excludente de causalidade, salvo quando se verificar omissão do poder
público em garantir a integridade do patrimônio danificado, hipótese em que a
responsabilidade civil é subjetiva.” [Cespe, 2009]
→ “Uma pessoa absolutamente incapaz foi internada em hospital psiquiátrico integrante da
administração pública estadual, para tratamento de grave doença psiquiátrica. Um mês
depois da internação, durante o período noturno, foi constatado que essa pessoa faleceu,
após cometer suicídio nas dependências do hospital.O estado poderá ser acionado e
condenado a ressarcir os danos morais causados aos genitores do interno, já que tinha o
dever de garantir a vida e a saúde do paciente, respondendo objetivamente pelas
circunstâncias do óbito.” [Cespe, 2016]

→ “A responsabilidade do Estado, em regra, será afastada quando se tratar da


obrigação de pagamento de encargos trabalhistas de empregados terceirizados que
tenham deixado de receber salário da empresa de terceirização.” [Cespe, 2019]

→ “No contexto da responsabilidade civil do Estado, a culpa da vítima será considerada como
critério para excluir ou para atenuar a responsabilização do ente público.” [ Cespe, 2018]
Reparação do dano

→ “A reparação de danos causados pelo Estado a terceiros pode ser


feita tanto no âmbito administrativo, quanto na esfera judicial. Caso a
administração não reconheça desde logo a sua responsabilidade e
não haja entendimento entre as partes quanto ao valor da
indenização, o prejudicado poderá propor ação de indenização contra
a pessoa jurídica causadora do dano.” [Cespe, 2014]
Direito de regresso

→ “Segundo o entendimento majoritário do STJ, no caso de ação


indenizatória ajuizada contra a fazenda pública em razão da responsabilidade
civil do Estado, o prazo prescricional é D) quinquenal, como previsto pelas
normas de direito público, em detrimento do prazo trienal contido no Código
Civil.” [ Cespe, 2019]

→ “Servidor público que, no exercício de suas atribuições, causar dano a


terceiro será responsabilizado em ação regressiva.” [Cespe, 2019]

→ “Um servidor público federal que, no exercício de sua função, causar dano
a terceiros NÃO poderá ser demandado diretamente pela vítima em ação
indenizatória.” [Cespe, 2018, adaptada]
CONTROLE ADMINISTRATIVO
Controle exercido pela administração pública

INTERNO
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
→ “Constitui espécie de controle da administração pública prevista na organização administrativa
brasileira B) o poder de autotutela, que, observados os requisitos legais, permite à administração
rever de ofício um ato ilegal, ainda que o respectivo recurso administrativo interposto não seja
conhecido.” [Cespe, 2019]
→ “No controle administrativo, o meio utilizado para se expressar oposição a atos da
administração que afetam direitos ou interesses legítimos do interessado é denominado D)
reclamação.” [Cespe, 2019]
→ “O Poder Judiciário deverá manter sistema de controle interno com a finalidade, entre outras,
de comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial de seus órgãos.“ [ Cespe, 2018]
**Representação: para solucionar problemas que envolvem os
interesses coletivos. O interessado não é prejudicado diretamente
(DENÚNCIA)
**Reclamação: para solucionar problemas que envolvem os
interesses apenas do indivíduo que reclama (OPOSIÇÃO).
**Pedido de reconsideração: petição para que o administrador
se retrate de decisão tomada previamente
**Recurso administrativo: em processo administrativo com
decisão desfavorável ao interessado. Pode ser próprio ou impróprio
(HIERARQUIA)
**Revisão: fatos novos a serem apresentados em processo
administrativo
EXTERNO
→ “Os tribunais de contas atuam de forma independente, exercendo o
controle externo e o produto dessa ação destina-se a auxiliar o Poder
Legislativo em sua incumbência constitucional.” [Cespe, 2019]
→ “A reclamação para anulação de ato administrativo em desconformidade
com súmula vinculante é uma modalidade de controle externo da atividade
administrativa.” [Cespe, 2020]
→ “Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de controle externo
não prevista constitucionalmente.” [Cespe, 2020]
→ “No âmbito do controle na administração pública, o controle
administrativo pode ser corretamente entendido como C) a emissão de
juízo de valor proferida por agente público após fiscalizar determinado
projeto executado com recursos públicos.” [Cespe, 2019]
→ “Conforme a classificação das formas de controle administrativo, ao
realizar auditoria de despesas efetuadas pelo Poder Executivo durante a
execução do orçamento, o tribunal de contas exerce controle E) externo e
concomitante” [Cespe, 2018]
Controle judicial

→ “Em nenhuma hipótese é possível a revogação, pelo Poder


Judiciário, de atos praticados pelo Poder Executivo.” [Cespe, 2020]

→ “Os limites do controle jurisdicional da administração pública


brasileira incluem a impossibilidade de submeter a esse controle a
conveniência de uma contratação pública.” [Cespe, 2019]
Controle legislativo

→ “A competência para o julgamento das contas do chefe do Executivo é do C)


Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer prévio e apenas opinativo
emitido pelo tribunal de contas.” [Cespe, 2019]

→ O controle legislativo pode ser corretamente entendido como “o preceito de


accountability que os administradores públicos devem observar ao elaborar a
prestação de contas, a tempo de informar ao Poder Legislativo que a aplicação
dos recursos está em conformidade com a legislação vigente.” [Cespe, 2019]

→ “Vários estados da Federação enfrentavam problemas relacionados à entrega


de correspondências: o percentual de cartas não entregues havia dobrado e,
conforme o tipo de encomenda, os atrasos tinham quintuplicado. Em razão
disso, um deputado federal apresentou requerimento de convocação do ministro
das Comunicações para que este prestasse esclarecimentos sobre as principais
razões para essa crise dos serviços postais no Brasil. O pedido foi aprovado pela
maioria absoluta do plenário, e foi efetuada a convocação do ministro. Nessa
situação hipotética, a Câmara Legislativa exerceu o controle E) Parlamentar”.
[Cespe, 2018]

Você também pode gostar