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REFERÊNCIA COMPLETA
Tema
Objetivos
Estrutura do
texto
Palavras-chave
Principais
conclusões
Introdução
Ancomunicação é percebida, em
todo caso, como o cenário
cotidiano do reconhecimento
social, da
constituição e expressão dos
imaginários a partir dos quais as
pessoas representam aquilo que
temem ou que têm direito de
esperar, seus medos e suas
esperanças. Os meios de
comunicação começaram assim a
fazer parte decisiva dos novos
modos como nós percebemos
latino-americanos (J. Martín-
Barbero, 1987). O que significa
que neles não apenas se reproduz
ideologia, mas também se faz e
refaz a cultura das maiorias, não
somente se comercializam
formatos,
mas recriam-se as narrativas nas
quais se entrelaça o imaginário
mercantil com a memória
coletiva
No interior das
comunidades, esses processos de
comunicação são percebidos ao
mesmo tempo como outra
forma de ameaça à sobrevivência
de suas culturas e como uma
possibilidade de romper a
exclusão, como experiência de
interação que, se comporta risco,
também abre novas figuras de
futuro, pois há nessas
comunidades menos complacência
nostálgica para com as tradições e
maior consciência da
indispensável reelaboração
simbólica que exige a construção
do futuro
(Garcia Canclini) 5
a natureza comunicativa da
cultura, isto é, a função
constitutiva que a comunicação
desempenha na estrutura do
processo
cultural, pois as culturas vivem
enquanto se comunicam umas com
as outras e esse comunicar-se
comporta um denso e arriscado
intercâmbio de símbolos e
sentidos. 7
Diante do discurso que vê as
culturas tradicionais apenas como
algo a ser conservado, cuja
autenticidade se encontraria
somente no passado e para o qual
qualquer intercâmbio aparece
como contaminação, é em nome
daquilo que em tais culturas tem
direito ao futuro que se faz
necessário afirmar: não é possível
ser fiel a uma cultura sem
transformá-la, sem assumir os
conflitos que toda comunicação
profunda envolve. 7
Essa reconfiguração do
comunicador como mediador
volta- se basicamente para o
entendimento da comunicação
como a colocação em comum de
sentidos da vida e da sociedade 8
E o que começa a se
fazer visível nas emissoras
comunitárias é o novo sentido que
adquirem as relações entre cultura
e política quando os movimentos
sociais de bairro ou locais
encontram, em um espaço público
como aquele que uma rádio abre, a
possibilidade não de serem
representados> mas de serem
reconhecidos: de fazer ouvir a
própria voz, de poder dizer-se com
suas linguagens e relatos. 11
As contradições latino-americanas
que atravessam e sustentam sua
integração
globalizada desembocam assim de
forma decisiva na pergunta a
respeito do peso que as
indústrias da informação e da
comunicação audiovisuais têm
nestes processos, já que estas
indústrias trabalham no terreno
estratégico das imagens que estes
povos fazem de si mesmos e
com as quais se fazem reconhecer
pelos demais 12
Pois a identidade cultural de
nossos povos só
poderá continuar a ser narrada e
construída nos novos relatos e
gêneros audiovisuais se as
indústrias comunicacionais forem
controladas por políticas culturais
de integração latino-americana
capazes de assumir o que os meios
de massa têm de (e fazem com)
cultura cotidiana da gente, e
capazes também de envolver
explicitamente o sistema educativo
na transformação das relações
da escola com os campos de
experiência que configuram as
novas sensibilidades, as novas
linguagens e as escrituras
informáticas. 12