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Filosofia Moderna

Principal objetivo: servir-se unicamente da


razão como narrativa normativa e da ordem
para o homem.

Rogério Jolins Martins


Pensamento filosófico: Descartes (racionalismo)

Pensamento científico: Francis Bacon e Galileu

Pensamento político: Nicolau Maquiavel

Pensamento jurídico: Hugo Grotius


NICOLAU MAQUIAVEL
(1469-1527)
• Considerado o fundador do pensamento
político moderno.
• Idade Antiga: Política relacionada à ética.
• Idade Média: acrescem-se os valores
cristãos.
• Havia na época de Maquiavel um
distanciamento entre o ideal de Política e a sua
realidade.
Ele escreveu O Príncipe (1513-1515).
Tratou da Política, tal como ela se dá.
Procurou compreender e esclarecer a
Política real:
• Sempre há tensão entre poderosos
e povo. É ilusão o “bem comum” para
ambos.
• O poder político regula essas
tensões.
“Muita gente imaginou repúblicas e principados que nunca se
viram nem jamais foram reconhecidos como verdadeiros. Faz
tanta diferença entre o como se vive e o modo por que se
deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria
fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do
que o modo de se preservar; e um homem que quiser fazer
profissão de bondade é natural que se arruíne entre tantos que
são maus. Assim, é necessário a um príncipe, para se manter,
que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-
se disso segundo a necessidade.”

MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural,


1973. p. 69. (Coleção Os Pensadores)
Virtú
Significa “virtude”, no sentido grego de força, valor, qualidade
de lutador e guerreiro viril. Príncipes de virtù são governantes
especiais, capazes de realizar grandes obras e provocar
mudanças na história.

Não se trata, portanto, do príncipe virtuoso conforme


preceitos da moral cristã (bondade e justiça, por exemplo),
mas daquele que tem a capacidade de perceber o jogo de
forças da política para então agir com energia, a fim de
conquistar e manter o poder.

(p. 338)
Fortuna
Significa “ocasião”, “acaso”, “sorte”: Para agir bem, o
príncipe não deve deixar escapar a ocasião oportuna.
De nada adiantaria ser virtuoso, se o príncipe não
soubesse ser ousado, mas precavido para aguardar a
ocasião propícia, aproveitando o acaso ou a sorte das
circunstâncias, como observador atento do curso da
história.
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Thomas Hobbes -1588-1679
Ética hobbesiana
Thomas Hobbes
O ser humano em seu estado natural, objetivando a sua preservação,
é individualista, egoísta e violento. Não poderá haver paz e
segurança enquanto perdurar o estado natural.

No estado natural não há espaço para o bem e o mal objetivos e,


portanto, para os valores morais.

Com efeito, o bem é aquilo para o qual tendemos e o mal aquilo do


qual fugimos; mas como alguns homens desejam algumas coisas e
outros desejam outras, e como alguns fogem de algumas coisas e
outros não, daí decorre que bem e mal é algo relativo - relativo à
pessoa, ao local, ao tempo e às circunstâncias.

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Ética hobbesiana
Não havendo valores absolutos, como é possível construir uma moral
e uma vida social? Como é possível a convivência dos homens em
sociedade?
O De Cive e o Leviatã

Não havendo valores absolutos não existe uma justiça e uma injustiça
naturais. Desse modo, os valores são frutos de convenções
estabelecidas pelos próprios homens. Desse modo, o egoísmo e o
convencionalismo são pontos-chaves para nova ética e política.

Liberdade e Igualdade → iguais para todos os seres humanos.

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Ética hobbesiana

“... na natureza do homem encontramos três causas


principais de discórdia. Primeiro, a competição;
segundo, a desconfiança; e terceiro, a glória”.

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Ética hobbesiana
Como proceder para assegurar a paz?
O próprio homem reconhece a necessidade de renunciar o direito
natural, especialmente para garantir sua defesa. Isso será possível
somente por meio de um Pacto.

Em meio a relatividade de todos os bens encontramos um bem


primeiro e originário: a vida e sua conservação. O primeiro mal a
evitar é a morte.

Homens – existem contendas, ódios, invejas, insurreições, motins,


revoltas

Animais – apetite comum (não percebem o defeito de sua sociedade =
abelhas).
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Ética hobbesiana
Não havendo limites impostos pela natureza, nasce, assim, a
predominância de uns sobre os outros = homo homini lupus.

Em decorrência disso, o Estado não é natural, mas artificial.

Leviatã = 19 regras fundamentais para a vida social:


1ª regra: ordena que o homem se esforce por buscar a paz;
2ª regra: impõe que se renuncie ao direito sobre tudo;
3ª regra: que se cumpram os acordos feitos, etc.

Em si mesmas as leis não bastam para constituir a sociedade. É preciso


um poder que obrigue os homens a respeitá-las. Portanto, é preciso que
todos os homens transfiram a um único homem (ou a uma assembleia) o
poder de os governar.
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Ética hobbesiana

Esse pacto não é firmado pelos súditos com o


soberano, mas, sim, pelos próprios súditos. O
soberano fica fora do pacto, permanecendo
como único a manter todos os direitos
originários. O poder do soberano é indivisível e
absoluto.

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HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de uma
República Eclesiástica e Civil. Tradução de João Paulo Monteiro
e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p.
108.

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Grotius - 1583-1645

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Ética Moderna
Para a convivência humana, os homens têm como
fundamentos a razão e a natureza, que coincidem entre
si.

Por isso, o “direito natural” traz em sua raiz um


fundamento racional e natural, ou seja, traz a marca da
estabilidade e da imutabilidade: os princípios do direito
natural seriam válidos mesmo que se quisesse supor que
Deus não existisse, pois o que é perfeito não muda.

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Ética Moderna
Tem-se assim, a passagem para o jusnaturalismo – doutrina
segundo a qual há uma lei inata a todo homem (direito
natural), reconhecendo em cada indivíduo a existência de
direitos naturais.

Este direito é anterior e superior ao direito positivo (humano) e,


em caso de conflito, é ele que deve prevalecer.

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Ética Moderna
O jusnaturalismo do séc XVII e XVIII reconheceu em cada
indivíduo a existência de direitos naturais, o que moldou
doutrinas políticas e éticas de tendência individualista e
liberais.

Em conformidade com o jusnaturalismo, a autoridade


política deve respeitar os direitos inatos do indivíduo, e o
próprio Estado deve ser concebido como uma livre criação
dos indivíduos, em busca da defesa dos seus direitos
individuais.

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Ética Moderna

Séc XIX – enfraquecimento do jusnaturalismo (caiu em


descrédito). Nasce a ideia racional e liberal de leis e
normas, que se harmonizava com as tendências
iluministas. Emerge o juspositivismo como tentativa de
superar os problemas da metafísica do jusnaturalismo.
Passa a ter valor somente as orientações e construções da
razão humana.

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Ética Moderna
Contudo, o jusnaturalismo ainda marca:

1. A Declaração da Independência dos Estados Unidos da


América;

2. A Declaração Universal dos Direitos do Homem e do


Cidadão (Rev. Francesa);

3. A Declaração Universal dos Direitos Humanos.

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Ética Moderna: a razão em busca de
liberdade
 Com todas as revoluções e mudança
políticas do período entre os séculos
XVI a XVIII, disseminou-se a ideia
de que a razão, a ciência e a
tecnologia tinham condições de
impulsionar o trem da história, numa
marcha contínua em direção a
verdade e ao progresso humano.
 Todo esse pensamento, culminou no
desenvolvimento do movimento
cultural denominado Iluminismo
(Ilustração ou Filosofia das Luzes).
Montesquieu (1689-1755)

 Formula a separação do
Estado em três poderes:
Executivo, Legislativo e
judiciário, como forma de
evitar abusos dos
governantes e de proteger
as liberdades individuais.
Voltaire (1694-1778)
 Destacou-se pelas críticas que
fez ao clero e a prepotência dos
poderosos. Mas concordava
com a necessidade social de
haver crença em Deus.
 Defendeu a monarquia, mas em
seu ponto de vista (como
respeitosa das liberdades
individuais), governada por um
soberano esclarecido.
Diderot ( 1713-1784)
D’Alembert (1717-1783)
 Foram os organizadores de uma
enciclopédia (ficaram conhecidos
como os enciclopedistas).
D’Alembert  Influenciaram muito o pensamento
burguês, defendendo em linhas gerais,
o racionalismo, a independência do
Estado em relação a igreja e a
confiança no progresso humano.

Diderot
Rousseau (1712-1778)

 Defende a ideia de que o


soberano do Estado deve seguir
a vontade geral de seu povo,
sempre tendo em vista o
atendimento do Bem Comum.
 Ele glorificava os valores da vida
natural e atacava a corrupção da
sociedade civilizada.
 Defendeu a ideia do Estado de
Natureza e o Bom Selvagem.
Adam Smith (1723-1790)
 Principal representante do
liberalismo econômico.
 Para ele a economia deveria
ser regida pelo jogo livre da
oferta e da procura de
mercado. O mercado se auto-
regularia, dando conta das
necessidades sociais, desde
que deixado em paz consigo
mesmo.

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