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I - EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Idade Antiga
○ Período clássico helênico: Primeiras tentativas de submeter as relações entre comunidades a
padrões de comportamento mutuamente aceites.
Assim: surgiram os primeiros cônsules (representantes de outras comunidades);
estabeleceu-se 1 volume importante de tratos;
criava-se mecanismos de arbitragem de conflitos.
○ Império romano: o direito das agentes regulava as relações fundamentalmente comerciais c/
os estrangeiros -> afirmação de 1 direito universal.
O cristianismo afirmou o valor da igualdade e o conceito de liberdade.
Idade média
Afirmação do jus gentium definitiva como emanação do direito natural.
A coexistência de dois mundos cristãos
Relações belicosas com o mundo islâmico > desenvolvimento comercial > laicização do direito.

Formação do direito internacional eurocêntrico


O DI moderno forma-se na convivência entre os Estados europeus; a característica central do sistema
é a soberania que consiste na afirmação da exclusividade do poder no território.
Jean Bodin - Conceito de Soberano, a concentração total do poder a uma pessoa. Como
consequência diminui a influência da igreja.
1º Prática diplomática de relações bilaterais (d. internacional clássico)
2º Conferências internacionais e OI´s (fim séc. XIX)
3º Afirmação dos direitos humanos

Universalização do DI
A partir da I GM o DI passa a assumir 1 papel central na construção de um sistema pacificado.
ONU - garantir a paz através da proibição do recurso à força
CDI - codificação do DI (erosão do princípio de soberania)
TIJ - jurisprudência + solucionar conflitos (erosão do princípio de soberania)
Transição de um direito que visa garantir a coexistência pacífica para um ordem que transcende as
fronteiras e afeta o funcionamento interno dos países.

II - NOÇÃO E OBJECTO DO DI
A expressão DI surge no sec. XVIII e sublinha o caráter interestadual resultante do princípio da
soberania.
A definição surge em volta de 3 critérios:
○ dos sujeitos : conjunto de normas reguladoras das relações entre sujeitos de DI;
○ do objeto: conjunto de normas que regulam matérias de natureza internacional (a fronteira
entre estas e as de natureza interna não é clara);
○ da forma de produção das normas: conjunto de normas criadas segundo os processos
próprios da comunidade internacional que transcende o âmbito estadual.
Perspectiva Tradicional: funda-se numa dicotomia: a oposição entre autoridade(direito
internacional) e o poder de facto.
-> 2 erros: i) Perspectiva o direito como alheio a mecanismos de poder efetivo, sendo que a
articulação com o poder garante o cumprimento das regras ;
i) Pondera apenas a legitimidade (formal) como condição de religação das justiça.
Expressão original (capaz de ultrapassar as perspectivas tradicionais)
Construção da humanidade através das regras a qual se processa pela atualização do interesse
comum da sociedade internacional.

III - Fundamento da obrigatoriedade


Porque têm de cumprir-se as regras de direito internacional?
O DI regula fundamentalmente relações entre Estados, os quais se pretendem soberanos e portanto,
sem quererem aceitar qualquer imposição que lhes seja estranha.

1. Voluntarismo - O cumprimento do DI deriva da vontade dos Estados. A importâncias dada às


correntes voluntárias dos Estados parece decorrer da soberania dos Estados, assim o voluntarismo
acaba por confundir-se com Estatismo, o que resulta numa formulação específica de positivismo
jurídico, em que o direito se funda na vontade do Estado que a exprime através de regras positivas
emanadas pelos órgãos competentes.
- “a afirmação da vontade soberana dos Estados crítica dificilmente admite o desenvolvimento
de uma ordem jurídica a que estes se submetam” - Crítica Central do Voluntarismo
➔ Teoria da Autolimitação - Não estando o Estado sujeito a qualquer autoridade, apenas se
obriga através do seu consentimento, aceitando autolimitar-se de forma a criar relações
estáveis.
➔ Teoria da Vontade Comum - que se funde (dos Estados) no direito internacional, mesmo sem
convergir.

2. Normativismo - O seu formalismo recondu-la pelo menos ao positivismo. O fundamento de


obrigatoriedade das normas resultará de normas que lhe são imediatamente superiores e assim
sucessivamente (formando uma pirâmide do direito até à Grundnorm (norma das normas), que
torna as normas obrigatória) - Pacta sunt servanda. Afasta-se o voluntarismo mas permanece
formalista.
Formalismo
Voluntarismo - Normativismo

3. Sociologismo - O fundamento de obrigatoriedade das normas jurídicas reside nas necessidades


sociais de onde procede o seu conteúdo.

4. Jus Naturalismo - O fundamento da obrigatoriedade do direito será a própria natureza humana: se


todo o homem tem uma noção de justiça, também dispõe da razão que lhe permite descortinar a
ordem natural, ou seja, o conjunto de regras segundo as quais essa justiça pode ser atingida.
Mantêm um acento importante no conteúdo material das normas ao mesmo tempo que limita a
margem de arbítrio dos Estados. No entanto possui contornos necessariamente vagos, o que abre
caminho a doses importantes de subjetivismos na respetiva interpretação.

5. Novas propostas -a partir dos 90 os autores pretendem perceber o fenómeno do cumprimento


descortinando as razões do mesmo. Thomas Franck perspectiva o valor jurídico da norma na
conjugação da legitimação e da capacidade de ser sentida como justa ou equitativa, o que conduz a
uma vinculação natural dos destinatários das normas aos seus conteúdos e ao seu cumprimento. Nos
finais dos anos 90 Harold H. Koh abre espaço à afirmação do expressivismo: o qual justifica o
cumprimento das normas com a conjugação pressão normativa destas com a pressão de adequação
social dos destinatários.

IV - Querela Teórica
Articulação entre Direito Nacional e Direito Internacional
- No âmbito interno, o direito constitucional tende a afirmar a prerrogativa soberana e, nesse
sentido, a regular livremente essa articulação.
- No âmbito internacional a afirmação da primazia deste sobre as regras de direito interno
surge implícita no primeiro acórdão do primeiro tribunal internacional.

A. Abordagem Tradicional (Monismo e Dualismo)


Dualismo - A perspectiva dualista distingue ontologicamente a ordem jurídica interna da ordem
jurídica internacional, pretendendo assim tratar-se de realidades que não são articuláveis enquanto
tal. Independência que se justifica pelas diferenças quanto à origem, aos destinatários e aos órgãos
de aplicação de cada uma das ordens - Não há Conflito
Monismo - O monismo insiste na posição inversa, ou seja, na unidade do sistema jurídico,
permanecendo fiel ao entendimento do caráter universal do sentido de justiça. Desta forma o
monismo com primado do direito interno conduz à negação do DI, enquanto que o monismo com
primado do direito internacional - Há conflito

B. Diminuição da Importância da Querela e o Advento do Pluralismo


Graças a um enfraquecimento do positivismo a questão começou a perder importância. Na prática
foi-se tornando evidente como as consequências de uma ou outra posturas são menos significativas
do que poderiam parecer.
O advento do pluralismo, que introduziu alguma flexibilidade de abordagem, consiste numa corrente
doutrinal que visa uma articulação não hierárquica das situações de conflito por considerar normal a
concorrência na regulação - que resulta da existência de situações sociais em que um
comportamento por duas ou mais ordens jurídicas.

Esta ordem foi evidenciada ao longo da história nas relações entre Estados e a igreja católica que há
séculos tem conseguido evitar a submissão da atividade dos seus membros às autoridades nacionais.
Os termos desta autonomia do seu magistério são regulados através de convenções internacionais
denominadas de concordatas.
Na gênese das análises pluralistas contemporâneas está a frequente sobreposição de comunidades e
respetivas regras, sobretudo nas sociedades pós-coloniais dos anos 60: perceção colonial do
pluralismo jurídico, que incidiu sobre as regras consuetudinárias e outros corpos de regras
produzidas com capacidade de criação de normas vinculativas.
Terminada a II GM surge a 3ª fase do pluralismo, o pluralismo transnacional: o advento dos direitos
humanos veio questionar o caráter exclusivo estadual na produção normativa, na medida em que se
afirmou o caráter vinculativo de algumas convenções.
C. Superação da Querela
No essencial a superação da querela, decorre do seguinte:
Toda a gente (monistas, dualistas, etc.) foi aceitando progressivamente todos aceitem 4 pontos.
1. Todos os estados têm obrigação de conformar a respetiva ordem jurídica, ao comprimento
das suas obrigações internacionais. (Princípio aprovado pelo Tribunal Permanente de Justiça
Internacional/Sociedade das Nações - TPJI/SN)
Ou seja, havendo uma obrigação internacional o Estados não podem invocar o seu direito
interno para se eximir ao cumprimento. Se existe obrigação o Estado tem de cumprir. Todos
os Estado reconhecem que têm de cumprir.
2. Os estado são livres de escolher os meios que querem seguir para cumprir (conformar a
ordem interna para cumprir).
O Estado têm que cumprir, ou seja adequar o direito interno para cumprir. Os meios
utilizados para cumprir estão ao critério do Estado (tem toda a legalidade e DC de o fazer), o
que importa é que cumpram.
3. Não há uma obrigação de dar primazia ao direito internacional.
Os Estado não tem de reconhecer a primazia do Direito Internacional sobre o Direito Interno
nem têm de anular regras internas. Não há imposição de reconhecimento de primazia, desde
que cumpram.
4. Em caso de incumprimento , vai ter de responder internacionalmente (responsabilidade
internacional), restituindo-se em espécie ou por equivalência
Se o Estado não cumprir com uma obrigação vai responder internacionalmente, ou seja,
regime responsabilidade internacional.

Isto é muito Relevante porque resolve a querela e tem aplicação prática imediata.

V - Mecanismos de Regulação
Como é que estas Posições de Princípio (Monismo e Dualismo) se podem substanciar em regimes
constitucionais.
As ordens jurídicas nacionais fixam no seu texto constitucional formal regras que visam regular as
relações de incorporação ou transformação das regras internacionais em direito interno, bem como a
sua aplicação pelos tribunais nacionais. - PT: art. 8º CRP

Posições de princípio e mecanismo


Existem três perspectivas distintas que constituem um pressuposto para que se percebam os
diferentes mecanismos reguladores das relações entre o direito internacional e a ordem jurídica
interna dos diferentes Estados.

➔ Monismo - Há interpenetração - o Conteúdo normativo internacional vigora enquanto tal na


ordem interna (que o recebe) - Recepção
Há necessariamente interpenetração das ordens internacional interna, ou seja se à um só direito
pode haver interpenetração de forma que ambas as ordens podem regular de forma distinta, que vai
gerar conflito.
➔ Dualismo - Não há interpenetração - O Conteúdo normativo internacional nunca vale no
Direito Interno. Para valer, ou seja, só vigora na ordem interna sendo repetido ou retomado
através de um acto interno - Transformação
Para os Dualistas o DIreito Internacional não interessa a política interna porque são de natureza
diferente por tanto não há conflito. Recusam a aplicação por tanto não há conflito.

➔ Pluralismo - Há interpenetração - o conteúdo normativo internacional vigora enquanto regra


internacional na ordem interna (que o procura acomodá-lo) Art. 8 Constituição -
Acomodação
Complexificação
Monismo (entre os dois) Dualismo Pluralismo

Recepção plena (Admitem-se Recepção semi-plena Transformação Tipos de Mecanismos de Acomodação


exigências formais(ex. (uma ou uma parte das (Elenco de soluções)
Publicação) fontes é recebida e as Interações Dialéticas jurídicas - diferentes
restantes transformadas) de determinações autoritárias

Recepção Automática (não é Margens de Apreciação - visa o equilíbrio


necessária qualquer intervenção) entre o respeito pelas decisões nacionais e
compatibilidade com a CEDH

Aplicabilidade direta Regimes de autonomia limitada - nenhuma


(aplicação das 2 ordens em ordem pode ignorar a outra
simultâneo sem que uma se
arrogue à outra)

Esquemas subsidiários - visa-se que a


autoridade seja exercida ao mais baixo nível

Redundâncias judiciais - a situação só é


admissível se aceito por ambas as ordens.

Acordos de participação híbrida - Garantem


a participação de membros das diferentes
comunidades na elaboração de normas
e/ou apreciação de situações híbridas

Regimes de reconhecimento mútuo -


Surgiram no âmbito comercial apreciando
as regras dos mercados de origem dos
produtos bem como as exigências da
própria ordem.

Acordos de porto seguro - Fixam apenas os


princípios básicos que devem servir de
referência em caso de conflito.
VI - Vigência do DI na ordem jurídica Portuguesa
A norma consagrada no artigo 8º revela uma postura monista com primado do DI, não obstante, o
art. 8º introduz algumas exigências particulares:

8º/1
I. “direito internacional geral ou comum” - direito consuetudinário/costume internacional
(essencialmente) mais princípios gerais (lógico, estruturante, vetores de orientações)
genericamente não escritos) + convenções universais obrigatórias (erga omnes).
➢ Através de uma interpretação extensiva! concluímos que inclui o costume particular
(regional, local ou bilateral)
II. “fazem parte integrante” - cláusula de receção automática, não se exige a prática de
qualquer ato.
8º/2 - Direito convencional prevê o regime aplicável as convenções internacionais das quais Portugal
faça parte - há receção plena
I. Exigência formal de publicação oficial não afeta o caráter pleno da receção, já que é uma
condição geral de eficácia das normas positivas
II. a ratificação ou aprovação no caso de tratados solenes ou acordos em forma simplificada
tem a ver com a vinculação
8º/3 Direito derivado - normas emanadas das OIs. (Regra introduzida com vista à adesão da CE (o
que só aconteceu em 1986)). regime de aplicabilidade direta com caráter eventual.

8º/4 direito da UE (originário e derivado)


Revisão constitucional inserida em 2004
Regime de aplicabilidade direta
Sujeita-se o regime à garantia do respeito pelo princípio do estado de direito democrático, o que tem
apenas aparência de condição, pois é desnecessária. É a explicitação de uma condição já implícita.

Hierarquia entre direito interno e direito internacional

- Direito Internacional é supraconstitucional


- Direito Convencional é infraconstitucional está abaixo da constituição e acima das leis
ordinárias.
- Direito Derivado das OI é supraconstitucional se for referido na norma
- Direito da União Europeia
* Independentemente da hierarquia é observado o princípio pelo respeito pelas obrigações
estabelecidas pelo direito internacional, se o Estado se obrigou cumpre.

VII - Fontes de Direito Internacional


A. Fontes Criadoras ≠ Fontes Transmissoras - Criadoras dão origem ou existência as normas,
enquanto que as transmissoras correspondem às aos meios através dos quais se dá conhecimento
das normas.

B. Fontes Materiais ≠ Fontes Formais - Materiais correspondem às razões pelas quais as normas
aparecem, enquanto as formais correspondem ao processo de revelação das normas.
C. Distinção entre fontes e normas - Normas correspondem ao conteúdo e substância de uma regra
elaborada segundo as exigências procedimentais de determinada fonte formal.
- A mesma norma pode resultar de várias fontes
- A mesma fonte pode dar origem a múltiplas normas

D. Elenco, ordem e hierarquia das fontes - O enquadramento das fontes costuma fazer-se por
referência ao artigo 38ª/1 ETJI que determina a aplicação, em sede de resolver as controvérsia que
lhe sejam submetidas:
I. As convenções internacionais (principais, regras específicas)
II. Costume
III. Princípios gerais do direito
IV. Doutrina (opiniões de jurisconsultos)e jurisprudência(fundamento da decisão do
tribunal)-fonte acessória (menos certas)
V. Aplicação da equidade (nº2) - fonte supletiva - depois de especificas
VI. Atos Concertados (não se encontra no art. 38º)

A ordem não corresponde a uma hierarquia mas a uma ordem de aplicação, por se preferir o regime
especial a que as partes se obrigam.
O elenco das fontes apenas fica completo com a ponderação dos atos concertados não
convencionais: há acordo de vontades e não há vinculação (oposto dos atos unilaterais)

VIII - Costume Internacional


Apesar do contínuo esforço de codificação e do desenvolvimento da prática convencional, o núcleo
fundamental de direito internacional reside ainda no costume.
Domínios fundamentais como criação das regras internacionais ou princípios gerais do direito, a
responsabilidade internacional, a regulação pacífica dos conflitos e o investimento internacional
permanecem maioritariamente regulados por regras consuetudinárias.
É ainda por referência a esta fonte que se fundamenta o caráter obrigatório de outras normas
internacionais.
Embora tratando-se em boa parte de regras resultantes da convivência de Estados europeus, o
costume foi, no geral, bem acolhido pelos os Estados saídos da descolonização.
A sua relevância tem sido facilitada pela menor exigência de antiguidade e pela sua capacidade de
adaptação às exigências da vida internacional, que lhe permite responder às novas solicitações que
vão surgindo. Este mais rápido reconhecimento é possível pela evolução tecnológica que permite
uma mais fácil comunicação entre os Estados.
Fundamento da Obrigatoriedade
Normalmente assume-se a obrigatoriedade do costume mesmo para os Estados que não hajam
participado na sua formação (o que não acontece com as outras fontes, nomeadamente as
convenções que apenas vinculam as partes).
Obrigatoriedade do costume = obrigatoriedade do direito internacional
1. Perspectiva tradicional (subjectiva)
Encara o costume como um pacto tácito (consentir nas convenção por meio de assinatura), ou seja,
ao cumprir a regra assumem o seu caráter obrigatório. Esta visão é insatisfatória, pois sobrevaloriza o
elemento psicológico do costume (convicção de obrigatoriedade), ignorando o elemento material
(prática ou uso); por outro lado não responde à questão quanto à obrigatoriedade. Pode influenciar
mais certos estados do que outros.
2. Perspectiva atual (concepção objetiva)
Costume como resposta às necessidades da vida internacional. A espontaneidade da regra
consuetudinária vem desmontar como a regra jurídica surge em consequência direta de qualquer
vivência social, surge como resultado de uma necessidade lógica e social seleccionada de entre as
práticas assumidas pelos sujeitos.
Esta explicação funda a obrigatoriedade na necessidade da existência de regras.
No melhor entendimento da questão o costume é encarado como uma resposta às necessidades da
vida internacional, mas insiste na necessidade do acolhimento por uma maioria representativa dos
membros, acolhendo assim ao elemento psicológico essencial a esta fonte.
O fundamento da obrigatoriedade do costume baseia-se assim pelo o facto de este ser constituído
por práticas como sendo justas, só aceitando estas e por isso é ele próprio uma expressão de justiça -
não estando os Estados adstritos(sujeitos) a um acordo mas a agir de forma justa e por isso conforme
ao costume.
Elementos do costume
1. Elemento material ou objetivo: Uso consiste na repetição de uma conduta positiva
(constituindo 1 ação) ou negativa (omissão) por parte de Estados ou, extraordinariamente, de O.I.;
sendo que o fundamental é o comportamento dos Estados e as OT podem ser reconhecidas como
um importante meio para aferir esse comportamento.
➔ Esforço de tipificação das práticas relevantes: a tipificação não é fácil uma vez que a doutrina
e a jurisprudência não convergem na definição de um elenco de práticas relevantes.
Tanto a atividade externa dos Estados (atos unilaterais, atos concertados não convencionais
e condutas relativas a convenções) como a interna (atos legislativos referentes a posições sobre
matéria de DI bem como as decisões dos tribunais) podem integrar práticas que estejam na origem
de costumes internacionais.
➔ Caracterização da prática relevante
○ Positiva/negativa
○ Generalidade - exigência atenuada(reduzida): não é necessário que todos os Estados
adotem a conduta, pode o costume geral surgir da prática de uma maioria de Estados e mesmo e/a
oposição de alguns.
- > a existência das OI veio facilitar a formação de costumes por via de resoluções
acolhem entendimentos unânimes

○ Continuidade ou constância da prática: o comportamento há de repetir-se ao longo


do tempo, não há, no entanto, exigência especial quanto ao decurso de tempo.
➔ Costume selvagem: verifica-se uma inversão cronológica. a
afirmação da obrigatoriedade antecede a observância da prática.
O TIJ parece inclinado a aceitá-lo
○ Uniformidade: Quando colocados na mesma situação devião os sujeitos adotar
condutas uniformes, ou seja, concordantes a nível substancial. Tratando-se de costume geral deverá
demonstrar-se que cobrem uma área em que surgem situações idênticas. Caso contrário teremos
costume regional (pode ser bilateral).
2. Elemento Psicológico: Convicção de Obrigatoriedade: a convicção de que o fundamento da
obrigação é jurídico. Elemento necessário p/ distinguir o costume de atos tradicionais ou de
mera cortesia.
A prova da convicção de obrigatoriedade pode fazer-se por:
➢ declarações públicas em nome dos Estados;
➢ publicações oficiais;
➢ pareceres jurídicos governamentais;
➢ correspondência diplomática;
➢ decisões das jurisdições;
➢ disposições de tratados;
➢ conduta relativa a resoluções adoptadas por uma organização internacional ou uma
conferência intergovernamental.

Codificação do costume
Conversão de grupos de regras consuetudinárias sobre determinadas matérias em regras
(positivação) organizando-as de forma sistemática e coerente.
Esta codificação implica um risco de cristalização de conteúdos perdendo-se a adaptabilidade
característica da regra consuetudinária no entanto a diminuição da incerteza de conteúdo das
normas forne-se um importante impulso à cauda do DI.

IX - Convenções Internacionais
“Acordo de vontades, em forma escrita, entre sujeitos de direito internacional, agindo nessa
qualidade, regido pelo DI, de que resulta a produção de efeitos jurídicos vinculativos.
➔ Acordo de vontades traduz se na convergência dos atos voluntários, a afetação ou viciação
do carácter voluntário conduz à nulidade (não produz efeitos). As vontades podem se manifestar em
momentos diferentes. Aliás, este acordo exprime-se normalmente através de mais de um
instrumento, acrescendo habitualmente aquele que formaliza a vinculação como o de ratificação.

➔ em forma escrita: embora seja unanimemente referida, não consubstancia um elemento


essencial do conceito já que a sua falta não afeta a subsistência ou validade da convenção.
➔ entre sujeitos de DI: é um requisito intransponível - apenas existem convenções entre
sujeitos de DI. Estes são: Estados (soberanos); OI; Movimentos de Libertação Nacional; Beligerantes
Todos eles tem capacidade apra estabelecer convenções, embora essa capacidsade seja apenas plena
no caso dos Estados soberanos, conhecendo todos os outros casos limitações: as OIs adquirem
personalidade jurídica se a convenção que lhe der origem lha atribuir; para os Estados a
personalidade resulta da reunião dos 3 elementos caracterizadores (povo, território e poder político
soberano); a qualidade dos restantes sujeitos do DI como não resultam do seu reconhecimento por
um Estado ou OI.
A falta de qualidade das partes não afeta a validade dos atos convencionais.
➔ agindo nessa qualidade: os sujeitos de DI podem estabelecer entre si acordos sem que hajam
nessa qualidade, podendo agir como mero privado, não se tratando assim de uma convenção mas de
mero contrato.
➔ visando a produção de efeitos jurídicos vinculativos:
≠ atos concertados não convencionais: pretendem regular as relações mútuas sem que todavia se
atribua a esses compromissos efeitos vinculativos ficando o seu comprimento dependente da boa-fé
das partes.
➔ qualquer seja a sua denominação: sendo abundantes as designações no âmbito convencional
a sua qualidade não depende assim da sua qualificação.

Quase Tratados: acordos(contratos) entre Estados e pessoas (coletivas) privadas estrangeiras que não
estão sujeitos apenas ao direito interno dos Estados mas não chegam a assumir caráter convencional

X - Processo de Conclusão (das convenções internacionais)


- como se processa a convergência de vontades que há de produzir o acordo estabelecido na
convenção?
Natureza interna e Internacional:
➔ o processo é regulado por regras:
internacionais - que garantem um mínimo de coerência, determinando os momentos mais relevantes
ainda que a título subsidiário;
nacionais - que determinam quais as autoridades competentes para a prática dos atos necessários.

Fases do processo
➔ negociação: consiste nos atos segundo os quais os representante1 dos Estados acordam
sobre a substância, termos e redação de uma convenção (visa a elaboração e adoção do
texto2).

-> a adoção faz-se, segundo o art. 9º CV69, por consentimento das partes - nas convenções por via
diplomática, em especial nas bilaterais; se a convenção se fizer através de conferência
intergovernamental a exigência desce para ⅔.

➔ Assinatura: pode ou não produzir vinculação (11º e 12º CV69)


■ Acordos em forma simplificada: pode ou não produzir vinculação
■ Tratados solenes: a vinculação é remetida para 1 ato posterior.
-> Outros Efeitos:
➢ exprime o acordo quanto ao texto tornando-o definitivo e autêntico;
➢ produz o direito de ratificar (a ratificação pressupõe a assinatura, os sujeitos que se
pretendem vincular a uma convenção que não assinaram terão de fazê-lo por mecanismo
alternativos - adesão);

1
representantes - (ou mandatários) normalmente designados por plenipotenciários, uma vez que o
documento que formaliza o mandato é tradicionalmente chamado de carta de plenos poderes.
2
texto - negociado a partir de um projeto; inclui um título preâmbulo para identificar as partes e
expor a motivação. - segue-se o dispositivo: o corpo das regras sob a forma de articulado segundo as
fórmulas sistemáticas tradicionais; no final identificam-se as cláusulas finais (adjetivas) + anexo.
➢ a prática dominante vai no sentido de serem designadas (as convenções) pelo local e data
em que ocorreu a assinatura;
➢ decorrem da assinatura obrigações de boa-fé, uma vez que esta cria expectativas de
vinculação que obrigam os participantes a agir com lealdade. (Estado que postriormente entende
não se vincular deve dar conhecimento)
➢ (efeito não material) - torna imediatamente aplicáveis as cláusulas (finais uma vez que elas
regulam o processo a seguir posteriormente (determinação do depositário, regras relativas à entrada
em vigor, possibilidade de adesão…)
➢ (efeito político) das assinaturas de vários Estados resulta a expressão do seu
consentimento/consenso em relação à regra em causa, o que fundamenta a existência da opinio
juris.
* Alguns tratados substituem a assinatura pelo depósito dos instrumentos de vinculação.

➔ Ratificação: Ato jurídico, individual e solene pelo qual o órgão competente do Estado afirma
a vontade deste se vincular à convenção.
Hoje a ratificação assume natureza simultaneamente:
- Política (suscitáveis de controlo jurisdicional)
- não vinculada ou livre - não há presunção de ratificação, o que torna legítimo as retificações
tardia e recusas de vinculação;
- Formal (depende da carta ou instrumento de ratificação);
- internacional: é regulada pelo direito internacional e visa produzir efeitos internacionais;
- não retroativa.

Momentos relevantes após vinculação (conclusão da convenção)


Entrada em vigor: Não é regulada pelas ordens internas dos Estados, todavia, pode estar dependente
dos atos produzidos nestas.
A entrada em vigor pode estar dependente de alguma das seguintes circunstâncias:
- troca ou depósito dos instrumentos de vinculação de uma dada percentagem ou categoria
de Estados;
- troca ou depósito de um dado número de de instrumentos de vinculação
- de uma data específica

A vigência não se suspende caso as condições da entrada em vigor deixem de se verificar, excepto se
tal efeito for previsto.
Não é necessário que uma convenção vincule simultaneamente todos os Estados.
Aplicação: execução efetiva - as condições da entrada em vigor e aplicação podem ser diferentes,
uma convenção pode entrar em vigor e não se aplicar se essa aplicação derivar da verificação de
condições.

Assim como a aplicação pode ocorrer antes da entrada em vigor (por uma questão de urgência ou p/
obviar atrasos indevidos na urgência) - aplicação provisória.
≠ vigência provisória: quando os Estados que se sintam preparados para dar cumprimento às
obrigações convencionais possam fazê-lo entre si sem esperarem pela conclusão das exigências
formais.
≠aplicação progressiva
Registo: 102º/1 CNU envio do registo ao Secretário-geral das NU obrigação
- das partes convenção bilateral 80º/1 CV69
- do depositário convenções multilaterais 77º/ 1 g) e 80º/2
○ na falta de registo as partes não podem invocar a convenção
○ esta obrigação visa garantir o caráter público das convenções, visando a estabilidade
internacional

Publicação: é também uma obrigação


○ convenções bilaterais: prática limitada que garante apenas publicação parcial.
->regime alargado às multilaterais dado o aumento substancial do volume de convenções

XI - Convenções Multilaterais (particularidades)


O carácter multilateral altera a natureza convencional, impondo exigências específicas e dando lugar
a ocorrências e mecanismos originais.

1. Processo de elaboração(negociação): processo de elaboração ≠ das bilaterais.


Em regra será necessária a reunião dos representantes dos Estados numa conferência internacional.

2. Extensão dos Regimes Convencionais: as convenções admitem ou postulam, por regra, a


extensão do seu regime a outros (ex: convenções multilaterais gerais): ambição reguladora alargada.
Esta extensão pode operar-se por duas vias:
● Assinatura diferida: pode integrar na fase de conclusão Estados que não puderam ou não
quiseram fazer parte das negociações, ou que negociaram mas não assinaram no tempo devido.
● Adesão de vinculação para sujeitos que não participaram no processo de conclusão da
convenção.
○ 15º a) - tratado aberto: a possibilidade de adesão consta nas cláusulas finais, comum das
Convenções Multilaterais Gerais
○ 15º b) - se a intenção de permitir a adesão se manifestar de outra forma
○ 15 c) - tratado fechado: a adesão não é prevista de nenhuma forma, mas não significa que
não possa existir.

3. Reservas: 2º/1 d) CV69 - traduz-se numa condição à sua vinculação, gerando um regime
especial para o Estado em questão. -> efeito decorre da aceitação
➢ Vantagens: a flexibilização dos regimes convencionais facilita a vinculação de uma maior
número de Estados;
a admissão de reservas evita o prolongamento excessivo dos trabalhos das conferências
intergovernamentais (CIG)
➢ Desvantagem: pode conduzir a uma alteração indireta dos regimes, tornando regra geral o
que devia ser uma exceção; o que pode gerar instabilidade da aplicação dos regimes.
➢ Momento da formulação: se condiciona a vinculação é lógico que se formule antes desta.
○ 2.2.1. (Guia Prático das Reservas 2011)
○ 2.2.3.
○ 2.3.
➢ Competência: releva do plano interno - 2.1.3. mas subsistem no plano internacional regras
supletivas.
➢ Exigências formais:
○ 23º/1CV69
○ 2.1.1. 2.1.6. 2.2.4
○ 2.5.
As fases da reserva devem ser dirigidas ao depositário e efetuadas por escrito -este princípio visa
tornar a situação transparente e acessível.
➢ Admissibilidade ou Validade: o regime consagrada na CV69 parte do princípio da liberdade
(19º a) b)), tendo presentes as limitações decorrentes do próprio artigo, as quais podem
decorrer dos termos da própria convenção (explícita ou implicitamente) ou ainda quando a
reserva puder ser considerada incompatível com o objecto ou fim da convenção.
○ 3.1.3 e 3.1.4.
A invalidade das reservas torna-as nulas, independentemente da sua aceitação.
➢ Aceitação: é imprescindível que haja uma manifestação de aceitação ou recusa desse
condicionamento para esclarecimento da situação do Estado ou O.I.
20º CV69 distingue 4 situações:
1. se a própria convenção a tiver previsto é previamente produzida sendo desnecessária nova
manifestação;
2. se se tratar de convenções gerais basta a aceitação por 1 das partes;
3. convenções restritas: aceitação por todas as partes;
4. presunção de aceitação decorridos 12 meses sobre a ratificação da reserva.
➢ Objeção
○ 2.6.1 - definição
○ 2.6.9 - devem ser fundamentadas
○ 2.6.5 - e formuladas por escrito
A doutrina vai no sentido de admitir que as objeções possam envolver a recusa total ou parcial dos
efeitos pretendidos com a formulação da reserva -> pode assumir-se como aceitação?
○ 20º/4 b) e 21º/3 CV69 : cabe ao Estado objetor determinar se se opõe ou não.
➢ Estabelecimento: 4.2.1.
➢ Retirada: 2.5.1. o levantamento torna o regime mais estável e transparente por isso é livre e
pode ser feito a qualquer momento.

4. Declaração Interpretativa: ≠ reserva: não visam excluir ou modificar efeitos jurídicos de uma
disposição mas clarificar o seu sentido e alcance, visando por regra garantir a coerência das
regras convencionais com as de direito interno.
Delas não resultará nenhuma alteração das obrigações do Estado nem surgem como condicionantes
da vinculação.
○ 1.3. - efeito que visa produzir.
Os Estados não poderão reservar para si essa leitura, afastando a hipótese de regime especial.

Assim, o seu regime é menos exigente:


○ 2.4.4. podem ser formuladas a qualquer momento
○ 2.4.6. não tem de ser confirmadas
Subsistem exigências em matéria de determinação
○ 2.4.2. de competência da sua formulação (devido à susceptibilidade de produzirem efeitos
jurídicos, ainda que menores).
○ 2.9. Reações possíveis: aprovação, oposição e requalificação.
5. Depositário: aumento das convenções multilaterais + cada vez maior número de partes
impôs o desenvolvimento da figura do depositário.
Função cada vez mais assumida pelas OIs
○ 76º e 77º CV69 - regime
Exerce:
- funções que se prendem com o depósito propriamente dito.
- de controlo e de informações
- outras (registo ou as que sejam estabelecidas pela convenção).

XII - Vinculação do Estado Português


»exigências nacionais, na perspectiva portuguesa dos processos de conclusão das convenções
internacionais«

Fases do procedimento
1. Negociação
○ a competência para negociar cabe ao Governo (Neg; Assin) nos termos do art.
197º/1 b) CRP.
○ dentro deste órgão cabe ao Ministro dos Negócios Estrangeiros - art.º 12º/1 DL 251
- A/2015
○ art. 1º DL 129/2011 - competência do MNE salvo competências atribuídas a outras
entidades públicas - 2º/1 DL 121/2011: (outros departamentos de matéria específica
ex: ambiente)
○ caso a negociação não seja levada a cabo diretamente(mas será sempre pro um
dept. do gov.) pelo o MNE, este há de acompanhar e pronunciar-se em todos os
momentos relevantes do processo.
○ as Regiões Autónomas não podem negociar autonomamente convenções, mas
admite-se que representantes dos seus governos integrem a equipa que efetuará a
negociação, de forma a acautelar eventuais interesses: 227º t) CRP

2. Assinatura
○ é também competência exclusiva do Governo - 197º/1 b), o regime nacional reserva
a sua prática para o Conselho de Ministros ou o 1º Ministro - 3 e 4 da Resolução
17/88
○ o plenipotenciário apenas poderá assinar ou rubricar com autorização prévia
expressa.
-> não podendo o Estado vincular-se pela assinatura não se vê necessidade de tanta
cautela > este regime pode querer evitar que se produza a vinculação pela assinatura
nos < acordos em forma simplificada>
-> em regra, é com a assinatura que se indicam os termos pelos quais se fará a
vinculação.
3. Aprovação
Regra geral - 161º i) - Assembleia da República competência subsidiária - 197º c) -Governo
➢ A norma 161º i) distingue 3 situações:
○ prevê um elenco de matérias em relação às quais as convenções terão de ser
aprovadas pela AR
○ + matérias nas quais a AR tem competência legislativa reservada (164º e 165º)
○ Aprova ainda os acordos que o Governo lhe submeta

○ 166º CRP nº5 - o ato próprio para a aprovação pela AR é a Resolução.

As matérias que integrem a 1º parte da norma 161º i) são obrigatoriamente tratados solenes. Nas
restantes matérias pode seguir-se forma simplificada (a intervenção do PR limita-se à assinatura,
dispensando-se ratificações).

○ 197º/1 - o Governo aprova acordos cuja competência não seja da AR (não se enquadram no
161º i)). (Competência subsidiária ou residual)
○ 197º/2 - o ato próprio pelo qual o governo aprova uma convenção é o Decreto

4. Intervenção do PR
Embora a vinculação possa depender da aprovação (acordos em forma simplificada) a
intervenção do PR no processo vinculação é obrigatória:

➢ Fiscalização preventiva da constitucionalidade - 134º g):


Caso o PR entenda poder haver qualquer inconstitucionalidade de uma norma convencional deverá
suscitar a apreciação da mesma pelo o Tribunal Constitucional - art. 278º/1 ----
A AR pode confirmar a norma inconstitucional, aprovando- a por ⅔ que correspondam a pelo menos
metade dos deputados em efetividade de funções - 279º/4. De outra forma, a norma terá de ser
expurgada. a expurgação pode resultar numa renegociação no caso das convenções bilaterais, o que
será difícil de observar nas multilaterais, neste caso poderá obter-se a expurgação através da
formulação de uma reserva, extinguindo o efeito jurídico de declaração interpretativa, sendo que
deve ser considerada condicional, pelo que se aplica o regime das reservas (1.2. e 1.4.)

➢ Necessidade de conferir o grau de solenidade da convenção: A intervenção variará conforme


se trate de acordo em forma simplificada ou tratado solene:
○ Tratados solenes: a intervenção será a retificação3 - o ato utilizado é o decreto.
○ Acordos de forma simplificada: será a assinatura4 do ato de aprovação (da resuloção
da AR ou decreto do Gov) - 134º b)
140º/2 - a falta de assinatura determina a inexistência jurídica da aprovação

Outras exigências:

3
Dirige-se ao tratado internacional e é não vinculado.
4
Assinatura do precidente incide sobre a aprovção(ato interno) é vinculada - os efeitos são internos ≠
assinatura da convenção que é competência do Gov que produz efeitos internacionais.
140º/1 CRP - Referenda ministerial dos atos de ratificação ou assinatura, acrescentando o nº2 que a
falta desta determina a inexistência jurídica do ato: o legislador suspende a existência dos atos sem
afetar diretamente a vinculação.
119º/7 b) - exige-se a publicação do tento das convenções dos avisos de ratificação e demais atos no
DR.
A falta de publicidade implica a ineficácia jurídica dos mesmo.
8º/2 - a entrada em vigor ocorre apenas quando essa circunstância se verificar também no plano
internacional.
Particularidades assinaláveis:
(onde se encontram desvios à prática internacional dominante)
➢ Não vinculação pela assinatura: é sempre necessária a prática de mais um ato, a aprovação
➢ Aprovação pelo Parlamento de acordos de forma simplificada:
Essa possibilidade cria 3 níveis de solenidade no procedimento nacional: para além dos acordos em
forma simplificada negociados, assinados e aprovados pelo o Gov e dos tratados solenes que
impõem a intervenção parlamentar e do Chefe de Estado, surge uma modalidade intermédia: a dos
acordos de forma simplificada que exigem a intervenção da AR: 161º i). Segunda parte apenas, retira
ao PR a apreciação política.
➢ Inexistência de regime para a adesão: enquanto que a nível internacional a vinculação parece
resultar sempre da aprovação ou ratificação
➢ Extensão da intervenção do Chefe de Estado: incide sobre todas as convenções, o que se
pode justificar face ao paralelo com os atos legislativos.

Vinculação E. Port.
Negociação :
A competência cabe ao governo 197º 1/b)
As regiões autónomas não negociaram autonomamente 227º t)
Assinatura : competência exclusiva do Governo 197 /1b)
Aprovação :
Regra geral é competência da AR 161º / 1 i)
será do Gov. de forma subsidiária 197º / 1 c)
-> o Gov aprova apenas acordos em forma simplificada em matérias de competência legislativa
concorrente
Intervenção do PR :
134º g) eventual fiscalização preventiva da constitucionalidade
-> 278º /1 suscitar a apreciação da norma pelo TC
No caso do TC se pronunciar pela inconstitucionalidade 279º/1 o PR deve devolver ao órgão que o
aprovou. 279º/4 a AR pode confirmar

Ultrapassada a questão da inconstitucionalidade (a intervenção do PR):


- Nos tratados solenes será ratificação 161/1 i)
- Nos acordos de forma simplificada será a assinatura do ato de aprovação 134º b9
Outras exigências:
- 140º/1 - Referenda ministerial dos atos de ratificação ou assinatura
->140º/2 - a falta desta determina a inexistência júridica
- 119º/1 b) - exige-se a publicação do texto das convenções, aviso de ratificação e demais atos
no Diário da Republica -> falta =ineficácia
- 8º/2 - a entrada em vigor ocorre quando se verificar no plano internacional
Particularidades (≠ prática internacional)
➢ não vinculação pela assinatura(só pela aprovação);
➢ aprovação pela AR de acordos de forma simplificada (2ª parte 161º i);
➢ inexistência de regime para a adesão (a vinculação resulta sempre da aprovação ou
ratificação);
➢ a intervenção do chefe de Estado incide sobre todas as convenções

XIII - Validade das Convenções Internacionais


A produção de efeitos jurídicos de um tratado depende da sua validade, uma vez que a invalidade
leva à nulidade (não produção de efeitos).
A nulidade depende de 3 condições: capacidade das partes, licitude do objeto e regularidade do
consentimento.

A. Condições de Validade
1. Capacidade dos Sujeitos:
➢ Além de personalidade jurídica internacional os sujeitos têm de dispor de capacidade para se
vincular à convenção em causar.
➢ A questão da capacidade remete para as partes e não para os seus representantes-a
incapacidade destes é avaliável em sede de regularidade formal do consentimento.
○ O Estado Soberano é o único sujeito de DI com capacidade plena; no caso dos
Estados federados ou similares não dispõem, em princípio, de capacidade
internacional, devendo confirmar-se essa capacidade por referência ao direito
interno(constitucional).
○ A capacidade das OI trata-se de uma capacidade derivada da vontade dos Estados e
parcial (submetida ao princípio da especialidade dos fins).
○ Quanto aos movimentos nacionais existe uma limitação especial: estes apenas
podem celebrar tratados no âmbito da sua função que consiste em conduzir o povo
à autodeterminação.
○ A capacidade convencional dos beligerantes é praticamente reduzida aos acordos
que enquadrem a situação de beligerância (acordos humanitários, de paz
A falta de capacidade dos sujeitos não determina a invalidade do ato - este pode subsistir enquanto
contrato, perdendo a qualidade convencional.

2. Licitude do objeto:
Determina-se através de um confronto com um corpo de regras do qual se possa retirar ou avaliar da
licitude.
➢ inicialmente por referência aos princípios gerais ou bons costumes internacionais.
➢ mais recentemente (CV69) o o problema for parcialmente ultrapassado com a consagração
do conceito de jus cogens.
○ conjunto de normas às quais nenhuma derrogação é permitida e que só podem ser
modificadas por uma nova norma de DI geral com a mesma natureza (artº 53); as
regras de ius cogens são indisponíveis pelo facto de protegerem interesses da
comunidade internacional no seu conjunto e não apenas interesses das partes,
razão essa que justifica a nulidade das convenções cujas normas violem este tipo de
normas; as normas de direito peremptório são necessariamente de aplicação
universal, para adquirir essa qualidade não é necessária a aceitação e
reconhecimento de todos os Estados, bastando uma constatação de uma larga
maioria, esse reconhecimento processa-se quando em situação de conflito se
possibilita o recurso ao TJI a fim de confirmar a natureza imperativa da norma.
3. Regularidade do consentimento
➢ Formal: o artigo 46º CV69 consagra um regime assente no princípio de que as
irregularidades formais não afetam a validade, cabendo aos Estados determinarem
internamente os termos segundo os quais a vinculação ocorre e não havendo mecanismos
de controlo internacional a solução inversa geraria incerteza em relação às obrigações
convencionais.
A título execional admite-se que as irregularidades formais gerem uma nulidade (relativa). O regime
impõe dois requisito: que diga respeito a uma norma de importância fundamental e que a violação
tenha sido manifesta (que as outras partes tivessem obrigações de conhecer dessa violação).
O artigo 47º prevê o excesso de mandato pelo representante como subespécie de irregularidade
formal. Tal situação releve quando tenha sido levada ao conhecimento dos outros Estados.
➢ Substancial: a regularidade substancial depende da inexistência de vícios do consentimento.
O consentimento é regular na medida em que a vontade expressa nesse sentido
tenha sido livre e informada.
-> Vícios:
○ Erro: 48º prefiguração incorreta da realidade que incide sobre um elemento
essencial, insuscetível de obrigar as partes à luz dos princípios de boa fé.
nº2 - Impede a invocação do erro
a jurisprudência insiste que não releva se o Estado estivesse em posição de o evitar
se o Estado estivesse em posição de o evitar
nº3 - ≠ erro de redação
○ Dolo: 49º - conduta fraudulenta que terá conduzido um Estado a vincular-se (não
releva a conduta de Estados que não tenham participado das negociações ou que
tenha conduzido à abstenção).
○ Corrupção: 50º - subespécie de dolo
≠ mera cortesias ou favores mínimos
○ Coação do representante (51º): envolve qualquer tipo de violência (direta ou
indireta) ou chantagem.
○ Coação do Estado (52º) : apenas releva para o efeito a ameaça ou uso da força física
○ A distinção deve fazer-se em razão dos interesses ameaçados.
B. Regime das Nulidades
1. Nulidade absoluta - 51º a 53º
2. Nulidade relativa (anulabilidade - 46º a 50º
As nulidades absolutas afetam o interesse geral e a ordem pública, são invocáveis por qualquer
interessado e insuscetíveis de prescrição ou confirmação; diferentemente, as relativas estão sujeitas
a prescrição, podem ser confirmadas e são invocáveis apenas pelo beneficiário da proteção.
As nulidades relativas afetam apenas o consentimento e por isso a sua invocação visa invalidar esse
consentimento, diversamente, as nulidades absolutas visam a anulação do tratado.
Os regimes variam relativamente à divisibilidade das convenções, disposto no art. 44º, no caso das
nulidades relativas admite a expurgação dos vícios por divisibilidade (eliminação das regras viciadas),
no tocante às absolutas afirma-se a indivisibilidade.
C. Procedimento de Anulação
Mecanismo consagrado na CV69:
1. 65º declaração de nulidade (apenas pelos Estados cujo consentimento foi viciado no caso
das relativas e por qualquer interessado no caso das absolutas) feita a todas as partes por
escrito (67º/1) e concedendo a estas um prazo para pronunciarem não menor que 3 meses,
por escrito (65º/2)
2. Decorrido o prazo, se não houver objeções deverá procurar-se 1 solução (65º/3) por
qualquer meio pacífico (33º CNU).
3. Não surgindo solução dentro de um ano após a objeção segue-se:
3.1. Tratando-se de diferendo relativo a regras de jus cogens, ou uma das partes submete
a questão ao TJI (66º/1), ou todas as partes submetem por acordo a questão a uma
instância de arbitragem.
3.2. Nos restantes casos dar-se-á início ao procedimento de conciliação previsto no anexo
à CV69
O procedimento evidencia limitações importantes: os prazos são relativamente longos e o resultado
não é obrigatório.
Efeitos (consequências decorrentes da verificação das nulidades)
➔ Cessação de vigência: disposições nulas não produzem efeitos, assim, se a convenção estava
em vigor essa vigência cessa imediatamente (só as nulidades absolutas implicam a nulidade
da convenção).
➔ Retroatividade: a declaração de nulidade implica que os efeitos retroagem ao momento em
que se produziu o vício, pelo que em regra deverá restabelecer-se a situação que existiria se
não fosse essa vigência imprópria.
➢ Nas nulidades relativas o que deve ser anulado retroativamente são os efeitos
resultantes da participação indevida deste Estado.
➢ No caso das nulidades absolutas, a nulidade é geral pelo que qualquer efeito
resultante da convenção é indevido devendo repor-se a situação que existiria se a
mesma não tivesse sido aplicada.
● Exceções: as situações em que pode ser pedido que a situação (que existiria
se os atos não fossem praticados) se restabeleça são limitadas pelo 69º/2:
➢ se a nulidade foi provocada pela atuação voluntária da outra parte é retirada
a esta a possibilidade de solicitar ral restabelecimento - desta forma
impede-se que alguém possa obter vantagem do que seu ato ilícito.
➢ atos praticados de boa-fé não são afetados pela invalidade.
➔ Indivisibilidade: o princípio geral é de que verificando-se a existência de uma causa de
nulidade esta afeta todo o tratado 44º/2 indivisibilidade
➢ A indivisibilidade é absoluta no que toca às nulidades absolutas.
➢ Quanto às nulidades relativas subsistem dois regimes excecionais:
○ Divisibilidade obrigatória (44º/3) - erro;
○ Divisibilidade facultativa (44º/4)

XIV - APLICAÇÃO das CONV. INTERNACIONAIS


Regime
➢ Execução da ordem interna: Compete a todas as autoridades públicas
Inicia-se com introdução (preenchimento das condições de aplicabilidade existentes na ordem
interna). Supõe também a adoção de medidas internas, o que é evitado no tratados self executing(o
regime é suficientemente preciso para dispensar intervenção regulamentar).
Tradicionalmente: prática de atos para induzir a convenção (ex: promulgação)
Cada vez + a introdução decorre do ato que produziu a vinculação (intro: automática)
No âmbito da UE dispensa-se a prática de qualquer ato (aplicabilidade direta)
Às disposições das convenções que criam direitos para particulares reconhece-se efeito direito.
➢ Execução na ordem internacional:
○ as partes são obrigadas a cumprir as obrigações pelo princípio de boa-fé (26º CV69),
sem fraude à lei e com fidelidade(18ºCV69).
○ as normas devem ser redigidas com cautela de forma a evidenciar os contornos das
obrigações e do seu cumprimento. Assim, opta-se pela fixação de obrigações de
resultado (em alternativa às de comportamento) e pela fixação de claúsulas
derrogatórias (em alternativa às de salvaguarda) como regime de suspensão das
obrigações onde é exigido o acordo entre as partes.
○ princípio da não retroatividade (28ºCV69): justifica-se por questões de segurança
jurídica e para evitar atrasos na aplicação (mas há exceções)
○ por norma aplicação é estendida à totalidade do território dos Estados, mas tal pode
não acontecer se for constante do tratado implícita ou explicitamente (cláusula
federal (excluem-se os Estados federados da obrigação de execução de um tratado
concluído pelo Estado federal), colonial(exclui os territórios de colônias - esta
cláusula presume-se) e zonas sem soberania plena(assume-se a sua não
aplicabilidade).
○ a não execução por desconformidade com o direito interno é justificada nos termos
do 46º CV69, mas regra geral a desconformidade é irrelevante
○ a execução é garantida por mecanismos gerais (regime de responsabilidade
internacional e susceptibilidade de adoção de contramedidas); por mecanismos
permanentes no seio das OI e mecanismos especiais como o gage (mecanismo de
reciprocidade especial).
➢ Efeitos em relação a terceiros (não são parte):
Princípio geral - relatividade - só produz efeitos para as partes;
Exceções:
Com consentimento - 35º - cria obrigações -> impõe aceitação expressa;
36º “direitos -> a aceitação presume-se.
Sem consentimento - 38º - surge 1 costume (é erga omnes);
- criação de situações objetivas (respeitar zonas neutralizadas);
- “de entidades de existência oponível a terceiros (ex.: criação de Estados),
- emanação de normas universais.
Conflitos de normas: incompatibilidade de normas aplicáveis à mesma situação podem
solucionar-se através de:
○ métodos objetivos (regras existentes com recurso aos princípios gerais de direito)
○ métodos subjetivos (determina a prioridade relativa)
➢ Entre normas do DI e do Direito Interno: Os Estados têm a obrigação de não prejudicar
cumprimento das suas obrigações internacionais (27ºCV69)
➢ Entre normas convencionais sucessivas:
○ as convenções podem prever regras para solucionar eventuais conflitos (30º/2), ou
podem incluir mecanismos preventivos para evitar o conflito, mas na ausência de
disposições prévias estão consagrados mecanismos subsidiários na CV69 (30º/3):
Prevalece a disposição posterior porque se presume que a vontade era a de alterar o regime (têm de
ser a mesma matéria e ter o mesmo grau de generalidade)
○ no que toca a convenções sucessivas sem identidade das partes o princípio a aplicar
é o da relatividade (30º/4) - admite-se a prevalência da 1ª.
○ Admite-se a primazia absoluta de normas convencionais de jus cogens.

XV - SUSPENSÃO E CESSAÇÃO DA VIGÊNCIA


Causas de cessação: Referem-se às situações (positivas ou anteriores à entrada em vigor) que por
alguma razão vão fazer com que a convenção deixe de vigorar.
->Regra geral ocorre com consentimento das partes:
➢ execução: esgota-se o propósito da convenção ou o período fixado.
➢ denúncia (nas convenções bilaterais): declaração unilateral (de uma parte) com o sentido de
cessar vigência - a denúncia extingue toda a convenção já que é bilateral.
➢ recesso (convenções multilaterais): declaração de 1 parte que se quer retirar (não implica a
extinção (≠ denúncia) da convenção, cessação da vigência é só para 1 parte.
(54º) -> cláusulas resolutivas: previsão de circunstâncias que levam à cessação da vigência.
(59º) -> celebração de convenção posterior (entre as mesmas partes e sobre a mesma matéria).
->Sem consentimento:
➢ Violação substancial: nas convenções bilaterais é necessário que a parte vítima desencandeie
o processo (65ª); nas multilaterais só cessa por acordo entre todas as partes (60º/4),
individualmente só podem suspender a vigência em relação ao autor da violação (60º/2),
(excepto 60º/5).
➢ Impossibilidade superveniente: surgem circunstâncias que impedem o cumprimento (61º/1).
➢ Alteração fundamental das circunstâncias: o cumprimento não é impossível, mas é
dificultado em termos substanciais (62º/1 a) e b)) ou seja, admite-se a título excecional a
autorização da cessação da vigência se forem reunidos os requisitos fixados, caso contrario
não pode ser invocada como motivo para pôr fim ou deixar de fazer parte de um tratado.
➢ Superveniência de uma regra de jus cogens: uma regra torna-se jus cogens, os Estados têm
de a considerar imperativa de matéria indisponível, as convenções que não vão nesse
sentido cessam.
➢ Insuficiência das partes: descida do número de partes (se previsto) -> cessação
➢ Ruptura de relações diplomáticas: a cessação só ocorre se a existência destas for
indispensável à aplicação.

Causas não previstas:


Formação de costume (costume de incumprimento), não prevista para não incentivar o
cumprimento.
eclosão de conflito armado (não prevista pela dificuldade em regular)

Suspensão: surge de forma acessória à cessação, mas deve preferir-se esta.


Causas previstas - 57º a 62º
Não previstas - eclosão de conflito
Regime e efeitos da cessação da vigência:
Pode ocorrer nos termos previstos nos tratados e em geral por consentimento das partes, mas surge
também a título incidental.
Tratando-se de situações excepcionais em que a cessação não é necessária e depende da invocação
por parte da “vítima” ( do incumprimento ou do agravamento das circusntâncias) aplica-se o regime
da nulidade.
Quanto aos efeitos da cessação deve dar-se atenção ao 70ºCV69 - liberta as partes das obrigações -
mas não significa que desapareçam as situações criadas pela convenção.,
Quanto aos efeitos de suspensão:
72º1 a) liberta as partes da obrigação de executar o tratado no periodo da suspensão
b) a convenção mantem-se durante a suspensão, e por isso
72º2 devem abster-se de impedir a reentrada em vigor do tratado.

Principios gerais de direito


Fonte de D.I.
Servem de fundamento de decisão dos tribunais e são referências a que os julgadores internacionais
podem recorrer na resolução de conflitos se a sua aplicação for adequada no contexto das relaçãoes
interestaduais.
Surgem primariamente nas ordens internas sendo depois transpostos para a ordem internacional.
Diferem dos princípios de direito natural fundados na natureza do homem enquanto ser racional.
Os PGDI derivam da especial natureza da comunidade internacional: deduzem-se do espírito dos
costumes e outras regras internacionais em vigor, e portanto, decorrem dessas fontes.
Diferentemente do que acontece com a maioria das regras (ditadas pela autoridade competente) os
principios decortinam-se por indução de regras particulares, ou seja, é a partir da observação de
conjuntos de regras específicas que podem abstrair-se os principios estruturantes desses conjuntos.
Os principios são portanto mais abrangentes do que as regras.
É este caráter abrangente e por isso indeterminado que os torna FONTE SUPLETIVA: apenas quando
não existem regras específicas deve o juiz recorrer aos principios.
A consagração dos PGDI visou evitar a não apreciação de litigios por ausência de regras positivas por
referência às quais se pudesse decidir.
De forma a impedir que os juízes assumam uma postura legislativa errada ao abrigo dos princípios
gerais exige-se a identificação prévia do princípio nas diferentes ordens internas, sendo constatada a
sua transponibilidade. Ou deve ser demonstrado o seu caráter estruturante dos regimes
internacionais, o que se fará normalmente por remissão à jurisprudência ou à doutrina.

Fontes Acessórias:
Jurisprudência: 38º ETJI - consiste na doutrina que resulta da leitura e explicação das
decisões dos tribunais internacionais.
Doutrina: Tem maior importância na ordem interna, uma vez que a nível internacional existe uma
maior presença de direito anglo-saxónico de base jurisprudencial.

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