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menires, dólmens
e cromleques
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar as construções megalíticas, que foram
os símbolos do período Neolítico. Reconhecidas como os primórdios da
arquitetura, até hoje não se conhece precisamente como os monumentos
estruturados em pedras de dimensões gigantescas foram construídos
em um período em que não se contava com nenhum tipo de tecnologia
e os instrumentos eram muito primitivos.
Tipos de construções
A sociedade pré-histórica vivia basicamente com um comportamento nômade
em busca de alimentos. Por essa razão não havia a necessidade de desenvolver
construções sólidas para moradia, pois em breve se deslocariam. No período
Neolítico, os grupos passaram a desenvolver as formas iniciais de agricultura,
portanto, as comunidades passaram a se estabelecer por períodos maiores em
determinadas regiões. Ainda assim, os abrigos eram feitos de materiais mais
efêmeros, como fibras vegetais.
Segundo Fazio, Moffett e Wodehouse (2011), as conquistas mais significativas
da arquitetura pré-histórica no oeste europeu foram as construções megalíticas,
2 Arquitetura pré-histórica: menires, dólmens e cromleques
compostas por grandes pedras ou matacões, muitas das quais foram edificadas
como observatórios astronômicos ou túmulos comunitários para as classes privi-
legiadas. Essas comunidades enfrentaram grandes desafios na execução dessas
construções, pois tratam-se de rochas de grandes dimensões e pesos elevados.
Podemos nomear algumas importantes construções com pedras de dife-
rentes tipos, conforme você verá a seguir.
Menires
O menir consiste em uma pedra, geralmente um monólito de grandes di-
mensões, movida e posicionada de forma vertical por seres humanos. Possui
função simbólica:
Dólmens
Os dólmens são monumentos que consistem em duas ou mais pedras grandes
dispostas em forma circular ou poligonal, cravadas verticalmente no solo,
além de uma grande pedra sobre elas na horizontal, como se fosse um teto.
Segundo Aguiar (2018), existem diversas atribuições dos arqueólogos para
as funções dos dólmens, entre elas o uso como túmulo sepulcral, local para
rituais místicos, culto aos deuses e locais para sacrifícios. Essas inferências
se baseiam em objetos encontrados dentro desses dólmens, como esqueletos,
cerâmicas e armas. Eles podem ser classificados de três formas, conforme
detalhado a seguir.
Cromleques
Cromleque, ou cromlech, é o conjunto de diversos menires dispostos em círculos,
semicírculos ou conjuntos circulares. Segundo Pádua (2016), os cromleques acen-
tuam a ideia de recinto sagrado, de culto e podem estar relacionados à astronomia,
pois os construtores deixavam um espaço vago no centro, o que remete a um local
para celebrações especiais. O posicionamento de círculos e pedras em relação ao
sol, muitas vezes enquadrando os solstícios, demonstram que essas sociedades
pré-históricas possuíam conhecimentos sobre astronomia. O cromleque mais
conhecido é o de Stonehenge, na Inglaterra. O maior deles, porém, é o de Avebury,
no mesmo país, que abrange mais de cem mil metros e soma 650 pedras erguidas.
As Figuras 4 e 5 apresentam alguns exemplos de cromleque.
Imaginando que a parte enterrada seja pelo menos 1/3 de sua altura para
manter o equilíbrio teremos algo em torno de 3m, aceitável visto que não seria
fácil escavar muito usando ferramentas feitas com pedras, seria praticamente
uma escavação manual. Então temos a altura total de 12,50 metros. Isto tudo
resulta em um volume aproximado de 80m3 e, considerando o peso específico
do granito equivalente a 2.6 tons/m3 chegaremos a incríveis 200 tons. Ora
considerando um feito realizado a seis ou sete mil anos atrás podemos imaginar
as dificuldades para executá-la (PÁDUA, 2016, p. 08).
Seriam necessários muitos homens para carregar cada uma dessas pedras,
além de, possivelmente, eles terem de utilizar o auxílio de toras para mover
as rochas. Acredita-se que esses construtores possuíam conhecimento dos
sistemas de alavanca, para poderem erguer as pedras.
Sobre a sustentação dos monólitos, de maneira geral, era feita diretamente
pela perfuração do solo para apoio das pedras. Em algumas situações, como
nos monólitos encontrados no Brasil, as pedras encontram-se apoiadas em
montículos de rochas menores para garantir sua sustentação.
6 Arquitetura pré-histórica: menires, dólmens e cromleques
[...] a nova idade da pedra foi a era mais importante na história do mundo até
então. O nível do progresso material atingiu novas alturas. O homem neolítico
exercia maior domínio sobre o meio do que qualquer dos seus predecessores.
Tinha menos probabilidades de perecer devido a uma mudança de condições
climáticas ou porque viesse a falhar uma parte dos seus recursos alimentares
(BURNS, 1966, p. 29).