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EXAME
DIREITO
OABNAMEDIDA.COM.BR
SUMÁRIO
1. EMPRESA E EMPRESÁRIO
1.1. CONCEITO
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
6. FALÊNCIA
6.1. INSOLVÊNCIA
6.2. PROCESSO FALIMENTAR
6.3. SENTENÇA DECLARATÓRIA DE FALÊNCIA
6.4. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO
6.5. QUADRO GERAL DE CREDORES
6.6. REALIZAÇÃO DO ATIVO
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1.1. CONCEITO
Em substituição à teoria dos atos de comércio adotada pelo código comercial de 1850, o código
civil de 2002 passou a adotar, em seu art. 966, a teoria da empresa, conforme abaixo transcrito:
O empresário pode ser pessoa física ou jurídica. No primeiro caso, será considerado empresário
individual e, mesmo sendo pessoa física, deverá possuir CNPJ, para que possa ter o mesmo
tratamento tributário das sociedades empresárias.
Tratando-se de empresário pessoa jurídica, haverá uma sociedade empresária (art. 44, II, do
CC) ou uma empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI (art. 44. VI), instituída pela
Lei n. 12.441/2011.
De acordo com o art. 966, parágrafo único, do CC “não se considera empresário quem exerce
profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de
auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
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Como regra geral, portanto, quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou
artística (como, por exemplo, médicos, arquitetos, advogados, cantores, desenhistas e dançarinos)
não é considerado empresário.
Além disso, não se enquadram no conceito de empresário as cooperativas (art. 982 do CC) e o
empresário rural, salvo, neste caso, se proceder à sua inscrição no Registro Público de Empresas
Mercantis, hipótese em que será equiparado a empresário.
Em resumo, portanto, não são considerados empresários: a) Quem exerce profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo
se o exercício da profissão constituir elemento de empresa, b) Cooperativas e c) Empresário rural,
salvo se proceder à sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis
De acordo com o art. 972 do CC, podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em
pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
O art. 974 do CC, por sua vez, estabelece que o incapaz poderá, por meio de representante ou
devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais
ou pelo autor de herança, mediante autorização judicial, podendo esta, entretanto, ser revogada
pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo
dos direitos adquiridos por terceiros TEMA COBRADO NOS EXAMES XX E XXIX DA OAB/FGV.
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Desse modo, salvo os emancipados, o menor de 18 anos não poderá iniciar atividade
empresarial. Entretanto, poderá continuar o exercício da atividade empresarial nas hipóteses
previstas no art. 974 do CC.
respondem pelas dívidas empresariais contraídas, não havendo que se falar, evidentemente, em
“desconsideração da personalidade jurídica”, já que se trata de empresário individual, não havendo
personalidade jurídica a ser desconsiderada.
1.3. IMPEDIMENTOS
Além daqueles que não estão no pleno gozo da capacidade civil, não poderão exercer atividade
empresarial os legalmente impedidos. Vejamos os principais casos.
Empresário Falido: o falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a
partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações. Além disso, na
hipótese de ter havido prática de crime falimentar e o falido ter sido condenado à inabilitação para
o exercício de atividade empresarial na sentença, os efeitos perdurarão até 5 (cinco) anos após a
extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal (arts. 102 e 181,
§1°, da Lei n. 11.101/2005).
De acordo com o art. 1.134 do CC, a sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não
pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos
subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de
sociedade anônima brasileira.
Ressalta-se ainda que, se as pessoas impedidas realizarem atos empresariais, elas serão
responsáveis, pessoalmente e de forma ilimitada, pelos atos praticados (art. 973 do CC) e
responderão ainda pela prática de contravenção penal (art. 47 do Decreto-Lei n. 3.688/41).
TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB.
Além disso, o art. 1º da Lei nº 11.101/2005 não requer a regularidade do empresário para a
decretação da falência, de modo que a pessoa proibida de exercer atividade empresarial pode ser
declarada falida TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.
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O art. 977 do CC faculta aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que
não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
O art. 978, por sua vez, permite ao empresário casado, sem necessidade de outorga
conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio
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1.4.1. REGISTRO
O Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM) foi regulamentado pela lei n. 8.934/94,
sendo sua estrutura dividida em dois órgãos: 1) Departamento Nacional de Registro de Comércio
(DNRC), órgão federal com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano
técnico; e supletiva, no plano administrativo e 2) Juntas Comerciais, órgãos estaduais com funções
executora e administradora dos serviços de registro.
O registro não é uma condição para o constituição da atividade empresária, mas sim um
pressuposto para sua regularidade TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB.
Para que os livros sejam utilizados como meio de prova a favor do empresário, é indispensável
que eles estejam autenticados.
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Os livros comerciais podem ser obrigatórios ou facultativos.
O livro caixa é dispensado para as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo
Simples Nacional, conforme art. 26, §2°, da LC n. 123/2006.
EMPRESA DE
MICROEMPRESA MEI
PEQUENO PORTE
Apenas o pequeno empresário individual está dispensado da escrituração dos livros e apenas as
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte optantes pelo SIMPLES é que estão dispensadas
do livro caixa.
Salienta-se ainda que, de acordo com o art. 1.190 do CC, “ressalvados os casos previstos em
lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência
para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e
fichas, as formalidades prescritas em lei”.
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São exceções ao sigilo, entretanto, as seguintes situações:
EXIBIÇÃO PARCIAL: a Súmula 260 do STF prevê a possibilidade exibição parcial referente
às transações entre os litigantes: “O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às
transações entre os litigantes”.
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EXIBIÇÃO TOTAL: o art. 1.191 do CC traz quatro hipóteses taxativas: “O juiz só poderá autorizar
a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões
relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em
caso de falência”.
Entende-se por estabelecimento empresarial, conforme art. 1.142 do CC, “todo complexo de
bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”.
Observe-se que “bens” abrangem bens materiais (mercadorias, equipamentos, imóvel, veículos,
móveis, utensílios etc.) e imateriais (nome empresarial, marca, ponto comercial, patente, domínio
de internet etc.).
Conforme previsto no art. 1.145 do CC, se ao alienante não restarem bens suficientes para
solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos
os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em 30 (trinta) dias a partir
de sua notificação TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/FGV.
O art. 1.146 do CC, por sua vez, estabelece que “o adquirente do estabelecimento responde
pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto
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aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento”. TEMA
COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
o adquirente responderá pelo seu pagamento, ficando o alienante solidariamente obrigado pelo
prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da
data do vencimento. Por outro lado, os débitos contraídos antes do trespasse e não contabilização
serão de responsabilidade apenas do alienante.
Registre-se ainda que, de acordo com o art. 1.147 do CC, “não havendo autorização expressa,
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A proteção ao nome empresarial ocorre com registro Junta Comercial. Cada unidade da
federação possui a sua própria Junta Comercial (órgão estadual), de modo que a proteção do nome
empresarial é de âmbito estadual.
Art. 1.166 do CC. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas
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Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional,
se registrado na forma da lei especial.
Nome empresarial é diferente de marca. Nome empresarial identifica a pessoa física ou jurídica;
a marca identifica o produto ou o serviço. A proteção da marca se dá com o registro no INPI
(Instituto Nacional de Propriedade Industrial), que é de âmbito federal.
PRINCÍPIO DA VERACIDADE: o nome empresarial deve ser verdadeiro, deve corresponder com
a realidade da atividade empresarial. Ex.: não é possível colocar na sociedade o nome de pessoa que
não é sócio ou de pessoa falecida. Aliás, se um dos sócios falecer, seu nome deve sair da firma social.
Art. 1.165 do CC. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar,
não pode ser conservado na firma social.
NOME EMPRESARIAL É INALIENÁVEL (a marca não é inalienável, ou seja, pode ser vendida).
PRINCÍPIO DA NOVIDADE: a ação para anular a inscrição do nome empresarial não prescreve.
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição
do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato.
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De acordo com o art. 2º, da Lei n. 9.279/96, a proteção dos direitos relativos à propriedade
industrial, considerado o seu interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País, efetua-se mediante:
Ressalta-se ainda que os direitos de propriedade industrial são considerados bens móveis
para todos os efeitos legais.
Ao autor de invenção ou modelo de utilidade será assegurado o direito de obter a patente que
lhe garanta a propriedade, nas condições estabelecidas em lei. A patente poderá ser requerida
em nome próprio, pelos herdeiros ou sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a
quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a
titularidade TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB.
2.1.1. INVENÇÃO
• Não-Impedimento legal: de acordo com o art. 18 Lei n. 9.279/96, não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde
públicas; II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer
De acordo com o art. 9º da Lei n. 9.279/96, é patenteável como modelo de utilidade o objeto
de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou
disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua
fabricação. A título de exemplo, podemos imaginar a criação de um liquidificador que não faz
nenhum barulho.
1 Para os fins da Lei n. 9.279/96, microrganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou
parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição
genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.
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O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos
dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econômico,
comprovado nos termos da lei, por decisão administrativa ou judicial. Ensejam, igualmente,
licença compulsória: I - a não exploração do objeto da patente no território brasileiro por
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falta de fabricação ou fabricação incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso integral
do processo patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade econômica, quando será
admitida a importação; ou II - a comercialização que não satisfizer às necessidades do
mercado TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB.
Além disso, nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do
Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa
necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva,
para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular. As licenças
compulsórias serão sempre concedidas sem exclusividade, não se admitindo o sublicenciamento
De acordo com o art. 95 da Lei n. 9.279/96, considera-se desenho industrial a forma plástica
ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um
produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa
servir de tipo de fabricação industrial.
O pedido de registro que não atender às condições estabelecidas pelo INPI, mas contiver dados
suficientes relativos ao depositante, ao desenho industrial e ao autor, poderá ser recebido, desde que
sejam cumpridas, em 5 (cinco) dias, as exigências do INPI. TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA
OAB.
2.2.2. MARCA
Marca é o sinal distintivo visualmente perceptível não compreendido entre as proibições legais.
No Brasil, som não pode ser registrado como marca, porque não é visualmente perceptível.
• Não colidência com marca notória: marca notória é aquela conhecida por todos e
a automaticamente protegida pela Convenção da União de Paris. Assim, o INPI não
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poderá fazer o registro de marca notória se este não for solicitado por seu titular, ou
seja, a marca notória não depende de registro no INPI para ter proteção legal.
• Não impedimento: os casos de impedimento são trazidos pelo art. 124 da Lei n.
9.279/96. Vejamos os três casos mais importantes: I) Brasão, bandeira, monumentos
oficiais, nacionais ou internacionais, II) Designação ou sigla de entidade ou órgão
público e III) Sinal que induza a falsa indicação geográfica.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
PATENTE REGISTRO
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BENS PATENTEÁVEIS BENS REGISTRÁVEIS
Registra-se, por fim, que, de acordo com o art. 225 da Lei nº 9.279/96, “prescreve em 5 (cinco)
anos a ação para reparação de dano causado ao direito de propriedade industrial”. TEMA
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São as sociedades que não foram levadas a registro: Sociedade em Comum e Sociedade em
Conta de Participação.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem
provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são
titulares em comum TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos
sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o
terceiro que o conheça ou deva conhecer.
Sociedade em Comum é aquela que se encontra em funcionamento mas que não tem ato
constitutivo arquivado no cartório (sociedade simples) ou na junta comercial (todas as demais).
Portanto, tais sociedades poderiam, mas não adquiriram personalidade jurídica por desídia
dos sócios.
Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente podem provar a existência da
sociedade em comum por escrito, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo, inclusive
testemunhas ou quaisquer documentos.
Caso seja levada a registro, a sociedade em comum passa a ser uma sociedade personificada.
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3.1.2. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição
de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
§ 3º Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os
efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido.
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio
sem o consentimento expresso dos demais.
O sócio ostensivo é o único a exercer a atividade, tem responsabilidade exclusiva, e age em seu
próprio nome individual TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
O sócio participante (ou oculto), por sua vez, contribui com recursos e participa dos resultados
correspondentes, mas não responde perante terceiros. Quando demandada a sociedade em conta
de participação, deve figurar no polo passivo o sócio ostensivo.
Apesar de não poder tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena
de responder solidariamente com eles pelas obrigações que intervier, o sócio participante pode
fiscalizar a gestão dos negócios sociais pelo sócio ostensivo, conforme previsto no parágrafo único
do art. 993 do CC TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB.
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O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu
instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade. Assim, a
sociedade em conta de participação, ainda que registrada, não será personificada.
Art. 982 do CC. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que
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tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art.
967); e, simples, as demais.
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• As sociedades simples são registradas no Registro Civil, salvo no caso das sociedades de
advogados, registradas na OAB, e das cooperativas, registradas na junta comercial.
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Desse modo, as sociedades simples são registradas no registro civil e não têm características
empresárias, porque os serviços são prestados pelos próprios sócios (sociedade de dentistas, médicos
e outros profissionais intelectuais), ainda que com o auxílio de algumas pessoas. São consideradas
também sociedades simples as sociedades que desempenham atividades rurais, desde que não
tenham registros, bem como as sociedades cooperativas, independentemente da atividade.
Independentemente do seu objeto, será considerada uma sociedade simples, conforme art. 1.093 do
CC, motivo pelo qual não está sujeita à falência nem pode requerer recuperação judicial/extrajudicial.
Além disso, caso possua capital social, as quotas serão intransferíveis a terceiros estranhos
à sociedade, ainda que por direito hereditário, conforme art. 1.094, IV, do CC. TEMA COBRADO
NO XI EXAME DA OAB/FGV.
Importante destacar que a Lei nº 13.806/2019 acrescentou o art. 88-A à Lei nº 5.764/71,
dispondo que a cooperativa poderá ser dotada de legitimidade extraordinária autônoma
concorrente para agir como substituta processual em defesa dos direitos coletivos de seus
associados quando a causa de pedir versar sobre atos de interesse direto dos associados que
tenham relação com as operações de mercado da cooperativa, desde que isso seja previsto em seu
estatuto e haja, de forma expressa, autorização manifestada individualmente pelo associado ou por
meio de assembleia geral que delibere sobre a propositura da medida judicial.
É o tipo societário contratual, não empresário, que pode ter qualquer objeto social relacionado
à prestação de serviços.
A sociedade simples é um tipo societário específico e possui um conjunto genérico de normas, que
são aplicáveis, no que couber, a todos os demais tipos societários contratuais (art. 997 a 1.038 do CC).
Além disso, o código civil também admite que sejam utilizadas regras de outras sociedades
empresárias contratuais à sociedade simples, ou seja, a sociedade simples é importadora e
exportadora de normas.
Trata-se de tipo societário em que a cessão total ou parcial das quotas depende do
consentimento dos demais sócios (art. 1.003 do CC), ou seja, trata-se de uma sociedade de pessoas.
A sociedade simples deve ser constituída mediante contrato social, escrito, público ou
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particular, que além das cláusulas livremente estipuladas entre os sócios (não essenciais), deve
conter os seguintes elementos essenciais (art. 997 do CC):
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que,
além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
A sociedade simples que admite sócios pessoas jurídicas, deve usar denominação. O objeto
deve ser a prestação de serviços, não caracterizando atividade empresária.
Embora tenha sido extinta a sociedade de capital e indústria, prevista no código comercial de
1850, o código civil de 2002 admite que na sociedade simples existam sócios que contribuam com
capital, e outros que contribuam apenas com serviços, sendo que nesse último caso os sócios só
participam dos lucros, e não das perdas.
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na
proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços,
somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas.
Em que pese o art. 1.008 do CC estabeleça que é nula a estipulação contratual que exclua
qualquer sócio dos lucros e das perdas, entende-se que que esse artigo não se aplica ao sócio
com participação apenas em serviço, já que o art. 1.007 é expresso no sentido de que ele não irá
participar das perdas.
O contrato social e suas alterações devem ser registrados no cartório de registro civil de
pessoas jurídicas, no prazo de até 30 dias, contados da constituição da sociedade ou de eventuais
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modificações, sob pena da sociedade ser considerada irregular.
O art. 999 do CC estabelece que as modificações do contrato social, que tenham por objeto
matéria indicada no art. 997 do CC dependem do consentimento de todos os sócios; enquanto
que as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar
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Desse modo, o sócio minoritário tem poder de veto em relação as matérias do art. 997 do CC.
ADMINISTRAÇÃO
§ 1º Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os
condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos;
ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou
contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de
defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade,
enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
Como regra geral, os administradores não respondem pelos atos da sociedade. No entanto,
poderão ser responsabilizados em caso de excesso (teoria ultra vires) ou em caso de ato culposo.
Com efeito, caso a sociedade seja demandada por excesso de seus administradores, ela poderá
tentar esquivar-se, atribuindo a responsabilidade aos próprios administradores. Nesse caso,
aplica-se o art. 1.015, parágrafo único, do CC:
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a
terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses:
2 Considera-se maioria absoluta mais da metade das quotas da sociedade (capital social).
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Trata-se da aplicação da teoria “ultra vires”, pela qual o administrador responde pelos
excessos cometidos, observando-se os requisitos traçados pelo parágrafo único do art. 1.015
do CC, acima transcrito.
Além disso, nos termos do art. 1.016 do CC, os administradores podem ser responsabilizados
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Ressalta-se que o administrador designado no contrato social e que seja sócio da sociedade,
somente poderá pode ser destituído ou ter os seus atos revogados, por justa causa, provada
judicialmente. Já o administrador (sócio ou não sócio) designado em ato separado e o administrador
não sócio podem ser destituídos a qualquer tempo, pela maioria absoluta.
Somente poderá pode ser destituído ou ter os seus Podem ser destituídos a qualquer tempo, pela
atos revogados, por justa causa, provada judicialmente maioria absoluta
Tais regras são aplicáveis à sociedade em nome coletivo e comandita simples, mas não à sociedade limitada.
A sociedade simples adquire direitos e contrai obrigações por meio de seus administradores.
A responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada, conforme dispuser o contrato.
Quando a responsabilidade é ilimitada, os bens pessoais dos sócios só podem ser atingidos
após a execução dos bens sociais, em razão do benefício de ordem (responsabilidade subsidiária),
previsto no art. 1.024 do CC.
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da
sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
Essa regra é aplicável a todas as sociedades, exceto ao sócio que contratou pela sociedade em
comum, que não terá o benefício de ordem, conforme art. 990 do CC.
Além disso, o sócio admitido em sociedade já constituída não se exime das dívidas sociais
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anteriores à admissão, conforme art. 1.025 do CC TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/
FGV, e aquele que se retirou responde por até 2 anos, depois da averbação da alteração contratual,
conforme art. 1.003, parágrafo único, do CC.
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A dissolução da sociedade poderá ser total ou parcial. A dissolução parcial ocorre quando
houver resolução em relação ao sócio.
Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada
pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com
base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente
levantado (art. 1.031, caput, do CC). TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV.
O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da
quota. Além disso, a quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de 90 (noventa) dias, a partir
da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário (§1º e § 2º do art. 1.031 do CC).
Registra-se ainda que a retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus herdeiros,
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da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após averbada a resolução
da sociedade; nem nos dois primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não se
requerer a averbação (art. 1.032 do CC). TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.
LIQUIDAÇÃO
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De acordo com o art. 980-A do CC, a empresa individual de responsabilidade limitada será
Como regra geral, eventuais dívidas da EIRELI não recaem sobre os bens do titular da sociedade.
A EIRELI poderá ser administrada pelo próprio titular da empresa ou por terceiro devidamente
contrato para essa finalidade.
O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão “EIRELI” após a firma
ou a denominação social (art. 980-A, § 1º, do CC). A proteção ao nome empresarial decorre
automaticamente do registro da EIRELI na junta comercial, ou seja, com o início da sua personalidade
jurídica TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV.
A EIRELI também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num
único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração (art. 980-A, § 3º, do CC)
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É o tipo societário em que todos os sócios, sempre pessoas físicas, respondem solidária e
ilimitadamente pelas dívidas sociais após o exaurimento do patrimônio social.
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo,
respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os
sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a
responsabilidade de cada um.
Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no que
seja omisso, pelas do Capítulo antecedente.
Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art. 997, a firma social.
A sociedade em nome coletivo pode ser dissolvida ou liquidada pelos mesmos motivos previstos
para a sociedade simples.
É a sociedade formada por sócios comanditados, que respondem solidária e ilimitadamente pelas
dívidas, e sócios comanditários, que respondem apenas pela integralização das cotas que subscreverem.
A sociedade só pode usar firma ou razão social, composta pelo nome dos sócios comanditados,
sendo obrigatória a expressão “& Cia”.
A expressão “& Cia” indica os comanditários e eventuais comanditados, que não tiveram o
nome na firma.
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Se constar o nome de um ou mais sócios comanditários na firma, eles responderão
ilimitadamente, como se fossem comanditados.
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O contrato social pode definir como pode ser feita a cessão de cotas na sociedade limitada.
Na omissão, a cessão de sócio para sócio independe de autorização, ao passo que a cessão
para terceiro será concretizada apenas se não houver a oposição de mais de ¼ do capital
social. TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV.
O capital social representa o valor que os sócios vão entregar para a constituição/formação
da sociedade. A subscrição é o comprometimento para colocar um percentual do capital social da
sociedade e a integralização representa o efetivo pagamento.
O capital será subscrito e integralizado pelos sócios, sendo que o sócio que subscrever e não
integralizar será considerado remisso.
A sociedade limitada é regida pelas normas do capítulo próprio do código civil e no caso de
omissão pelas normas das sociedades simples, podendo o contrato social prever a regência
supletiva pelas normas aplicadas às sociedades anônimas.
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da
sociedade simples. TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
O capital será subscrito e integralizado pelos sócios, sendo que o sócio que subscrever e não
integralizar será considerado remisso. TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
A integralização poderá ser feita por meio de dinheiro, bens e créditos, mas é vedada
contribuição que consista em PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, conforme art. 1.055. § 2º, do CC
TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV.
28
Sobre o aumento e diminuição do capital social da sociedade, importante a leitura dos artigos
abaixo reproduzidos:
Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as quotas, pode ser o
capital aumentado, com a correspondente modificação do contrato.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
§ 1° Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios preferência para participar do
aumento, na proporção das quotas de que sejam titulares.
Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será realizada
com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-se efetiva a partir
da averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata da assembléia que a
tenha aprovado.
Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital será feita restituindo-se
parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se as prestações ainda devidas,
com diminuição proporcional, em ambos os casos, do valor nominal das quotas.
ADMINISTRADOR
O administrador pode ser sócio ou não sócio da sociedade, devendo ser nomeado pelo contrato
social ou em ato separado TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB. Nada dispondo o contrato
social, a administração da sociedade compete separadamente a cada um dos sócios (art. 1013, caput,
do CC).
29
Nos termos do 1.061 do CC, a designação de administradores não sócios dependerá de
aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3
(dois terços), no mínimo, após a integralização TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA
OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Os poderes concedidos ao administrador sócio por contrato social são irrevogáveis, salvo justa
causa reconhecida judicialmente. Já os poderes concedidos por ato separado ou a não sócio são
revogáveis a qualquer tempo (art. 1.019 do CC).
O excesso por parte dos administradores somente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo
menos uma das seguintes hipóteses:
Destaca-se ainda que conforme previsto no art. 1.063, § 3º, CC, a renúncia de administrador
torna-se eficaz, em relação à sociedade, desde o momento em que esta toma conhecimento da
comunicação escrita do renunciante; e, em relação a terceiros, após a averbação e publicação(
TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV.
Além disso, com a edição da Lei n. 13.792/2019, o administrador da sociedade poderá ser
desconstituído mediante quórum de mais da metade do Capital Social, independentemente se o
administrador é sócio ou não sócio da empresa.
30
ANTES DA LEI N. 13.792/2019 DEPOIS DA LEI N. 13.729/2019
3/4 DO 2/3 DO
MAIORIA MAIORIA
UNANIMIDADE CAPITAL CAPITAL
SIMPLES ABSOLUTA
SOCIAL SOCIAL
Exclusão do sócio
por justa causa
CONSELHO FISCAL
O conselho fiscal é órgão facultativo na sociedade limitada e pode ser instituído desde que haja
previsão no contrato social. Nas sociedades anônimas o conselho fiscal é órgão obrigatório,
com funcionamento facultativo. 31
3.2.7. SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL
A Lei n º 13.874/19, publicada no dia 20/09/20919, alterou o art. 1.052 do CC passndo a prever
expressamente a Sociedade Limitada Unipessoal, isto é, a possibilidade da Sociedade Limitada
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Trata-se de tipo societário que já era admitido no direito estrangeiro, passando a ser previsto
no Brasil para sanar um problema muito comum na prática, que era a existência de sociedades
limitadas com dois sócios, mas com um deles detendo parte desprezível da sociedade, geralmente
1%.
A Sociedade Limitada Unipessoal é mais atrativa do que a EIRELI, uma vez que não há
necessidade de integralização mínima do capital social (no caso da EIRELI a integralização deve
ser de no mínimo de 100 vezes o valor do salário mínimo), além do que não existe vedação para
Trata-se de tipo societário próprio de grandes investimentos e em regra um acionista não pode
impedir o ingresso de outro sócio, portanto é um tipo societário de capital.
A companhia pode ser formada por capital exclusivamente privado ou por capital público e
privado, sendo chamada no segundo caso de Sociedade de Economia Mista.
A sociedade anônima poderá ser aberta ou fechada TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB.
32
S.A. ABERTA S.A. FECHADA
Companhia que tem seus valores mobiliários Companhia que tem seus valores mobiliários
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Além disso, a constituição da sociedade anônima pode ocorrer por meio de subscrição pública
ou subscrição particular.
Registra-se ainda que a subscrição pública depende do prévio registro de emissão na Comissão
de Valores Mobiliários, que realizará um estudo de viabilidade financeira. Após a aprovação pela
CVM, a companhia deverá encontrar uma instituição financeira para viabilizar a venda as ações.
Já a subscrição particular ocorre quando todo o capital já tiver sido constituído pelos próprios
fundadores da sociedade. A constituição da companhia por subscrição particular do capital
pode fazer-se por deliberação dos subscritores em assembleia-geral ou por escritura pública,
considerando-se fundadores todos os subscritores.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
33
• Mínimo de 2 acionistas (exceção: subsidiária integral)
Sociedade anônima subsidiária integral ocorre quando a totalidade das ações da companhia
pertence a uma única sociedade brasileira TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB.
ACIONISTAS
CAPITAL SOCIAL
Embora seja considerada intangível, o capital social não é imutável, podendo sofrer aumento
e/ou diminuição.
34
AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL DIMINUIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
ASSEMBLEIA GERAL
É o órgão máximo da companhia que reúne todos os acionistas, com ou sem direito a voto,
decidindo todas as questões de interesse da sociedade. São atribuições exclusivas da assembleia
aquelas previstas no art. 122 da Lei n. 6.404/76, destacando-se: I) Eleger ou destituir administradores
fiscais; II) Autorizar a emissão de debêntures, salvo no caso das companhias abertas, em que
a emissão de debênture pode ser autorizada pelo Conselho de Administração, III) Suspender
o exercício dos direitos de acionista e IV) Deliberar sobre a avaliação de bens no momento da
constituição ou aumento do capital.
A assembleia geral pode ser ordinária (AGO) ou extraordinária (AGE). A AGO é realizada 1 (uma)
vez por ano, nos 4 meses seguintes ao término do exercício social para assuntos de rotina. A AGE
pode ser instalada a qualquer tempo para tratar de assuntos não rotineiros.
Nos termos do art. 110, § 2º, da Lei nº 6.404/1976, é vedado atribuir voto plural a qualquer
classe de ações. Voto plural é aquele em que se atribui mais de um voto por ação a determinada
classe de ação. Assim, não é possível estabelecer no estatuto social, por exemplo, que em
determinada ação preferencial o voto de cada acionista será contado em número superior a 1
voto TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
É o órgão deliberativo, formado no mínimo por 3 (três) sócios pessoas naturais, eleitos pela
35
assembleia geral, que tem a função de agilizar as decisões da companhia, ou administrá-la, fixando
a orientação geral dos negócios.
DIRETORIA
Os diretores devem ser pessoas físicas residentes no País, conforme prevê o art. 146 da Lei
nº 6.404/76 TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV, sendo eleitos pelo Conselho de
Administração, se houver, ou pela Assembleia Geral. A diretoria tem mandato de 3 anos, admitida
a reeleição (art. 143, III da Lei n. 6.404/76).
36
CONSELHO FISCAL
É o órgão formado por no mínimo 3 e no máximo 5 membros que tem a função de fiscalizar a
Administração da companhia e comunicar irregularidades.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Mesmo que o estatuto não o institua expressamente, o conselho fiscal deve existir na companhia.
Apesar de ser órgão obrigatório, o seu funcionamento é facultativo.
VALORES MOBILIÁRIOS
São as ações comuns, de São ações que garantem aos São ações atribuídas aos
emissão obrigatória, que seus titulares, chamados acionistas, cujas ações foram
garantem aos seus detentores de preferencialistas, totalmente amortizadas
direitos de voto e recebimento direitos diferenciados, como pela companhia.
de lucros e dividendos. recebimento prioritário
dos dividendos fixos ou
mínimos e prioridade no Amortização é a operação
Elas são chamadas de “ações reembolso do capital, mas pela qual a companhia, tendo
de direção”, porque quem as podem privar os seus dinheiro disponível, compra
detém está interessado na titulares do direito de voto. de volta as ações ordinárias
administração da companhia. ou preferenciais, pagando o
que elas valeriam em caso
A vantagem das ações de liquidação da sociedade.
Considera-se acionista preferenciais de companhia
controlador aquele que fechada pode consistir
detém o maior número exclusivamente em prioridade Portanto, o detentor dessas
de ações ordinárias e no reembolso do capital. ações de fruição recebe
minoritário os demais. TEMA COBRADO NO antecipadamente o valor
XII EXAME DA OAB/FGV. líquido das ações substituídas.
O número de ações
preferenciais, sem direito
a voto, ou voto restrito
não pode ultrapassar
50% do capital social.
DEBÊNTURES
Cabe à assembleia geral decidir sobre a emissão de debêntures, exceto na companhia aberta,
onde o conselho de administração pode autorizar a emissão de debêntures não conversíveis em
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
PARTES BENEFICIÁRIAS
São valores mobiliários negociáveis estranhos ao capital social e conferem direitos sobre
eventuais lucros da companhia, até o limite de 10% dos lucros.
Art. 46 da Lei n. 6.404/76. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis,
sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados “partes beneficiárias”.
As partes beneficiárias podem ser alienadas pela companhia na forma prevista no estatuto,
ou conforme definido na assembleia geral, visando a capitação de recursos, bem como atribuídas
gratuitamente a fundadores, acionistas, ou terceiros, inclusive a Associação de Empregados. Elas
não podem ter prazo de duração superior a 10 anos, mas podem ser do tipo conversíveis em ações,
caso em que a companhia deve criar uma reserva e capital para absorvê-las.
BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO
São títulos que garantem, aos seus titulares, direito de preferência de subscrição de ações até
o limite de aumento do capital autorizado no estatuto e que podem ser também atribuídos como
vantagem adicional aos subscritores de ações ou debêntures.
Compete à assembleia geral deliberar sobre a emissão de bônus, caso o estatuto não atribua
essa função ao conselho de administração.
O direito de subscrever as ações com preferência será exercido mediante a apresentação dos
bônus de subscrição à companhia, devendo ser pago o preço de emissão das ações.
DISSOLUÇÃO DA S.A.
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PARCIAL TOTAL
Unipessoalidade incidente
Cisão total
Incorporação
Fusão
Aplicam-se à comandita por ações as regras da sociedade anônima, com exceção dos artigos
280 a 284 da Lei n. 6.404/76.
A sociedade pode utilizar firma ou denominação, como nome empresarial. Caso utilize firma,
apenas podem ser usados nomes de administradores ou gerentes.
A denominação deverá conter o objeto social e ainda a expressão “comandita por ações ou sua
abreviatura - C.A.”.
A sociedade em comandita por ações não possui conselho de administração e não é possível a
autorização estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição.
39
3.3. GRUPOS DE SOCIEDADES
Consideram-se sociedade coligadas ou filiadas quando entre elas houver 10% ou mais de
participação do capital social, sem ocorrer o controle societário, conforme art. 1.099 do CC:
Art. 1.099. Diz-se coligada ou filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade participa com
dez por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la.
SOCIEDADE CONTROLADAS
Conforme art. 1.098 do CC, considera-se controlada: I) a sociedade de cujo capital outra
CONSÓRCIO
Art. 278. As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o mesmo controle ou não,
podem constituir consórcio para executar determinado empreendimento, observado o
disposto neste Capítulo.
TRANSFORMAÇÃO
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A transformação não prejudicará direitos dos credores.
INCORPORAÇÃO
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra,
que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (art. 227 da Lei n. 6.404/76 e 1.116 do CC), não
havendo o surgimento de uma nova sociedade.
FUSÃO
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
CISÃO
De acordo com o art. 229 da Lei n. 6.404/76, cisão é a operação pela qual a companhia
transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim
ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio,
ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
41
4
Os títulos de crédito são regidos por leis especiais e, subsidiariamente, pelo código civil.
As principais leis que tratam dos títulos de crédito são: Decreto n. 57.663/66 (Letra de Câmbio
e Nota Promissória), Lei n. 5.474/68 (Duplicatas) e Lei n. 7.357/85 (Cheques).
Deste conceito é possível extrair três princípios fundamentais dos títulos de crédito:
Uma exceção ao princípio da cartularidade é a duplicata, uma vez que o art. 13 da Lei n.
5.474/68 permite o protesto mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por
simples indicações do portador, na falta de devolução do título.
LITERALIDADE: O título de crédito vale pelo que literalmente consta do seu texto. Todos os
direito e obrigações cambiais, tais como endosso, aval, quitação e protesto, devem ser lançados na
próprio cártula e não em documentos separado, ainda que este seja documento público.
AUTONOMIA: Os direitos e obrigações do título de crédito são autônomos entre si, de modo
que a nulidade de uma obrigação não representa a nulidade de outra. Assim, se por exemplo um
incapaz endossar um título, apenas tal endosso será nulo e não outras obrigações. O princípio da
autonomia envolve 2 (dois) subprincípios, a saber:
ABSTRAÇÃO: se o título for transferido ocorre a desvinculação em relação a causa original, que
levou a sua emissão, por isso, aquele que recebeu o título, que é o novo credor, tem o direito de cobrar,
protestar ou executar o devedor, mesmo que tenha ocorridos alguns defeitos no negócio original.
42
INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS AO PORTADOR DE BOA-FÉ: se o título de crédito
circular, aquele que possuí-lo de boa-fé poderá cobrar o devedor e este não poderá opor exceção
pessoal que tinha com o credor originário. Poderá apenas opor exceção fundada em direito pessoal
ou nulidade da obrigação, conforme art. 906 do CC.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Se não houver circulação do título, ou seja, se ele não for transferido para um terceiro, não há
que se falar em autonomia TEMA COBRADO NO XXII EXAME DA OAB/FGV.
• Modelo vinculado – são aqueles títulos que obedecem a um padrão legal, tais como o
cheque e a duplicata.
• Ordens de pagamento - são os títulos que contêm uma determinação de pagar quantia
determinada, dada pelo sacador contra o sacado, como no caso do cheque e da letra
de câmbio. As ordens de pagamento, em regra, têm três figuras: sacador (emitente),
o sacado (devedor) e o tomador (beneficiário). Contudo, a duplicata também é uma
ordem de pagamento e tem apenas duas figuras: o sacador (empresário) e o sacado
(comprador) – art. 2º, VIII da Lei n. 5.474/68.
• Causais – são aqueles que exigem para sua emissão a ocorrência de um motivo
previsto em lei, como por exemplo a duplicata, que só pode ser emitida depois da
emissão da fatura de venda de produtos ou da prestação de serviços.
• Não Causais- São aqueles que podem ser emitidos livremente, sem a necessidade de
ocorrência de um motivo legal, como por exemplo o cheque.
• Ao Portador: aquele que não identifica o beneficiário. Desde a Lei 8.021/90 o título ao
portador é proibido, exceto se com previsão expressa em lei especial. A mera entrega
do título (tradição) é suficiente para fazer a sua transferência.
43
• Nominativo: aquele que identifica o beneficiário. Pode ser “à ordem” ou “não à ordem”.
O título “à ordem” circula por meio de endosso e o título “não à ordem” circula por
cessão civil. Quem endossa responde pelo pagamento (pela solvência), mas quem
transfere por cessão civil não responde pela solvência.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
É um título de crédito pelo qual o sacador dá a ordem pura e simples de pagamento à outra
pessoa, denominada «sacada», a seu favor ou de terceira pessoa (tomador/beneficiário).
SAQUE
São requisitos essenciais intrínsecos do saque os relativos a qualquer ato jurídico, quais sejam,
agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104 do CC).
Além disso, existem requisitos essenciais ao saque cuja inobservância não permitirá que a
letra de câmbio produza efeitos.
Há também os requisitos não essenciais, ou seja, aqueles que mesmo quando inobservados
não acarretarão a ineficácia do título.
I – Época do pagamento, porque se não houver considera-se que a Letra de Câmbio é a vista.
ACEITE
É o ato cambial pelo qual o sacado concorda com a ordem dada pelo sacador, comprometendo-
se a pagar o valor do título. Com o aceite, o sacado (aceitante) passa a ser o devedor principal do
título e o sacador (que emitiu o título) o codevedor. Em eventual ação de execução, o tomador/
beneficiário pode promover a execução contra um, alguns ou todos os devedores.
O aceite pode ser total ou parcial. É total o que decorre da simples assinatura do sacador no
anverso do título e parcial quando o sacado não concorda com algum aspecto do título.
O aceite parcial pode ser modificativo, quando o sacado altera, por exemplo a data do vencimento,
e imitativo quando o sacado concorda com o pagamento de apenas uma parte do valor do título.
O aceite deve ser obtido pelo tomador (credor) nos prazos previstos em lei, que variam
conforme o vencimento do título.
• Vencimento à vista – A letra de câmbio deve ser apresentada para aceite em até 1
(um) ano da data do saque.
• Vencimento a certo termo da vista - Nesse caso, o título deve ser apresentado
duas vezes ao sacado, a primeira para aceite, que deve ser datado e a segunda para
pagamento. O título deve ser apresentado para aceite em até 1 ano, contado da data
do saque, salvo prazo maior ou menor estipulado pelo sacador.
45
ENDOSSO
O endosso ocorre pela tradição com a simples assinatura no verso ou com a assinatura e
expressão identificadora no anverso (Ex.: “endosso a ...”, “pague-se a ...”).
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras “não a ordem”, ou uma expressão
equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma cessão ordinária de
créditos TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB.
Não se admite endosso parcial de título, já que ele não pode ser fracionado. A cessão de crédito,
por outro lado, pode ser total ou parcial. TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV.
TIPOS DE ENDOSSO:
Protestar um título que não deveria ser protestado (ex.: título pago) configura PROTESTO
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
INDEVIDO. Como regra geral, quem responde pelo protesto indevido é o endossante. Exceção:
Súmula 476/STJ - O ENDOSSATÁRIO de título de crédito por endosso-mandato só responde por
danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
AVAL
É o ato cambiário pelo qual uma pessoa física ou jurídica chamada avalista, ou “dador da
aval”, se responsabiliza pelo pagamento de um título em favor de outrem, chamado avalizado. O
O aval ocorre mediante simples assinatura no anverso do título ou por meio de assinatura com
expressão identificadora no verso. Ex.: (“por aval a...”, “avalizo a...”).
AVAL FIANÇA
Embora o Código Civil disponha que é vedado o aval parcial (aquele em que o avalista
garante apenas uma parte do valor) prevalece o entendimento de que o aval parcial é
possível tendo em vista a sua autorização na lei especial, conforme art. 30 do Decreto n.
57.663/66. TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB.
O código civil permite ainda o aval posterior, conforme previsto no art. 900: “O aval posterior ao
vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado” TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA
OAB/FGV.
PAGAMENTO
É o ato pelo qual o título é honrado e são extintas as obrigações cambiárias. Em razão dos
princípios da cartularidade e da literalidade, a quitação deve ser lançada na cártula, ou seja, no
A dívida relativa ao título de crédito é quérable (quesível), ou seja, o credor deve procurar o
devedor para o pagamento do título.
PROTESTO
De acordo com o art. 202, III, do CC, o protesto cambiário interrompe a prescrição da ação de
execução, de modo que entendemos revogada a súmula 153 do STF.
Se requerer o protesto no prazo legal, o credor garante todos os direito inerentes ao título.
Se o título não for protestado oportunamente, por falta de pagamento, o credor tem direito de
executar apenas o sacado, ou seu avalista, ou seja, não poderá executar o sacador, o endossante e
os avalistas desses.
Desse modo, o protesto é necessário para que o credor garanta direitos contra o sacador,
endossante ou avalistas desses, e em caso de pedido de falência por impontualidade, art. 94, I da
Lei 11.101/05 e facultativo em relação aos sacado e aos seu avalista.
AÇÃO CAMBIAL
A ação de execução em face do sacado e do seu avalista pode ser proposta independentemente
de protesto. Em relação aos coobrigados (sacador, endossante e seus avalistas), o protesto é
necessário, salvo se existir a denominada “cláusula sem despesa”.
• 1(um) ano a contar do dia do protesto ou do vencimento (se houver cláusula sem
despesa) em relação ao sacador, endossante, e avalista dos dois;
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
É o título de crédito em que uma pessoa (emitente) faz uma promessa pura e simples de
pagamento de quantia determinada a outra pessoa (beneficiário). A nota promissória, portanto,
tem apenas 2 (duas) figuras, o emitente (promitente ou sacador), e o beneficiário (tomador ou
Aplicam-se à nota promissória as regras da Letra de Câmbio no que tange ao endosso, ao aval
e aos prazos da ação cambial.
A Nota Promissória possui requisitos essenciais, sem os quais não vale como título de crédito.
Vejamos os principais:
• Assinatura do sacador.
Época do pagamento e lugar do pagamento não são requisitos essenciais, uma vez que,
se ausentes, considera-se que o título é à vista e que deve ser pago no endereço do
sacador, promitente.
Cheque é uma ordem de pagamento à vista, dada pelo sacador (correntista), dirigida contra
um banco (sacado) e em favor de um tomador ou do próprio sacador.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Trata-se de título de crédito vinculado, porque tem padronização obrigatória e não causal, uma
vez que não precisa de uma causa específica para sua emissão.
• No cheque não há aceite, pois há uma relação contratual entre o sacador (emitente) e o
sacado (banco).
O banco sacado não tem qualquer responsabilidade se não houver suficiente provisão de
fundos na conta do emitente. Além disso, a Lei n. 7.357/85 (lei do cheque) proíbe que o banco
aceite, endosse, ou avalize o cheque.
Art. 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração
com esse sentido.
Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer condição
a que seja subordinado.
O cheque é pagável à pessoa nomeada no título, sendo transmissível por via de endosso,
já que, mesmo que não escrita, presume-se a cláusula à ordem (transmissível por endosso),
conforme art. 17 da Lei n. 7.357/85.
No entanto, havendo a inserção da cláusula “não a ordem”, o cheque poderá ser transmitido
apenas por cessão civil (§ 1º do art. 17 da Lei n. 7.357/85), hipótese em que o endossante não
garante o pagamento do título.
O Endosso deve ser realizado no verso ou na folha de alongamento do título, sendo vedado o
endosso condicionado, parcial ou feito pelo sacado (Banco).
50
Reputa-se não-escrita qualquer condição a que seja subordinado o endosso. Além disso, são
nulos o endosso parcial e o do sacado (art. 18 da Lei n. 7.357/85)
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval
O cheque pode ser garantido por aval, total ou parcial, vedando-se apenas o aval prestado
pelo sacado. O aval deve indicar o avalizado. Na falta de indicação (aval em branco), considera-se
avalizado o emitente TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
O cheque avalizado, se não for quitado, também pode ser executado em face do avalista, que
se obriga da mesma maneira que o avaliado, subsistindo sua obrigação ainda que nula a por ele
garantida, salvo se a nulidade resultar de vício de forma (art. 31, caput, da Lei n. 7.357/85),
O art. 32, por sua vez, determina que o cheque é pagável a vista, considerando não escrita
qualquer menção em contrário. Desse modo, ainda que o título seja marcado com data posterior à
efetiva apresentação, o pagamento pode ser feito imediatamente.
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como
data de emissão é pagável no dia da apresentação.
O cheque pré-datado é considerado um acordo de vontade entre as partes que, apesar de não
inibir o pagamento à vista pelo banco, pode gerar responsabilidade civil se for apresentado antes
da data do pagamento. Assim, embora o Banco seja obrigado a pagar o cheque à vista, o tomador
pode ser obrigado a indenizar o emitente se houver apresentado o cheque pré-datado antes da
data do vencimento. TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB.
51
* Súmula 370 do STJ - Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
* Súmula 388 do STJ - A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
• Assinatura do sacador, que deve ser identificado com os números do CPF e do RG,
podendo o último ser substituído por outro documento.
Modalidades de Cheque
• Ao portador: não exige o nome do beneficiário, desde que o valor não supere a
quantia de R$ 100,00 (cem reais), conforme previsto no art. 69 da Lei n. 9.069/95.
• Nominativo: é o que tem o nome do beneficiário, obrigatório para cheques com valor
superior a R$ 100,00 (cem reais).
Espécies de Cheque
• Cheque para se levar em conta: é o cheque no qual o emitente insere uma cláusula
na transversal e no anverso do título (por exemplo: para ser depositado na conta do
beneficiário, ou para depósito na conta do favorecido), vinculando, embora não haja
cruzamento, que o depósito seja feito na conta do beneficiário. Se for indicada uma
conta, não cabe endosso.
O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30
(trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago (mesma praça) ou de 60 (sessenta)
Se o cheque não for apresentado nos prazos acima mencionados, o portador do título perde
o direito de crédito (há decadência, portanto) contra os avalistas e endossantes. Perderá ainda o
direito de crédito em face do emitente se durante o prazo de apresentação havia fundos e estes
deixaram de existir.
Ressalta-se ainda que, se houver endosso posterior à expiração do prazo de apresentação, ele
produzirá efeitos de cessão civil, mas não isenta o sacador de pagar o cheque (art. 27 da Lei n. 7.357/85).
O cheque pode ser executado, ou usado em pedido de falência em até 6 meses após o término
do prazo de apresentação, ou seja, o prazo prescricional do cheque é de 6 meses, devendo o credor
demonstrar a recusa do pagamento do título devidamente apresentado (protesto ou declaração
do sacado). A ação de regresso de um obrigado contra o outro também prescreve em 6 meses,
contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.
A ação de execução do cheque pode ser proposta com a prova do protesto ou declaração do
sacado, isto é, o protesto não é requisito essencial para a propositura ação de execução, já
que esta pode ser proposta mediante declaração escrita e datada do sacado ou da câmara de
compensação TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB.
53
SUSTAÇÃO DO CHEQUE
Sustação é o comando que objetiva o não pagamento do cheque, que pode ocorrer por
revogação ou oposição.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
A revogação (ou contraordem) é a sustação que ocorre por ato judicial, ou extrajudicial (por
exemplo, uma notificação) em virtude do cheque não ter sido apresentado no prazo legal de 30 ou
60 dias, ou seja, no prazo de apresentação.
Já a oposição é a sustação que decorre de causa justa (relevantes razões de direito), como
extravio, furto, roubo e falência TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV.
O sacado também pode se recusar a pagar o cheque nos casos de inobservância dos seus
requisitos essenciais, bem como na hipótese de insuficiência de recursos.
4.3.4. DUPLICATA
A duplicata é um título de crédito que constitui uma ordem de pagamento emitida em virtude
de uma compra e venda (Duplicata Mercantil) ou de uma prestação de serviços (Duplicata de
Prestação de Serviços).
Trata-se de um título que deve ser antecedido de uma fatura3 e constitui o instrumento de
prova do contrato. A duplicata tem origem no direito brasileiro e é regulada pela Lei n° 5.474/1968.
A duplicata é título de modelo vinculado e também causal, porque depende da anterior emissão
da fatura ou nota-fiscal de venda de produto ou de prestação de serviços.
• Local de pagamento;
• Cláusula à ordem;
Aplicam-se à duplicata, como regra geral, as regras da Letras de Câmbio sobre endosso
(art. 25 Lei n° 5.474/68). Entretanto, não é considerada lícita a emissão da duplicata com a
cláusula “não à ordem”.
É importante registrar que uma fatura pode dar ensejo a emissão de uma ou várias duplicatas,
mas uma duplicata não pode representar duas ou mais faturas.
A emissão da duplicata é facultativa, mas, se o empresário o fizer, não poderá emitir qualquer
outro título de crédito para representar a compra e venda mercantil, além do que deverá escriturá-
la no Livro de Registro de Duplicatas.
A duplicata pode ser apresentada para aceite do sacado pelo próprio sacador ou por instituição
financeira até 30 dias após sua emissão, sendo que o aceite é obrigatório. Tratando-se de ato
obrigatório, admite-se que ele seja feito expressamente (aceite expresso) ou de forma presumida
(aceite por presunção), quando o devedor recebe as mercadorias sem qualquer reclamação. A
principal diferença entre aceite expresso e presumido é que a duplicata aceita expressamente pode
ser executada independentemente de protesto, enquanto que a duplicata com aceite presumido
deve ser protestada.
O fato do aceite ser obrigatório, não significa que ele não possa ser recusado. Come efeito,
permite-se a recusa do aceite nos casos previstos no art. 8 da Lei da Duplicata, a saber:
Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues
por sua conta e risco;
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias,
devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
A duplicata poderá ser protestada por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, no prazo
de 30 dias após o vencimento. Além da cobrança da duplicata em face do aceitante, caberá processo
de execução contra o sacador, os endossantes e respectivos avalistas, quaisquer que sejam a forma
55
e as condições do protesto, consoante disposto no art. 15, § 1º, do mesmo diploma legal
duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência
TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV.
A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos
Pela duplicada virtual, em vez da emissão física da cártula, o lançamento será feito em
sistema eletrônico de escrituração gerido por quaisquer das entidades que exerçam a atividade de
escrituração de duplicatas escriturais.
Os dados da duplicata serão encaminhados pela internet a uma instituição financeira que, por
sua vez, encaminhará ao devedor um boleto bancário para que seja pago o valor contratado.
O aceite ou recusa da duplicata virtual serão feitos de forma eletrônica, com base nos motivos
e condições previstos para a duplicata tradicional, conforme arts. 7º e 8º da Lei nº 5.474/1968.
Se o valor não for pago na data do vencimento, o tabelionato poderá realizar o protesto do
título a partir dos extratos de registros eletrônicos feitos pelos gestores do sistema, podendo a
duplicata, em seguida, ser executada
São emitidos separadamente, mas na mesma oportunidade, por armazéns gerais em favor de
56
produtor agrícola depositante de alguma mercadoria, como por exemplo soja e milho, permitindo a
circulação dos títulos sem necessidade de movimentar as mercadorias depositadas.
57
5
Considera-se compra e venda o contrato pelo qual um dos contratantes chamado “vendedor”
se compromete a transferir o domínio de um bem a outrem denominado “comprador” que se
obriga a pagar preço.
A compra e venda mercantil existe quando comprador e vendedor são empresários, devendo
o contrato possuir as seguintes características:
• Não solene – não há forma especial determinada pela lei (v. artigo 106 do CC);
Em regra, o vendedor responde até a tradição, ou seja, pela entrega da coisa, mas é possível a
estipulação de cláusula em sentido contrário.
O comissário tem o dever de observar as instruções feitas pelo comitente, agir com diligência
e lealdade, zelar pelos bens a ele confiados e prestar contas do movimento econômico do contrato.
O comissário age em nome próprio, de modo que eventuais prejudicados não podem demandar
o comitente, que, em regra, permanece oculto.
Registra-se ainda que o comissário não responde pela solvência dos compradores das
mercadorias enviadas pelo comitente, exceto se o contrato tiver a cláusula “del credere”,
hipótese em que responderá solidariamente com os devedores inadimplentes, conforme art.
698 do CC. TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
apenas o representado.
Art. 27. Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e outros
a juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente: (Redação dada pela Lei nº 8.420,
de 8.5.1992)
(...)
Sem culpa das partes: qualquer uma das partes poderá rescindir o contrato por prazo
indeterminado, desde que firmado há mais de 6 meses, e haja notificação com antecedência mínima
de 30 dias, ou que seja paga indenização de 1/3 das três últimas retribuições.
60
Culpa do representante: o representado pode rescindir (denuncia) o contrato, se o representante
for desidioso, praticar ato que importe descrédito, ou for condenado por crime falimentar. O
representante não recebe indenização e pode ser obrigado a pagar perdas e danos.
representado não observar a cláusula de exclusividade de zona e não pagar a retribuição. Nestes
casos, o representante tem direito ao recebimento de indenização de 1/12 de todas as contribuições
recebidas durante o contrato por prazo indeterminado. Quando se tratar de contrato por prazo
determinado, a indenização será equivalente a multiplicação de metade dos meses contratados
pela média mensal das contribuições.
Força maior: é possível rescindir o contrato de representação por motivos de força maior,
como por exemplo doença grave do representante e desastre natural.
De acordo com o art. 710 do CC, pelo contrato de agência uma pessoa denominada agente, assume
em caráter não eventual, e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover à conta de outra,
chamada proponente, mediante retribuição, a realização de certos negócios em zona determinada.
Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e
sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante
retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a
distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. TEMA
COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o
represente na conclusão dos contratos.
Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de
um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o
61
encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes.
Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda diligência,
atendo-se às instruções recebidas do proponente.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as despesas com a agência ou distribuição
correm a cargo do agente ou distribuidor.
Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente
aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência.
Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar de ser
Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser remunerado
pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e
danos pelos prejuízos sofridos.
Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à remuneração até
então devida, inclusive sobre os negócios pendentes, além das indenizações previstas
em lei especial.
Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, terá
direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito
aos herdeiros no caso de morte.
Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das partes poderá resolvê-
lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido prazo compatível com
a natureza e o vulto do investimento exigido do agente.
No contrato de agência, o agente não tem a sua disposição a coisa a ser negociada com os
clientes, o que caracteriza a principal diferença em relação ao contrato de distribuição, já que neste
o distribuidor tem a sua disposição a posse da coisa.
Pode ser objeto do contrato de agência ou distribuição qualquer bem móvel, com exceção de
veículos automotores terrestres novos, já que estes são objetos de contrato de concessão mercantil.
5.6. FRANQUIA
De acordo com a Lei n. 13.966/19, que revogou a Lei n. 8.955/94, considera-se franquia
empresarial o sistema pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado
a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de
62
produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao
direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta,
sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a
seus empregados, ainda que durante o período de treinamento. TEMA COBRADO NO XXVII
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
EXAME DA OAB/FGV.
A partir do conceito trazido pela nova lei de franquia, é possível verificar duas importantes
inovações legislativas: a) além de não caracterizar relação de emprego, o que já era mencionado
pela lei anterior, deixou expresso que a franquia não caracteriza relação de consumo, b) deixa
expresso que contrato de franquia pode autorizar o uso de qualquer objeto de propriedade
intelectual ao franqueado (antes a lei mencionava apenas marca ou patente);
Outra inovação trazida pela Lei n. 13.966/19 que merce destaque é a previsão expressa que a
• Valor estimado das taxas periódicas e outros valor devidos pelo franqueado, em
especial os royalties;
Caso a circular não seja entregue nos termos acima citados, o franqueado poderá arguir
anulabilidade ou nulidade, conforme o caso, e exigir a devolução de todas e quaisquer quantias
já pagas ao franqueador, ou a terceiros por este indicados, a título de filiação ou de royalties,
corrigidas monetariamente (art.2, § 2º, da Lei n. 13.966/19)..
Ainda em relação à sublocação, estabelece o valor do aluguel a ser pago pelo franqueado
ao franqueador poderá ser superior ao valor que o franqueador paga ao proprietário do imóvel
na locação originária do ponto comercial, desde que: I - essa possibilidade esteja expressa e
clara na Circular de Oferta de Franquia e no contrato; e II - o valor pago a maior ao franqueador
64
na sublocação não implique excessiva onerosidade ao franqueado, garantida a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro da sublocação na vigência do contrato de franquia.
Outro ponto trazido pela nova lei que merece destaque é em relação aos contratos de franquia
internacionais, que devem ser escritos originalmente em língua portuguesa ou com tradução
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
certificada para a língua portuguesa custeada pelo franqueador, sendo que os contratantes poderão
optar, no contrato, pelo foro de um de seus países de domicílio (art. 7º, II, da Lei nº 13.966/19)
Por fim, importante destacar que o § 1º do art. 7º da Lei nº13.966/19, passou a dispor que as
partes podem se valer da arbitragem para solução de controvérsias relacionadas ao contrato de
franquia.
5.7. FATURIZAÇÃO
O principal objetivo do factoring é permitir que o empresário adquira capital de giro para
administrar os seus negócios por meio da cessão de seus créditos.
Embora não sejam consideradas instituições financeiras para fins legais, as empresas de fomento
comercial obedecerão às normas a respeito do sigilo aplicáveis às instituições financeiras, conforme
art. 2º da Lei Complementar 105/2001 TEMA COBRADO NO EXAME XVI DA OAB/FGV.
• Súmula n. 293 do STJ: A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.
• Súmula n. 492 do STF: A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com
o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado.
É o contrato que uma das partes chamada fiduciante, ou mutuária, aliena em confiança, um
bem para outra parte, chamada fiduciária, mutuante, por exemplo um banco, que se obriga a
devolver a coisa, na forma pactuada, após o pagamento da última prestação do mútuo, ou seja, do
empréstimo, conforme previsto na lei 4.728/65.
“A” deseja comprar um carro, mas não tem dinheiro para tanto. O banco “B” empresta o
dinheiro para “A”, sob a condição de ficar com a propriedade do carro até que o empréstimo
seja pago. Após o pagamento do empréstimo, a propriedade passa a ser de “A”.
Podem ser objeto da alienação fiduciária, bens imóveis ou móveis (fungíveis ou infungíveis),
pertencentes ao fiduciante, ou ao fiduciário mutuante (banco).
Quando se tratar de bem imóvel, aplicam-se os artigos 23 a 33 da Lei n. 9.514/97 (lei do financiamento
imobiliário), devendo se constituir a propriedade fiduciária de coisa imóvel mediante registro do contrato
que lhe serve de título no Registro de Imóveis competente TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB).
O STJ possui decisões favoráveis à denominada cláusula de raio: “A chamada cláusula de raio
proíbe os lojistas de um shopping de explorar o mesmo ramo de um negócio em um determinado
raio de distância, com o objetivo de restringir a concorrência de oferta de bens e serviços no
entorno do empreendimento”.
Hedge, que em inglês significa proteção, é o instrumento que objetiva proteger operações
financeiras sujeitas a risco de variações de preço.
De acordo com o art. 77, § 1º, b, da Lei n. 8.981/95, consideram-se de cobertura (hedge) as
operações destinadas, exclusivamente, à proteção contra riscos inerentes às oscilações de preço ou
de taxas, quando o objeto do contrato negociado: a) estiver relacionado com as atividades operacionais
da pessoa jurídica; b) destinar-se à proteção de direitos ou obrigações da pessoa jurídica.
67
6
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
FGV e as disposições procedimentais previstas na lei locação comum empresarial (Lei n. 8.245/91),
devendo-se destacar as seguintes regras:
6. FALÊNCIA
• Insolvência do devedor
A sociedade irregular não poder pleitear a Falência de terceiros, mas poderá sofrer falência.
Por outo lado, não estão sujeitas ao regime falimentar as seguintes pessoas jurídicas:
• Cooperativa de crédito;
• Consórcio;
68
• Sociedade seguradora;
Sociedade empresária
Sócio / Acionista
EIRELI.
Qualquer credor: se o credor for empresa,
5.10. INSOLVÊNCIA
Entende-se por insolvência o estado econômico em que o ativo do empresário não é suficiente
para garantir o pagamento de suas dívidas. Ocorre, entretanto, que, para fins falimentares, a
insolvência não depende da caracterização da diferença negativa entre ativo e passivo, sendo
presumida nos seguintes casos:
• Execução frustrada: quando o executado por qualquer quantia líquida não paga, não
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal (art. 94, II, Lei
n. 11.101/05).
• Atos de falência: São os atos que a própria lei descreveu como configuradores da
insolvência, conforme inciso III do art. 94 da Lei 11.101/05:
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos
ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu
ativo a terceiro, credor ou não;
69
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a
legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com
bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Fase que compreende o pedido Inicia-se com a sentença Com a sentença declaratória, o
de falência e vai até a sentença declaratória da falência e vai falido ficou inabilitado de exercer
declaratória de falência. até o encerramento da falência. qualquer atividade empresarial
(art. 102). A reabilitação
representa a extinção das
obrigações do falido.
O juízo competente para processar o pedido de falência é aquele onde está localizado o
principal estabelecimento do falido (art. 3º da Lei), que não é necessariamente a sede da empresa,
mas sim o ponto central dos negócios, onde há maior movimento econômico.
O juízo da falência é considerado universal e indivisível, uma vez que é competente para
conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas
trabalhistas, de execução fiscal, ações que demandarem quantia ilíquida e aquelas não reguladas
pela lei de falência em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
O pedido de falência pode ser feito pelo próprio devedor (autofalência), pelo sócio ou acionista,
pelo cônjuge sobrevivente, pelos herdeiros ou inventariante e pelos credores.
O devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias, sendo que, nos pedidos
baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 da Lei n. 11.101/05 (insolvência pela impontualidade e
execução frustrada), o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente
ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em
que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará
o levantamento do valor pelo autor.
70
Se o pedido de falência for julgado procedente, haverá uma Sentença Declaratória da Falência
e, se julgado improcedente, haverá uma Sentença Denegatória de Falência.
FALÊNCIA
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse
tempo seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias
contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1° (primeiro)
protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que
tenham sido cancelados;
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação
nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos
respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
Desse modo, entre os requisitos da sentença declaratória da falência está a fixação do Termo
Legal da Falência, que não pode retroagir mais de 90 dias, contados do Pedido de Falência (ou de
Recuperação Judicial convolado em Falência), ou do primeiro protesto por falta de pagamento. O
termo legal representa o período às vésperas da quebra em que os atos praticados pelo falido são
considerados suspeitos, podendo ser declarados ineficazes frente à massa falida.
Tem-se, portanto, que o “termo legal” é o “período suspeito” sendo que os atos praticados
nesse interstício poderão ser ineficazes. Os atos ineficazes, por sua vez, podem ser classificados
em atos ineficazes em sentido estrito e atos revogáveis.
• Atos ineficazes em sentido estrito: são aqueles praticados durante certo período,
conforme previsto no art. 129 da Lei n. 11.101/05, sendo desnecessária a comprovação
de dolo ou frade, isto é, são analisados de forma objetiva. A ineficácia desses atos pode
ser reconhecida de ofício pelo juiz, por meio de ação revocatória, ou até mesmo por
simples alegação na petição inicial ou na defesa.
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção
deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por
qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por
qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo
legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca
forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao
credor da hipoteca revogada;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso
ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao
devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias,
72
não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou
pelo oficial do registro de títulos e documentos; (tema cobrado no III exame da OAB/FGV).
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título
oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da
falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
OAB NA MEDIDA | DIREITO EMPRESARIAL
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa
ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
• Atos revogáveis: são atos que dependem da verificação do dolo fraudulento do falido,
ou seja, devem ser analisados de forma subjetiva, conforme art. 130 da Lei n. 11.101/05.
Para que o ato seja revogado, há necessidade de propositura de ação revocatória pelo
administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três)
anos contado da decretação da falência TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
Observe-se que a lei diz que o administrador deve ser preferencialmente, economista,
administrador de empresa, contador, ou pessoa jurídica especializada, não impedindo que ele tenha
outra qualificação como engenheiro ou arquiteto, por exemplo TEMA COBRADO NO V EXAME DA
OAB.
Além disso, o Juiz deverá se pronunciar sobre a continuação provisória das atividades do
falido, ou a lacração de seu estabelecimento, bem como determinar, quando entender conveniente,
a convocação da Assembleia Geral de Credores, que constituirá o Comitê de Credores para o
acompanhando processo falimentar.
O juiz deverá ainda intimar o Ministério Público que passará a ter intervenção obrigatória na
73
fase falimentar (na fase pré-falimentar a participação do MP não é obrigatória).
Inabilitação: o falido não pode mais explorar a Vencimento antecipado de toda a dívida do falido;
atividade empresarial;
Suspensão do curso da prescrição das obrigações
Perda da disponibilidade de seus bens; do falido;
Aquele que se sentir prejudicado em razão da arrecadação feita pelo administrador, poderá
reclamar o seu direito por meio de Pedido de Restituição.
Poderá elaborar o pedido de restituição o proprietário do bem arrecadado, cuja posse era do
falido no momento da arrecadação, bem como o credor que vendeu o bem arrecadado a crédito e
que o tenha entregue ao falido nos 15 dias que antecederam o requerimento da falência.
O Pedido de Restituição deve ser proposto perante o juízo da falência, que mandará autuá-lo
em separado e determinará a intimação do falido, dos credores, do administrador judicial e do
comitê de credores, se existir, para que se manifestem sobre a sua viabilidade.
74
Se houver manifestação contrária ao Pedido de Restituição, esta será recebida como contestação,
devendo o Juiz verificar a necessidade de produção de provas e proferir sentença, que poderá
ser atacada por meio de recurso de Apelação, sem efeito suspensivo, conforme art. 90 da Lei n.
11.101/2005. O bem objeto da restituição ficará indisponível até o trânsito em julgado da decisão.
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No entanto, se o bem não mais existir ao tempo do pedido de restituição, o requerente receberá
o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos
os casos no valor atualizado (art. 86, inciso I, da Lei nº 11.101/2005). TEMA COBRADO NO XXVIII
EXAME DA OAB/FGV.
A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis
e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos
Os credores terão 15 dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas
divergências quanto aos créditos relacionados, inclusive os de natureza trabalhista.
O administrador terá 45 dias, contados do fim do prazo de habilitação, para apresentar nova
relação de credores, publicando edital.
Publicado o edital com a relação de credores, estes poderão apresentar ao juiz impugnação,
em 10 dias, por meio de ação autônoma. Em caso de crédito trabalhista, essa impugnação se
dará na Justiça do Trabalho (onde também devem correr as ações trabalhistas, até a apuração do
crédito) e, nos demais casos, no juízo falimentar.
Para cada impugnação haverá um auto em separado. Se houver mais de uma impugnação
para o mesmo crédito, serão autuadas em conjunto. Uma vez autuado em separado, o juiz deverá
instaurar contraditório, ouvirá o credor e o devedor, verificará se há provas a serem produzidas, e
ao final decidirá a impugnação, que poderá ser agravada.
Procedente a impugnação, o crédito será excluído. Se for improcedente o crédito será habilitado.
• Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa tenha sido vencida
TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB.
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CRÉDITOS CONCURSAIS:
A limitação não atinge as indenizações por acidente de trabalho. Com relação aos demais créditos
trabalhistas, os valores que excederem os limites serão considerados créditos quirografários.
Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros também serão considerados quirografários.
• Créditos com privilégio geral, a saber: a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406/02;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; c) os assim definidos em outras
leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
• Créditos quirografários, a saber: a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados
ao seu pagamento; c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que
excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
• Multas;
A realização do ativo é a venda dos bens da massa com o objetivo de arrecadar dinheiro para o
pagamento dos credores e será efetivada da seguinte forma, observada a seguinte ordem de preferência:
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do
77
devedor;
• Leilão: é modalidade feita por lances orais, sendo considerado vencedor o melhor
lance não coberto por outro. Deverá ser feito por leiloeiro oficial.
• Proposta: Juiz fixa prazo para que os interessados apresentem em juízo suas
propostas em envelopes lacrados. Em dia e hora determinados, os envelopes serão
abertos e será considerado vencedor aquele que apresentar a melhor proposta.
Deve-se frisar que os bens objeto da alienação estarão livres de quaisquer ônus e não haverá
sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as
derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho, conforme art. 141,
II, da Lei nº 11.101/2005.
Além disso, em qualquer modalidade de realização do ativo adotada, fica a massa falida dispensada
da apresentação de certidões negativas. TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
Realizado todo o ativo e o pagamento dos credores possíveis, o administrador irá apresentar
ao juiz sua prestação de contas e o relatório final da falência.
Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença. É a chamada sentença
de encerramento da falência.
A sentença de encerramento apenas encerra o processo falimentar, mas não declara extintas
as obrigações do falido.
Com efeito, o falido poderá requerer ao juízo da falência que declare por sentença extintas suas
obrigações, desde que observado um dos requisitos previstos no art. 158 da Lei n. 11.101/05, a saber:
III – Decurso de prazo de 5 anos do encerramento da falência se não houve crime falimentar;
ou decurso de prazo de 10 anos do encerramento da falência se houve crime falimentar.
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O pedido deve ser feito ao juízo da falência e será autuado em separado. O juiz mandará ouvir
os credores sobre o pedido que poderão apenas se opor com fundamento na não observância dos
requisitos previstos no art. 158.
Feito o pedido, se atendido o requisito legal, o juiz irá declarar por sentença extintas as
obrigações do falido, reabilitando-o para o exercício da atividade empresarial.
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I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada
em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial
com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo (ME e EPP)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,
pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros
do devedor, inventariante ou sócio remanescente. Tratando-se de exercício de atividade rural por
pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo de exercício de atividade superior a 2 (dois)
anos por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) que
tenha sido entregue tempestivamente.
Estão sujeitos à recuperação todos os créditos existentes à época do pedido, ainda que não
vencidos, com as seguintes exceções:
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CRÉDITOS INCLUÍDOS NA CRÉDITOS EXCLUÍDOS DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL RECUPERAÇÃO JUDICIAL
• Relação de credores;
• Relação de empregados;
• Certidões dos cartórios de protestos nos locais em que o devedor tiver estabelecimento;
• Relação das ações judiciais em que o devedor for parte, com a estimativa dos
valores demandados;
Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor não poderá alienar ou onerar
bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois de
ouvido o Comitê, com exceção daqueles previamente relacionados no plano de recuperação judicial
TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB.
Depois de analisar o preenchimento dos requisitos da petição inicial citados no art. 51 da Lei
n. 11.101/2005, o juiz proferirá despacho autorizando o processamento da recuperação judicial. O
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despacho produzirá os seguintes efeitos:
• A dispensa de apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades;
O plano será elaborado pelo devedor, que pode se valer dos meios de recuperação previstos no
art. 50 da Lei n. 11.101/05, tais como: concessão de prazos e condições especiais para pagamento
das obrigações vencidas ou vincendas, cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade,
constituição de subsidiária integral, cessão de cotas ou ações e venda parcial dos bens.
Apresentado o plano dentro do prazo legal o juiz mandará publicar edital informando os
credores acerca do documento. Qualquer credor poderá apresentar objeção ao plano no prazo de
30 dias contados da publicação do edital.
O plano de recuperação deve ser subscrito por um profissional ou empresa especializada e deve conter um
estudo de viabilidade econômica da empresa e laudo econômico financeiro e de avaliação dos bens e ativos.
Além disso, o plano não poderá prever prazo superior a um ano para pagamento dos créditos
trabalhistas e de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação, devendo ainda
prever o pagamento, em até 30 dias, dos créditos trabalhistas até o limite de 5 salários mínimos por
trabalhador referentes a créditos estritamente salariais vencidos nos 3 meses anteriores ao pedido.
Por outro lado, se ocorrer qualquer objeção, o juiz fica obrigado a convocar a assembleia de
credores para deliberar sobre o plano.
A assembleia irá deliberar por meio de 4 classes de credores (art. 41 da Lei n. 11.101/05) e o
plano somente será considerado aprovado se obtiver aprovação nas 4 classes.
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2ª classe: Credores com garantia real;
3ª classe: Credores quirografários com privilégio geral e especial e subordinados.
Os credores fiscais não são ouvidos porque eles não se sujeitam ao plano de recuperação.
É importante frisar que os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras,
controladas ou as que tenham sócio ou acionista com participação superior a 10% (dez por cento)
do capital social do devedor ou em que o devedor ou algum de seus sócios detenham participação
superior a 10% (dez por cento) do capital social, poderão participar da assembleia-geral de credores,
sem ter direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quórum de instalação e de
Se o plano não for aprovado pelas 4 classes, o juiz deverá convolar a recuperação em falência.
Entretanto, o Juiz poderá conceder a recuperação judicial ainda que o plano de recuperação
não tenha sido aprovado pela assembleia de credores, conforme art. 58, §1º, da Lei nº 11.101/2005:
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do
devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei
ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei.
§ 1º - O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve
aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido,
de forma cumulativa:
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os
créditos presentes à assembleia, independentemente de classes;
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso
haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos
credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei.
Se, por outro lado, o plano for aprovado pelos credores, o juiz concederá a recuperação.
A decisão concessiva provoca a novação dos créditos, ou seja, extinguem-se as dívidas anteriores
para a criação de novas dívidas, nos termos do plano (art. 59 da Lei n. 11.101/2005). Essa novação
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aplica-se somente ao devedor em recuperação, respondendo os avalistas e fiadores pela dívida original.
Da decisão concessiva cabe agravo de instrumento, por qualquer credor ou pelo Ministério Público.
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O plano de recuperação, uma vez aprovado, é homologado pelo juiz, passando a ter força de
título executivo judicial.
Do despacho que defere a recuperação judicial começa a contar prazo de 2 anos durante o qual
o devedor deve cumprir com todas nas obrigações previstas no plano de recuperação, sob pena
de convolação da recuperação em falência.
Transcorrido os 2 anos sem que haja descumprimento do plano, o juiz proferirá sentença de
Após encerrada por sentença o processo de recuperação, caso o devedor deixe de cumprir
obrigação prevista no plano, o credor poderá optar pela execução específica da obrigação ou pelo
pedido de falência com fundamento no art. 94, III, “g”, da Lei n. 11.101/05 (deixa de cumprir, no
prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial).
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A recuperação extrajudicial pode ser requerida pelo credor que preencher os mesmos
requisitos exigidos para a recuperação judicial, devendo o pedido ser direcionado ao juízo onde
está localizado o principal estabelecimento da empresa ou da filial de empresa que tenha sede fora
do Brasil, conforme art. 3º da Lei nº 11.101/2005. TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/
FGV.
Deve-se salientar ainda que o devedor não poderá requerer a homologação de plano
extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação
judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
Além disso, após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão desistir
da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários (art. 161, § 5º, da Lei nº
11.101/2005). TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV.
I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163 desta Lei n.
11.101/2005 (3/5 para imposição a todos os credores)
II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 130 da lei n.
11.101/2005;
Se for apresentada impugnação, será aberto o prazo de 5 dias para que o devedor se manifeste.
Caso o pedido de homologação seja julgado procedente, o plano passará a ter força jurídica de título
executivo judicial, enquanto que, se julgado improcedente, o processo será extinto, não havendo
convolação em falência, como ocorre no caso de recuperação judicial.
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O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua homologação judicial. Entretanto,
é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que
exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores
signatários. TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV.
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BIBLIOGRAFIA
• DAS CHAGAS, Edison Enedino. Direito Empresarial Esquematizado. 4ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
• GUSMÃO, Mônica. Lições de Direito Empresarial. 10ª ed. São Paulo: Lumen Juris, 2011.
• MARTINS, Fran; ABRAÃO, Carlos Henrique. Curso de Direito Comercial. 35ª ed.
São Paulo: Forense, 2012.
• VIDO, Elisabete. Curso de Direito Empresarial. 6 ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2018.
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