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RIO DE JANEIRO,
2021
BRUNO NEVES LEAL
RIO DE JANEIRO
2021
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Resumo: A música é uma arte que tem “poder” de trabalhar com toda a estrutura do ser humano, seja
física, emocional e cognitiva. A área específica a ser trabalhada consiste na observação da prática coral
na Igreja Batista Central em Barra Mansa, incluindo esse atual cenário pandêmico conturbado no qual
o mundo encontra-se. O presente artigo pretende investigar e demonstrar os grandes benefícios que a
prática coral exerce na vida do ser humano. Essa pesquisa aborda a origem da prática coral desde o
período medieval até os dias atuais no Brasil demonstrando os objetivos, relevância, benefícios que a
mesma exerce na vida humana. O coro pode estar presente em vários ambientes, na educação através de
escola, ONGs, projetos socias, ou outros espaços educacionais. Podem também, estar presentes em em-
presas, condomínios, e em ambientes eclesiásticos. Explorou-se a função do canto coral dentro da Igreja,
e a visão que os participantes dessa comunidade cristã têm em relação a prática coral na sociedade e
especificamente no âmbito eclesiástico. Espera-se que esta pesquisa contribua para que outros partici-
pem do canto coral e sejam beneficiados com que essa arte oferece.
Palavras Chave: Canto Coral; Benefícios da Prática coral; Socialização; Canto Coral na Igreja.
Abstract: Music is an art that has the “power” to work with the entire structure of the human being, be
it physical, emotional and cognitive. The specific area to be worked on is the observation of choral
practice at the Central Baptist Church in Barra Mansa, including this current pandemic scenario in which
the world finds itself. This article aims to investigate and demonstrate the great benefits that choral
practice has on human life. This research addresses the origin of choral practice from the medieval
period to the present day in Brazil, demonstrating the objectives, relevance, benefits that it exercises in
human life. The choir can be present in various environments, in education through schools, NGOs,
social projects, or other educational spaces. They can also be present in companies, condominiums, and
in ecclesiastical environments. The role of choral singing within the Church was explored, and the view
that participants in this Christian community have in relation to choral practice in society and specifi-
cally in the ecclesiastical sphere. It is hoped that this research will help others to participate in the choral
song and benefit from what this art offers.
Keywords: Canto Coral; benefits of choral practice; socialization; Choral Singing in the Church
1. INTRODUÇÃO
O canto coral é uma prática muito antiga, surgiu por volta dos anos 800 na música medi-
eval (Grove Music Online), onde existia o cantochão ou canto gregoriano. Segundo Roy Ben-
nett (1986, p. 13), “a música mais antiga que conhecemos, tanto sacra ou profana”. O presente
trabalho visa difundir o canto coral na sociedade brasileira e nas igrejas cristãs evangélicas
propondo demostrar os grandiosos benefícios que essa prática promove. Interessante perceber
que a participação dos corais nos ambientes religiosos já era relevante como ainda são hoje.
Alguns cantos eram expressos de modo antifônico, isto é, os coros cantavam alterna-
damente. Outros eram cantados no estilo de responsório, que se faz com as vozes do
coro respondendo a um ou mais solistas. Ainda hoje, em muitas igrejas e abadias, o
cantochão é usado normalmente (BENNETT, 1986, p. 13).
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Atualmente o canto coral está presente em vários ambientes, como escolas, universidades,
hospitais, projetos sociais, condomínios, empresas, igrejas, entre outros. E tem realizado dife-
rença em muitas vidas proporcionando qualidade de vida, socialização, cultura, disciplina, tra-
balho em grupos, dentre outros benefícios que será visto no decorrer desse trabalho (AMATO,
2007).
O coral desvela-se assim como uma extraordinária ferramenta para estabelecer uma
densa rede de configurações sócio-culturais com os elos da valorização da própria
individualidade, da individualidade do outro e do respeito das relações interpessoais,
em um comprometimento de solidariedade e cooperação. Todas essas interfaces ine-
rentes ao desenvolvimento do trabalho de educação musical em corais contribuem
para a inclusão e integração social (AMATO, 2007, p.80).
Mesmo com fundamentos que comprovam que a prática é importante no desenvolvimento
da sociedade, e em diversas áreas, não se percebe a valorização da música e, especificamente,
da prática coral como poderia ser. Há quem pense que o coral é uma prática musical ultrapas-
sada, na maioria da vezes praticado por pessoas da terceira idade. Na verdade, grandes cantores
consagrados hoje, passaram pela escola do canto coral, onde o indivíduo recebe os benefícios
citados acima e também recebem um preparo musical.
2. A PRÁTICA CORAL
Antes de continuar a discorrer sobre a prática coral, precisa-se definir o que vem a ser
“coral” ou “coro”? Essa pergunta é de extrema relevância, pois provavelmente participam de
corais por longas datas, mas não sabem definir ao certo essa palavra. Na verdade, não é uma
pergunta fácil de ser respondida, pois não possui uma definição padrão para os termos em ques-
tão.
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Em inglês, mas em nenhuma outra língua, uma distinção é frequentemente feita entre
“choir” e “chorus”: um conjunto eclesiástico de cantores é invariavelmente chamado
de “choir”, como também o é, normalmente, um grupo pequeno, altamente treinado
ou profissional; “chorus” é geralmente preferido para designar grandes grupos de ori-
gem secular (LAKSCHEVITZ, 2009, p. 12)
No livro tratado de instrumentação, Gerson Costa (1988, p.47) diz “Coro é um agrupa-
mento de pessoas em que se observa uma, duas ou mais vozes, enquanto um coral (nome que
Lutero criou no séc. XVI a fim de caracterizar melhor o canto da Igreja Protestante) envolve
maior número de pessoas, além de exigir profundo conhecimento de cantar”.
Tendo em vista que coros ou corais são grupos de cantores, sejam eles que cantam no
sentido amador ou profissional, entende-se que existem uma grande variedade de modelos de
classificação e características de grupos corais.
(...) características do repertório – classificação que pode conter conotação histórica
(proveniente de alguma era ou local específicos) ou estilística (coro sinfônico, ope-
rístico, popular); idade (coros infantis, juvenis, cambiata, adultos, etc.); caracte-
rísticas vocais (coros mistos ou de vozes iguais); sexo dos participantes (coro de
meninos, por exemplo); função do coro na comunidade onde está inserido (religioso,
educativo, profissional, comunitário ou até mesmo terapêutico); motivações dos
cantores (estética, social, emocional, financeira etc.), processos de seleção (pre-
sença ou ausência de testes, bem como os tipos de testes são aplicados);
número de cantores (grupo vocal, madrigal, coro de câmera, etc.); presença ou
ausência de regente (O regente simplesmente trabalha gestualmente, também toca
o instrumento acompanhador, ou ainda canta com o grupo?); utilização ou não de
acompanhamento instrumental, ou mesmo sua afiliação institucional (LAKSCHE-
VITZ, 2009, p. 25, 26).
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Percebe-se através de Eduardo Lakschevitz (2009), que prática coral se enquadra de várias
formas. Nesse sentido a prática coral é de relevância, seja em qual ambiente for, e em qual
característica possuir, ou até mesmo qual função ocupar, pois, possui grandes benefícios para o
desenvolvimento humano.
Todos nós sabemos que a atividade coral desenvolve tanto o lado físico quanto psico-
lógico de um cantor. Desde o simples ato de respirar de maneira disciplinada até o “se
expor”, cantando, traz benefícios permanentes para um coralista. Além disso, a ativi-
dade coral é associativa por excelência, sendo um trabalho de equipe, que, bem con-
duzido, prepara indivíduos para uma convivência positiva em sociedade (FIGUEI-
REDO, 2003, p 9).
2.2. A Prática Coral, benefícios e seus objetivos
O canto coral configura-se como uma prática musical exercida e difundida nas mais
diferentes etnias e culturas. Por apresentar-se como um grupo de aprendizagem musi-
cal, desenvolvimento vocal, integração e inclusão social, o coro é um espaço consti-
tuído por diferentes relações interpessoais e de ensino aprendizagem, exigindo do re-
gente uma série de habilidades e competências referentes não somente ao preparo téc-
nico musical, mas também à gestão e condução de um conjunto de pessoas que bus-
cam motivação, aprendizagem e convivência em um grupo social (AMATO apud
LAKSCHEVITZ, 2009, p. 50).
O Canto coral é uma prática que ultrapassou séculos e séculos em todo o mundo. E hoje
no Brasil é um grande aliado na educação musical, na inserção de crianças, adolescentes,
jovens e adultos que estão à margem da sociedade, e também transmissor de cultura em todo
o país.
“O canto coral é uma prática cultural e social muito antiga, remota a Grécia antiga” (ZE-
FERINO, p.1). Na música medieval existia o cantochão ou canto gregoriano.
Percebe-se a evolução do canto nessa época, onde as primeiras expressões vocais eram o
cantochão ou canto gregoriano, mas pelos “organum”, que eram o surgimento das primeiras
polifonias (que eram duas ou mais linhas melódicas tecidas conjuntamente) [...] os composito-
res partiram para uma série de experiências, introduzindo uma ou mais linhas de vozes com o
propósito de acrescentar mais beleza e refinamento em suas músicas” (BENNETT, 1986, p.14).
Observa-se que ainda no período medieval tiveram mudanças de estilos musicais que cada
vez mais acrescentavam vozes por cima da melodia principal como os Motetos, descantes, con-
ductus, e assim a música vocal avançava. Na renascença surgem as descobertas e explorações
de terra e avanços na ciência e astronomia. À medida que os anos passavam, a cultura da soci-
edade, seus interesses e a formas de se expressarem através da pintura, arquitetura, da escrita e
também da música tiveram um grande impacto.
De lá, até hoje chegar ao Brasil, houve muito entrelace entre a música, cultura e sociedade.
Segundo Marisa Fonterrada (2008, p.208), durante o período colonial, a situação pouco mudou:
“a educação musical, assim como a educação geral, estava diretamente vinculada à Igreja e,
portanto, estreitamente ligada às formas e ao repertório europeus, e a preceitos básicos de or-
ganização e ordenação de conteúdos, [...]”. É preciso que se diga que, então, o ensino da música
se dava pela prática musical e pelo canto. Observa-se a importância da prática coral na vida do
ser humano desde o período colonial. A música já era vista como integrante da educação das
pessoas.
Mais à frente, na década de 1920, Mário de Andrade defendia a função social da música
e a importância e o valor do folclore e da música popular. Identifica-se na história que o maestro
Fabiano Lozano, contribuiu decisivamente para o ensino da música nas escolas, e defendia e
praticava canto coral com seus alunos (FONTERRADA, 2008).
“No Brasil, naquele tempo, houve uma preocupação por parte do compositor de Heitor
Villa Lobos, com elevação artística musical do povo brasileiro” (GOLDEMBERG, 1995). Se-
gundo Fonterrada (2008), Villa Lobos obteve a inspiração do maestro Fabiano Lozano de fazer
a prática educacional através do canto coral. O compositor acreditava que se a sociedade tivesse
contato com a música estariam transformando-as em melhores cidadãos e também formando
públicos para apreciações artísticas.
Na mesma época em que Villa Lobos estava preocupado em transformar a cultura, a
arte através do canto coral no Rio de Janeiro, e em todo o Brasil, havia também na Hungria, um
grande compositor preocupado e disposto a expandir a educação ao povo através da música.
Zoltán Kodály, era um importante compositor e educador musical. Kodály como Villa Lobos
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tinham ideias comuns em relação a filosofia educacional através da música. Ambos possuíam
capacidades de criação educacional através da música (GOLDEMBERG, 1995).
Apesar de o canto orfeônico de Villa Lobos ter sido inspirado por Kodály, dele diferia
em seus modos de implantação. Segundo Villa Lobos (apud FONTERRADA, p. 213), a ênfase
era colocada no incentivo à experiência musical, levada a um número impressionante de estu-
dantes, que lotavam os estádios de futebol para cantar, em conjunto, música brasileira. Heitor
Villa Lobos participou com afinco para que o canto orfeônico acontecesse, para que as crianças
tivessem a oportunidade de desenvolverem musicalmente e se tornassem adultos musicalmente
alfabetizados (GOLDEMBERG, 1995). O fazer musical e carisma do grande compositor brasi-
leiro substituiu o rigor do método.
Verifica-se que esses compositores de fato se preocupavam com a cultura de seus países
e a evolução musical da sociedade. Queriam que as crianças cantassem e absorvessem os bene-
fícios que o canto oferecia através da coletividade, que gera socialização, da apreciação musi-
cal, da percepção auditiva e do fazer musical.
De acordo com Heitor Villa Lobos (apud GOLDEMBERG, 1995), a educação musical é
necessária para o desenvolvimento pleno do ser humano, indispensável alimento para a alma
humana. Por conseguinte, um elemento e fator imprescindível a educação da juventude”. Coo-
perando com essa ideia de Villa Lobos, Doreen Rao diz o seguinte:
A criança desenvolve sua capacidade artística quando exercita sua imaginação mental
e motora por meio da ação específica do canto coral. A atividade ultrapassou o âmbito
do ensino/ aprendizagem e torna-se artística quando, apoiado em sua habilidade e
compreensão, o aluno é capaz de tomar decisões no que diz respeito ao som e à forma
enquanto executa a obra (RAO apud FONTERRRADA, 2008, p. 204).
A ideia desses grandes educadores era a de que com a educação musical através da prática
coral, seria possível no futuro, colher os frutos desse trabalho. Não somente no sentido de obter
profissionais da música bem preparados, mas também excelentes espectadores que saberiam
como se portar diante de uma apresentação musical, e também apreciariam com uma percepção
musical diferencia de outros que não tiveram essa educação musical. Compreende-se que toda
a sociedade precisa de uma vivência musical, pois faz toda diferença na vida humana.
A Igreja Batista Central em Barra Mansa, fundada em maio de 1961, é uma igreja filiada
à Convenção Batista Brasileira. Administrada por seus Pastores Welington Brito e Gerson Ja-
nuário. É uma igreja com a função de pregar o evangelho na cidade, onde está inserida, no
Brasil e no mundo através de seus missionários.
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Para seguir a missão de levar a palavra de Deus para o mundo, a igreja utiliza diferentes
ministérios. Um desses ministérios é a música, que é uma das ferramentas de louvor a Deus e
também do kerígma (proclamação, anúncio) do evangelho.
No início desse artigo apresentou-se no tópico da prática coral, que existem vários tipos
e funções de grupos corais.
(...) (coro sinfônico, operístico, popular); idade (coros infantis, juvenis, cambiata,
adultos, etc.); características vocais (coros mistos ou de vozes iguais), função do
coro na comunidade onde está inserido (religioso, educativo, profissional, comu-
nitário ou até mesmo terapêutico); motivações dos cantores (estética, social,
emocional, financeira etc.), processos de seleção (presença ou ausência de testes,
bem como os tipos de testes são aplicados); número de cantores (grupo vocal,
madrigal, coro de câmera, etc.); presença ou ausência de regente (LAKSCHEVITZ,
2009, p. 25, 26).
A Igreja Batista Central em Barra Mansa, possui coros com a função religiosa no sentido
de que os participantes dos corais ergam suas vozes para adorarem a Deus. E não somente essa
função, mas também através das músicas entoadas levarem a igreja colocar seus pensamentos
totalmente a Deus. Essa organização religiosa possui 5 corais, os quais são: coros de faixa
etária (infantis, juvenis e adultos), sendo os infantis e juvenis com vozes mistas, e coros de
adultos misto e vozes iguais (masculino e feminino).
Desenvolve essa prática ao longo dos seus 60 anos de existência, cuja atividade não pode
ser abolida, pois a mesma traz musicalidade e preparação para todos os outros grupos musicais
dessa comunidade cristã. Visualiza-se nas partes iniciais desse artigo que desde o período me-
dieval, o canto coral está presente através do canto gregoriano e percebemos a relevância que
apresentavam desde aquela época. Destacam-se funções aos quais a música como um todo, e
especificamente a música coral na Igreja é de total relevância e que faz parte do dia a dia dessa
Igreja em que estamos referindo.
“Os Batistas creem na evangelização, na educação e no culto. Apreciam tudo quanto con-
tribua para o fortalecimento de cada uma dessas coisas” (MAcCOMMON, p.16). Creem que
música como um todo, e especificamente a prática coral, que é a ênfase desse artigo, é um
ministério de total importância que auxilia no alcance dos objetivos acima citado por MacCom-
mon, que é: a evangelização, a educação e o culto a Deus.
A música na igreja deve estar sempre presente, pois é uma ferramenta de louvor a Deus,
ação de graças pelas bençãos, de encorajamento do povo para vencer as batalhas, fortalecimento
da fé em Deus. A Bíblia ensina que deve cantar, perceber-se principalmente no livro de Salmos,
que é uma coletânea de música de louvores a Deus. Destaca-se alguns versículos abaixo:
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“Cantem louvores ao Senhor, vocês que são os seus santos, e deem graças ao seu santo
nome.” (Salmos 30:4)
“Venham, cantemos ao Senhor com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação.” (Sal-
mos 95:1)
“Cantem louvores ao Senhor, que habita em Sião; proclamem entre os povos o que ele tem
feito.” (Salmos 9:11)
E a muitos outros textos que nos dão base para que a música esteja presente no ambiente
eclesiástico. Existe uma música composta por Davi, que era para ocasiões de louvor e ação de
graças com está registrado em 1 crônicas 16.8 -36. O início desse cântico diz assim:
“Deem graças ao Senhor, invoquem o seu nome; tornem conhecidos entre os povos os seus
feitos. Cantem a Deus, cantem louvores a ele; falem de todas as suas maravilhas” (1 Crônicas
16:8,9).
Através desses textos percebe-se a importância da música na igreja e sua grandiosa função.
McCOMMOM diz:
O Coro e as forças musicais da igreja têm por fim ajudar na batalha contra o pecado.
A música não deve ser considerada simplesmente como auxiliar do culto, que pode
ser usada, ou omitida, dependendo apenas da preferência pessoal ou de caprichos do
momento. A música é uma força poderosa para quebrar a resistência dos corações
mais empedernidos, como também preparar o caminho para completar a vitória,
quando a mensagem de Deus é transmitida pelo seu mensageiro (MAcCOMMON,
1981, p. 29).
Por isso, a Igreja Batista Central em Barra Mansa dá tanto valor à música, pois a mesma e
músicos nas mãos de Deus são instrumentos preciosos para igreja avançar em sua missão.
Davi ordenou aos chefes dos levitas que constituíssem os seus irmãos, os cantores,
para que, acompanhados por instrumentos musicais, liras, harpas e címbalos, se fi-
zessem ouvir, levantando a voz com alegria. Assim, os levitas designaram Hemã,
filho de Joel; e dos irmãos dele, Asafe, filho de Berequias; e dos filhos de Merari,
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irmãos deles, Etã, filho de Cusaías. E com eles os seus irmãos da segunda ordem:
Zacarias, Bene, Jaaziel, Semiramote, Jeiel, Uni, Eliabe, Benaia, Maaseias, Mat tias,
Elifeleu e Micneias e os porteiros Obede-Edom e Jeiel. Assim, os cantores Hemã,
Asafe e Etã se faziam ouvir com címbalos de bronze; Zacarias, Aziel, Semiramote,
Jeiel, Uni, Eliabe, Maaseias e Benaia, com liras, em voz de soprano; Matitias, Eli-
feleu, Micneias, Obede-Edom, Jeiel e Azazias, com harpas, em voz de baixo, para
conduzir o canto. Quenanias, chefe dos levitas músicos, tinha o encargo de dirigir o
canto, porque era perito nisso.” Muito interessante observamos isso,
Quenanias era chefe dos levitas, se adaptasse para a linguagem atual, ele seria o Ministro
de Música designado por Davi. Era um homem altamente preparado para tal obra, pois uma
grande responsabilidade estava em suas mãos. Na seção 2 desse presente artigo, discorre-se
sobre a Igreja Batista Central, o ministro de música, e coristas têm essa preocupação em fazer
o trabalho com excelência para Deus, e através do texto citado acima, entende-se quão impor-
tante responsabilidade está sobre eles.
Entende-se a importância da música em um culto que o próprio Jesus cantou juntamente
com os discípulos. “Na noite que precedeu sua morte, ele conclui a Última Ceia, com os discí-
pulos, cantando tradicional “Hallel” Judaico” (Louvor, oração em forma de canção)” (MAc-
COMMON, 1981, p. 19).
A seguir, Jesus pegou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos,
dizendo: — Bebam todos dele; porque isto é o meu sangue, o sangue da aliança,
derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo a vocês que, desta
hora em diante, nunca mais beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que
beberei com vocês o vinho novo, no Reino de meu Pai. E, tendo cantado um hino,
saíram para das Oliveiras (MATEUS 26:27-30).
Observa-se na história, que a música tem poder para ensinar e influenciar as pessoas para
determinado pensamento. Segundo Gamaliel Perruci (1982, p. 34), relata que “Lutero, poeta e
músico de alto gabarito, cedo apercebeu-se do emprego da música na Reforma protestante do
século XVI. Diga-se, todavia, que, antes de Lutero, já os anabatistas cantavam hinos escritos
por eles mesmos.
Entende-se que no Judaísmo a música era muito presente em suas celebrações, como tam-
bém é extremamente necessária hoje nos cultos evangélicos, e também era no passado.
Através desse relato de MacCommon, observa-se que a música uma grandiosa ferramenta
para cultuar a Deus, para o ensino da Bíblia à congregação, para evangelização, e também na
edificação do povo de Deus.
Os coros da Igreja batista Central, tiveram a oportunidade de realizar esse trabalho cul-
tural e social através da música. O templo da igreja está bem localizado, no centro da cidade. E
também está próximo ao Hospital Santa Casa de Misericórdia na cidade de Barra Mansa- RJ.
Todos os anos, em dezembro, realiza-se cantatas de Natal na igreja. Em 2018, não foi diferente.
Desejava-se levar o musical de Natal a outros lugares, e tiveram a oportunidade extraordinária
de anunciar o amor de Deus naquele hospital. Foram momentos expressivos, tanto para o coro,
quanto para os enfermos naquele lugar. Em outro ano, 2019, foram a um asilo. Ao Cantarem
músicas natalinas, e puderam presenciar a alegria, emoção e carinho que aqueles senhores
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demonstraram ao coro. Nessas oportunidades de fato estavam cumprindo o ide que Jesus orde-
nou a Sua Igreja.
O fogo do avivamento que vem de Deus sempre arde com mais fulgor no cântico do
evangelho. É o evangelho numa canção que muitas vezes, pode transformar uma as-
sembleia obstinada e endurecida numa congregação sincera e adoradora. É muitas ve-
zes o evangelho numa canção pode enternecer o coração de um pecador, fazendo-o
prostar-se em fé, arrependimento e confiança. O evangelho numa canção pode fazer
o arrogante da terra se prostar humildemente perante Deus. Isso foi verdade nos dias
de Ezequias, e ainda continua sendo em nossos dias (MAcCOMMON, p.30).
É do querer da liderança continuar trabalhando com coros, levando o amor de Jesus, es-
perança e a cura a todos que necessitam nesse mundo. Essa é a grande comissão da igreja,
evangelizar e a música é uma ferramenta para que essa missão seja realizada, pois essa missão
foi dada por Deus que constituiu a igreja.
Coro em sua função cultural também tem seu lugar. Podem observar nas partes prelimi-
nares desse presente artigo, exemplos de que essa prática foi útil na socialização de seus coris-
tas. Percebe-se maestros com a preocupação cultural e social de crianças e da sociedade de um
modo geral. Pode-se citar o grande maestro Heitor Villa Lobos.
No aspecto cultural, os coros e grupos musicais da Igreja Batista Central em Barra Mansa
exercem um papel significativo. Há alguns repertórios executados pelos coristas que provavel-
mente não teriam oportunidade de entoar em outros lugares fora desse ambiente. Apesar de ser
um coro amador no sentido amplo da palavra, esse coro teve oportunidade de cantar obras de
alto nível. Dentre os compositores, cita-se: Georg Friedrich Handel (Hallelujah, coro final
do oratório “O Messias”, “Hallelujah”! Amém” de Judas Macabeus), Antonio Vivaldi ( Gloria
in Excelsis Deo), Albert Hay Malotte (The Lord's Prayer – Pai nosso), e outros compositores
mais contemporâneos que fazem partes da música gospel como: Cindy Barry. Tom, Fettke,
Carol Cymbala, Ireland, Mark Hayes e muitos outros.
Um coro poder entoar canções de compositores como estes, de fato é um privilégio de
poucos. De fato, são benefícios culturas que a igreja fornece aos que participam dessa bela arte
de cantar em conjunto. Música proporcionando cultura através do canto coral.
No sentido mais social, o coro da igreja possibilitou aos coristas apresentações em diversos
lugares. Esse grupo teve a oportunidade de cantar reunidos com outras igrejas Batistas, ocasiões
como, por exemplo: cantatas de Páscoa. Eventos que promoveram uma socialização e coopera-
ção entre as igrejas participantes, o evento aconteceu cada dia em uma determinada igreja en-
volvida. Tiveram também a oportunidades de participar do projeto “Em canto & Orquestra”.
Idealizado pelos ministros de música Batistas da região Sul Fluminense, onde reuniram coros
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e orquestra das igrejas Batista e também de outras denominações das cidades de Barra Mansa,
Volta Redonda, Resende, Barra do Piraí, Valença, Piraí.
Esses eventos, que aconteceram em algumas igrejas e teatros da Região, como: Teatro da
AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) Resende- RJ, Teatro Municipal Maestro Fran-
klin - Volta Redonda- RJ. Outras oportunidades culturais e sociais que o canto coral viabilizou
aos coristas. Esses eventos e práticas levaram o fortalecimento do coro da igreja, motivação e
ensejou o fortalecimento espiritual e de socialização.
Os anos 2020 e 2021, passam-se por grandes desafios. Diante da realidade de pandemia
nos quais estão inseridos, as atividades de modo geral foram prejudicadas. Não está sendo di-
ferente na prática do canto coral. Tem-se vivido momentos que precisam de se reinventar, e
com sinceridade, a grande maioria não estava, e ainda não preparada para novas formas de se
trabalhar.
Muitas igrejas, tiveram que incluir em sua prática, as gravações de cultos. Quão desafi-
ador foi no início e ainda tem sido essa nova demanda nas igrejas. De um dia para outro tudo
modificou, as pessoas estão impedidas de estarem em culto público. A comunhão entre os cren-
tes interrompida por conta de um vírus que tem ceifado milhares e milhares de vidas.
Neste contexto conturbado, como encaixar a prática coral? Eventos programados, cantatas
e musicais em plena preparação, de repente tudo para. Maestros e regentes, sendo obrigados a
adotar outras formas de trabalho com ensaios online, com muita dificuldade tanto para os re-
gentes quanto para os coristas. Tem sido um tempo de grande aprendizado da tecnologia e de
plataformas digitais, que de fato solucionaram grandes problemas enfrentados.
Realizou-se ensaios via plataformas online, a qual temos usado o aplicativo TeamLink que
tem sido de grande importância para toda a igreja nesse tempo. De acordo com Samuel Barros
(2021), autor do ebook sobre ensaios online, diz que essa metodologia possui inúmeras vanta-
gens, e que poderá servir para esse tempo de pandemia em que estão inseridos e também para
outros momentos em que precisarem. As vantagens são as seguintes:
1) Uma boa alternativa quando o coral não puder ensaiar presencialmente. 2) Aproxi-
mar coristas com dificuldade de deslocamento (saúde, transporte, horário de trabalho
ou estudo). 3)Evitar tempo de deslocamento, principalmente nas grandes cidades.
4)Possibilitar a aplicação das metodologias ativas de ensino e o ensino híbrido. 5)Es-
timular autonomia e protagonismo dos coristas no processo de aprendizagem das can-
ções. 6) Fortalecer as habilidades individuais dos coristas (afinação, segurança x timi-
dez) (BARROS, 2021 p,4).
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Sabe-se que a tendência é que o mundo digital aumente cada vez mais. Possibilita a rea-
lização de ensaios online para apresentação de forma virtual, ou até mesmo presencial. Pode-se
realizar reuniões informativas e/ou ensaios de naipe online, que proporciona maior atenção para
determinada naipe e corista. Assim, o ensaio presencial será dedicado totalmente a junção das
vozes, tornando o ensaio presencial (quando houver) mais eficiente e sem interrupções.
Na Igreja Batista Central, os coristas tiveram a oportunidade de ensaiar de forma online e
com ensaios gerais presencial para uma apresentação de Natal em dezembro de 2020. Foi uma
experiência interessante para os envolvidos, A tecnologia nos auxiliou grandemente, pois se
vivessem essa mesma pandemia há 20 anos, acredita-se que teriam maiores prejuízos.
Portanto, os regentes corais, precisam estar antenados à tecnologia e usá-la a seu favor.
Viabilizar maneiras diferenciadas para que a prática coral se mantenha viva, seja em igrejas e
em outros ambientes em que essa arte é exercitada. E também buscar estar próximos de pessoas
que são relacionadas à tecnologia, e ser auxiliados por elas.
Vive-se um novo momento no mundo e na igreja Batista Central, procurando adaptar-se e
estarem conectados uns aos outros através do mundo virtual.
5. METODOLOGIA
5.1. Entrevista
Foram concentrados esforços para trabalhar no contexto específico desse artigo. O autor
planejou objetivos, perguntas, e procurou respondê-las ao longa dessa presente pesquisa,
O artigo abrangeu o contexto geográfico da cidade de Barra Mansa, a investigação foi
feita na Igreja Batista Central em Barra Mansa, pois nessa organização religiosa o autor desen-
volveu seu trabalho musical com a função de Ministro de Música.
Após uma análise de autores e suas ideias e práticas, e também uma análise do coro da
Igreja Batista Central em Barra Mansa. O autor pode relatar um pouco sobre a prática do canto
coral nesta Igreja. Por meio do google formulário, realizou uma pesquisa onde os coristas da
Igreja citada acima, expressaram como veem a prática coral, quais os benefícios que percebem
ao cantar em um coro. Essa percepção dos coristas em relação a prática coral, não está focada
somente no sentido eclesiástico, ou de louvor a Deus, que é o foco principal do coro da igreja,
mas também, nos benefícios que existem nessa prática de forma geral.
A entrevista foi realizada com os membros do coral misto (homens e mulheres) de adultos
da Igreja, entre os dias 30 de março a 30 de abril do presente ano (2021). O questionário foi
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elaborado pelo próprio pesquisador desse artigo. Doze pessoas responderam ao questionário
solicitado. As perguntas utilizadas para esse propósito foram:
1. Em sua visão, qual a importância do canto coral para o ser humano?
2. Em sua opinião, quais são os benefícios dessa prática?
3. Qual a importância do coral dentro da igreja?
4. Qual a importância do coral na sua vida como participante?
5. Qual foi o impacto que a pandemia causou na prática coral na igreja?
Tiveram respostas interessantes dos componentes do coral, que certificam que a pesquisa
realizada tem relevância, e de fato os benefícios da prática coral são inúmeros. Como a pesquisa
foi realizada de forma anônima, identifica-se as pessoas como A, B, C e assim por diante para
que possam perceber suas respectivas respostas sobre o assunto em pauta. Nota-se quão inte-
ressantes são as respostas:
6. RESULTADOS
A tabela 1 demonstra as respostas dos respectivos entrevistados:
Tabela 1 - Questionário sobre a prática coral da Igreja Batista Central em Barra Mansa
1. Em sua visão, qual a importân- 2. Em sua opinião, quais são os 3. Qual a importância do co-
cia do canto coral para o ser hu- benefícios dessa prática? ral dentro da igreja?
mano?
A. Para mim o canto é uma das mais E. Nos dá a oportunidade de co- A. Dentro da igreja o coral tem
belas formas de expressão. Assim, é nhecer diferentes gêneros músi- extrema importância. Primei-
de extrema importância, pois a cas, trabalha a concentração, me- ramente, para adorar a Deus
forma cantada, em muitos contex- lhora a articulação da fala, desen- por meio das canções e, dentre
tos, é mais impactante que a apenas volve a capacidade dos pulmões, outras funções estão a de tra-
falada. melhora a ansiedade, o estresse e balhar técnicas vocais e educar
a autoestima, supera a timidez. a congregação de forma siste-
mática no canto dirigido.
Pode-se afirmar também que
contribui para comunhão entre
os coralistas.
F. O canto proporciona interação, F. Transmitir alegria. C. Conduz a igreja na adora-
envolvimento entre pessoas. ção e conscientizar a impor-
tância do louvor que liberta
alma cativas.
G. O canto coral, aproxima as pes- G. Aumenta a sensibilidade audi- E. É importante por vários mo-
soas umas das outras e faz com que tiva, por perceber os diferentes tivos: melhora nosso convívio
quem o pratica desenvolva compa- naipes, sendo assim, aprendendo social, ajuda saber lidar com o
nheirismo e sensibilidade. a cantar em vozes, não só a melo- público nas apresentações, e o
dia. principal aprendemos a louvar
e adorar nosso Deus.
H. Penso que nos auxilia no conví- H. Estimula o companheirismo.
vio em grupo.
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Fonte: Autor
7. DISCUSSÃO
Observando a tabela 1, pergunta número 1, percebe-se que a pessoa A, diz que a música
coral tem “poder” de atingir o fundo da alma de uma pessoa. Ela diz ainda, que por vezes é
mais eficiente que a fala. DONALD HUSTAD (1986, p. 88) afirma que: “Na antiga adoração
hebraica, as palavras da Escritura nunca eram faladas sem melodia; fazê-lo era considerado um
sacrilégio não tão grave. Elas eram sempre cantadas em uma sonora cantinela”. Verifica-se
então que, a música consegue adentrar na profundidade da alma humana. Unindo-se a uma boa
letra a mensagem se completa.
As pessoas F, G e H, também relatam sobre uma questão muito desenvolvida nesse artigo.
Elas expressam a necessidade como coral com intuito de socialização. Segundo MIGUEL GO-
MES (2015), em sua dissertação de mestrado com o título “A importância do canto coral no
ensino básico” diz: “O canto em conjunto é uma temática de grande pertinência, não só por ser
uma ferramenta imprescindível e completa para a educação vocal e musical, mas também por
ser um processo de integração e de socialização entre os alunos e professores”.
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Apesar de Gomes estar focando sua pesquisa na educação básica, pode aplicar-se também
nesse presente artigo, pois um maestro, regente ou ministro de música, juntamente com o seu
coral, seja a faixa etária que for, tem como uma das funções ser educador. As respostas anexas
na seção resultados, corroboram com essa afirmação de Gomes. O ato de estarem juntos traz
comunhão, amizade e companheiros. O trabalho em grupo sempre beneficia seus integrantes.
A pessoa I, remete o canto coral não somente ao serviço a Deus, mas como uma terapia que
auxilia para o tratamento emocional, e espiritual, como já foi tratado nas seções anteriores, e
também contribui de certa forma para o tratamento físico.
Mas o problema de afinação de um coro não é apenas auditivo, mental. Passa, tam-
bém, por uma série de outras contingências, entre as quais, a mais importante está
nas falhas na qualidade da emissão vocal do cantor. Questões como postura, disposi-
ção psicológica e física do cantor, condições acústicas do local de ensaio ou
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É preciso que a comunidade eclesiástica cante aquilo que se crê e que creia naquilo
que se está cantando. Este é o canto que forma, edifica e contribui para que as bases
da fé cristã bíblica permaneçam bem fundamentadas. O canto cumpre a sua finalidade
formativa dentro das comunidades eclesiásticas, quando serve de instrumento porta-
dor das verdades bíblicas e não apenas como um veículo de entretenimento e emoci-
onalismo. É preciso que o canto dentro das comunidades eclesiásticas cumpra o seu
papel formativo, possibilitando que o aprendente desenvolva um olhar crítico para a
sociedade, filtrando valores, conceito e posturas que se opõem à verdade bíblica reve-
lada nas Escrituras. O emocionalismo paralisa, bloqueia e deixa o indivíduo suscetível
aos pensamentos secularistas e humanistas, o que “indica que não há como estar inse-
rido na sociedade de uma maneira despretensiosa, ingênua e neutra. É preciso, sim,
manter uma atitude de comprometimento com a Palavra (DOMINGUES, 2018, p. 14
apud BARROS, 2021 p. 37-38).
Nota-se que quando estão fazendo algo em grupo, todos tem o mesmo objetivo a ser atin-
gido. Por exemplo: uma boa performance, uma mensagem a ser transmitida, e também o louvor
a Deus. Todos juntos em um só propósito. As respostas demonstram esses benefícios e prazeres
de estarem em um mesmo alvo. Observe:
8. CONCLUSÃO
Compreende-se que o canto coral insere as pessoas que estão à margem da sociedade,
proporcionando interação uns com os outros, amizades, sintonia. No sentido da educação, pro-
duz disciplina, postura diante de situações e conhecimentos no sentido geral. Produz cultura,
pois pesquisar, ouvir e cantar repertórios de variados compositores produz conhecimentos his-
tóricos e conceitos musicais. E especificamente, o canto coral gera em seus participantes uma
percepção musical, no sentido ouvir um ao outro, e também conseguir identificar os sons exe-
cutados e reproduzi-los corretamente.
A prática coral auxilia na técnica vocal, como colocar a voz no seu lugar adequado, de
acordo com a gênero e estilo musical que será executado. Também extrai do corista técnicas
que movimentam todo o corpo, técnicas respiratórias, exercícios de alongamento físico e aque-
cimentos vocais, que são essenciais para que os cantores tenham uma performance ainda me-
lhor. E não se pode deixar de mencionar que o canto coral possui a vertente do lazer, com isso
produz alegria, comunhão, bem estar como percebem nos resultados das entrevistas com os
coristas. A Prática coral trata as emoções, sendo considerado para muitos como uma terapia.
No sentido eclesiástico, o canto cuida e trata da alma, com letras extraídas da bíblia.
Portanto, tem-se inúmeras razões para usufruir da prática coral, pois o ser humano contém
um precioso instrumento intrínseco: a voz. Um grande personagem da história da obra Dom
Quixote, escrito por Miguel de Cervantes, dizia: “Quem canta seus males espanta” que tornou
um ditado popular, e de fato pode-se constatar essa afirmação, é exatamente isso que acontece
na prática musical, e especificamente no canto coral.
Portanto, espera-se que este artigo possa motivar, incentivar e colaborar para que amantes
da música, coristas, estudantes de música, professores de música, regentes, ministros de músi-
cas, e principalmente outros que ainda não fazem parte desse universo significativo do canto,
possam participar, apoiar e divulgar os relevantes benefícios que há nessa atividade.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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cal. Opus, v.13, n.1. 2007, p.75-96.
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