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1° dia
Estudo do Capítulo 2 do livro, páginas 48 à 50 (Adolescer).
"Pra começo de conversa" - resolver questões 1, 2 e 3.
Prática de leitura - fazer leitura do Texto 1 “Reportagem” - resolver questões 1 e 2 da página 48.
Resolver Atividade 9 do "Estudo em Casa, vol. 2" (Inferindo informações implícitas).
ATIVIDADE IX
Defenestração
Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma
coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A falácia
Amazônica. A misteriosa falácia Negra.
Hermeneutas deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles
chegassem, tudo se complicaria.
- Os hermeneutas estão chegando!
- Xi, agora é que ninguém vai entender mais nada...
Os hemeneutas ocupariam a cidade e paralizariam todas as atividades produtivas com seus
enígmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria
semanas até que as coisa recuperassem o seu sentido óbvio.
Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto.
- Alô...
- O que é que você quer dizer com isso?... Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
- Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto. Plúmbeo devia ser o barulho que o
corpo faz ao cair na água Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração.
A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca me lembrava de
procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas
pessoas. Tinha até um som lúbrico. Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das
mulheres:
-Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas...Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a
casa. Haveria assim defenestradores profissionais.
Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos
formais? "Nestes termos, pede defenestração..." Era uma palavra cheia de implicações. Devo tê-la
usado uma ou outra vez, como em:
- Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada era a
palavra exata.
Um dia finalmente procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir.
"Defenestração" vem do francês defenestration. Substantivo feminino, ato de atirar alguém ou algo pela
janela.
Acabou a minha ignorância, mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome
próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma
palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então,
defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como rapé. Um vício como o tabagismo ou
as drogas, suprimido a tempo. [...]
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A basculante
foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes
externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana,
nunca totalmente dominada. [...]
Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada.
Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
– Fui defenestrado… Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e
defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.
Luís Fernando Veríssimo. O Analista de Bagé. 6ª ed. Porto Alegre.L&PM ed. 1981. p. 29-31.
GLOSSÁRIO
Falácia: erro, engano, falsidade.
Hermeneuta: pessoa que se especializou na leitura e na interpretação de livros sagrados e antigos, geralmente
de teor religioso ou filosófico; quem se especializou em hermenêutica.
Andarilho: alguém que anda muito, percorre muitas terras ou anda sem destino certo.
Prostrada: sem ânimo, sem forças; derrubada, desanimada.
Lúbrico: caracterizado pela luxúria; lascivo, sensual.
Rapé: pó resultante de folhas de tabaco torradas e moídas, por vezes misturadas a outros componentes.
Basculante: janela que se abre com sistema de báscula, levantando uma parte e baixando a outra: janela
basculante.
Balbuciar: pronunciar imperfeitamente e com hesitação; gaguejar.
GABARITO: alternativa A.
Inicie esta atividade lendo o texto com bastante atenção. Se sentir dificuldade em compreender algumas das
palavras do texto, consulte o glossário logo abaixo dele. Em seguida, leia o comando da questão. Observe que ela
solicita que você identifique uma informação que não está explícita no texto, mas que é possível de ser
identificada a partir de seu contexto. Leia, então, as alternativas. Você perceberá que a alternativa ( a) é a correta,
pois o narrador continua fascinado pela palavra mesmo depois de descobrir seu significado porque remete-se a
um ato pouco comum, o que o leva a imaginar o porquê da existência de tal palavra. A alternativa (b) não é
correta, pois em momento algum o autor afirma que a palavra tem pouca utilidade na língua portuguesa. A
alternativa (c) também não está correta, pois antes de consultar o dicionário, o autor não pensou no significado
real da palavra defenestração. A alternativa (d) não é correta pois não se trata de uma ação que não é praticada
em nossa cultura.
Agora é a sua vez! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de inferir
uma informação implícita em um texto.
Observe a tirinha.
Fonte: http://peruibenastrevas.blogspot.com/2018/08/tirinha-como-descobrir-um-et-em-peruibe.html.
Acessado em 03 de abril de 2019.
2. Por que o policial segue desconfiando do homem mesmo depois de ter todas as
perguntas respondidas?
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O conto da mentira
Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a
louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em
campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe
ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.
O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e
ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
Então, aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A
apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio
era uma bicicleta: “É verdade, mãe! Amoça quer falar com você no telefone pra combinar a
entrega da bicicleta. É verdade!”.
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado:
Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então, ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia
deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora,
sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que
deixa de ganhar uma bicicleta porquementia…
AUGUSTO, Rogério. FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo. Miniconto. Folhinha 14 jun. 2003.
3. Releia: “Voltou a criar histórias. Agora, sem culpa e sem medo.”. Explique por
que, agora, Felipe não se sente culpado e com medo de criar histórias.
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ROTEIRO DA SEMANA - 8°ano - 06/07/2020 à 11/07/2020
2° dia
Páginas 50 à 53
Por dentro do texto - resolver questões 1, 3, 4, 6, 7, 8 e 9.
Resolver questões 1 e 2 - linguagem do texto.
Exercício do Card 16.
Para reforçar:
Linguagem verbal: uso da palavra na comunicação.
Linguagem não verbal: o não uso da palavra na comunicação.
Linguagem mista: a união da linguagem verbal e da linguagem não verbal na
comunicação.
Primeiro Passo: Faça uma leitura das imagens e fique atento às expressões das
personagens. Isso ajuda bastante a entender suas emoções, suas reações...
Terceiro Passo: Pela expressão do homem no último quadrinho, entende-se que ele
esperava que o gato tivesse pegue o rato, não o biscoito.
ROTEIRO DA SEMANA - 8°ano - 06/07/2020 à 11/07/2020
3° dia
Atividade 10 (Identificando o tema).
ATIVIDADE X
Leia o texto.
A disciplina do amor
Foi na França, durante a Segunda Grande guerra: um jovem tinha um cachorro que
todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um
pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na
maior alegria acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já
conhecia o cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia,
chegava até a correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu
posto e ali ficar sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe. Mas eu
avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou
de esperá- lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto,
a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-
amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro,
até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à
pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno
coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em
vão. Quando ia chegando àquela hora ele disparava para o compromisso assumido,
todos os dias. Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as
pessoas foram se esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com
um primo. Os familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros
amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a
esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está
esperando?…uma tarde (era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
TELLES, Lygia Fagundes. A disciplina do amor.
1. O tema do texto é
a) a fidelidade de um cão a seu dono.
b) o esquecimento dos que morrem.
c) os horrores da guerra.
d) a tristeza dos animais abandonados.
GABARITO: alternativa A.
Inicie esta atividade lendo o texto com bastante atenção. Em seguida, leia o comando da
questão. Ela pede que você identifique o tema do texto. Ao ler as alternativas, você
perceberá que a alternativa (a) é a correta, pois o tema do texto é a fidelidade do cão, que
continuava esperando por seu dono mesmo depois que este morreu na guerra. As
alternativas (b) e (c) estão incorretas, pois mesmo sendo temas tratados no texto, não
constituem o seu tema central. A alternativa (d) está incorreta pois em nenhum momento
do texto é tratada a situação de abandono dos animais.
Agora é a sua vez! Resolva as questões a seguir e exercite a sua habilidade de identificar
o tema de um texto.
Fonte:
https://www.portalodia.com/blogs/jotaa/confira-a-
charge-de-jota-a-publicada-na-edicao-desta-sexta-
no-jornal-o-dia-373907.html.
Fonte:https://www.pensador.com/poemas_de_mar
io_quintana/. Acesso em 7 abr 2020.
2. O tema dessa charge é
3. O tema desse texto é
a) a despreocupação do brasileiro com o a) a certeza da morte.
coronavírus.
b) a chegada da velhice.
b) as maneiras de se combater o
coronavírus. c) a importância do amor.