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O método de ensino é o conjunto de procedimentos e formas que o professor usa para

levar o aluno a elaborar conhecimentos, adquirir experiências ou habilidades e a


incorporar atitudes e ideias durante a sua aprendizagem.

As técnicas de ensino são recursos auxiliares e a maneira de utilizá-los para a


efectivação da aprendizagem pelo aluno. É um recurso didáctico de que o professor se
serve para efectivar o momento ou parte do método, na realização da aprendizagem. A
técnica representa a maneira de se efectivar um propósito bem definido do ensino.

As técnicas de ensino referem-se mais directamente às formas de apresentação da


matéria, ou melhor, de apresentação de estímulos aos quais os alunos devem reagir para
processarem a aprendizagem. As técnicas de ensino são, pois, formas de orientação
imediata da aprendizagem.

4.4.1 Diferença entre método e técnica de ensino-aprendizagem

O método é mais amplo que a técnica. A técnica é mais ligada às formas, estratégias e
tácticas de apresentação imediata da matéria.

O método de ensino é o conjunto de momentos e técnicas logicamente coordenados,


tendo em vista dirigir a aprendizagem do educando para determinados objectivos. O
método indica o modo de agir para alcançar um objectivo.

O método de ensino deve conduzir o aluno à auto-educação, à autonomia, à


emancipação para com o professor, isto é, deve levá-lo a andar com as suas próprias
pernas, usando a sua própria cabeça. Deve ir ao estudo dirigido, passar pelo estudo
supervisionado, até chegar ao estudo livre. O método de ensino, concretiza-se através
das técnicas de ensino.

Todo o método ou técnica deve efectivar-se através da actividade do aluno, fazendo


com que este, de modo geral, seja agente da sua própria aprendizagem e não um mero
receptor de dados e normas elaborados pelo professor.

Um método de ensino, para alcançar seus objectivos, precisa de uma série de técnicas.
Assim, todo o método ou técnica de ensino, de um modo geral, deve conduzir o
educando a observar, experimentar, analisar, criticar, pesquisar, julgar, concluir,
correlacionar, diferenciar, sintetizar, reflectir; enfim, deve conduzir
a actividade do aluno para a aprendizagem.

Com este leque de métodos e técnicas de ensino-aprendizagem, o trabalho metodológico


do professor deve ser o de usaras potencialidades didácticas de cada um destes métodos
de ensino-aprendizagem, tendo em conta as suas características. Ainda, na
implementação dos métodos de ensino-aprendizagem acima expostos, o professor pode
usar uma perspectiva indutiva ou dedutiva., Importa referir que uma maior riqueza
pedagógica na actividade do professor se consegue, quando este faz, na medida do
possível, uma combinação dos métodos e técnicas de ensino-aprendizagem.
A. Quanto à abordagem dos conteúdos

Abordagem indutiva

Esta abordagem consiste em orientar a aprendizagem, partindo dos casos particulares da


experiência sensorial para chegar a conclusões gerais. De acordo com os princípios da
indução, a aprendizagem começa com a observação do mundo real, como forma de ter
bases seguras sobre as quais o conhecimento pode ser construído.

Esta abordagem é mais usadoa nas Ciências Naturais ou Experimentais, pois garante a
observação dos factos e fenómenos.

Abordagem dedutiva

A abordagem dedutiva transforma enunciados complexos em particulares, isto é, a partir


de proposições gerais, chega a particulares.

Esta abordagem é mais usadoa nas ciências formais, aquelas que se preocupam com os
sistemas formais como a Lógica e ideias teóricas que levam à outras ideias teóricas,
através do precesso de pensamento.

No Ensino Primário, as nduas abordagens são usadas em simultâneo, como forma de


associar as sensações visuais (observação) e os processos de desenvolvimento do
pensamento, uma vez que a maior parte dos alunos deste subsistema ainda não
desenvolveu, suficientemente, a capacidade de “navegar” no mundo das ideias.

Exemplo: Na 1a classe, a operação 2+2=4 parte de certos objectos conhecidos e reais.


Pela indução, a criança conclui, independentemente de se variarem os objectos. Se a
quantidade for a mesma, o resultado também será o mesmo. Da mesma forma, a partir
do número 4, pode chegar às suas parcelas.

B. Métodos quanto à relação professor-aluno

B.1: Método expositivo/explicativo

Neste método os conhecimentos, as habilidades e as tarefas são apresentados,


explicadas ou demonstradas pelo professor. A actividade dos alunos é receptiva, embora
não necessariamente passiva. É um método bastante usado nas nossas escolas, apesar
das críticas que lhe são feitas, principalmente por não levar em conta o princípio da
actividade do aluno. Entretanto, se for superada esta limitação, é um importante meio de
obter conhecimentos.

A exposição lógica da matéria é um procedimento necessário, desde que o professor


consiga mobilizar a actividade interna do aluno de concentrar-se e de pensar, e a
combine com outros procedimentos, como o trabalho independente, a conversa e o
trabalho em grupo.

No método expositivo, é notória a acção dominante e preponderante do professor, em


detrimento dos alunos e, se este procedimento for mal aplicado, incorre em grande
perigo, visto que as potencialidades cognitivas e afectivas dos alunos ficam, até certo
ponto, atrofiadas, pois este (aluno) limita-se a ser mero expectador do centro do PEA (o
professor), que negligencia o contributo dos alunos para a operacionalização da aula.
Entretanto, a grande potencialidade deste método reside no facto de ser o mecanismo
mais recomendado para a introdução de um conteúdo novo, principalmente quando se
trata de um assunto desconhecido pelos alunos.

Para a aplicação do método expositivo/explicativo, usam-se as seguintes técnicas:

 Exposição verbal: consiste em explicar de modo sistematizado, por meio da voz


e/ou da escrita, um assunto que seja desconhecido, ou quando as ideias que os
alunos trazem sobre o mesmo são insuficientes ou menos precisas.
 Demonstração: representação de fenómenos que ocorrem na realidade.
 Ela é efectivada através de explicações num estudo do meio (excursão), ou por
meio de uma experiência simples, projecção de slides ou outras tecnologias.
 Ilustração: forma de representação gráfica de factos ou fenómenos da realidade,
por meio de gráficos, mapas, esquemas, gravuras, etc., a partir dos quais o
professor enriquece a explicação da matéria.
 Exemplificação: ocorre quando o professor faz uma leitura em voz alta; quando
escreve ou diz uma palavra para que os alunos observem e depois repitam. Quer
dizer, usando o exemplo, o aluno pode captar a essência do que se pretende que
ele aprenda.

B.2: Método de trabalho independente

O trabalho independente, como método de ensino, consiste em tarefas dirigidas e


orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente
independente e criador. Este método pressupõe determinados conhecimentos, a
compreensão da tarefa e do seu objectivo, de modo que os alunos possam aplicar
os conhecimentos e habilidades, sem orientação directa do professor. O aspecto mais
importante do método de trabalho independente é a actividade mental dos alunos.

Ao contrário do método expositivo, no método de trabalho independente é notória a


acção preponderante e dominante do aluno, individualmente. Aqui, o professor funciona
como um facilitador, como moderador, orientador da aprendizagem, fundamentalmente
para que o aluno não se disperse, ou não se perca naquilo que são os objectivos
preconizados para o conteúdo que estiver a ser ministrado.

Em termos práticos, para a aplicação do método de trabalho independente, são usadas as


seguintes técnicas:

 Interrogação: esta técnica consiste em criar explicações que justifiquem por que
determinados factos apresentados no texto são verdadeiros ou falsos. O aluno
deve concentrar-se em perguntas do tipo, “Por quê?” em vez de “O quê?”
 Inquérito: é uma técnica de estudo que permite a recolha de informação
directamente de um interveniente na investigação, através de um conjunto de
questões organizadas, seguindo uma determinada ordem. Estas podem ser
apresentadas ao respondente de forma escrita ou oral.
 Resumo: é uma exposição abreviada de um acontecimento, obra literária ou
artística. Um resumo consiste em fazer a síntese ou sumário de um determinado
assunto, destacando as informações essenciais do conteúdo.

B.3: Método de elaboração conjunta

A elaboração conjunta é uma interacção activa entre o professor-aluno e aluno – aluno,


visando a aquisição de conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a
fixação e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos. Este método
preconiza a reciprocidade de actividades entre o professor e o aluno. O nível de
participação e contribuição de ambos é, em certa medida, equiblibrado. É por esse facto
que, na base deste método, está-se diante do que se designa de ensino participativo.

O método de elaboração conjunta pressupõe um conjunto de condições prévias,


nomeadamente, a incorporação, pelos alunos, dos objectivos a atingir e o domínio
dos conhecimentos básicos que, mesmo não estando sistematizados, são um ponto de
partida para o trabalho de elaboração conjunta.

O carácter didáctico-pedagógico da elaboração conjunta está no facto de que tem como


referência um tema de estudo determinado, pressupondo-se que os alunos estejam aptos
para conversar sobre ele.

As potencialidades do método de elaboração conjunta são várias, uma vez que a


conversa tem um grande valor didáctico, pois desenvolve nos alunos as habilidades de
expressar opiniões fundamentais, verbalizar a sua própria experiência, discutir,
argumentar e refutar as opiniões dos outros, aprender a escutar, contar factos,
interpretar, etc., para além de proporcionar a aquisição de novos conhecimentos.

Embora seja um método vantajoso, é importante chamar atenção aos seguintes aspectos:
o aluno deve estar familiarizado com o tema a ser tratado, pois, de contrário, corre o
risco dele (aluno) não colaborar na aula; leva muito tempo e o professor pode ser
desviado do tema por alunos super activos.

Para a aplicação do método de elaboração conjunta usam-se várias técnicas do ensino


participativo, tais como: Debate, Plenária, Discussão, Grupo de Peritos, Mesa Redonda,
Cadeia de Falar, Trabalho aos Pares, Círculo Duplo, Tomar uma Posição, Parque de
Estacionamento, Aquário, entre outras (vide apêndice1).

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