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As condições efêmeras dentro da Modernidade

tl;dr*: as redes socias são uma exposição pública das minhas inaptidões socias.

Há muito o que se possa correlacionar entre a Modernidade e as degenerações das relações


humanas. Segundo Rosa Luxenburg, “a força do capitalismo está na extraordinária
engenhosidade com que busca e descobre novas espécies hospedeiras que as espécies
anteriormente exploradas se tornam escassas ou se extinguem. E também no oportunismo e
na rapidez, dignos de um vírus, com que se adapta às idiossincrasias de seus novos pastos”.
Com base neste pensamento Bauman transcorre em sua obra Amor Líquido que a subversão
do valor inerente ao produto para algo que vale aquilo que outrem estaria disposto a
dispender neste produto, também se ramifica às relações interpessoais.

Não obstante ao fato de que um produto nunca é verdadeiramente gratuito, as relações cada
vez mais parassociais na internet são usadas para que o produto a ser consumido subverta seu
papel e passe a fazer do consumidor quem realmente está a venda. Mesmo que
aparentemente as ferramentas do mundo moderno estabeleçam uma pantomima – um teatro
– de uma suposta facilitação o real papel da publicidade é a manipulação.

Amiúde, o marketing nas redes socias vem velado de um produto para que se possa usar da
Angústia e suas três fases segundo Kierkegaard como um meio de direcionar a publicidade ao
seu público alvo; “a busca de significado circula pelas sensações – estética –, pelos valores que
normatizam e dão sentido ao cotidiano – ética – e pelos anseios espirituais que transcendem
este cotidiano – religião –, por isto, mesmo que não diretamente ligado as estes três eixos,
muitas das linhas de produtos de significado estarão, de uma forma ou de outra, relacionadas
às estes eixos”, sumariza Pondé.

Visto o que fora supracitado, é considerável a abstinência do uso de um produto que não tem
como finalidade servir ao seu consumidor e sim usar de suas idiossincrasias para torná-lo
maleável à publicidade de quem quer que pague mais.

*tl;dr: too long; didn’t read.


Interpretação do vídeo requerido
Um caso sobre a diluição do Existencialismo

Embora o livro seja claramente direcionado a um público sem qualquer precedente


conhecimento filosófico – infantil –, vale-se considerar que não há uma real mensagem no
texto. Muito há o que se ponderar sobre a questão levantada por Aristóteles sobre como
deveríamos viver, Kierkegaard considera que a busca da Estética, ou a parte externa, tem
como seu norteio a busca incansável de prazeres novos e a pior coisa que pode vir a acontecer
com alguém com o ímpeto Estético é o Tédio e sua única precaução é intitulada por ele como
“Crop Rotation (rotação de colheitas)”, sendo isto a designação para a mudança arbitrária da
atitude que um tem para com a vida.

Como um fazendeiro que muda o vegetal a ser plantado para que os nutrientes desse solo não
sejam esvaídos, da mesma forma a mudança de atitude de Um venha a ajudar a afastar o
Tédio. A incansável variação entre tópicos e estilos refletem uma busca constante de uma
estimulação nova. A busca da Estética não tanto é relacionada a entender regras e a obedecê-
las como, na verdade, tem como ideia a necessidade da transformação de Um em algo que
suas escolhas coincidam com o seu dever. A visão Ética de Kierkegaard vê na Estética como
uma mentira para si mesmo, pois para um ser um verdadeiro modelo para a humanidade ele
primeiro precisa conscientemente escolher isto.

No Mito de Sísifo, Camus conclui que a busca da essência em um mundo desconexo não é um
fardo que deve ser eterno; “Só vemos todo o esforço de um corpo tenso ao erguer a pedra
enorme, empurrá-la e ajudá-la a subir uma ladeira cem vezes recomeçada; vemos o rosto
crispado, a bochecha colada contra a pedra, o socorro de um ombro que recebe a massa
coberta de argila, um pé que a retém, a tensão dos braços, a segurança totalmente humana de
duas mãos cheias de terra”, a consciência do fardo é o primeiro passo para a revolta necessária
que culminará em sua libertação.

Com isto, pode-se concluir que a mensagem de que a busca pela “parte que falta” é uma busca
incessável e virtualmente, se não, impossível, desapontante, é uma ponderação hedonista.
Não necessariamente o semicírculo precisa se transforma em um círculo para que consiga
verdadeiramente ser completo, como tão pouco precisa de uma busca incessável para que
possa apreciar o prazer Estético da contemplação das coisas que apenas são notadas no locus
amoenus arcadista.

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