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ESTRUTURAS DE MICROBIOLOGIA BACTERIANAS

As bactérias são organismos unicelulares primitivos constituídos por


uma única célula (unicelulares), não possuem núcleo celular definido, seu DNA
não está organizado em estruturas elaboradas (única molécula de fita dupla),
(procariontes), não possuem organelas membranosas e pertencem ao reino
Monera. Podem ser encontrados de forma isolada ou em colônias. Suas
necessidades nutricionais são peculiares, vivem parasitando animais, plantas
ou ambientes ricos, como o leite, e geralmente colaboram com processos
nutricionais e digestivos dos seres humanos. Vivem em todos os meios, sejam
aquáticos ou terrestres e são bem resistentes a uma grande variedade de
temperaturas. Algumas vivem em ambientes com temperaturas de 0º C a 18º
C, são as Psicrófilas e outras em temperaturas de 90ºC até 120º C, são as
Hipertermófilas. Assumem formas muito simples: COCOS: esférico, BACILOS:
bastonetes retos; ESPIRILOS: bastonetes encurvados; VIBRIÃO: forma de
virgula. E com essas formas básicas criam arranjos bacterianos.

Estruturas Externas da Célula Bacteriana

O tamanho, a forma e o arranjo das bactérias constituem sua morfologia,


sua aparência externa; a observação interna das estruturas celulares permite
conhecer um pouco o funcionamento da bactéria no ambiente: A parede celular
é uma estrutura rígida que está presente em quase todas as bactérias e
localiza-se acima da membrana citoplasmática. Ela contém polímeros
complexos conhecidos como peptidioglicanos, que são responsáveis pela sua
rigidez. A parede celular impede que a célula estoure em decorrência do
grande turgor, atua como uma barreira de proteção contra determinados
agentes químicos e físicos externos e funciona como suporte de antígenos
somáticos bacterianos.
As bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos, com base na
capacidade de suas paredes celulares fixarem o corante violeta cristal: as
Gram-positivas (que coram em roxo) e as Gram-negativas (que coram em
vermelho).
A parede celular de bactérias Gram-positivas é composta basicamente
por peptidioglicanos, que constitui uma espessa camada ao redor da célula.
Outros Polímeros, tais como ácidos lipoteicóicos e polissacarídeos, também
podem estar presentes nessa camada.

Estruturas Internas da Célula Bacteriana

Citoplasma: É composto pela porção fluida e contém substâncias


dissolvidas e partículas, tais como ribossomos, e material nuclear ou nucleóide,
rico em DNA.
Inclusões citoplasmáticas: As inclusões são formações não vivas
existentes no citoplasma, como grãos de amido, gotas de óleo denominadas de
grânulos, e podem servir como fonte de material de reserva ou energia.
Nucleóide e plasmídeos: As células bacterianas não contêm o núcleo
típico das células animais e vegetais. O cromossomo bacteriano consiste de
um cromossomo único e circular e ocupa uma posição próxima ao centro da
célula. (Nucleóide). Várias bactérias apresentam também moléculas de DNA
extracromossomal, denominadas plasmídeos, as quais são geralmente
circulares, contendo muitas vezes genes que conferem características
adaptativas vantajosas ao microrganismo.
As bactérias são importantes nos processos biotecnológicos, na
indústria, agricultura e na medicina.

MORFOLOGIA E ARRANJO DAS BACTERIAS

São caracterizadas morfologicamente pelo seu tamanho, forma e


arranjo. O tamanho, a forma e o arranjo das bactérias constituem sua
morfologia e sua aparência externa; a observação interna das estruturas
celulares apresentam uma ideia de como a bactéria funciona no ambiente.
A forma diz respeito ao formato individual da célula bacteriana, é
determinada geneticamente, pode ser Monomórfica ou Pleomórfica São
variáveis quanto ao tamanho e quanto às formas que apresentam.
Embora existam milhares de espécies bacterianas, elas podem ser
agrupadas em três tipos morfológicos gerais: cocos, bacilos e espiralados.
Forma de cocos (esféricas): é o grupo de bactérias mais homogêneo
em relação ao tamanho. Os cocos tomam denominações diferentes de acordo
com o seu arranjo: Micrococos (cocos); Diplococos (cocos agrupados aos
pares) Ex: Neisseria meningitides (meningococo); Tétrades (agrupamentos de
quatro cocos); Sarcina (agrupamentos de oito cocos em forma cúbica)
Ex: espécie Sarcina. Estreptococos (cocos agrupados em cadeias)
Ex: Streptococcus salivarius, Streptococcus pneumoniae (pneumococo)
e Streptococcus mutans; Estafilococos (cocos agrupados em grupos
irregulares, lembrando cachos de uva) Ex: Streptococcus
salivarius, Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e Streptococcus mutans.
Este é o grupo mais homogêneo em relação a tamanho, sendo células
menores (0,8-1,0 μm). Tamanho: variam de 0,3 por 0,8 μm até 10 por 25 μm.
As espécies de maior interesse médico medem entre 0,5 a 1,0 μm por 2 a
5 μm. Micrococos: cocos que se separam completamente após a divisão
celular.
Forma de bastonete: (cilíndricas) em forma de bastonete; apresentam
grande variação na forma e no tamanho entre gêneros e espécie. As células
bacterianas cilíndricas ou em bastonetes (bacilos) não apresentam a mesma
disposição dos cocos, mas podem apresentar-se isolados, aos pares
(diplobacilos) e em cadeias (estreptobacilos). Em alguns casos esses arranjos
não constituem padrões morfológicos característicos, mas é devido às etapas
de crescimento ou às condições de cultivo. Apresentam grande variação na
forma e tamanho entre gêneros e espécies. Dentro da mesma espécie os
bastonetes são relativamente constantes sob condições normais de
crescimento, podendo variar em tamanho e espessura (longos e delgados,
pequenos e grossos, extremidade reta, convexa ou arredondada). Quanto ao
arranjo podem variar em: Diplobacilo: bastonetes agrupados aos pares.
Estreptobacilos: bastonetes agrupados em cadeias. Paliçada: bastonetes
alinhados lado a lado como palitos de fósforo. Ex: bacilo da difteria.
Tricomas: similares a cadeias de bastonetes, mas com uma área de
contato muito maior entre as células adjacentes.
Ex: espécies Beggiatoa e Saprospira.
Forma espiraladas: caracterizadas em espiral; dividem-se em:
Espirilos, possuem corpo rígido e movem-se à custa de flagelos externos. Ex.:
Gênero Aquaspirillium. E espiroquetas, são flexíveis e locomovem-se
geralmente por contrações do citoplasma, podendo dar várias voltas completas
em torno do próprio eixo. Além desses três tipos morfológicos, existem
algumas formas de transição como os Bacilos muito curtos denominados de
cocobacilo, e unidades celulares que se assemelham a uma vírgula,
denominados de vibrião. Estas constituem o terceiro grupo morfológico sendo
caracterizada por células de forma espiral que se dividem em:
Espirilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos
externos, dando uma ou mais voltas espirais em torno do próprio eixo.
Ex: Aquaspirillium; Espiroquetas: São flexíveis e locomovem-se provavelmente
às custas de contrações do citoplasma, podendo dar várias voltas completas
em torno do próprio eixo: Ex: Treponema pallidum e Treponema denticola.
Além desses três tipos morfológicos, existem algumas formas de
transição. Quando os bacilos são muito curtos, podem se assemelhar aos
cocos, sendo então chamados de cocobacilos (Ex: Brucella melitensis).
Quando as formas espiraladas são muito curtas, assumindo a forma de vírgula,
eles são chamados de vibrião (Ex: V. cholerae).

MÉTODOS DE CONTROLE MICROBIANO

O controle dos microrganismos é um assunto abrangente e de inúmeras


aplicações práticas envolvendo toda a microbiologia e não só aquela aplicada à
medicina.
A compreensão inadequada ou incompleta de alguns termos básicos no
contexto do controle de microrganismos por métodos químicos ou físicos nos
campos da microbiologia (saúde humana e animal, industrial e ambiental) pode
resultar em procedimentos equivocados ou mesmo insuficientes interferindo na
qualidade de produtos e procedimentos.

Métodos Físicos de Controle


O método mais empregado para matar microrganismos é o calor, por ser
eficaz, barato e prático. Os microrganismos são considerados mortos quando
perdem a capacidade de multiplicar.
Calor úmido: A esterilização empregando calor úmido requer
temperaturas acima de fervura da água (120º). Estas são conseguidas nas
autoclaves, e este é o método preferencial de esterilização desde que o
material ou substância a ser esterilizado não sofra mudanças pelo calor ou
umidade. A esterilização é mais facilmente alcançada quando os organismos
estão em contato direto como vapor, nestas condições o calor úmido matará
todos os organismos.
Calor seco: A forma mais simples de esterilização empregando o calor
seco é a flambagem. A incineração também é uma forma de esterilizar,
empregando o calor seco. Outra forma de esterilização empregando o calor
seco é feita em fornos, e este binômio tempo e temperatura deve ser
observado atentamente. A maior parte da vidraria empregada em laboratório é
esterilizada deste modo.
Pasteurização: consiste em aquecer o produto a uma dada
temperatura, num dado tempo e a seguir, resfria-lo bruscamente, porém a
pasteurização reduz o número de microrganismos presentes mas não assegura
uma esterilização.
Radiações: As radiações têm seus efeitos dependentes do comprimento
da onda, da intensidade, da duração e da distância da fonte. Há pelo menos
dois tipos de radiações empregadas no controle dos microrganismos:
ionizantes e não-ionizantes.
Indicadores biológicos: São suspensões-padrão de esporos
bacterianos submetidos a esterilização juntamente com os materiais a serem
processados em autoclave, estufas e câmera de radiação. Terminado o ciclo,
são colocados em meio de cultura adequada para o crescimento de esporos,
se não houver crescimento, significa que o processo está validado.
Microondas: Os fornos de microondas são cada vez mais utilizados em
laboratórios e as radiações emitidas não afetam o microrganismo, mas geram
calor. O calor gerado é responsável pela morte dos microorganismos. Filtração:
A passagem de soluções ou gases através de filtros, retêm os microrganismos,
então pode ser empregada na remoção de bactérias e fungos, entretanto,
passa a maioria dos vírus.
Pressão Osmótica: A alta concentração de sais ou açúcares cria um
ambiente hipertônico que provoca a saída de água do interior da célula
microbiana. Nessas condições os microorganismos deixam de crescer e isto
tem permitido a preservação de alimentos.
Dessecação: Na falta total de água, os microrganismos não são
capazes de crescer, multiplicar, embora possam permanecer viáveis por vários
anos. Quando a água é novamente reposta, o microorganismo readquire a
capacidade de crescimento. Esta peculiaridade tem sido muito explorada pelos
microbiologistas para preservar microorganismos e o método mais empregado
é a liofilização.

Métodos Químicos de Controle

Os agentes químicos são apresentados em grupos que tenham em


comum, ou as funções químicas, ou elementos químicos, ou mecanismo de
ação.
Álcoois: A desnaturação de proteínas é explicação mais aceita para a
ação antimicrobiana. Na ausência de água, as proteínas não são desnaturadas
tão rapidamente quanto na sua presença. Alguns glicóis podem ser usados,
dependendo das circunstâncias, como desinfetantes do ar.
Aldeídos e derivados: Podem ser facilmente solúvel em água, é
empregado sob a forma de solução aquosa em concentrações que variam de 3
a 8%. A metenamina é um antisséptico urinário que deve sua atividade à
liberação de aldeído fórmico. Em algumas preparações, a metenamina é
misturada ao ácido mandélico, o que aumenta seu poder bactericida.
Fenóis e derivados: O fenol é um desinfetante fraco, tendo interesse
apenas histórico, pois foi o primeiro agente a ser utilizado como tal na prática
médica e cirúrgica, os fenóis atuam sobre qualquer proteína, mesmo aquelas
que não fazem parte da estrutura ou protoplasma do microorganismo,
significando que, em meio orgânico proteico, os fenóis perdem sua eficiência
por redução da concentração atuante.
Halogênios e derivados: Entre os halogênios, o iodo sob forma de
tintura é um dos antissépticos mais utilizados na práticas cirúrgicas. O
mecanismo de ação é combinação irreversível com proteínas, provavelmente
através da interação com os aminoácidos aromáticos, fenilalanina e tirosina.
Ácidos inorgânicos e orgânicos: Um dos ácidos inorgânicos mais
populares é o ácido bórico; porém, em vista dos numerosos casos de
intoxicação, seu emprego é desaconselhado. Desde a muito tempo tem sido
usados alguns ácidos orgânicos, como o ácido acético e o ácido láctico, não
como antissépticos mas sim na preservação de alimentos hospitalares.
Agentes de superfície: Embora os sabões se encaixem nessa
categoria são compostos aniônicos que possuem limitada ação quando
comparada com a de substância catiônicas. Dentre os detergentes catiônicos
os derivados de amônia tem grande utilidade nas desinfecções e antissepsias.
O modo preciso de ação dos catiônicos não está totalmente esclarecido,
sabendo-se, porém, que alteram a permeabilidade da membrana, inibem a
respiração e a glicólise de formas vegetativas das bactérias, tendo também
ação sobre fungos, vírus e esporos bacterianos.
Metais pesados e derivados: O baixo índice terapêutico dos mercuriais
e o perigo de intoxicação por absorção fizeram com que aos poucos deixassem
de serem usados, curiosamente alguns derivados mercuriais tiveram grande
aceitação, embora dotados de fraca atividade bactericida e bacteriostática in
vivo, como o merbromino.
Agentes oxidantes: A propriedade comum destes agentes é a liberação
de oxigênio nascente, que é extremamente reativo e oxida, entre outras
substâncias o sistemas enzimáticos indispensáveis para a sobrevivência dos
microorganismos.
Esterilizantes gasosos: Embora tenha atividade esterilizante lenta o
óxido de etileno tem sido empregado com sucesso na esterilização de
instrumentos cirúrgicos, fios de agulhas para suturas e plásticos.

Alguns termos importantes no controle de microrganismos

Os antibióticos são também antimicrobianos, mas são


usualmente ingeridos e, às vezes, injetados. Alguns por serem relativamente
tóxicos, são utilizados apenas em forma de pomada. A eficácia dos antibióticos
é avaliada de maneira muito diferente que desinfetantes químicos. O
mecanismo de ação dos antibióticos é geralmente conhecido e, em geral, estas
drogas funcionam enganando, em geral, o metabolismo microbiano.
Desinfetantes químicos ou físicos: não diferenciam bactérias das
células de nosso corpo e, por isto, os desinfetantes químicos, em geral, são
muito mais tóxicos e são aplicados em superfícies inertes e não em pacientes.
Esterilizante: Produto ou equipamento capaz de matar ou remover
todos os microrganismos de um ambiente, inclusive os mais resistentes. A
esterilização deve ser entendida como um procedimento absoluto e não
relativo. Por exemplo, não existe esterilização parcial ou meia esterilização ou,
por exemplo, estar estéril para bactérias, mas não para vírus.
Desinfetante: Produto ou equipamento capaz de reduzir a níveis
seguros microrganismos indesejáveis, matando-os. Este microrganismos
indesejáveis variam nos diferentes campos da microbiologia, mas às vezes,
alguns são os mesmos. Neste conceito, os desinfetantes não precisam ter
necessariamente atividade esporocida. Alguns desinfetantes melhores podem
até ser esporocidas, mas as espécies de esporos bacterianos que atingem,
geralmente, são mais frágeis do que aqueles usados para validar
esterilizantes.
Conservante: Produto com atividade stática, mas com o tempo pode
causar a morte de alguns microrganismos. Os conservantes, ou também
conhecidos como preservantes, em geral, mantém os níveis baixos de
microrganismos. Usualmente, são aplicados em alimentos, mas podem ser
incorporados em muitos outros produtos em que a deterioração microbiana é
possível como os cosméticos, tintas, etc.
Saneante: Produto que não mata necessariamente microrganismos,
usualmente mantém níveis baixos destes. Os saneantes são compostos com
atividade antimicrobiana cujos resíduos podem ser ingeridos em pequena
quantidade. O exemplo mais clássico é o uso de saneantes na
descontaminação de pratos, talheres, panelas de hospitais ou mesmo os
resíduos de cloro que existem na água potável. O compostos ativo mais usado
é o cloro em baixa concentração. Quanto maior a carga microbiana no início de
um processo de descontaminação, menor é a chance da eficácia esperada.
Antisséptico: Na verdade, nada mais é do que um desinfetante
cutâneo. É um composto ativo sem alvo especifico, ao contrário da pomada
antibiótica. Os antissépticos, em concentração baixa, podem ser aplicados a
tecidos vivos como a pele e mucosas. Pode ser aplicado por pouco tempo com
objetivo de matar possíveis microrganismos indesejáveis e impedir a instalação
e multiplicação destes.
Antissepsia: A princípio, é um conjunto de regras e normas aplicadas
na manutenção da esterilidade de um objeto ou equipamento, previamente
estéril quando manipulado. Isto não impede que estas condutas sejam
aplicadas em procedimentos cirúrgicos, como também no repique de uma
determinada bactéria em estudo, próximo ao bico de Bunsen ou em capela de
fluxo laminar. Assim, ocorre a manipulação apenas da bactéria em estudo e
não das bactérias contaminantes do ar ou da orofaringe do técnico, que
prejudicariam totalmente o estudo.
Detergente: é composto aniônico, miscível em água. É apenas um
sabão para ajudar a limpeza, mas não "mata" microrganismos em geral,
apenas os remove vivos de um lugar. Mas, a limpeza com água e sabão é
fundamental para iniciar em seguida os processos de descontaminação. Após
o sabão, é fundamental lavar em seguida com bastante água para que a
limpeza seja eficaz. Não confundir os sabões catiônicos (ex.: sabão de
cozinha) com os compostos de amônio quaternário, que são compostos que
possuem atividade detergente reduzida, são agentes desinfetantes químicos e
matam microrganismos. Estes produtos predominam, atualmente, nas
prateleiras de supermercados por serem pouco tóxicos. Os desinfetantes
domésticos funcionam, geralmente, quando não diluídos. No entanto, os
compostos de amônio quaternário são sensíveis a matéria orgânica. Desta
maneira, a limpeza prévia com água e sabão de uma superfície é importante.
Por exemplo, se a pia de uma cozinha estiver suja, sem lavar bem antes, o
desinfetante reage com a sujeira residual e perde "força" na sua ação contra as
bactérias.
Descontaminação: Promoção da atividade antimicrobiana. O termo
é muito genérico no contexto de controle de microrganismos e pouco
específico. No entanto, para tornar-se mais claro, deve ser especificado ao que
se pretende com a descontaminação. Pode-se também descontaminar
equipamentos de uma indústria. Neste caso, ocorrem diversos etapas e
procedimentos para que este equipamento não contamine o produto final.
Germicida (termo em desuso): Mata germes! O termo não é específico,
muito genérico.
Microbiocida: Mata micróbios! Termo não especifico e também muito
genérico.
Biocida: Mesmo que Microbiocida
Desodorante: geralmente, um composto ativo contra bactérias
causadoras de mal cheiro.
Desinfestação: remover ou matar insetos.
Deodorante: perfume.
Fumigação: Aspersão de gás ou liquido no ambiente para
atividade germicida, microbiocida ou biocida.

Fonte: Jorge Timenetsky (Lattes).


Laboratório de Bactérias Oportunistas - Departamento de
Microbiologia - ICB/USP. 2017.

Terminologias

Esterilização: Processo de destruição de todas as formas de vida de


um objeto ou material. É um processo absoluto, não havendo grau de
esterilização.
Desinfecção: Destruição de microrganismos capazes de transmitir
infecção. São usadas substâncias químicas que são aplicadas em objetou os
materiais. Reduzem ou inibem o crescimento, mas não esterilizam
necessariamente.
Antissepsia: Desinfecção química da pele, mucosas e tecidos vivos, é
um caso da desinfecção.
Germicida: Agente químico genérico que mata germes.
Bacteriostase: A condição na qual o crescimento bacteriano está
inibido, mas a bactéria não está morta. Se o agente for retirado o crescimento
pode recomeçar.
Assepsia: Ausência de microrganismos em uma área. Técnicas
assépticas previnem a entrada de microrganismos.
Degermação: Remoção de microrganismos da pele por meio de
remoção mecânica ou pelo uso de antissépticos.

Fonte: Fernanda Teixeira.


Controle de Microorganismos. 2017.

METABOLISMO BACTERIANO

A tomada de nutrientes e posterior metabolismo são influenciados por


fatores físicos e químicos do meio ambiente. Os principais fatores são:
temperatura, pH, presença de oxigênio, pressão osmótica e luz.
Uma vez garantidos pelo ambiente os nutrientes e as condições
adequadas para assimilá-los, as bactérias vão absorvê-los e transformá-los
para que cumpram suas funções básicas, quais sejam, o suprimento de
energia e de matéria prima.
Como matéria-prima, os nutrientes vão ser transformados em estruturas
celulares ou em moléculas acessórias à sua síntese e funcionamento.
Existem duas classes de nutrientes que são indispensáveis às
bactérias: 
Macronutrientes (carbono,oxigênio, nitrogênio, enxofre, fósforo e hidrogênio); e
micronutrientes (ferro, zinco, manganês, cálcio, potássio, sódio, cobre,
cloro, cobalto, molibdênio, selênio, magnésio, entre tantos outros).
Mas é preciso mais que os nutrientes para que elas se alimentem, é
preciso o metabolismo, pois é através dele que elas transformam o que tem à
disposição em alimento. Considerando seu metabolismo dependente de fontes
de carbono, as bactérias podem ser autotróficas (ex.: espécies que produzem
matéria orgânica através da fotossíntese) ou heterotróficas (ex.: espécies
parasitas). No primeiro caso elas adquirem as moléculas de que precisam
através do dióxido de carbono, já no segundo caso elas captam do ambiente o
alimento de que necessitam. As heterotróficas podem ser bactérias anaeróbias
obrigatórias (morrem na presença de oxigênio), anaeróbias
facultativas (suportam bem a ausência ou a presença de oxigênio) ou aeróbias
obrigatórias (só sobrevivem se houver oxigênio).
Se levar-se em consideração seu metabolismo baseado na fonte de
energia, tem-se bactérias dependentes de luz ou de compostos químicos. Se
for de luz, captam energia solar através da bacterioclorofila (um tipo específico
de clorofila), no momento em que fazem a fotossíntese. Se for de composto
químico, a energia adquirida será a química e mais tarde será convertida em
energia de ligação para unir compostos inorgânicos oxidados. Esta reação
acontece na ausência de luz solar, por isso conhecida como reação de escuro.
A absorção de nutrientes para a realização do metabolismo só ocorre
porque há fatores de crescimento (ambientais) que influenciam no
desenvolvimento da bactéria.
Alguns exemplos desses fatores são: luz, temperatura, pH, oxigênio e
pressão osmótica. Cada organismo tem uma temperatura ótima de
crescimento, ou um pH favorável para realizar seu metabolismo com sucesso.
Isso vai variar de espécie para espécie.
Obtenção de energia: As substâncias com alto valor energético são
sempre aquelas com elevado grau de redução, e grande parte das bactérias
(exceção às fotossintetizantes) vai obter toda energia de que necessita por
oxidação desses substratos.
As substâncias preferencialmente oxidadas por microrganismos são os
açúcares, seguidos de proteínas, peptídeos e, mais raramente, as gorduras.
As bactérias utilizam energia para o transporte de nutrientes, o
movimento dos flagelos, mas, sobretudo para as biossínteses.
A maioria das reações biológicas ocorre na ausência de oxigênio, por
desidrogenação.
Em biologia, pode-se dizer que a perda de um elétron equivale a perda
de um hidrogênio. Pode-se, então, definir oxidação como o ganho de um
hidrogênio e redução como a perda de um hidrogênio.
Fermentação: Metabolismo no qual os compostos orgânicos servem
como doadores e receptores de elétrons (hidrogênio). A fermentação conduz,
geralmente, à cisão parcial de moléculas de glicose (glicólise). Conceito antigo
(clássico): decomposição microbiana de carboidratos na ausência de oxigênio.
Dentre os vários tipos de fermentação, pode-se citar: Fermentação homolática:
produção de ácido lático como produto final; Fermentação alcoólica: produção
de álcool como produto final; Fermentação mista: produção de álcool, ácido e
gás. Fermentação butileno-glicólica: produção do butileno glicol (não ácido)
como produto final.
Putrefação: Decomposição de compostos nitrogenados (proteínas),
utilizando-se de substância orgânica como aceptor-doador de elétrons. É um
tipo de fermentação que produz produtos finais de odor desagradável: indol,
escatol, ácido sulfídrico.
Respiração: Decomposição microbiana de substratos cujo receptor de
hidrogênio é o oxigênio. Na respiração ocorrem as seguintes etapas: Ciclo de
Krebs; Cadeia transportadora de elétrons; Fosforilação oxidativa.
Respiração anaeróbica: Quando o oxigênio é substituído por outro
receptor inorgânico de elétrons.

METABOLISMO BACTERIANO: TEMPERATURA E OXIGÊNIO

Temperatura: Cada tipo de bactéria apresenta uma temperatura ótima


de crescimento, em torno desta temperatura observa-se um intervalo dentro do
qual o desenvolvimento também ocorre, sem, no entanto, atingir o seu máximo.
Ultrapassado o limite superior, rapidamente ocorre desnaturação do material
celular e, consequentemente, a morte da célula. As temperaturas inferiores à
ótima levam a uma desaceleração das reações metabólicas, com diminuição
da velocidade de multiplicação celular, que em caso extremo, fica impedida.
As variações quanto ao requerimento térmico permite classificar as bactérias
segundo a temperatura ótima para o seu crescimento, em: psicrófilas: entre 12
e 17º C; mesófilas: entre 28 e 37ºC; termófilas: 57 e 87ºC. Embora grupos
excêntricos, que necessitam de altas temperaturas para o seu crescimento, a
maioria concentra-se no grupo de mesófilas, principalmente as de interesse
médico, veterinário e agronômico.
PH: Os valores de pH em torno da neutralidade são os mais adequados
para absorção de alimentos para a grande maioria das bactérias. Existem, no
entanto, grupos adaptados a viver em ambientes ácidos e alcalinos.
Oxigênio: O oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo para as
bactérias, o que permite classificá-las em: aeróbias estritas: exigem a presença
de oxigênio, como as do gênero Acinetobacter; microaerófilas: necessitam de
baixos teores de oxigênio, como o Campylobacter jejuni; facultativas:
apresentam mecanismos que as capacitam a utilizar o oxigênio quando
disponível, mas desenvolver-se também em sua ausência. Escherichia coli e
várias bactérias entéricas têm esta característica; anaeróbias estritas: não
toleram o oxigênio. Ex.: Clostridium tetani, bactéria produtora de potente toxina
que só se desenvolve em tecidos necrosados carentes de oxigênio.

Fonte: Darlene Ana de Paula Vieira e Nayara Cláudia de Assunção Queiroz


Fernandes.
Microbiologia Geral.
Rede E-Tec Brasil. 2012.
RESUMO

CÉLULAS PROCARIONTES
• São células de estrutura mais simples, pois não apresentam envoltório
nuclear nem organelas revestidas por elaborados sistemas de membranas.
• São as células mais antigas da Terra.
• Todas as bactérias possuem células com padrão procarionte.

ESQUEMA DIDÁTICO DE UMA CÉLULA BACTERIANA E SEUS


PRINCIPAIS CONSTITUINTES
• Menores seres vivos e os mais simples do ponto de vista estrutural.
• Sob o ponto de vista bioquímico e metabólico, são seres complexos e
diversificados, bem adaptadas a habitats variados.

BACTÉRIAS
• Encontradas em todos os locais da Terra, na superfície e interior do
corpo dos seres pluricelulares (inclusive o homem).
• Muitas bactérias são extremamente benéficas, participando de
processos de decomposição na natureza e possuindo importância econômica.
• Algumas, porém, são patogênicas.

FORMATO DAS BACTÉRIAS


A forma é diversificada, podendo ser classificadas em:
Cocos
Bacilos
Espirilos
Vibriões
Muito frequentemente aparecem em grupos, não isoladas.

FORMATO DAS BACTÉRIAS ESTRUTURA BACTERIANA


• Possuem Membrana Plasmática
• Parede Bacteriana (camada rígida e espessa)
• Pode ocorrer presença de CÁPSULA (terceira camada nem sempre
presente ao redor da célula)
• Nucleóide
• Organelas citoplasmáticas, como os Ribossomos

ESTRUTURA BACTERIANA
• Podem ocorrer prolongamentos filamentosos de 2 tipos:
• 1) Flagelos
• 2) Fímbrias (Pili)

PROLONGAMENTOS CELULARES
• Flagelo: Prolongamento da célula responsável pela movimentação.
São polímeros da proteína Flagelina.
• Fímbrias: Prolongamentos finos e não-móveis. Exercem papel de
fixação das bactérias às células hospedeiras e participam da transferência de
DNA de uma célula para outra.

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