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Ciências Humanas e suas

Tecnologias - História
Ensino Fundamental, 9º Ano
Governos Militares no Brasil
História, 9º Ano do Ensino Fundamental
Governos Militares no Brasil

BRASIL: os primeiros anos da década de 1960

• As lutas operárias chegam ao auge com a criação de uma única frente de luta
sindical (em 1961, foram 180 greves, em 1962 foram 184, só no estado de São
Paulo);
• Em 1962, é aprovado o Estatuto do Trabalhador Rural;
• Cogitava-se, cada vez mais, a necessidade por Reforma Agrária, principalmente
entre os setores ligados ao presidente João Goulart;
• João Goulart apresenta à nação o PLANO TRIENAL que pretendia, por meio de
corte de gastos públicos e da realização de reformas de base, reduzir a inflação e
as desigualdades sociais;
• A sociedade se aproxima do modelo americano de vida através do consumo,
enquanto o governo mostra tendências cada vez mais socialistas;
• Em 1963, é realizado um plebiscito popular que vota a favor da volta ao
presidencialismo. Aumenta a oposição ao governo, a população exige que Jango
faça as reformas, mas, sem apoio político, o presidente não consegue levá-las
adiante.
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BRASIL: os primeiros anos da década de 1960

A conjugação desses fatores terminaria por conduzir o nacionalismo reformista de


João Goulart ao fracasso.
O estopim do golpe militar aconteceu em março de 1964, quando Jango, após um
discurso inflamado no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a
nacionalização das refinarias estrangeiras de petróleo. Em 31 de março, os
militares iniciam a tomada do poder. No dia 2 de abril, o presidente João Goulart
partiu de Brasília para Porto Alegre.

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Charges
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O GOLPE MILITAR DE
1964 NO BRASIL
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O QUE FOI O GOLPE MILITAR DE 1964?

O mundo passava pela Guerra Fria (disputa entre os blocos comunista X capitalista), e
muitos temiam que João Goulart se alinhasse com o comunismo soviético ou chinês
(inclusive ele acabara de voltar da China poucos dias antes de sua posse). Muitos de
seus aliados eram, de fato, progressistas de esquerda e isso ameaçava o projeto de
desenvolvimento almejado pelos setores conservadores. A luta de classes estava se
acirrando. Ao anunciar suas reformas de base, de cunho social (envolvendo reforma
agrária, salário-mínimo, etc.), seus opositores aproveitaram o ensejo e incitaram o
golpe, sob o pretexto de estar combatendo o "inimigo vermelho" que visava, segundo
os golpistas, abolir a propriedade privada, estimular a degeneração moral, a anarquia,
etc.
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OS GOVERNOS MILITARES

As forças que assumiram o poder em 1964 tinham como prioridade econômica o


crescimento acelerado.

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Imagem: Stayfree / McNEIL-PCC, inc /

pg
Nesse período áureo do desenvolvimento brasileiro em que, paradoxalmente,
houve aumento da concentração de renda e da pobreza, instaurou-se um
pensamento ufanista de "Brasil potência“.
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Este milagre econômico, cujo auge se deu entre 1969 a 1973, era sustentado por
três tripés:
• A concentração de renda: marcado pela redução do poder aquisitivo do salário, e
criação de novos impostos. Foi criado o IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados), que na prática não adiantou em nenhum benefício para a
população.
• Expansão de crédito ao consumidor: servia para ampliar a demanda de bens
duráveis (casas, automóveis, eletrodomésticos, etc), possibilitando a participação da
classe média nesse patamar de consumo. Porém, com o aumento do dinheiro em
circulação, a taxa de juros e a inflação tendiam a aumentar constantemente.
• Abertura externa da economia brasileira: englobava tanto os incentivos às
exportações como os atrativos para investimentos estrangeiros no Brasil. Foi
extraordinário o número de pequenas e médias empresas nacionais que entraram
em falência nesse período.

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MODELO POLÍTICO DOS GOVERNOS MILITARES

• Os governos militares impuseram um governo baseado na centralização de


poder, no fortalecimento do Executivo, controle da estrutura partidária, dos
sindicatos, censura aos meios de comunicação e repressão a quaisquer
forma de oposição;
• O termo federação foi transformado em mera ficção;
• Eliminaram-se as eleições diretas para presidente e para governadores de
estado;
• Os prefeitos dos municípios passaram a ser nomeados;
• Ministros do Supremo Tribunal Federal foram obrigados a abandonar suas
funções;
• A toda hora eram criados Atos Institucionais e complementares;
• Os partidos políticos foram extintos e surgiram apenas dois: a Arena e o
MDB (que fazia oposição de fachada);
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MODELO POLÍTICO DOS GOVERNOS MILITARES

• A lei de greve foi criada proibindo qualquer tipo


de greve de natureza política, social ou religiosa;
• Jornais foram ocupados e os dos oposicionistas
http://pimentacomlimao.fil foram fechados. Em 1967 é criada a Lei de
es.wordpress.com/2010/0 Imprensa e a Lei de Segurança Nacional;
4/grauna_que-pais-foi- • Foram realizadas prisões arbitrárias, intervenções
este.jpg?w=279&h=372 nos sindicatos, demissões em órgãos públicos;
• Entre 1969-1970 é criado o DOI-CODI
(Departamento de Operações e Informações –
Centro de Operações de Defesa Interna) que
realizava prisões e torturas.
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O GOVERNO DO MARECHAL CASTELLO BRANCO 1964-67

Imagem: Governo do Brasil / Public


Domain
• Indicado como presidente da República pela junta militar golpista, o marechal era
considerado um militar de tendência moderada;
• Assinou o Ato Institucional nº 2 (AI-2), que ampliou significativamente o poder do
Executivo Federal, estabeleceu eleições indiretas para presidente da República e
extinguiu todos os partidos políticos;
• Também promulgou o AI-4, obrigando o Congresso a discutir e aprovar uma nova
Constituição com características autoritárias;
• Adotou uma política econômica antiinflacionária que causou desemprego e
provocou arrocho salarial (diminuição dos salários).
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O GOVERNO DO MARECHAL COSTA E SILVA 1967-69

• Avanço do processo de institucionalização da


ditadura;
• Buscou combater os três principais focos de
OPOSIÇÃO: os políticos influentes, os grupos
e organizações políticas de esquerda, e os
estudantes universitários;
• Fechou o Congresso Nacional e editou o Ato
Institucional nº 5 (AI-5), considerado o pior
de todo o regime;
• Seu mandato foi interrompido por uma grave
doença: um derrame cerebral.
Impossibilitado de governar, seu governo foi
substituído por uma junta militar.

Imagem: Governo do Brasil / Public Domain


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O ATO INSTITUCIONAL Nº5 ou simplesmente o AI-5

• Concedia poder ao Presidente da República para dar recesso à Câmara dos


Deputados, Assembleias Legislativas (estaduais) e Câmara de vereadores
(Municipais). No período de recesso, o poder executivo federal assumiria as
funções destes poderes legislativos;
• Concedia poder ao Presidente da República para intervir nos estados e
municípios, sem respeitar as limitações constitucionais;
• Concedia poder ao Presidente da República para suspender os direitos políticos,
pelo período de 10 anos, de qualquer cidadão brasileiro;
• Concedia poder ao Presidente da República para cassar mandatos de deputados
federais, estaduais e vereadores;
• Proibia manifestações populares de caráter político;
• Suspendia o direito de habeas corpus (em casos de crime político, crimes contra
ordem econômica, segurança nacional e economia popular).
• Impunha a censura prévia para jornais, revistas, livros, peças de teatro e músicas.
O GOVERNO DO GENERAL GARRASTAZU MÉDICI 1969-74

• Conseguiu apaziguar os quartéis ao permitir que as


aspirações e interesses dos militares direitistas
radicais se expressassem em seu governo;
• Período quando se registraram os maiores índices
de desenvolvimento e crescimento econômico do
país;
• Regiões pouco conhecidas e habitadas do país,
como a Amazônia e a Região Centro-Oeste,
receberam estímulo governamental para serem
exploradas economicamente;
• Por outro lado, os empréstimos estrangeiros
geraram uma dívida externa tão elevada e custosa
que bloqueou por décadas o crescimento e
desenvolvimento sustentável do país;
Imagem: Governo do Brasil / Public • A seleção tricampeã do mundo é usada como
Domain
propaganda do regime.
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O GOVERNO DO GENERAL ERNESTO GEISEL 1974-79

• Seu governo previa a adoção de um conjunto de


medidas políticas liberalizantes, cuidadosamente
controladas pelo Executivo Federal;
• Houve tentativas de golpe contra o governo,
promovidas por setores militares radicais;
• Fez concessões ao aparato repressivo ao impedir
pressões provenientes das oposições, em particular,
do MDB, da Igreja Católica e também de setores da
imprensa;
• O episódio mais grave ocorrido no mandato de
Geisel foi a morte sob tortura do jornalista Vladimir
Herzog, em outubro de 1975, no DOI-CODI do 2º.
Exército em São Paulo;
• Os operários metalúrgicos da região do ABCD
paulista, desencadearam o maior ciclo grevista da Imagem: Governo do Brasil / Public Domain

história do país.
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VLADIMIR HERZOG

O jornalista Vladimir Herzog de 38 anos, diretor de


jornalismo da TV Cultura de São Paulo, foi encontrado
morto, supostamente enforcado, nas dependências
do 2º Exército, em São Paulo, em 25 de outubro de
1975. No dia seguinte à morte, o comando do
Saiba mais no link:
Departamento de Operações de Informações e
http://pnld.moderna.c
Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI),
om.br/2012/06/27/o-
órgão de repressão do exército brasileiro, divulgou
misterioso-caso-de-
nota oficial, informando que Herzog havia cometido
vladimir-herzog/
suicídio na cela em que estava preso.
Três anos depois, no dia 27 de outubro de 1978, o
processo movido pela família do jornalista revelou a
verdade sobre a morte de Herzog. A União foi
responsabilizada pelas torturas e pela morte do
jornalista. Foi o primeiro processo vitorioso movido
por familiares de uma vítima do regime militar contra
o Estado.
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O GOVERNO DO GENERAL JOÃO FIGUEIREDO 1979-85

• A ditadura militar perdeu legitimidade social e


sofreu desgaste político;
• Em fevereiro de 1978 foi criado, no Rio de
Janeiro, o primeiro Comitê Brasileiro pela Anistia
(CBA);
• A ARENA e MDB foram extintos. Os políticos
governistas criaram o Partido Democrático
Social (PDS), enquanto o MDB se transformou
no PMDB. Surgiu também o Partido
Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB);
• Herdou uma grave crise econômica;
• A partir de 1983, estudantes, líderes sindicais e
políticos, setores da Igreja católica, artistas e
personalidades da sociedade civil e milhares de
populares compunham as forças que
Imagem: Foto oficial de João Figueiredo,
reivindicavam eleições diretas. presidente do Brasil entre 1979 e 1985 /
Governo do Brasil / Domínio público.
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A CENSURA DURANTE O REGIME

Usar a arte como instrumento de agitação política - caminho apontado pelo Centro
Popular de Cultura da UNE no início dos anos 60 - acaba tendo vários seguidores.
Os festivais de música do final dessa década revelam compositores e intérpretes
das chamadas canções de protesto, como Geraldo Vandré, Chico Buarque de
Holanda e Elis Regina. O cinema traz para as telas a miséria de um povo sem
direitos mínimos, como nos trabalhos de Cacá Diegues e Glauber Rocha. No
teatro, grupos como o Oficina e o Arena procuram dar ênfase aos autores
nacionais e denunciar a situação do país. Com o AI-5, as manifestações artísticas
são reprimidas e seus protagonistas, na grande maioria, empurrados para o exílio.
Na primeira metade dos anos 70, são poucas as manifestações culturais
expressivas, inclusive na imprensa, submetida à censura prévia.
O império do terror no governo Médici (1969/74), com censura acirrada, invasões
a domicílios, assassinatos e “desaparecimento” de presos políticos, através da ação
dos DOI-CODIS, visando à extinção de qualquer tipo de oposição ao governo
militar, foi o principal causador da destruição de muitas das atividades culturais
nos anos de 1970.
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A CENSURA DURANTE O REGIME

Em 15 de setembro de 1972, o seguinte telegrama


exemplificador foi recebido pelo diretor da filial de Brasília do
jornal O Estado de São Paulo
“De ordem do senhor ministro da Justiça fica expressamente
proibida a publicação de: notícias, comentários, entrevistas ou
critérios de qualquer natureza, abertura política ou
democratização ou assuntos correlatos, anistia a cassados ou
revisão parcial de seus processos, críticas ou comentários ou
editoriais desfavoráveis sobre a situação econômico-financeira,
ou problema sucessório e suas implicações. As ordens acima
transmitidas atingem quaisquer pessoas, inclusive as que já
foram ministros de Estado ou ocuparam altas posições ou funções
em quaisquer atividades públicas. Fica igualmente proibida pelo
senhor ministro da Justiça a entrevista de Roberto Campos.“
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A CENSURA DURANTE O REGIME

Alguns dos artistas censurados durante a ditadura militar: Caetano Veloso,


Chico Buarque, Elis Regina, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Milton
Nascimento, Raul Seixas, Toquinho, entre outros.
Algumas telenovelas que sofreram censura: ‘Roque Santeiro’, de Dias Gomes;
‘Escalada’, de Lauro César Muniz; ‘Pecado Capital’, de Janete Clair; e ‘Vale
Tudo’, de Gilberto Braga.

“A censura era canhestra, mesquinha, burra. Como dialogar com as


toupeiras que tinham o poder de impedir nossa livre expressão? Não
tinham argumentos objetivos, lógicos, nem de tipo nenhum. Era: ‘isso não
pode mesmo’, ‘nosso regime tem uma clareza do que é nocivo para o
público’...”
Lauro César Muniz
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"O Bêbado e a Equilibrista" é uma das mais famosas músicas que berraram nos
ouvidos da covarde ditadura - mesmo "covarde ditadura" sendo redundante, vale
destacar - militar que assolou - e assombrou - o Brasil de 1964 a 1985. A música foi
composta por Aldir Blanc e João Bosco e lançada no LP "Linha de Passe", em 1979
é gravada por Elis Regina, voz que deu forma à música e ficou conhecidíssima.

Imagens da esquerda para a direita: (A) TV Brasil / Creative Commons Attribution 3.0 Brazil. (B) Rei Momo / GNU Free Documentation License
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AS DIRETAS JÁ!

Entre os últimos meses de 1983 e abril


de 1984, o Brasil foi agitado por um dos
maiores movimentos cívicos de sua
história: a campanha das "Diretas Já".
Grandes manifestações populares
aconteceram em todo o país, http://3.bp.blogspot.com/_0_hWe8JbJQo/SnWtpSmyU5I/AAA
reivindicando o restabelecimento das AAAAAAQE/S2PBfotsSXM/s400/diretas+j%C3%A1.bmp

eleições diretas para presidente da


República, que haviam sido substituídas
por um pleito indireto no Congresso
nacional durante o regime militar.
A campanha ganhou as ruas,
arregimentando um número crescente
de partidários em todo o país, nos mais
diversos setores da sociedade.
Reuniram-se lideranças políticas,
sindicais, eclesiásticas e estudantis.
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Vários artistas, jogadores de futebol e jornalistas aderiram ao


movimento, fazendo-o ganhar cada vez mais simpatizantes
entre as camadas populares.
Apesar do anseio explícito da maioria da população brasileira,
o governo militar, sob o comando do general-presidente João
Figueiredo, ainda tinha poder sobre o Congresso. A emenda
Dante de Oliveira, que precisava de 2/3 dos votos dos
parlamentares para ser aprovada, acabou rejeitada.

Votaram a seu favor 298 parlamentares; 65 foram contra e 3


se abstiveram. Porém, para não desagradar aos militares nem
aos seus eleitores, 112 simplesmente não compareceram à
votação. Assim, por 22 votos, os brasileiros tiveram adiado o
sonho de votar para presidente da República - o que só
aconteceria em 1989.
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O FIM DO REGIME MILITAR

Quando a emenda constitucional que


propunha eleições diretas para presidente foi
rejeitada pelo Congresso Nacional, em 1984,
um dos líderes do movimento que incendiara
o país em defesa do voto livre sentiu que
chegara sua hora. Mesmo tendo de concorrer
no Colégio Eleitoral, composto em sua
maioria por deputados e senadores do
governista Partido Democrático e Social ,
Tancredo Neves lançou-se candidato pelo
Partido do Movimento Democrático
Brasileiro, de oposição. Venceu em 15 de
janeiro de 1985, data que simboliza o fim de
mais de vinte anos de ditadura militar.

Imagem: Agência Brasil / Creative


Commons Attribution 3.0 Brazil
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TRECHO DO DISCURSO DE TANCREDO NEVES PREPARADO PARA A POSSE NA


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, EM MARÇO DE 1985.

‘Não celebramos, hoje, uma vitória política. Esta solenidade não é a do júbilo de
uma facção que tenha submetido a outra, mas festa da conciliação nacional, em
torno de um programa político amplo, destinado a abrir novo e fecundo tempo ao
nosso País. A adesão aos princípios que defendemos não significa,
necessariamente, a adesão ao governo que vamos chefiar. Ela se manifestará
também no exercício da oposição. Não chegamos ao poder com o propósito de
submeter a Nação a um projeto, mas com o de lutar para que ela reassuma, pela
soberania do povo, o pleno controle sobre o Estado. A isso chamamos democracia.

É tempo, portanto, de edificar um Estado que sirva à plenitude de nosso povo. Não
deve ser um Estado que as elites outorguem à Nação, em orgulhoso ato de poder,
mas que se erga, da consciência coletiva, como resposta a anseios e necessidades.
Ele deve ser construído para promover a ordem e a justiça. Ordem e justiça se
fazem com a lei. E a lei deve ser a organização social da liberdade.’
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ATIVIDADES

1. “...Meu Brasil... que sonha com a volta do irmão do Henfil com tanta gente que
partiu num rabo de foguete chora a nossa pátria mãe gentil choram Marias e
Clarices no solo do Brasil..." Esse trecho de O BÊBADO E A EQUILIBRISTA, de João
Bosco e Aldir Blanc, expressa qual momento político brasileiro? Analise o
panorama cultural do período retratado.

2. Sobre o fim do período militar no Brasil (1964-1985), pode-se afirmar que ocorreu
de forma
a) conflituosa, resultando em um rompimento entre as forças armadas e os
partidos políticos.
b) abrupta e inesperada, como na Argentina do General Galtieri.
c) negociada, como no Chile, entre o ditador e os partidos na ilegalidade.
d) lenta e gradual, como desejavam setores das forças armadas.
e) sigilosa, entre o presidente Geisel e Tancredo Neves, à revelia do exército e dos
partidos.
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3. O governo dos presidentes Geisel e Figueiredo foram marcados pela chamada


"distensão política, gradual e segura". Sobre ela, pode-se afirmar que
a) ocorreu graças à delegação paternalista do poder militar, então hegemônico.
b) se desenvolveu pela pressão direta do governo norte-americano.
c) ocorreu pela pressão dos setores políticos e econômicos dominantes no Brasil,
em busca de novas relações de hegemonia.
d) surgiu e se desenvolveu pela iminente possibilidade do acesso ao poder dos
partidos de extrema esquerda.
e) foi estimulada pela pressão dos grandes proprietários interessados em impedir
a reforma agrária.

4. O regime político instalado em 1964 conseguiu, em cinco anos, reduzir


consideravelmente a inflação. Enumere alguns problemas graves que os
governantes militares não conseguiram resolver, apesar dos poderes excepcionais
que a legislação lhes conferia.

5. No processo de abertura política e redemocratização (1974-1985), a campanha das


"Diretas Já" foi seu momento mais empolgante. O que você sabe sobre ela?
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GABARITO

1. Fase de intensa repressão cultural e política que abrange o governo Médici e parte
do governo Geisel (1969-1977). Perseguição aos opositores do regime e censura
dos meios de comunicação são os principais temas abordados no plano cultural da
época.
2. D
3. C
4. Vários problemas estruturais na politica brasileira não foram resolvidos pelos
governantes militares como: pobreza,dívida externa, reforma agrária, distribuição
de renda mais justa, inflação, etc.
5. "Diretas Já" foi um movimento de reinvindicações por eleições diretas no Brasil,
com amplo incentivo de políticos, artistas e intelectuais, porém a Emenda
Constitucional foi derrotada e as eleições continuaram ocorrendo de forma
indireta.
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GOVERNOS MILITARES NO BRASIL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Luís César Amad e MELLO, Leonel Itaussu Almeida. História do Brasil. 11ª ed.
São Paulo, Ed. Scipione, 1999
VICENTINO, Claúdio. História Geral e do Brasil. Vol.2. 1ª ed. São Paulo, Ed. Scipione,
2010
FERREIRA, João Paulo Hidalgo e FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. Nova História
Integrada: ensino médio, vol. Único. 1ª ed. São Paulo, Ed. Companhia da Escola,
2005
BARBEIRO, Heródoto; CANTELLE, Bruna Renata e SCHNEEBERGER, Alberto. História: de
olho no mundo do trabalho. Vol. Único. 1ª ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2004
AZEVEDO, Gislaine Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História em movimento: ensino
médio, vol. 3. São Paulo, Ed. Ática, 2010

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