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ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fct - UNL

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I

9 – ESTADO LIMITE DE FENDILHAÇÃO

PROGRAMA
1.Introdução ao betão armado
2.Bases de Projecto e Acções
3.Propriedades dos materiais: betão e aço
4.Durabilidade
5.Estados limite últimos de resistência à tracção e à compressão
6.Estado limite último de resistência à flexão simples
7.Estado limite último de resistência ao esforço transverso
8.Disposições construtivas relativas a vigas
9.Estados limite de fendilhação
10.Estados limite de deformação
11.Estados limite últimos de resistência à flexão composta com esforço normal
e à flexão desviada
12.Estados limite últimos devido a deformação estrutural
13.Disposições construtivas relativas a pilares e paredes
14.Estado limite último de resistência à torção
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ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fct - UNL

9 – ESTADO LIMITE DE FENDILHAÇÃO

ÍNDICE
1. Introdução
2. Controlo da fendilhação
3. Cálculo da abertura de fendas
4. Armaduras mínimas
5. Controlo da fendilhação sem cálculo da abertura de fendas

1. INTRODUÇÃO

ESTADOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO


Os estados limites de utilização referem-se:
• ao funcionamento da estrutura em condições normais de utilização;
• à durabilidade da estrutura;
• ao conforto das pessoas;
• ao aspecto da construção.

VERIFICAÇÕES A EFECTUAR:
• CONTROLO DA FENDILHAÇÃO
• CONTROLO DAS DEFORMAÇÕES
• VIBRAÇÃO (relevante em estruturas de grandes vão e cargas reduzidas)
• LIMITAÇÃO DE TENSÕES (principalmente para estruturas pré-esforçadas - EBAII)
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CLASSIFICAÇÃO DAS ACÇÕES QUANTO À SUA ORIGEM:
• Acções directas – forças (cargas) aplicadas à estrutura.
• Acções indirectas – deformações ou acelerações impostas,
provocadas, por exemplo, por variações de temperatura ou de humidade,
retracção do betão, assentamentos diferenciais ou sismos.
ACÇÕES INDIRECTAS:
• As deformações impostas sem restrição à livre deformação não introduzem esforços.
• As deformações impostas com restrição à livre deformação introduzem esforços.
TIPO DE ASSENTAMENTO VARIAÇÃO DE
ESTRUTURA DE APOIO TEMPERATURA

A ACÇÃO NÃO
Δa ΔT ΔL CAUSA
ISOSTÁTICA
ESFORÇOS

A ACÇÃO
Δa ΔT
HIPERSTÁTICA CAUSA
ESFORÇOS

Em estruturas isostáticas as deformações impostas correspondem a deformações livres, não causando


forças na estrutura, quer internas (esforços) quer externas (reacções nos apoios).
Pelo contrário, nas estruturas hiperstáticas essas mesmas deformações impostas, devido ao impedimento
à sua livre deformação da estrutura, provocam forças na estrutura (esforços e reacções nos apoios)
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ESTADOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO - COMBINAÇÕES DE ACÇÕES
Combinação característica de acções Ed = E { ∑ Gk,j + Qk,1 + ∑ ψ0,iQk,i }
Combinação frequente de acções Ed = E { ∑ Gk,j + ψ1,1 Qk,1 + ∑ ψ2,iQk,i }
Combinação quase permanente de acções Ed = E { ∑ Gk,j + ∑ ψ2,jQk,j }
ESTADOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO - COEFICIENTES PARCIAIS DOS MATERIAIS
γM = γS = γC = 1.0
RESISTÊNCIA À TRACÇÃO DO BETÃO
• O betão considera-se resistente à tracção para tensões σc ≤ fctm ;
• As secções de betão, para efeitos de cálculo de tensões e de deformações,
consideram-se não fendilhadas se σc ≤ fctm .
SECÇÃO NÃO FENDILHADA SECÇÃO FENDILHADA
σc< 0 σc< 0
σ’s σ’s
x
x

M M σs M M σs

Válter Lúcio Maio 2006 σc≥ 0 ≤fctm σc= 0


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FENDILHAÇÃO FREQUENTE
• Fendilhação por assentamento plástico após a
betonagem:

• Fendilhação por retracção do betão:

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• Fendilhação por retracção do betão: Muro de suporte de terras


A sapata é betonada em primeiro lugar, e só
depois é betonado o muro.
A sapata fica envolvida pela terra, que
constitui um ambiente húmido e impede o
contacto directo do betão com o ambiente
seco exterior.
Quando o muro é betonado o betão da sapata
já sofreu grande parte de retracção a que
o está sujeito.
Mur
O muro ao retrair é impedido de se deformar
pela restrição ao seu encurtamento imposta
pela sapata.
O betão do muro fica, assim, sujeito a
tensões de tracção horizontais, que irão
provocar fendas verticais. Estas fendas
devem ser convenientemente controladas
Sapata do
muro com armaduras horizontais junto às faces do
muro.
Em alternativa, para evitar esta fendilhação,
podem ser executadas juntas verticais de
retracção, afastadas entre si cerca de 3x a
Válter Lúcio Maio 2006 altura do muro. 6
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• Fendilhação por retracção do betão:
Muro de contenção de uma cave
fenda de retracção

Muro de contenção de uma cave


fenda de retracção

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• Fendilhação por esforços de tracção, de flexão, de esforço transverso ou de
torção:

Viga – fendas de flexão e de esf. transverso Consola curta

Viga de ponte: fendas de flexão e de esf. transverso


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• Fendilhação por esforços de
tracção, de flexão, de esforço
transverso ou de torção:

Laje nervurada - fenda de flexão numa banda

Abertura da fenda = 1.0mm

Laje nervurada - fendas de flexão numa nervura

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• Fendilhação • Fendilhação
por reacção por corrosão
álcalis-inertes das armaduras

• Fendilhação devido a elevadas tensões


de compressão (splitting e bursting)
• Fendilhação por falha de amarração

• Medição de fendas

Monitorização de fendas
Lupa com escala graduada
Válter Lúcio Maio 2006 Régua de fendas 10
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2. CONTROLO DA FENDILHAÇÃO
A fendilhação deve ser controlada de forma a não comprometer o funcionamento,
a durabilidade e o aspecto da estrutura.

Em estruturas de betão armado, a abertura das fendas é determinada para a


combinação de acções quase permanente.
E o valor limite da abertura das fendas wmax assume os seguintes valores:
wmax = 0.4 mm para as Classes de exposição X0 e XC1
wmax = 0.3 mm para as Classes de exposição XC2, XC3, XC4, XD1, XD2, XS1, XS2, XS3

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CLASSES DE EXPOSIÇÃO
Designação Descrição do ambiente
da classe
1 Nenhum risco de corrosão ou ataque
X0 Para betão sem armadura ou elementos metálicos embebidos: todas as exposições excepto em
situação de gelo/degelo, abrasão ou ataque químico
Para betão com armadura ou elementos metálicos embebidos: muito seco
2 Corrosão induzida por carbonatação
XC1 Seco ou permanentemente húmido
XC2 Húmido, raramente seco
XC3 Humidade moderada
XC4 Alternadamente húmido e seco
3 Corrosão induzida por cloretos
XD1 Humidade moderada
XD2 Húmido, raramente seco
XD3 Alternadamente húmido e seco
4 Corrosão induzida por cloretos presentes na água do mar
XS1 Exposto ao sal transportado pelo ar mas não em contacto directo com a água do mar
XS2 Permanentemente submerso
XS3 Zonas sujeitas aos efeitos das marés, da rebentação e da neblina marítima
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3. CÁLCULO DA ABERTURA DE FENDAS Tirante
N N N
NR sr
2 1 3
w2 w1 w3

2 σ s = N / As
Ncr σ
1 3

σs
Δℓ
σc = fctm

Ncr = fctm Act


Δℓ = εsm x ℓ Δℓc = εcm x ℓ ∑w = Δℓ - Δℓc = (εsm – εcm) ℓ
Act εsm – εcm = ∑w / ℓ w = sr x ∑w / ℓ wk = sr,max (εsm – εcm)
Act - área da secção de betão tracionado
As
εsm - extensão média da armadura εcm - extensão média do betão
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w - abertura de uma fenda sr - distância entre fendas
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3.1. EXTENSÃO MÉDIA Tirante
DA ARMADURA EM εsm – εcm
RELAÇÃO AO BETÃO N N
εsm - extensão média da armadura sr
εcm - extensão média do betão entre fendas
w2 w1 w3
Sendo σcm = kt fctm , então: εcm = kt fctm / Ec ℓ
σ s = N / As
σ
Nas fendas: σ s = N / As σsm
Entre fendas: σsm = (N - σcm Act) / As σs

σsm = σs – kt fctm Act/As σc = fctm

Com εsm = σsm /Es e ρp,eff = As/Act


σcm = kt fctm
εsm = (σs – kt fctm /ρp,eff) / Es

e εsm – εcm = (σs – kt fctm /ρp,eff) / Es - kt fctm / Ec

ou εsm – εcm = [σs – kt fctm /ρp,eff (1 + αe ρp,eff)] / Es


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fct,eff
σs − k t (1 + α e ⋅ ρp,eff )
ρp,eff σ
ε sm − ε cm = ≥ 0 .6 s
Onde:
Es Es
εsm - extensão média da armadura
εcm - extensão média do betão entre fendas
σs - tensão na armadura de tracção, admitindo a secção fendilhada.
αe = Es/Ec - coeficiente de homogeneização
ρp,eff = As/Ac,eff – taxa da armadura em relação à área de betão traccionado
kt - coeficiente que traduz o valor médio da tensão no betão e é função da
duração do carregamento: kt =0.6 para acções de curta duração
kt =0.4 para acções de longa duração
Ac,eff – área da secção efectiva de betão traccionado que
envolve as armaduras x
compressão
hc,eff = menor {2.5(h-d); (h-x)/3 ou h/2} L N

h d Viga
Tirante hc,eff Laje
L compressão N
o
hd c çã d h hd tracção
hc,eff
t ra tracção
hc,eff
Válter Lúcio Maio 2006 hc,eff 15
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3.2. DISTÂNCIA ENTRE FENDAS Tirante
Na zona da fenda as tensões no betão
são nulas. A força na armadura é N N
sr
progressivamente transmitida ao
betão por aderência até se atingir a
tensão resistente à tracção do betão.

A distância entre fendas corresponde,


assim, ao comprimento necessário para
transmitir por aderência ao betão uma fbm φ Ncr
força igual a Ncr.
sr

Ncr = fbm sr π φ Ncr = fctm Act

fbm sr π φ = fctm Act sr = (fctm / fbm) (Act / π φ ) As = π φ2/4

sr = (fctm / fbm) (φ / 4) (Act / As) sr = 0.25 (fctm / fbm) φ / ρp,eff

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Quando o espaçamento entre varões é ≤ 5(c+φ/2),
a distância máxima entre fendas sr,max pode ser determinada por:
sr,max = 3.4 c + 0.425 k1 k2 φ / ρp,eff L N

Onde:
ε2
c é o recobrimento da armadura

hc,eff
φ é o diâmetro dos varões c
k1 = 0.8 para varões nervurados (alta aderência) ε1
≤ 5(c+φ/2)
k2 tem em conta a distribuição de tensões
k2= (ε1 + ε2)/ 2 ε1 ε1 e ε2 são, respectivamente, as máximas e
mínimas extensões na área efectiva de betão traccionado
k2= 0.5 para flexão e k2= 1.0 para tracção simples

Quando o espaçamento entre varões é > 5(c+φ/2), pode usar-se:


sr,max = 1.3 (h-x)

x L N
h

c
>5(c+φ/2)
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3.3. ABERTURA DE FENDAS
O valor característico da abertura das fendas num elemento de betão armado
sujeito a tensões de tracção por flexão simples ou composta ou por tracção
simples é dado por:

wk = sr,max (εsm – εcm)

Com a distância máxima entre fendas determinada por:


sr,max = 3.4 c + 0.425 k1 k2 φ / ρp,eff se o espaçamento entre varões é ≤ 5(c+f/2)
ou por sr,max = 1.3 (h-x) se o espaçamento entre varões é > 5(c+φ/2).
A extensão média da armadura em relação ao betão é dada por:
ffct,eff
σs − k t (1 + α e ⋅ ρp,eff )
ρp,eff σs
ε sm − ε cm = ≥ 0 .6
Es Es

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3.4. DETERMINAÇÃO DAS TENSÕES EM SECÇÃO FENDILHADA (II)
A secção é homogeneizada com αe = Es / Ec,eff onde Ec,eff= 1.05 Ecm/(1+ϕ)
e ϕ é o coeficiente de fluência. No caso de acções instantâneas Ec,eff= Ecm
Fc = 0.5 b x σc F’s = A’s σ’s Fs = As σs
Equações de equilíbrio Equações de compatibilidade
Fc + F’s = Fs x x σs x σs
εc = ε s σ c = ε c ⋅ Ec = Ec =
d− x d − x Es d − x αe
x−a x−a
M = Fs z ε's = ε s σ's = σs
d− x d− x
Da 1ª eq. de equilíbrio: 0.5 b x2 σs /[αe(d-x)] + A’s σs (x-a)/(d-x) = As σs
SECÇÃO RECTANGULAR
εc σc
Fc+F’s
A’s a x ε’s σ’s Com ρ = As/bd , ρ’ = A’s/bd
L N e β = ρ’/ρ
h d z
0.5 (x/d)2 + αeρβ (x/d-a/d) -
Fs αeρ (1-x/d) = 0
As εs σs

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Resolvendo a eq. do 2º grau 0.5 (x/d)2 + x/d αeρ (1+ β) - αeρ (1+ βa/d) = 0
x ⎡ 2 ⎛ a⎞ ⎤
k = = α eρ ⎢ (1 + β ) +
2
⎜ 1 + β ⎟ − (1 + β )⎥
d ⎣ α eρ ⎝ d⎠ ⎦
x ⎡ 2 ⎤
Para β = 0 : k = = α ρ
e ⎢ 1 + − 1⎥
d ⎣ α e ρ ⎦
A resultante das forças Fc e F’s encontra-se
a d-z da face superior da viga, dado por: d-z = (Fc x/3+ F’s a) / (Fc + F’s)
0.5bx 2σ s x A 's σ s ( x − a) 1⎛ x ⎞
3
⎛ x a⎞a
+ a ⎜ ⎟ + α eρβ ⎜ − ⎟
α (d − x ) 3 (d − x )
= 1− ⎝ ⎠ ⎝ d d⎠ d
z 6 d
z = d− e
A sσ s d x
α eρ(1 − )
SECÇÃO RECTANGULAR d
εc σc k3 ⎛ a⎞a
Fc+F’s + α eρβ ⎜ k − ⎟
z 6 ⎝ d⎠ d
A’s a x ε’s σ’s = 1−
L N d α eρ(1 − k )
h d z
Da 2ª eq. de equilíbrio:

εs σs Fs M
As
σs =
z As
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A’s a x
CÁLCULO DE TENSÕES EM ESTADO FENDILHADO (II)
EM SECÇÕES RECTANGULARES
hd
ρ = As/bd
αe= Es / Ec,eff M
As
σs =
Ec,eff= 1.05 Ecm/(1+ϕ) z As
b
a= h-d
d/h= z/d d/h= z/d d/h= z/d
1.00 β=A's/As 0.90 β=A's/As 0.80 β=A's/As
αρ 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 αρ 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 αρ 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00
0.02 0.94 0.94 0.95 0.95 0.96 0.02 0.94 0.94 0.94 0.94 0.94 0.02 0.94 0.94 0.95 0.95 0.95
0.05 0.91 0.92 0.93 0.94 0.95 0.05 0.91 0.91 0.91 0.91 0.91 0.05 0.91 0.91 0.91 0.91 0.91
0.10 0.88 0.90 0.92 0.93 0.94 0.10 0.88 0.89 0.89 0.89 0.89 0.10 0.88 0.88 0.87 0.87 0.87
0.15 0.86 0.89 0.91 0.93 0.94 0.15 0.86 0.87 0.88 0.88 0.89 0.15 0.86 0.86 0.85 0.85 0.85
0.20 0.85 0.88 0.91 0.93 0.95 0.20 0.85 0.86 0.87 0.88 0.88 0.20 0.85 0.84 0.84 0.83 0.83
0.25 0.83 0.88 0.91 0.93 0.95 0.25 0.83 0.85 0.86 0.87 0.88 0.25 0.83 0.83 0.83 0.82 0.82
0.30 0.82 0.88 0.91 0.93 0.95 0.30 0.82 0.85 0.86 0.87 0.88 0.30 0.82 0.82 0.82 0.81 0.81
0.35 0.81 0.87 0.91 0.94 0.95 0.35 0.81 0.84 0.86 0.87 0.87 0.35 0.81 0.81 0.81 0.81 0.81
0.40 0.81 0.87 0.91 0.94 0.96 0.40 0.81 0.84 0.86 0.87 0.87 0.40 0.81 0.81 0.80 0.80 0.80
0.45 0.80 0.87 0.92 0.94 0.96 0.45 0.80 0.83 0.85 0.87 0.87 0.45 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80
0.50 0.79 0.87 0.92 0.94 0.96 0.50 0.79 0.83 0.85 0.87 0.87 0.50 0.79 0.80 0.79 0.79 0.79

M
Método aproximado: σs ≈
0 .9 d A s

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para valores correntes de αρ, o erro é inferior a 10%.
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4. ARMADURAS MÍNIMAS
N N

NR

Ncr Ncr
NR ≥ Ncr NR < Ncr
NR

Δℓ Δℓ

Ncr = fctm Act NR = As fyk Se NR < Ncr a rotura é frágil e ocorre


quando surge a primeira fenda no betão

Para evitar a rotura frágil, temos que garantir que NR ≥ Ncr , ou seja:
As fyk ≥ fctm Act

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ARMADURAS MÍNIMAS PARA CONTROLO DA FENDILHAÇÃO
Para controlo da fendilhação é necessária uma quantidade mínima de armadura
aderente nas zonas com tensões de tracção.
Quando se dá a fendilhação do betão, a tensão na armadura traccionada não deve
ultrapassar a tensão de cedência do aço, ou um valor menor, se necessário.

σs ≤ fyk

Quanto menor for a tensão na armadura logo após a fendilhação menor será a
sua deformação e, consequentemente, a abertura de fendas.

wk = sr,max (εsm – εcm)


fctm σc,m
Se as tensões não forem uniformes
na espessura do elemento, a
fendilhação ocorre quando o valor = +
máximo da tensão atinge fctm, embora Ncr
o valor médio da tensão de tracção
no betão seja inferior a fctm, isto é, o Diagrama auto-equilibrado
valor σc,m = k fctm. Ncr = k fctm Act de tensões

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Para tirantes em tracção simples,
simples expressão da armadura mínima toma então a
forma:
As,min σs ≥ k fctm Act
Em vigas em flexão simples,
simples o equilíbrio conduz à seguinte expressão:

A fendilhação ocorre para: Mcr = k fctm bh2/6 = k fctm Acth/3


Sendo as tensões nas armaduras na
secção fendilhada dadas por: As σs = Mcr / 0.9d = Mcr / 0.81h

Considere-se: d≈0.9h e Act=bh/2


FLEXÃO SIMPLES
secção não secção As,min σs ≥ 0.4 k fctm Act
fendilhada σc fendilhada
Fc

h d z≈
Act 0.9d
Ass h/2 σs Fs

b k fctm
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A expressão geral da armadura mínima assume a forma:

As,min σs ≥ kc k fct,eff Act


σs é a tensão máxima admissível na armadura imediatamente depois da
fendilhação. Pode ser considerado σs = fyk, ou outro valor inferior a fyk.
fct,eff = fctm , ou menor caso a fendilhação ocorra para uma idade inferior a 28 dias.
k tem em consideração a não uniformidade das tensões na espessura da secção
k = 1.0 em almas de vigas com h ≤ 300mm ou em banzos com b ≤ 300mm
k = 0.65 em almas de vigas com h ≥ 800mm ou em banzos com b ≥ 800mm
Para valores intermédios pode-se determinar k por interpolação.
kc tem em consideração a distribuição das tensões na altura secção
kc = 1.0 em tracção pura kc = 0.4 em flexão simples
Para banzos de secções em caixão ou em T kc = 0.9 Fcr / Act fct,eff ≥ 0.5
onde Fcr é a força de tracção do banzo traccionado antes da fendilhação.
Act é a área de betão traccionado antes da fendilhação

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5. CONTROLO DA FENDILHAÇÃO SEM CÁLCULO DA ABERTURA DE FENDAS
Como simplificação, e para evitar o cálculo da abertura de fendas wk, é possível
controlar a fendilhação se se adoptar a armadura mínima referida e:
• Para a fendilhação provocada por Tensão no aço Diâmetros máximos dos varões [mm]
σs [MPa] wk= 0,4 mm wk= 0,3 mm wk= 0,2 mm
deformações impedidas, os 160 40 32 25
diâmetros dos varões não 200 32 25 16
excederem os da tabela seguinte, 240 20 16 12
onde σs é o adoptado na 280 16 12 8
320 12 10 6
expressão da armadura mínima. 360 10 8 5
>> σs é a tensão na armadura 400 8 6 4
450 6 5 -
logo após a fendilhação.
• Para a fendilhação provocada por Tensão no aço Espaçamento máximo dos varões [mm]
σs [MPa] wk=0,4 mm wk=0,3 mm wk=0,2 mm
acções directas, deve ser
160 300 300 200
respeitada a tabela anterior, ou,
200 300 250 150
em alternativa, o espaçamento 240 250 200 100
máximo entre varões da tabela 280 200 150 50
seguinte, onde σs é o adoptado na 320 150 100 -
expressão da armadura mínima. 360 100 50 -

>> σs é o valor da tensão na armadura traccionada, calculada em secção


fendilhada para a combinação quase permanente de acções.
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ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fct - UNL

9 – ESTADO LIMITE DE FENDILHAÇÃO


No caso de vigas com h ≥ 1000mm, deve ser colocada armadura na alma para
controlo da fendilhação.
Esta armadura deve ser distribuída uniformemente entre a armadura principal de
tracção e a linha neutra (da secção fendilhada).
Neste caso, considera-se: k = 0.5 e σs = fyk.
O espaçamento dos varões deve ser obtido da tabela anterior com uma tensão σs
igual a metade do considerado para as armaduras principais de tracção.

L N
h≥
1000
mm
MEd MEd

Válter Lúcio Maio 2006 27


ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I fct - UNL
ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I

PROGRAMA
1. Introdução ao betão armado
2. Bases de Projecto e Acções
3. Propriedades dos materiais: betão e aço
4. Durabilidade
5. Estados limite últimos de resistência à tracção e à compressão
6. Estado limite último de resistência à flexão simples
7. Estado limite último de resistência ao esforço transverso
8. Disposições construtivas relativas a vigas
9. Estados limite de fendilhação
10.Estados limite de deformação
11. Estados limite últimos de resistência à flexão composta com esforço
normal e à flexão desviada
12. Estados limite últimos devido a deformação estrutural
13. Disposições construtivas relativas a pilares e paredes
14. Estado limite último de resistência à torção

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