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Revista Ibero Americana de Estratégia

E-ISSN: 2176-0756
admin@revistaiberoamericana.org
Universidade Nove de Julho
Brasil

de Souza Machado Santos, Edna


Gestão estratégica da informação e inteligência competitiva. São Paulo: Saraiva, 2005. de Claudio
Starec, Elisabeth Gomes e Jorge Bezerra (Org.)
Revista Ibero Americana de Estratégia, vol. 5, núm. 1, enero-junio, 2006, pp. 143-144
Universidade Nove de Julho
São Paulo, Brasil

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Gestão estratégica da informação e inteligência competitiva.
São Paulo: Saraiva, 2005.
de Claudio Starec, Elisabeth Gomes e Jorge Bezerra (Org.)

Edna de Souza Machado Santos


edna@uninove.br, Uninove, São Paulo – SP [Brasil]

Gestão estratégica da informação e inteligên- piciem, de forma estratégica, a gestão da infor-


cia competitiva traz cinco partes que, integradas, mação, criando condições para construir um
formam um conjunto contemporâneo e reflexivo sistema de inteligência competitiva com ênfase na
do ambiente atual e do futuro sobre a informa- realidade atual e nos cenários prospectivos. Com
ção, apresentando visões singulares de diversos a inteligência competitiva, o longo prazo pode
autores, o que constitui instigante diferencial de ser planejado pela corporação, reduzindo-se as
leitura. ameaças e tornando as variáveis controláveis, se
Os autores abordam, de maneira clara e as informações do macroambiente forem mapea-
objetiva, a utilização da gestão estratégica da in- das cuidadosamente, tendo em vista a vantagem
formação, transformando a carga de dados rece- competitiva.
bidos em informações úteis à empresa, de forma Já na terceira parte, “Informação e cultura
que esta possa agregar valores ao seu ambiente organizacional”, há uma abordagem crítica, e não
interno, aumentando e racionalizando recursos meramente ilustrativa, dos modelos de gestão de
para se tornar competitiva. organizações que se encontram na era do conhe-
Na primeira parte, “Informação e socieda- cimento, em face da internet, das violações dos
de”, trata das condições em que as informações direitos autorais e de patentes no mundo globa-
se apresentam em nosso cotidiano, da história do lizado. Neles, o Direito procura impor limites
uso da informação como norteador de sucesso, coibindo práticas ilegais decorrentes do enorme
quando bem aproveitada, das barreiras existen- volume de informações a que temos acesso dia-
tes em razão de os dados não gerarem precisão riamente.
e veracidade e, acima de tudo, funcionalidade à Abordam-se ainda as mudanças nas po-
questão formulada. líticas públicas, tendo a informação como fator
Na segunda, “A gestão estratégica da in- decisivo para o sucesso de modelos ultrapassa-
formação”, os autores questionam o uso da infor- dos, porém de grande valor informativo, como
mação, ou seja, se ela está nas mãos das pessoas o Serviço Federal de Processamento de Dados
certas, na hora certa. A análise é importante, pois (Serpro) e tantos outros, que se remodelaram para
vê a informação no planejamento e estratégia em- manter-se altamente eficazes quando a solução é
presarial como fonte de vantagem competitiva. a utilização da informação de maneira inteligente
A abordagem utilizada demonstra que o plane- e agregadora. O marketing estratégico, que utiliza
jamento estratégico não provém apenas de uma a informação de forma ampla e contingente,
simples fórmula preestabelecida nos jargões cien- também merece destaque neste trabalho.
tíficos, mas também do fato de tomarmos como Na quarta parte do livro, “Gestão estratégi-
base a missão, os valores e a visão empresarial pa- ca de pessoas e inovação competitiva”, os autores
ralelamente à nossa realidade, flexibilizando-a em enfatizam as políticas de recursos humanos des-
Resenhas

relação ao futuro. tinadas à manutenção da competitividade da


Existe, ainda, a preocupação com a cons- empresa por meio da utilização dos talentos,
trução de modelos com base em dados que pro- tendo a informação como referência. Assim, o di-

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ferencial se daria, utilizando-se adequadamente a da organização, delegando responsabilidades
informação, conforme os objetivos estabelecidos a cada indivíduo com os respectivos limites de
em cada nível, porém sempre focando a atividade acesso à informação. Esse processo se presta à
da empresa. O treinamento, segundo os autores, consecução dos objetivos organizacionais e seu
deve “produzir” talentos que repensem o uso da produto final é o que chamamos de inteligência
informação, a inteligência competitiva e a estraté- competitiva.
gia da cultura organizacional. Para esse desenvol- Como a sistematização dos processos gera
vimento, porém, é preciso ter o comportamento perda de informações, os autores sugerem repen-
ético como norte imprescindível à insenção e ma- sar as formas de recuperar esses dados. Ainda
nutenção da empresa no cenário mundial. atentam ao perigo da saturação pelo exagero das
O compartilhamento das informações informações, que pode gerar estoque morto, sem
promove a inovação como unificador de apren- giro próprio e estéril. Apontam, igualmente, a
dizado, contribuindo, em diversos setores, para a necessidade de adequar essas informações e res-
evolução da humanidade. Com base nesses fatores pectivas tipologias, para auxiliar na validação das
e com o conhecimento suficiente da importância decisões, desde que intermediadas pelo próprio
dos dados e informações que são trabalhadas em sistema de informação.
todo o livro, o resultado traduz o formato de “se- No gerenciamento estratégico de informa-
gurança da organização”, que é a última parte do ções, como em qualquer outro modelo, há riscos.
livro. Nesta parte, apontam-se os cuidados que se No entanto, o texto deixa claro que, à medida que
devem tomar para que o fluxo da informação não a empresa passa a investir numa cultura em que
se torne vulnerável, dissociando-se a comunicação se prioriza a inteligência competitiva para obter
do trabalho colaborativo estratégico. Em resumo, retornos outros que não apenas o faturamento e o
a segurança deve caminhar favoravelmente à in- lucro, os riscos tendem a diminuir.
formação e não em seu detrimento. Como assunto crepuscular, a obra revela
É fato que, quando se implementa um um horizonte de caminhos a percorrer (enfati-
modelo de gestão de segurança, estamos muitas zando, ainda, que há muitos em estudo), sendo
vezes “presos” e nem sempre temos garantia de de especial importância para o conhecimento dos
que os dados estão realmente seguros. No ápice profissionais que têm como desafios a enfrentar a
do assunto, o livro pauta o papel do gestor, que velocidade da informação, a computação móvel e
concentra o maior número de informações e a até a exploração desse mercado que ainda engati-
quem cabe disponibilizá-las para todos os níveis nha à procura das melhores respostas.

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