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Circular N.

º 2
Rev. 1

Direção de Serviços de Administração Marítima Aprovado: 02-08-2016


Avenida Brasília 1449-030 LISBOA, PORTUGAL Páginas: 8
Telefone: 21 3035700 – Fax: 21 3035702

Certificação de Conformidade para Embarcações de Pesca


Assunto:
de comprimento igual ou superior a 24 m
Proprietários, Companhias, Operadores, Armadores, Associações,
Para: Comandantes e Mestres de embarcações, Inspetores e Organizações
Reconhecidas

Aviso - A consulta deste documento não substitui a leitura dos documentos legais referenciados e
publicados pelas fontes oficiais, pelo que a DGRM não se responsabiliza por quaisquer incorrecções
produzidas na transcrição do original para este formato.

Referências: Decreto-Lei n.º 248/2000, de 03 de outubro, que estabelece um regime de


segurança harmonizado para os navios de pesca de comprimento igual ou superior a 24m,
com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.ºs 306/2001, de 6 de dezembro e
155/2003, de 17 de julho, e pela Portaria n.º 1436/2001, de 21 de dezembro; a Portaria n.º
1437/2001, de 21 de dezembro, que estabelece o processo de certificação e os modelos de
certificados.

1. OBJETIVO
É objetivo desta Circular dar a conhecer e esclarecer todos os agentes interessados sobre a
obtenção e manutenção da certificação de conformidade aplicável às embarcações de pesca
de comprimento igual ou superior a 24 m.

2. INTRODUÇÃO
O Decreto-Lei n.º 248/2000, de 3 de outubro, com as alterações introduzidas pelos Decretos-
Lei n.ºs 306/2001 e 155/2003, e pela Portaria n.º 1436/2001, veio aplicar às embarcações de
pesca de comprimento entre perpendiculares igual ou superior a 24 m, um novo regime de
certificação em substituição da até então vigente navegabilidade.
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M-DSAM-01(3)

A DGRM assegura o controlo desta Circular enquanto publicada na sua página oficial da internet (Área “Administração Marítima”).
No caso de impressão ou download, esta passa imediatamente a “documento não controlado” pelo que é responsabilidade dos
Utilizadores confirmar, através da consulta da mesma página da internet, que a mesma se mantém em vigor.
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Este novo regime introduziu a Certificação de Conformidade para essas embarcações


incluindo um conjunto de vistorias com denominações, âmbitos e periodicidades diferentes
das anteriores “a nado” e “a seco” da certificação de navegabilidade.
As dúvidas provocadas por estas alterações em todos os que estavam envolvidos na sua
aplicação deram origem a diversas situações “involuntárias” de incumprimento, algumas das
quais ainda hoje se continuam a verificar e que convém obviar.

3. CERTIFICAÇÃO
3.1 Certificado de Conformidade
Ficam abrangidas pelo âmbito de aplicação do Decreto-Lei n.º 248/2000, na sua actual
redacção e respetiva legislação complementar, de ora em diante designado por diploma e
que:
Arvorem o pavilhão nacional; ou
3.1.1 Arvorem o pavilhão de um Estado membro e estejam registadas na União Europeia; ou
3.1.2 Operem nas águas interiores ou no mar territorial nacional; ou
3.1.3 Desembarquem as suas capturas num porto nacional.

Este certificado é normalmente emitido por um período não superior a 4 anos e não deverá
ser prorrogado por mais de um ano, ficando, no entanto, sujeito a vistorias periódicas para
manutenção dessa validade, as quais estão definidas no próprio certificado, tendo a data de
aniversário do certificado como referência.

3.2 Data de Aniversário do Certificado


Data de aniversário do certificado significa o dia e mês de cada ano correspondente à data de
validade do certificado.

3.3 Perda de Validade do Certificado


Um Certificado de Conformidade perde a sua validade em qualquer um dos seguintes casos:
3.3.1 Se as vistorias aplicáveis não forem completadas nos prazos especificados no
certificado;
3.3.2 Se o certificado não for endossado (registo das vistorias e prorrogações) de acordo com
as regras definidas no diploma;
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3.3.3 Se houver mudança de bandeira do navio para a de outro Estado.

3.4 Suspensão dos Certificados


A DGRM poderá suspender os certificados emitidos a uma embarcação sempre que ocorra uma
das seguintes situações:
3.4.1 Terem sido realizadas modificações na estrutura, na máquina ou no equipamento sem
autorização da DGRM;
3.4.2 A embarcação não se encontrar em bom estado de manutenção;
3.4.3 O equipamento existente a bordo não coincidir com o constante na relação de
equipamento anexa ao Certificado de Conformidade.

3.5 Certificado de Isenção


Este certificado é emitido quando a DGRM considerar adequado e razoável isentar uma
embarcação, nos termos previstos no diploma e nas Regras do seu Anexo, do cumprimento de
determinados requisitos.
A validade do certificado de isenção, que eventualmente seja emitido a uma embarcação,
não deve ultrapassar a do Certificado de Conformidade ao qual está associado.

3.6 Disponibilidade dos Certificados


Os certificados devem estar sempre disponíveis a bordo para consulta em qualquer momento.
Contudo, as autoridades fiscalizadoras devem promover a saída dos certificados de bordo, e
retê-los, nos casos de perda de validade ou de suspensão, nas circunstâncias acima previstas.

4. VISTORIAS
São as seguintes as vistorias previstas para a emissão e manutenção da Conformidade:

4.1 Vistoria Inicial


4.1.1 Periodicidade – esta vistoria é efetuada para obtenção da 1.ª certificação da
embarcação, sendo realizada apenas uma vez, ou na finalização da construção e antes
da entrada em serviço da embarcação ou previamente ao 1º registo da embarcação sob
bandeira Portuguesa.

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4.1.2 Âmbito – a vistoria deve assegurar que a embarcação cumpre com todos os requisitos
que lhe são aplicáveis e verificar a sua conformidade com os planos e outros
documentos técnicos previamente aprovados pela Administração Marítima (DGRM). Ela
divide-se, normalmente, por várias intervenções inspectivas, incluindo uma inspeção
ao exterior do casco em doca, estabilidade, máquinas, arranjos e materiais.
4.1.3 Período de realização – antes do início de operação com a bandeira Portuguesa.

4.2 Vistoria Periódica Quadrienal


4.2.1 Periodicidade – como o nome indica, esta vistoria tem lugar de 4 em 4 anos,
eventualmente prorrogável por um período máximo de 1 ano na condição de o navio
poder ser vistoriado, pelo interior ou pelo exterior, na medida do razoável e viável.
4.2.2 Âmbito – esta vistoria abrange a estrutura, incluindo o exterior do casco e máquinas do
navio.
4.2.3 Período de realização – nos 3 meses anteriores à data de validade do certificado.

4.3 Vistoria Periódica Bianual


4.3.1 Periodicidade – deverá ser efetuada de 2 em 2 anos, ou seja, “ano sim/ano não”.
4.3.2 Âmbito – inclui todo o equipamento do navio com exceção do equipamento previsto na
vistoria periódica anual.
4.3.3 Período de realização – entre os 3 meses anteriores e os 3 meses posteriores à data de
aniversário do “ano sim” durante o período de validade do certificado. Nos anos de
renovação do certificado deverá ser efetuada nos 3 meses anteriores à data de
validade.

4.4 Vistoria Periódica Anual


4.4.1 Periodicidade – esta vistoria tem lugar todos os anos.
4.4.2 Âmbito – abrange as instalações radioelétricas incluindo as utilizadas nos meios de
salvação.
4.4.3 Período de realização – entre os 3 meses antes e os 3 meses após cada data de
aniversário durante o período de validade do certificado. Nos anos de renovação
deverá ser efetuada nos 3 meses anteriores à data de validade.

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4.5 Vistoria Intermédia


4.5.1 EMBARCAÇÕES DE CASCO EM AÇO OU NOUTROS MATERIAIS QUE NÃO A MADEIRA
4.5.1.1 Periodicidade - é efetuada uma vez durante o período de validade do certificado;
4.5.1.2 Âmbito – esta vistoria abrange a estrutura, incluindo o exterior do casco e máquinas
do navio. Deve também assegurar que não foram feitas modificações na estrutura,
na máquina ou no equipamento sem a autorização prévia da DGRM;
4.5.1.3 Período de realização – entre os 3 meses antes e os 3 meses após a data do segundo
aniversário do certificado.
4.5.2 EMBARCAÇÕES DE CASCO DE MADEIRA
4.5.2.1 Periodicidade - é efetuada todos os anos;
4.5.2.2 Âmbito – esta vistoria diz respeito à estrutura, incluindo o exterior do casco e
máquinas do navio. Deve também assegurar que não foram feitas modificações na
estrutura, na máquina ou no equipamento sem a autorização prévia da DGRM;
4.5.2.3 Período de realização – entre os 3 meses antes e os 3 meses após cada data de
aniversário durante o período de validade do certificado.

4.6 Vistorias Adicionais


Para além das vistorias acima descritas, outras de caráter extraordinário poderão revelar-se
necessárias em caso de acidente ou de deficiências encontradas no navio.

4.7 Prova de Estabilidade


Todos os navios devem ser sujeitos, pelo menos de 10 em 10 anos, a uma prova de
estabilidade e deve ser determinado, para a condição de navio leve, o deslocamento e a
posição do centro de gravidade.

4.8 Renovação do Certificado


Em anos de renovação de Certificado de Conformidade são devidas as vistorias quadrienal,
bianual e periódica.

4.9 Pedido de realização de vistorias


O pedido para a realização das vistorias descritas nos pontos 4.2 a 4.5 deverá ser
efetuado mediante requerimento, apresentado pelo armador/companhia junto dos

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serviços centrais da DGRM, quer pessoalmente quer através de correio electrónico, ou


em qualquer das áreas inspectivas da Madeira, Açores ou Leixões.
O modelo do Requerimento de Serviços pode ser obtido através da página da DGRM.

4.10 Vistorias efetuadas por ORs ou por Autoridades Marítimas de Países Terceiros
4.10.1 VISTORIAS EFETUADAS POR ORS
4.10.1.1 A Administração Marítima Portuguesa (DGRM) pode, nos casos em que não seja
possível proceder às vistorias mencionadas nos pontos 4.2 a 4.8 por funcionários
da Administração, delegar essas mesmas inspeções e vistorias em qualquer uma
das Organizações Reconhecidas (OR) que tenha celebrado um acordo com a
Administração Marítima Portuguesa;
4.10.1.2 O pedido para a realização de inspeções e vistorias por ORs deverá ser efetuado
mediante requerimento apresentado pelo armador/companhia junto dos serviços
centrais da DGRM, quer pessoalmente quer através de correio electrónico, ou em
qualquer das áreas inspectivas da Madeira, Açores ou Leixões, indicando qual a
OR que assumirá a realização de inspecções e/ou vistorias;
4.10.1.3 A DGRM instruirá a OR relativamente às vistorias a realizar e ao âmbito das
mesmas, podendo, se assim o determinar, instruir a OR quanto às condições a
verificar para poder proceder ao endosso dos mesmos.

4.10.2 VISTORIAS EFETUADAS POR AUTORIDADES MARÍTIMAS DE PAÍSES TERCEIROS


4.10.2.1 A Administração Marítima Portuguesa (DGRM) pode, nos casos em que não seja
possível proceder às vistorias mencionadas nos pontos 4.2 a 4.8 por funcionários da
Administração, delegar essas mesmas inspeções e vistorias na Autoridade Marítima
do País Terceiro em que se encontra o navio, desde que o mesmo seja Parte à
Convenção de Torremolinos ou tenha assinado o Acordo de Cape Town;
4.10.2.2 O pedido para a realização de inspeções e vistorias pela Autoridade Marítima do
País Terceiro nas condições descritas no ponto anterior deverá ser efetuado
mediante requerimento apresentado pelo armador/companhia junto dos serviços
centrais da DGRM, quer pessoalmente quer através de correio electrónico, ou em
qualquer das áreas inspectivas da Madeira, Açores ou Leixões, indicando qual a
Autoridade Marítima que assumirá a realização de inspecções e/ou vistorias;

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4.10.2.3 A DGRM solicitará à Autoridade Marítima do País Terceiro as vistorias a realizar e ao


âmbito das mesmas, podendo, se assim o determinar, solicitar o endosso dos
respectivos certificados.

5. PRORROGAÇÕES
O Certificado de Conformidade pode ser prorrogado, mediante requerimento apresentado
pelo armador/companhia junto dos serviços centrais da DGRM, quer pessoalmente quer
através de correio eletrónico, ou em qualquer das áreas inspetivas da Madeira, Açores ou
Leixões, explicitando por escrito os motivos para solicitar a prorrogação, nas seguintes
circunstâncias:

5.1 Para terminar Viagem


A DGRM poderá prorrogar, por um período não superior a 5 meses o prazo de validade do
certificado que tenha expirado ou perdido a sua validade quando, nessa data, o navio não se
encontre num porto onde possa ser vistoriado.
Contudo, esta prorrogação só poderá ser concedida com a finalidade de permitir que o navio
prossiga a viagem para um porto onde possa ser vistoriado.
Neste caso o navio não terá o direito de sair novamente para o mar sem ter obtido novo
certificado.

5.2 Por um Período de Graça


Um certificado que não tenha sido prorrogado de acordo com o parágrafo anterior pode ser
prorrogado pela DGRM por um período de graça de 1 mês além da data em que expira o prazo
de validade.

5.3 Por Não Completar Vistoria Periódica Quadrienal


Se no final do período de 4 anos esta vistoria, embora tendo sido efetuada, não pôde ser
totalmente completada, tanto pelo exterior como pelo interior, na medida do possível e do
razoável, a DGRM poderá prorrogar o certificado por mais um ano ficando o navio, no
entanto, sujeito às vistorias periódicas devidas.

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6. INFRAÇÕES
O artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 248/2000, de 3 de outubro, na sua atual redação, estabelece
as infracções a que as embarcações de Pesca abrangidas pelo Decreto-Lei estão sujeitas.

7. TAXAS
Aos serviços descritos sob o título 4.º, Vistorias, são aplicadas taxas de acordo com legislação
em vigor e disponibilizadas na página electrónica da DGRM.

A presente Circular altera e substitui a anterior Circular n.º 2 de 01.11.2008

Lisboa, 2 de agosto de 2016


O Diretor de Serviços de Administração Marítima

Para mais informações contactar:


Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos
Avenida Brasília 1449 - 030 LISBOA, PORTUGAL
Tel: (+351) 213 035 700
Fax: (+351) 213 035 702
Linha Azul: (+351) 21 3035703
www.dgrm.mm.gov.pt
E-mail: dsam.secretariado@dgrm.mm.gov.pt

NOTA: à data de publicação todos os contactos de endereços e telefone estão corretos .

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