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Nocoes Basicas de Conservacao de Livros e Documentos
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Enviado porengenhariamaccari Data de envioem Jan 15, 2015
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Descrição:Conservacao de Livros
Data de envio
Jan 15, 2015
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Noções Básicas de Conservação de Livros e Documentos
Maria Aparecida de Vries MársicoIntrodução: a ordem dos fatores altera o produto
Imagine a situação: documentos rasgados, amassados e manchados, livros com as capas
soltas, lombadasdanificadas e cadernos com costuras rompidas. Diante de tantos danos, o que
devemos fazer primeiro parasalvar estes materiais?A primeira coisa que vem a nossa mente
a necessidade de consertar o que est! danificado, ou se"a,restaurar o material degradado.
#ensamos a partir da seguinte l$gica: devemos restituir a integridade f%sicadestes materiais
para que de novo possam estar acess%veis & pesquisa e ao estudo. 'eguindo este
racioc%nioter%amos a seguinte seq()ncia de trabalho: primeiro restaurar o material, depois
conserv!*lo e assimestar%amos preservando a informação para o futuro.'er! que procedendo
deste modo estamos realmente salvaguardando estes livros e documentos
danificados?Aparentemente sim, a curto prazo. +o entanto, caso não identifiquemos os fatores
que causaram a suadegradação, estaremos apenas nos iludindo, e, infelizmente, reduplicando
o mesmo dano em um futuro pr$imo. - que fazer, então?Diante de um acervo danificado e em
risco de perda, a primeira provid)ncia a ser tomada efetuar umminucioso diagn$stico dos
motivos que levaram & sua degradação, estancar ou minimizar estes agentesagressores.
Assim procedendo estamos evitando que esses fatores de degradação se disseminem e
atin"amoutros livros ou documentos. #or mais paradoal que possa parecer, diante de um
acervo em risco, a primeira atitude efetiva a ser tomada conserv!*lo. Inverte*se, portanto, a
seq()ncia restauração,conservação e preservação e adotamos uma nova seq()ncia:
preservação, conservação e restauração.#reservar para não restaurar, eis a questão.A
restauração uma atividade tcnica muito onerosa, pois eige equipamentos e materiais de
alto custoalm de mão de obra especializada. Ao trmino do trabalho de restauração, todo o
benef%cio do tratamentovolta*se para um nico ob"eto. 'e este livro restaurado retornar ao
mesmo local de guarda e ao meioambiente que causaram o seu dano, o disp)ndio de energia e
de recurso financeiro foram em vão. #aratermos um procedimento efetivo e duradouro
benfico ao acervo a logo prazo, devemos criar uma pol%tica de preservação voltada para a
realidade do acervo de cada Instituição ou /iblioteca.Ao estabelecermos critrios para o
tratamento de um acervo, estamos criando prioridades e implantandouma pol%tica de
preservação, escalonando as atividades tcnicas a serem desenvolvidas e dotando o local
deguarda do acervo com as condiç0es ambientais favor!veis & sua conservação. A partir deste
recorte e dasmetas a serem atingidas, passamos & ação f%sica de conservação preventiva,
que nada mais que aatualização pr!tica das metas desta pol%tica de preservação. +este
instante toda a relação custo1benef%cioestar! voltada para o acervo de modo integral, isto ,
benef%cio partilhado por todos, custo dividido entrev!rios livros.Diferentemente do trabalho de
restauração, a conservação preventiva uma atividade tcnica de baio custofinanceiro e de
f!cil implementação. - conhecimento do motivo que causou a degradação de um acervo e
autilização de materiais alcalinos para a guarda são fundamentais para o trabalho de
conservação preventiva.Apresentaremos a seguir os principais fatores de degradação de
material bibliogr!fico. #rocuramosespecificar os procedimentos tcnicos necess!rios para
minimizar e controlar estas fontes de degradação.
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Conservação reventiva
A meta principal da 2onservação #reventiva o estudo e o controle das principais fontes
dedegradação do papel. 2onstitui*se, na realidade, em uma srie de medidas preventivas
contraa ação dessas fontes de degradação, com a finalidade de evitar o alastramento e
adisseminação de seus efeitos danosos. 3m linhas gerais, os principais agentes de
destruiçãode acervos podem ser divididos em tr)s categorias: fatores internos de degradação4
fatoreseternos ou ambientais de degradação4 ação do homem sobre o acervo
Fatores Internos de Degradação
-s fatores internos de degradação são males inerentes & pr$pria estrutura do papel e
seoriginam do processo de feitura a que foi submetido. Dependem basicamente da
qualidadeda fibra e do tipo de encolagem utilizados na confecção do papel. 'endo assim, o
nicomeio de minimizar esses fatores atravs da estabilização das condiç0es ambientais
do localde guarda e do manuseio do pblico
Fatores Externos de Degradação
5 consenso entre os conservadores que a perman)ncia e a durabilidade de livros edocumentos
estão diretamente relacionadas &s condiç0es ambientais em que esses materiaisestão
guardados. 3m outras palavras, h! uma estreita relação entre a longevidade oudurabilidade do
papel e as condiç0es ambientais do acervo. 6m controle racional esistem!tico do meio ambiente
não apenas diminui os problemas dos fatores internos dedegradação do papel, como
principalmente evita o seu alastramento.-s principais fatores eternos de degradação são os
seguintes: umidade, temperatura, luz, poluição atmosfrica, insetos, roedores, fungos e
bactrias.6midade e 7emperatura3sses dois fatores de degradação de acervos são
etremamente comuns a nossa realidadede pa%s de clima tropical. A umidade o contedo
de vapor d8!gua presente no ar atmosfrico, resultante da combinação dos fen9menos de
evaporação e condensação d8!gua,que estão intrinsecamente relacionados & temperatura
ambientalIndependentemente do tipo de fibra, todo o papel possui uma caracter%stica comum,
o seucar!ter higrosc$pio, ou se"a, toda a fibra de papel absorve !gua e perde !gua de acordo
coma taa de umidade eistente no local em que est! sendo mantido.3ssa oscilação de
umidade faz com que as fibras se dilatem ao absorver ecesso de umidadee se contraiam ao
perder umidade. 3sse movimento brusco de contração e dilataçãoocasiona rupturas na
estrutura do papel, causando o seu enfraquecimento. A temperaturaelevada aliada & umidade
ecessiva e & falta de aeração são os fatores b!sicos para a proliferação de esporos de fungos
e bactrias. - controle da umidade se faz atravs de
desumidificadores, para locais midos, e de umidificadores, para locais secos. A
temperatura controlada atravs de aparelhos de ar refrigerado. A taa adequada para a
manutenção deum acervo a seguinte: temperatura de ; a <;2, umidade relativa de
<<=. A medição datemperatura se faz com o uso de term9metros, e a de umidade com
higr9metros, podendo*se utilizar tambm o termoigr9metro >"unção dos dois
equipamentos.Alm dessas constantes contraç0es e dilataç0es a que as fibras dos papis
estão su"eitasdevido &s variaç0es de umidade e temperatura, a proliferação de agentes
biol$gicos dedegradação, como insetos, fungos e bactrias, encontra um local prop%cio para
suadisseminação em ambientes midos e quentes.@uzA luz provoca a degradação da
celulose por processo de fotodegradação, rompendo aestrutura da fibra do papel. 3sse tipo de
degradação tambm conhecido comoenvelhecimento precoce ou acelerado.- espectro
eletromagntico contm diversos tipos de radiaç0es capazes de causar danos ao papel em
v!rios n%veis. /asicamente as radiaç0es eletromagnticas são as seguintes: a luzvis%vel, o
ultravioleta e o infravermelho, cada uma delas atuando de modo danoso sobre oacervo em
maior ou menor escala. A radiação ultravioleta situa*se na faia de comprimentode ondas
entre a B man9metros, a luz vis%vel situa*se entre B a C man9metros e
oinfravermelho na faia acima de C man9metros.A fotodegradação depende de v!rios
fatores associados: faia de radiação, intensidade daradiação incidente, tempo de eposição e
a natureza qu%mica dos suportes de documentação.A luz natural, ou se"a, a luz solar e as
luzes artificiais >as lmpadas são os dois elementos b!sicos da fotodegradação. A luz solar
emite os tr)s tipos de radiação acima apontadas.@ogo, devemos evitar a incid)ncia de luz solar
sobre o acervo, protegendo*o atravs do usode persianas, cortinas e filtros absorventes de
ultravioleta. As lmpadas eltricas são outrofator comum de fotodegradação, a degradação
ser! maior ou menor dependendo do tipo deradiação emitida pela lmpada usada. As
lmpadas fluorescentes são ricas em radiaçãoultravioleta, as lmpadas comuns emitem uma
quantidade muito grande de calor, sendoassim, não eiste um tipo de luz não agressiva aos
acervos, o que devemos ter em mente anecessidade constante de protegermos nossos
acervos desse tipo inevit!vel de degradação.#oluição atmosfricaA poluição atmosfrica
um dos fatores que mais atinge os acervos. 3ssa poluição deriva*seda poeira do dia a dia que
se deposita sobre os materiais e tambm dos gases t$icos quesão emitidos por autom$veis,
f!bricas, queima de lio, etc.3sse dep$sito constante de poeira sobre os livros e documentos
causa problemas deordem esttica, constituindo*se em um meio prop%cio ao
desenvolvimento demicroorganismos.
+os grandes centros urbanos comum a poeira conter res%duos de produtos qu%micos
quecatalisam reaç0es qu%micas que aceleram a degradação dos acervos. -s gases
!cidosagridem muito rapidamente a estrutura qu%mica dos materiais, estando essa
degradaçãorelacionada diretamente aos n%veis de umidade do meio ambiente.6m dano muito
presente em livros e documentos o aparecimento de manchas de tommarrom ao longo de
um documento, como se um l%quido escuro tivesse sido derramadosobre a superf%cie do
papel. 3ssas manchas, chamadas de
manchas d8!gua, são o resultadodo acmulo de poeira na superf%cie do documento aliada &
umidade relativa elevada.3m linhas gerais, o processo de formação de manchas dE!gua o
seguinte: a poeiraacumulada na superf%cie do papel empurrada pela umidade para o
interior das fibras,migrando da superf%cie para o interior do papel. 3ssas manchas causam
graves problemasestticos ao documento, pois obliteram grandes !reas da documentação,
alm de acusaremdanos & estrutura do papel, "! que a poeira transferida da superf%cie do
papel para ointerior das suas fibras.2omo medida de proteção contra a ação da poluição
atmosfrica podemos utilizar aparelhosde ar refrigerado e sistemas de ventilação com
acoplamento de filtros para ar. Devemostambm incentivar uma pol%tica sistem!tica de
higienização do acervo, evitando assim oacmulo de poeira na superf%cie dos livros e
documentos. Atenção especial deve ser dada &s "anelas quebradas, com vidros partidos,
danos que provocam o aumento de poeira no acervoInsetos, Foedores e Gungos
-s insetos, fungos, bactrias e roedores, denominados agentes biol$gicos de degradação, são
causadores dedanos irremedi!veis ao acervo e tambm & segurança do prdio. 'endo assim,
muito cuidado deve ser tomado para evitar a proliferação desses agentes predadores. -s
pa%ses de clima tropical apresentam ascondiç0es clim!ticas ideais para o r!pido
desenvolvimento desses inimigos do acervo, isto , temperatura eumidade elevadas. A
higienização sistem!tica do acervo, o monitoramento da temperatura, da umidade são
pr*requisitos b!sicos para o controle de sua ação danosa.
-s insetos e os roedores são basicamente atra%dos ao acervo atravs da ação do homem
aointroduzir nele fontes de alimentação. -s mtodos de combate a esses organismos
envolvem,na maioria das vezes, o uso de produtos qu%micos, atravs da desinfestação do
acervo. -sinsetos mais comuns presentes nos acervos são as traças, as baratas, os an$bios e
os cupins.A melhor estratgia preventiva para evitar a presença de insetos e roedores:
•
manter o local de guarda do acervo longe de fontes de alimentos
•
evitar comer e manter alimentos no local de guarda do acervo
•
evitar que a cantina ou refeit$rio fiquem em sala ao lado de guarda do acervo
•
retirar o lio do dia ap$s o final do epediente, evitando o pernoite do lio
•
substituir os vidros quebrados das "anelas
•
are"ar os arm!rios onde os livros este"am guardados, abrindo suas portas por algumas horas
-s fungos, comumente denominados de mofo ou bolor, atacam todo tipo de acervo. -sfungos
são vegetais desprovidos de clorofila, não sendo capazes de efetuar a fotoss%ntese.#or essa
razão esses organismos instalam*se sobre materiais orgnicos, de onde podemretirar seus
nutrientes. A disseminação dos fungos ocorre por meio de esporos, que ficam emsuspensão no
ar. -s principais fatores que acarretam a proliferação dos fungos são osseguintes: a
temperatura elevada, umidade do ar elevada e ar estagnado. Ao se aliarem estestr)s fatores,
os fungos encontram o ambiente ideal para a sua proliferação.
A Ação do Homem como Fonte de Degradação do Acervo
Ao lidar diariamente com o acervo, o homem introduz e utiliza uma srie de
materiaisimpr$prios & conservação de livros e documentos. Hs vezes a tentativa bem
intencionada detentar estancar a
degradação provoca, na realidade,
danos irrevers%veis. 3ssas tentativasamadoras não fundamentadas nos princ%pios de
conservação se cristalizam com o correr dotempo, transformando*se em h!bitos que levam
indiretamente a acelerar a degradação delivros e documentos.Apresentamos uma srie de
recomendaç0es tcnicas gerais, com a finalidade de facilitar aidentificação de procedimentos
tcnicos corretos ao lidar com problemas cotidianos deconservação de acervos.
•
uardar os livros nas estantes em sentido vertical
•
3vitar guardar os livros semi*inclinados, quando os mesmos não couberem nas estantes
•
uardar os livros nas estantes em sentido horizontal, quando os volumes ecederem
emtamanho a !rea para a guarda em sentido vertical.
•
+ão sobrepor mais de tr)s volumes ao guardar volumes em sentido vertical
•
Janter sempre os volumes maiores como base ao guard!*los em sentido vertical.
•
+ão superlotar as estantes com livros.
•
Feservar espaço de tr)s mil%metros entre cada livro para facilitar sua retirada da prateleira e
evitar o atrito entre as capas >desgaste por abrasão.
•
6tilizar bibliocantos para impedir que os livros tombem.
•
+ão puar os livros pelo topo >cabeça ao retir!*lo das estantes, os volumes devem ser
retirados da estante pelo centro da lombada.
•
+ão manter mapas, documentos, peri$dicos etc. dobrados ou enrolados. Ao longo dovinco
cria*se uma linha de fragilidade nas fibras do papel, ocasionando a mdio prazo aruptura
dessa !rea.
•
Janter os documentos, mapas e "ornais planificados.
•
3vitar umedecer as pontas dos dedos com saliva para virar as p!ginas do livro.
•
3vitar dobrar as margem superiores ou interiores das folhas para marcar as p!ginas
•
3vitar encapar os livros com papel pardo ou similar. 3ssa aparente proteção contra a poeira
causa, na realidade, mais dano do que benef%cio ao volume em mdio e curto prazo. - papel
tipo pardo, de natureza !cida devido a seu processo de feitura, transmiteseu teor !cido para os
materiais que estiver envolvendo >migração !cida.
•
+ão utilizar fitas adesivas tipo dure e fitas crepes, cola branca >#KA para evitar a perda de
um fragmento de um volume em degradação. 3sses materiais possuem altaacidez, provocam
manchas irrevers%veis onde aplicado.
•
6sar cola metil*celulose em todo o trabalho de conservação e na rotina de trabalhosdi!rios.
3ssa cola livre de acidez e facilmente revers%vel.
•
+ão utilizar grampos e clips met!licos, esses materiais enferru"am com o correr dotempo,
deiando, no local aplicado, manchas marrons, oidando o papel, causando orompimento das
fibras com subseq(ente rasgo do papel.
•
3vitar a incid)ncia direta de luz solar sobre o acervo, a luz solar provoca oesmaecimento de
cores, amarelamento do papel e esfacelamento do couro.
•
3vitar a utilização de lmpadas ricas em radiação de ultravioleta, tais como as
lmpadasfluorescentes.
•
'uspender ou afastar as lumin!rias que incidam sobre as estantes dos livros.
•
2olocar cortina ou persiana em portas e "anelas de vidro, a fim de evitar a incid)nciadireta de
luz solar nas estantes.
•
+ão encostar as estantes nas paredes: evita*se que a umidade presente nas paredes
setransmita aos volumes.
•
2olocar telas protetoras contra insetos nas "anelas de bibliotecas situadas em locais demuita
vegetação.
•
7rocar os vidros quebrados de todas as "anelas, consertar "anelas e portas danificadas4com
esse procedimento evita*se a penetração de poeira e insetos no acervo.
♦
+ão abrir os livros que forem atingidos diretamente por !gua e que este"am com asfolhas
molhadas.
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