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Educação Básica e Inclusão
Educação Básica e Inclusão
análise preliminar
EducaƟon and inclusion in primary schools:
preliminary analysis
Nerli Nonato Ribeiro Mori*
* Professora Titular do Departamento de Teoria e Prá-
ca da Educação da Universidade Estadual de Maringá.
Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento
Humano pela Universidade de São Paulo. É pesquisadora
e bolsista CAPES (Observatório da Educação).
E-mail: nnrmori@uem.br
Resumo
A polí ca nacional de educação especial na perspec va da educação inclusiva foi estabelecida em
2008. Desde então, é cada vez maior a inserção de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação no ensino comum. Como está ocorrendo esse
processo? De que modo estão se concre zando os princípios e determinações dos documentos
norteadores da educação inclusiva? Em busca de respostas para essas questões realizamos uma
pesquisa sobre educação básica e inclusão nas cinco regiões brasileiras. Os dados iniciais foram
colhidos por meio de levantamento junto a 1200 professores e, na segunda etapa, foi realizado
um estudo de campo com observação direta de a vidades e entrevistas com profissionais, com
professores das Salas de Recursos Mul funcionais e com gestores de 15 escolas das cinco regiões
brasileiras. Os resultados indicam que ainda é grande o desafio de avançar para além do direito ao
acesso e efe var prá cas educacionais voltadas para as especificidades dos alunos que não atendem
os padrões de aprendizagem e desenvolvimento estabelecidos.
Palavras-chave
Educação especial. Inclusão. Aprendizagem.
Abstract
Brazilian policy for special educa on within the context of inclusive educa on was established in
2008. Henceforth there has been a wide inclusion of students with deficiencies and with development
disorders or highly gi ed children. How is the process being managed? How are the principles and
determina ons of guideline documents on inclusive educa on being managed? A research on basic
educa on and inclusion has been undertaken in five Brazilian regions. Data were collected by a survey
with 1200 teachers; later a field study with the direct observa on of ac vi es and interviews with
professionals and teachers of Mul func onal Resource Classrooms and administers of 15 schools
in the five Brazilian regions were undertaken. Results show that, besides the right for access, a huge
chasm s ll exists in prac ce to effec vely materialize educa onal prac ces for the specifici es of
children with deficiencies and who do not meet the established standard learning and development.
Key words
Special educa on. Inclusion. Learning.
248 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
conhecimento formal produzido pelos nada àqueles que não apresentavam as
homens. Assim, a escola oportuniza condições estabelecidas para frequentar
ao aluno a atividade psicológica, a o ensino.
consciência, a intenção, a percepção e Ressalte-se que, de longa data, as
atenção dirigida, o planejamento e as escolas especiais e outras ins tuições
ações voluntárias; enfim, o pensamento assumiram o espaço deixado pelas polí-
complexo. cas públicas educacionais e legislações
Nesse sen do, entender como a vigentes. A Cons tuição de 1988, por
sociedade explicou e atendeu às neces- exemplo, previa atendimento educacio-
sidades especiais é fundamental para a nal especializado ao que denominava
construção de uma escola realmente in- portadores de deficiência, “[...] prefe-
clusiva. Assim, destacamos alguns fatos rencialmente na rede regular de ensino”
e documentos marcantes, a par r dos (BRASIL, 1988, ar go 208).
anos de 1980, para a definição da pro- A utilização do termo preferen-
posta brasileira de educação inclusiva, cialmente contribuiu para reforçar a
estabelecendo como fazendo um recor- ambiguidade da relação entre público
te de fatos e documentos marcantes a e privado no que tange à educação
par r dos anos de 1980. Na sequência do alunado especial. Como ques ona
apresentamos uma síntese sobre os Ferreira (2006), quem definia o que era
dados colhidos e analisados na pesquisa preferencial? Além disso, não ficava claro
em pauta. se a matrícula na rede regular de ensino
implicava em sala comum.
A política nacional de educação Estava prevista a organização de
inclusiva vários níveis de atendimento, de modo
a atender as especificidades dos alunos
Os anos de 1980 e 1990 foram e promover a mobilidade de ambientes
marcados por um intenso movimento mais segregados para os menos integra-
em prol da inclusão escolar de alunos dores. No in tulado sistema em cascata,
com deficiência ou transtornos globais os alunos com quadros mais acentu-
do desenvolvimento, especialmente em ados eram matriculados nas escolas
países como Estados Unidos, Canadá especiais da rede conveniada e aqueles
e a maioria dos europeus. O Brasil, no com diagnós cos e manifestações de
entanto, con nuou a se pautar pelos desenvolvimento e aprendizagem mais
princípios da normalização e integração próximos da normalidade, em escolas da
e em explicações voltadas para os aspec- rede comum de ensino, quase sempre
tos clínicos de cada quadro. Desse modo, em salas especiais.
cabia ao aluno adaptar-se às condições Desse modo, por vários fatores,
educacionais oferecidas. Uma estrutura entre eles a ausência de polí cas claras
paralela de atendimento estava des - para a educação do alunado especial
250 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
possível a integração desses alunos nas Apesar de esse documento ter
classes comuns da rede regular de ensino. contribuído para aumentar o número
Apesar de enfa zar a liberdade de de encaminhamentos para a classe co-
acesso ao ensino comum, o termo prefe- mum, o sistema de educação especial
rencialmente e a remissão às condições con nuou a ser o responsável pela es-
específicas contribuíram para manter a colarização do aluno com deficiência; a
ambiguidade quanto à inserção do alu- colocação no sistema comum ou especial
nado especial na escola comum. con nuou a depender das condições do
Em junho de 1999 foi realizada aluno.
na cidade de Guatemala, República de A par r de 2003, foram desenca-
Guatemala, a Convenção Interamericana deadas ações para transformar a educa-
para a Eliminação de Todas as Formas ção especial em modalidade transversal
de Discriminação contra as Pessoas do ensino comum, ou seja, que permeia
Portadoras de Deficiência. O Brasil, por o ensino comum, desde a educação bá-
meio Decreto n. 3.956, de 8 de outubro sica até o ensino superior. O Ministério
de 2001, aprovou o texto originado na de Educação começou a desenvolver, de
Convenção, reafirmando que as pessoas forma sistemá ca, programas e cursos
com deficiência “[...] têm os mesmo os de formação para professores e assim,
mesmos direitos humanos e liberdades em 2006, a abrangência dessa ação era
fundamentais que outras pessoas e que significa va, disseminando a polí ca de
estes direitos, inclusive o direito de não educação inclusiva e formatando o sis-
ser subme do à discriminação com base tema de educação inclusiva para quase
na deficiência, emanam da dignidade e todos os municípios brasileiros.
da igualdade que são inerentes a todo A publicação da Polí ca Nacional
ser humano” (BRASIL, 2001b, p. 2). de Educação Especial na Perspec va da
Sob esse panorama nacional e in- Educação Inclusiva, em 2008, consolidou
ternacional o Brasil começou a formatar o princípio da transversalidade e ins tuiu
a atual polí ca de educação inclusiva. Em o Atendimento Educacional Especializa-
2001 foi emi da a Resolução 02 do Con- do complementar ou suplementar para
selho Nacional de Educação e da Câmara alunos com:
dos Deputados, proclamando que os • Deficiência: apresentam limitações de
sistemas de ensino devem matricular longo prazo relacionadas a aspectos de
todos os alunos e que o atendimento aos natureza sica, intelectual, mental ou
alunos especiais deveria ser realizado em sensorial.
classes comuns. Os encaminhamentos • Transtornos globais do desenvolvimen-
para classes e escolas especiais deveriam to: possuem alterações no desenvolvi-
ocorrer apenas em caráter transitório, mento neuropsicomotor, comprome -
extraordinário, em razão das necessida- mento nas relações sociais, na comu-
des do educando (BRASIL, 2001a). nicação ou estereo pias motoras, tais
252 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
dos avanços quanto ao acesso. Há, no to especializado, em horário contrário
entanto, pontos nevrálgicos, dentre os à escolarização, na Sala de Recursos
quais destacamos o processo ensino e Mul funcional (SRM) ou Centro de AEE.
aprendizagem tanto na escola comum O decreto 7.611/2011 regula-
como na escola especial. menta o apoio técnico e financeiro às
Como se ensina e quais os resul- ins tuições especializadas comunitárias,
tados alcançados no sistema especial? confessionais ou filantrópicas sem fins
Como o Estado acompanha as a vidades lucrativos, conveniadas com o Poder
nele realizadas? Com o distanciamento Execu vo. Para o financiamento, foram
entre o Estado e as ins tuições conve- consideradas “[...] as matrículas na rede
niadas e o número restrito de estudos regular de ensino, em classes comuns
e divulgações sobre o tema, é difícil ou em classes especiais de escolas
responder a essas questões. regulares, e em escolas especiais ou
Algumas ins tuições que agregam especializadas” (BRASIL, 2011, art. 14,
escolas especializadas têm se manifesta- parágrafo 1º).
do contra a polí ca de inclusão, dentre O documento gerou controvérsias,
elas a Federação Nacional das APAES especialmente pelo fato de que com o
(FENAPAES), a Federação Nacional das financiamento duplo também para as
Associações Pestalozzi (FENASP) e a matrículas em ins tuições especializa-
Federação Nacional de Educação e Inte- das, considerou-se que novamente es-
gração dos Surdos (FENEIS). A preocupa- tava posta a possibilidade da ins tuição
ção central é a possibilidade do fim das especializada como local de escolariza-
escolas especiais; além de uma inclusão ção, em subs tuição ao ensino comum.
grada va e processual, as ins tuições Em resposta às manifestações
especializadas defendem que as pessoas e pedidos de esclarecimento, a Dire-
com deficiência e suas famílias possam toria de Políticas de Educação Espe-
escolher onde querem estudar. cial da Secretaria de Educação Con-
As manifestações públicas e as tinuada, Alfabetização, Diversidade
ações junto ao poder polí co resultaram e Inclusão (SECADI) publicou a Nota
no Decreto 7.611/2011, que revogou o Técnica 62/2011 (BRASIL, 2011), na qual
Decreto 6.571/2008, o qual estabelecia reafirmou a polí ca de educação inclu-
o duplo financiamento para as escolas siva desde 2008 e negou que o Decreto
com alunos matriculados na rede pú- 7.611/2011 retomasse o conceito ante-
blica e par cipando do AEE. Ou seja, o rior de educação especial subs tu va
decreto admi a a dupla matrícula, com- à escolarização no ensino regular. Às
putando o aluno na educação regular e crí cas quanto ao apoio financeiro para
no atendimento especializado da rede atendimento pelas ins tuições especia-
pública, mas determinava a matrícula do lizadas a alunos não matriculados no
aluno no ensino comum e o atendimen- ensino regular, a Secretaria respondeu
254 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
de 2011 – a um grupo de 1200 (um mil Centro-Oeste; Mauá (SP), Petrópolis (RJ)
e duzentos) professores que par cipa- e Uberlândia (MG), no Sudeste; Chapecó
ram de um curso de especialização, na (SC), Capão da Canoa (RS) e Maringá
modalidade a distância, em Atendimento (PR), no Sul.
Educacional Especializado na Universida- O estudo nas escolas foi pensado
de Estadual de Maringá. Após um estudo e organizado com base na nota técnica
piloto para possíveis ajustes nas ques- 09/2010 (Brasil, 2010a), com os seguin-
tões, a aplicação foi realizada de modo tes pontos norteadores: a situação do
presencial por ocasião de uma avaliação AEE no Projeto Polí co Pedagógico da es-
do curso. Um total de 898 responderam cola; a organização do AEE; a adaptação
os ques onários, sendo 107 da região de materiais e currículo; caracterís cas
Norte; 252 da região Nordeste; 163 da do alunado atendido na SRM; a relação
região Sudeste; 103 da região Centro- entre o trabalho desenvolvido na SRM e
Oeste e 273 da região Sul. a sala comum; a formação ofertada para
A segunda etapa da pesquisa con- professores da SRM e da sala comum
sis u num estudo de campo com obser- com vistas ao atendimento de alunos
vação direta de a vidades e entrevistas com deficiências, Transtorno Global do
com profissionais com professores das Desenvolvimento e Altas Habilidades/
SRM e gestores de 15 (quinze) escolas Superdotação. Foram verificados ainda
das regiões cinco regiões brasileiras. pontos relacionados ao espaço sico,
Assim, foram escolhidas três escolas tais como as condições de acessibilidade
por região, sendo uma de cada estado e da escola e os recursos e equipamentos
atendendo ao critério de a escola estar disponíveis e u lizados na SRM.
situada em município com professores A equipe da pesquisa é compos-
cursando a especialização em AEE na ta por professores, alunos e técnicos
UEM e apresentar o maior número de do Programa de Pós-Graduação em
alunos definidos pelas atuais polí cas Educação e de cursos de graduação, da
educacionais como o alunado da edu- Universidade Estadual de Maringá. O
cação especializada, ou seja, pessoas levantamento foi realizado pelo grupo
com deficiências, Transtorno Global do e a coleta de dados nas regiões ficou
Desenvolvimento e Altas Habilidades/ sob a responsabilidade dos alunos da
Superdotação. Pós-Graduação, visto que o estudo de
Desse modo, o campo de abran- cada uma delas resulta numa dissertação
gência dessa etapa da pesquisa foi o ou tese. Ao final, o conjunto de dados
seguinte: Manaus (AM), Belém (PA), e será retomado, com vistas a compor um
Porto Velho (RO), na região Norte; Ga- quadro da inclusão escolar na educação
ranhuns (PE), Fortaleza (CE), Salvador básica.
(BA), no Nordeste; Campo Grande (MS),
Cuiabá (MT) e Aparecida de Goiânia, no
256 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
contenção financeira, outro obstáculo mento especializado a alunos com Altas
para a implantação é extensão territo- Habilidades/Superdotação. Das escolas
rial; a distância dificulta a formação dos inves gadas, apenas no Município de
professores e o acompanhamento da Campo Grande, na região Centro-Oeste,
implantação da nova polí ca. houve referência a esse atendimento.
Um problema grave é o acesso às De acordo com a Polí ca Nacional de
SRM. Ao estudar a região Centro-oeste, Educação Especial na Perspectiva da
Sierra (2013) comparou as matrículas Educação Inclusiva (BRASIL, 2008b), as
da educação especial e o número de pessoas com Altas Habilidades/Superdo-
matrículas na SRM; concluiu que em tação apresentam necessidades educa-
2011, 58% dos alunos matriculados cionais especiais e – da Educação Infan l
na educação especial no município de ao Ensino Superior, em escolas públicas
Campo Grande nham acesso a SRM ou privadas – elas devem receber AEE
e em Cuiabá a relação era de 68%. Em em SRM ou em outros espaços, como,
Aparecida de Goiânia o percentual caia por exemplo, em Núcleos de A vidades
para 30%. de Altas Habilidades/Superdotação, os
À escassez de SRM acrescente-se a quais oferecem atendimento a esse alu-
dificuldade de deslocamento dos alunos. nado e orientações aos seus pais, bem
A despeito da garan a de transporte como formação para os professores.
aos alunos da rede municipal e estadual Esses núcleos existem unicamente nas
ter sido incluído na LDB 9394/2006 em capitais e em grandes centros, o que
2003, em todas as escolas foi constata- dificulta o acesso a eles.
do o expressivo o número de falta dos Outro fator preponderante para a
alunos ao atendimento especializado. ausência de referências ao alunado com
No tocante às práticas pedagó- Altas Habilidades/Superdotação é a di-
gicas, a parceria entre os professores ficuldade de iden ficá-los. Perez (2013)
especializados e os professores da sala atribui essa dificuldade está ligada à falta
comum é problemá ca. Nesse contex- de informação e de formação dos pro-
to, é necessária uma formação inicial fessores das salas comuns e das SRM e
e continuada que supere a oposição às representações culturais equivocadas
entre educação comum e especial. Para rela vas ao conceito.
Rodriguero (2013), o professor da sala Se, por um lado, a pesquisa de-
comum precisa de capacitação para en- monstrou a falta de AEE aos alunos com
sinar alunos do público alvo do AEE e o Altas Habilidades/Superdotação não,
professor do atendimento especializado por outro evidenciou que alunos com
necessita ter uma visão mais ampla so- diagnós cos de hipera vidade e distúr-
bre aprendizagem e desenvolvimento. bios de aprendizagem – transtornos não
Outro destaque diz respeito ao previstos na polí ca – são atendidos na
número pouco expressivo de atendi- SRM. Isso ocorre tanto em municípios
258 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
promover o acesso ao conhecimento sis- de. Esse processo exige o diálogo aberto
tema zado a todos os alunos, especial- com a sociedade para a construção de
mente para alunos que não atendem os um projeto de educação para todos e o
padrões de normalidade estabelecidos. enfrentamento do desafio de escolas mal
Ainda é grande o desafio de avançar para projetadas e equipadas, do problema da
além da legislação que propicia o acesso formação insuficiente para a realização
e efe var prá cas educacionais que con- de prá cas pedagógicas promotoras do
siderem as especificidades dos alunos desenvolvimento humano.
com deficiência, transtornos globais do Como e quanto uma pessoa com
desenvolvimento e altas habilidades/ deficiência pode aprender? Numa pers-
superdotação. pec va humanizadora, as caracterís cas
O expressivo aumento das ma- humanas, as possibilidades de par cipa-
trículas dos alunos especiais no ensino ção no mundo se formam na interface
comum é um indica vo do estabeleci- do psicológico com o social. As leis do
mento da educação como um direito e desenvolvimento são iguais para todas
da escola como o espaço privilegiado as crianças, mas as singularidades da
para sua concre zação. Ir além do cam- organização sociopsicológica dos alunos
po norma vo implica, no entanto, em com deficiência implicam em recursos e
enfrentar questões como a par cipação métodos especiais de ensino.
das ins tuições especializadas e mudan- A efe vação do processo inclusivo
ças quanto à expecta va de aprendiza- implica no delineamento de um caminho
gem da pessoa com deficiência. em que par cipem todos os envolvidos
A trajetória das ins tuições espe- com o processo educa vo, sob o princípio
cializadas no atendimento às pessoas de que o desenvolvimento é produto da
com deficiência e o conhecimento por educação e não o resultado do amadu-
elas acumulado as coloca como parte recimento de estruturas psicológicas do
integrante do processo de mudanças. No sujeito. Um diagnós co de deficiência,
movimento de transformação, também Transtorno Global do Desenvolvimento
elas se modificam e podem assumir no- ou Altas Habilidades/Superdotação é
vas configurações. importante para saber como uma pessoa
A escola regular também precisa aprende, mas não determina até onde
romper com um modo de pensar e pla- ela pode chegar. A aprendizagem não
nejar a educação que provoca o fracasso elimina limites ou deficiências, mas ins-
escolar de alunos que não atendem pa- trumentaliza para um desenvolvimento
drões de normalidade e homogeneida- maior e mais qualita vo.
260 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
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