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Educação e inclusão em escolas de educação básica:

análise preliminar
EducaƟon and inclusion in primary schools:
preliminary analysis
Nerli Nonato Ribeiro Mori*
* Professora Titular do Departamento de Teoria e Prá-
ca da Educação da Universidade Estadual de Maringá.
Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento
Humano pela Universidade de São Paulo. É pesquisadora
e bolsista CAPES (Observatório da Educação).
E-mail: nnrmori@uem.br

Resumo
A polí ca nacional de educação especial na perspec va da educação inclusiva foi estabelecida em
2008. Desde então, é cada vez maior a inserção de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação no ensino comum. Como está ocorrendo esse
processo? De que modo estão se concre zando os princípios e determinações dos documentos
norteadores da educação inclusiva? Em busca de respostas para essas questões realizamos uma
pesquisa sobre educação básica e inclusão nas cinco regiões brasileiras. Os dados iniciais foram
colhidos por meio de levantamento junto a 1200 professores e, na segunda etapa, foi realizado
um estudo de campo com observação direta de a vidades e entrevistas com profissionais, com
professores das Salas de Recursos Mul funcionais e com gestores de 15 escolas das cinco regiões
brasileiras. Os resultados indicam que ainda é grande o desafio de avançar para além do direito ao
acesso e efe var prá cas educacionais voltadas para as especificidades dos alunos que não atendem
os padrões de aprendizagem e desenvolvimento estabelecidos.
Palavras-chave
Educação especial. Inclusão. Aprendizagem.

Abstract
Brazilian policy for special educa on within the context of inclusive educa on was established in
2008. Henceforth there has been a wide inclusion of students with deficiencies and with development
disorders or highly gi ed children. How is the process being managed? How are the principles and
determina ons of guideline documents on inclusive educa on being managed? A research on basic
educa on and inclusion has been undertaken in five Brazilian regions. Data were collected by a survey
with 1200 teachers; later a field study with the direct observa on of ac vi es and interviews with
professionals and teachers of Mul func onal Resource Classrooms and administers of 15 schools
in the five Brazilian regions were undertaken. Results show that, besides the right for access, a huge
chasm s ll exists in prac ce to effec vely materialize educa onal prac ces for the specifici es of
children with deficiencies and who do not meet the established standard learning and development.
Key words
Special educa on. Inclusion. Learning.

Série-Estudos - Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB


Campo Grande, MS, n. 37, p. 247-261, jan./jun. 2014
Introdução do seu modo de operar. Como está se
efe vando a Polí ca Nacional da Educa-
Nas úl mas décadas a educação ção Especial na Perspec va da Educação
brasileira tem passado por um intenso Inclusiva? Como estão se concre zan-
movimento de transformação no que do os princípios e determinações dos
se refere à educação de pessoas com documentos norteadores da educação
necessidades educacionais especiais. inclusiva? Essas são as questões nortea-
Os úl mos censos indicam expressivo doras do projeto de pesquisa “Educação
aumento no número de alunos especiais Básica e Inclusão no Brasil”, apresentado
matriculados no ensino comum. Desde em atendimento ao edital 038/2010/
2008 o total de matrículas do alunado CAPES/INEP.
da Educação Especial em salas comuns Com base em pressupostos da
vem superando o de salas e escolas espe- Teoria Histórico-Cultural, buscamos o
ciais. Os dados do censo escolar indicam movimento de formação da educação
que do total de 820.433 matrículas na especial e a importância da escolarização
Educação Especial em 2012,74% foram para o processo de humanização. Nessa
para classes comuns; em contrapar da, perspec va, a educação formal é condi-
as matrículas em classes e escolas espe- ção para o desenvolvimento humano.
ciais ficaram em torno de 24% (BRASIL, Por meio do ato educa vo produzido
2013b). direta e intencionalmente na escola são
A análise desses números e da transmi dos conhecimentos que con-
legislação vigente evidencia que a ferem a “[...] cada indivíduo singular, a
educação inclusiva está oficializada, ou humanidade que é produzida histórica
seja, a polí ca de inclusão está definida, e cole vamente pelo conjunto dos ho-
formatada e em fase de implantação mens” (SAVIANI, 1991, p. 14).
na maioria das escolas brasileiras. A Pelo processo educa vo, os indiví-
educação especial passou a ser uma duos aprendem a sen r, pensar, avaliar
modalidade da educação comum e, e agir, ou seja, assimilam elementos
desse modo, as crianças com deficiência, que os tornam humanos. Isso mostra
transtornos globais de desenvolvimento que a natureza humana não é dada aos
e altas habilidades/superdotação devem sujeitos por herança biológica como
frequentar classes comuns de ensino algo imutável e à margem das relações
e – se e quando necessário – receber histórico-sociais. Como afirma Vygotski
atendimento educacional especializado (1997), a formação das funções especi-
(AEE) em Salas de Recursos Mul funcio- ficamente humanas depende das rela-
nais (SRM) da própria escola ou de outra ções mediadas. A a vidade principal da
ou, ainda, em Centros de AEE. escola é promover a transformação dos
É fundamental compreender esse conceitos espontâneos em científicos
processo de reestruturação da escola e e, desse modo, possibilitar o acesso ao

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conhecimento formal produzido pelos nada àqueles que não apresentavam as
homens. Assim, a escola oportuniza condições estabelecidas para frequentar
ao aluno a atividade psicológica, a o ensino.
consciência, a intenção, a percepção e Ressalte-se que, de longa data, as
atenção dirigida, o planejamento e as escolas especiais e outras ins tuições
ações voluntárias; enfim, o pensamento assumiram o espaço deixado pelas polí-
complexo. cas públicas educacionais e legislações
Nesse sen do, entender como a vigentes. A Cons tuição de 1988, por
sociedade explicou e atendeu às neces- exemplo, previa atendimento educacio-
sidades especiais é fundamental para a nal especializado ao que denominava
construção de uma escola realmente in- portadores de deficiência, “[...] prefe-
clusiva. Assim, destacamos alguns fatos rencialmente na rede regular de ensino”
e documentos marcantes, a par r dos (BRASIL, 1988, ar go 208).
anos de 1980, para a definição da pro- A utilização do termo preferen-
posta brasileira de educação inclusiva, cialmente contribuiu para reforçar a
estabelecendo como fazendo um recor- ambiguidade da relação entre público
te de fatos e documentos marcantes a e privado no que tange à educação
par r dos anos de 1980. Na sequência do alunado especial. Como ques ona
apresentamos uma síntese sobre os Ferreira (2006), quem definia o que era
dados colhidos e analisados na pesquisa preferencial? Além disso, não ficava claro
em pauta. se a matrícula na rede regular de ensino
implicava em sala comum.
A política nacional de educação Estava prevista a organização de
inclusiva vários níveis de atendimento, de modo
a atender as especificidades dos alunos
Os anos de 1980 e 1990 foram e promover a mobilidade de ambientes
marcados por um intenso movimento mais segregados para os menos integra-
em prol da inclusão escolar de alunos dores. No in tulado sistema em cascata,
com deficiência ou transtornos globais os alunos com quadros mais acentu-
do desenvolvimento, especialmente em ados eram matriculados nas escolas
países como Estados Unidos, Canadá especiais da rede conveniada e aqueles
e a maioria dos europeus. O Brasil, no com diagnós cos e manifestações de
entanto, con nuou a se pautar pelos desenvolvimento e aprendizagem mais
princípios da normalização e integração próximos da normalidade, em escolas da
e em explicações voltadas para os aspec- rede comum de ensino, quase sempre
tos clínicos de cada quadro. Desse modo, em salas especiais.
cabia ao aluno adaptar-se às condições Desse modo, por vários fatores,
educacionais oferecidas. Uma estrutura entre eles a ausência de polí cas claras
paralela de atendimento estava des - para a educação do alunado especial

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e a predominância de um olhar clínico mentais sensoriais, emocionais, linguís-
para a educação, no Brasil houve uma cas ou étnicas das crianças. Conforme
expansão con nuada das ins tuições a Declaração, as escolas devem
filantrópicas paralelas à rede pública de [...] acolher crianças com deficiência
ensino e das classes especiais nas escolas e crianças bem dotadas; crianças
regulares. que vivem nas ruas e que tra-
Por outro lado, nesse mesmo balham; crianças de populações
período, varios fatos contribuiram para distantes ou nômades; crianças de
mudanças no panorama da educação minorias lingüís cas, étnicas ou cul-
especial. Um destaque é a retomada turais e crianças de outros grupos
do compromisso com a educação na ou zonas desfavorecidos ou mar-
Declaração Mundial de Educação para ginalizados. (UNESCO, 1994, p. 3).
Todos, de 1990, na qual é reafirmada a O núcleo central Declaração
luta pela democra zação da educação, Mundial de Educação para Todos e da
independentemente das singularidades Declaração de Salamanca era a defesa
dos alunos: “[...] é preciso tomar medi- da inclusão como direito humano e,
das que garantam a igualdade de acesso portanto, a defesa da inclusão de todos
à educação aos portadores de todo os alunos na escola comum. Como
e qualquer po de deficiência, como ressalta Prieto (2008), embora essa
parte integrante do sistema educa vo” úl ma destaque a educação inclusiva
(UNESCO, 1994, p. 3). para as minorias originárias de culturas
A associação do compromisso com nômades e linguís cas, moradoras de
a educação para todos com a cons tu- rua e com deficiência, no Brasil foi esta
ição de um sistema educacional inclusivo úl ma categoria que ficou vinculada à
é reiterada na Conferência Mundial so- ideia de inclusão.
bre Necessidades Educacionais Espe-
ciais: Acesso e Qualidade, realizada pela A Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
Organização das Nações Unidas para a cação Nacional, promulgada no Brasil
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em 1996, definiu a educação especial
em 1994, em Salamanca, na Espanha. como modalidade de educação escolar
Ao final desse evento foi produzido o transversal a todos os níveis de ensino,
documento mundialmente conhecido a ser oferecida, preferencialmente na
como Declaração de Salamanca. O docu- rede regular de ensino, para educandos
mento prescreve que cada criança possui com deficiência, transtornos globais do
caracterís cas, interesses, capacidades e desenvolvimento e altas habilidades ou
necessidades de aprendizagem que lhes superdotação. Previa que o atendimento
são próprias e recomenda que o ensino seria feito em classes, escolas ou serviço
seja ministrado no sistema comum, in- especializados sempre que em função de
dependentemente das condições sicas, suas caracterís cas específicas não fosse

250 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
possível a integração desses alunos nas Apesar de esse documento ter
classes comuns da rede regular de ensino. contribuído para aumentar o número
Apesar de enfa zar a liberdade de de encaminhamentos para a classe co-
acesso ao ensino comum, o termo prefe- mum, o sistema de educação especial
rencialmente e a remissão às condições con nuou a ser o responsável pela es-
específicas contribuíram para manter a colarização do aluno com deficiência; a
ambiguidade quanto à inserção do alu- colocação no sistema comum ou especial
nado especial na escola comum. con nuou a depender das condições do
Em junho de 1999 foi realizada aluno.
na cidade de Guatemala, República de A par r de 2003, foram desenca-
Guatemala, a Convenção Interamericana deadas ações para transformar a educa-
para a Eliminação de Todas as Formas ção especial em modalidade transversal
de Discriminação contra as Pessoas do ensino comum, ou seja, que permeia
Portadoras de Deficiência. O Brasil, por o ensino comum, desde a educação bá-
meio Decreto n. 3.956, de 8 de outubro sica até o ensino superior. O Ministério
de 2001, aprovou o texto originado na de Educação começou a desenvolver, de
Convenção, reafirmando que as pessoas forma sistemá ca, programas e cursos
com deficiência “[...] têm os mesmo os de formação para professores e assim,
mesmos direitos humanos e liberdades em 2006, a abrangência dessa ação era
fundamentais que outras pessoas e que significa va, disseminando a polí ca de
estes direitos, inclusive o direito de não educação inclusiva e formatando o sis-
ser subme do à discriminação com base tema de educação inclusiva para quase
na deficiência, emanam da dignidade e todos os municípios brasileiros.
da igualdade que são inerentes a todo A publicação da Polí ca Nacional
ser humano” (BRASIL, 2001b, p. 2). de Educação Especial na Perspec va da
Sob esse panorama nacional e in- Educação Inclusiva, em 2008, consolidou
ternacional o Brasil começou a formatar o princípio da transversalidade e ins tuiu
a atual polí ca de educação inclusiva. Em o Atendimento Educacional Especializa-
2001 foi emi da a Resolução 02 do Con- do complementar ou suplementar para
selho Nacional de Educação e da Câmara alunos com:
dos Deputados, proclamando que os • Deficiência: apresentam limitações de
sistemas de ensino devem matricular longo prazo relacionadas a aspectos de
todos os alunos e que o atendimento aos natureza sica, intelectual, mental ou
alunos especiais deveria ser realizado em sensorial.
classes comuns. Os encaminhamentos • Transtornos globais do desenvolvimen-
para classes e escolas especiais deveriam to: possuem alterações no desenvolvi-
ocorrer apenas em caráter transitório, mento neuropsicomotor, comprome -
extraordinário, em razão das necessida- mento nas relações sociais, na comu-
des do educando (BRASIL, 2001a). nicação ou estereo pias motoras, tais

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como nos casos de Au smo Clássico, A implementação do Decreto
Síndrome de Asperger, Síndrome de 6.571/2008 foi organizada pelas Diretri-
Rett, Transtorno Desintegrativo da zes Operacionais para o Atendimento
Infância (Psicoses) e Transtornos Inva- Educacional Especializado na Educação
sivos Sem Outra Especificação. Básica, ins tuídas via Resolução 04/2009
• Altas habilidades/superdotação: de- (BRASIL, 2009). Conforme esse docu-
monstram potencial elevado e grande mento, no projeto polí co pedagógico
envolvimento de forma isolada ou da escola precisa constar a implantação
combinada nas seguintes áreas intelec- da SRM, professores para atuar no AEE
tual, de liderança, psicomotora, ar s- e outros profissionais como tradutor e
ca e cria va. intérprete de Língua Brasileira de Sinais,
O documento previa ainda o aten- guia-intérprete e aqueles para atuar em
dimento aos alunos com transtornos a vidades de apoio.
funcionais específicos, ressaltando a O AEE precisa ser realizado priori-
necessidade de ação ar culada entre a tariamente na Sala de Recursos Mul fun-
educação especial e o ensino comum, cionais ou em outra escola do ensino
“[...] orientando para o atendimento às comum, em horário contrário ao que o
necessidades educacionais especiais des- aluno estuda.
ses alunos” (BRASIL, 2008b, p. 1). Nos do- O atendimento pode ainda ser
cumentos subsequentes essa referência realizado em Centros de AEE da rede
foi re rada e o AEE passou a ser previsto pública ou de ins tuições conveniadas
somente para os alunos com deficiência, com a Secretaria de Educação, seguindo
transtornos globais do desenvolvimento normas estabelecidas nas Notas Técni-
ou altas habilidades/superdotação. cas 9/2010 e 11/2010, que delimitam
Sob a perspec va inclusiva, o AEE os obje vos, a forma de implantação, a
deve estar previsto no projeto pedagó- atribuição dos professores, a elaboração
gico da escola e os serviços e recursos a do Plano Polí co Pedagógico, a forma de
serem organizados foram ra ficados por se efe var as matrículas, a organização
meio do Decreto 6.571/2008 (BRASIL, da prá ca pedagógica, a infraestrutura
2008a), o qual determina em seu ar go e as condições de acessibilidade (BRASIL
3º o apoio técnico e financeiro do Minis- 2010b; BRASIL, 2010c).
tério da Educação para a implantação de A política nacional de inclusão
SRM; formação de professores, gestores, tem propiciado o aumento nos índices
educadores e outros profissionais da de inserção de alunos do público alvo
escola para a educação inclusiva; ade- da educação especial na escola comum.
quação arquitetônica e de acessibilidade A proporção de 76% do total de matrí-
dos prédios escolares e a estruturação culas do alunado especial para a escola
de núcleos de acessibilidade nas ins tui- comum e 24% para a escola especial, no
ções federais de ensino superior. ano de 2012, é um indica vo importante

252 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
dos avanços quanto ao acesso. Há, no to especializado, em horário contrário
entanto, pontos nevrálgicos, dentre os à escolarização, na Sala de Recursos
quais destacamos o processo ensino e Mul funcional (SRM) ou Centro de AEE.
aprendizagem tanto na escola comum O decreto 7.611/2011 regula-
como na escola especial. menta o apoio técnico e financeiro às
Como se ensina e quais os resul- ins tuições especializadas comunitárias,
tados alcançados no sistema especial? confessionais ou filantrópicas sem fins
Como o Estado acompanha as a vidades lucrativos, conveniadas com o Poder
nele realizadas? Com o distanciamento Execu vo. Para o financiamento, foram
entre o Estado e as ins tuições conve- consideradas “[...] as matrículas na rede
niadas e o número restrito de estudos regular de ensino, em classes comuns
e divulgações sobre o tema, é difícil ou em classes especiais de escolas
responder a essas questões. regulares, e em escolas especiais ou
Algumas ins tuições que agregam especializadas” (BRASIL, 2011, art. 14,
escolas especializadas têm se manifesta- parágrafo 1º).
do contra a polí ca de inclusão, dentre O documento gerou controvérsias,
elas a Federação Nacional das APAES especialmente pelo fato de que com o
(FENAPAES), a Federação Nacional das financiamento duplo também para as
Associações Pestalozzi (FENASP) e a matrículas em ins tuições especializa-
Federação Nacional de Educação e Inte- das, considerou-se que novamente es-
gração dos Surdos (FENEIS). A preocupa- tava posta a possibilidade da ins tuição
ção central é a possibilidade do fim das especializada como local de escolariza-
escolas especiais; além de uma inclusão ção, em subs tuição ao ensino comum.
grada va e processual, as ins tuições Em resposta às manifestações
especializadas defendem que as pessoas e pedidos de esclarecimento, a Dire-
com deficiência e suas famílias possam toria de Políticas de Educação Espe-
escolher onde querem estudar. cial da Secretaria de Educação Con-
As manifestações públicas e as tinuada, Alfabetização, Diversidade
ações junto ao poder polí co resultaram e Inclusão (SECADI) publicou a Nota
no Decreto 7.611/2011, que revogou o Técnica 62/2011 (BRASIL, 2011), na qual
Decreto 6.571/2008, o qual estabelecia reafirmou a polí ca de educação inclu-
o duplo financiamento para as escolas siva desde 2008 e negou que o Decreto
com alunos matriculados na rede pú- 7.611/2011 retomasse o conceito ante-
blica e par cipando do AEE. Ou seja, o rior de educação especial subs tu va
decreto admi a a dupla matrícula, com- à escolarização no ensino regular. Às
putando o aluno na educação regular e crí cas quanto ao apoio financeiro para
no atendimento especializado da rede atendimento pelas ins tuições especia-
pública, mas determinava a matrícula do lizadas a alunos não matriculados no
aluno no ensino comum e o atendimen- ensino regular, a Secretaria respondeu

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que ele estava des nado exclusivamente deficiência e transtornos globais do de-
para aqueles que se encontram fora da senvolvimento, “[...] contribuindo para
faixa etária de escolarização obrigatória. o fortalecimento das ações adotadas
O Decreto 7.611/2011 consolidou no contexto do ensino regular” (BRASIL,
a legislação anterior e o conceito de du- 2013a, p. 7).
pla matrícula. Apesar das nega vas da Após esse panorama da polí ca
secretaria de educação especial, o dispo- nacional de inclusão, apresentamos o
si vo legal habilitou as escolas especiais trabalho realizado e a análise dos dados
a captar recursos públicos. Do ponto de colhidos.
vista polí co, ele pode ser interpretado
como uma vitória das associações filan- A inclusão escolar no Brasil
trópicas, assistenciais e comunitárias so-
bre quem defende a educação inclusiva A pesquisa está voltada para o pro-
de pessoas com deficiência. E também cesso de efe vação da polí ca de edu-
contra as polí cas governamentais dos cação inclusiva em escolas de diferentes
úl mos anos, voltadas para programas regiões do Brasil. Buscamos saber como
de formação e qualificação docente, estão se concre zando os princípios e
adaptações e inves mentos para garan- determinações dos documentos norte-
r o acesso e a permanência dos alunos adores da educação inclusiva.
especiais nas escolas regulares. Os obje vos específicos delinea-
Em 2013, o Ministério da Educa- dos foram os seguintes: traçar um pa-
ção publicou a Nota Técnica 55/2013 norama histórico sobre a educação de
(BRASIL, 2013a), a qual orienta a atuação pessoas com necessidades educacionais
dos Centros de AEE junto aos alunos do especiais; analisar documentos rela vos
público alvo desta modalidade de en- à polí ca nacional de educação inclusiva;
sino, matriculados nas classes comuns verificar o atendimento a alunos com
da educação básica e que não tenham deficiência, Transtornos Globais de De-
o AEE na SRM da própria escola ou de senvolvimento e Altas Habilidades/Su-
outra escola de ensino regular. perdotação nas cinco regiões brasileiras.
O atendimento realizado pelos Os dados iniciais foram colhidos
Centros de AEE deve estar em harmonia por meio de levantamento junto aos
com os fundamentos legais, polí cos professores matriculados num curso de
e pedagógicos definidos na política formação de professores à distância da
nacional de educação inclusiva. Nessa Universidade Estadual de Maringá, em
perspec va, a Nota enfa za que ele não convênio com o Ministério da Educação/
é subs tu vo à educação comum, mas Secretaria de Educação Especial.
uma alterna va para a reorientação das O levantamento foi realizado por
escolas especiais com vistas ao processo meio de questionário – aplicado nos
de educação inclusiva de pessoas com meses de agosto, setembro e outubro

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de 2011 – a um grupo de 1200 (um mil Centro-Oeste; Mauá (SP), Petrópolis (RJ)
e duzentos) professores que par cipa- e Uberlândia (MG), no Sudeste; Chapecó
ram de um curso de especialização, na (SC), Capão da Canoa (RS) e Maringá
modalidade a distância, em Atendimento (PR), no Sul.
Educacional Especializado na Universida- O estudo nas escolas foi pensado
de Estadual de Maringá. Após um estudo e organizado com base na nota técnica
piloto para possíveis ajustes nas ques- 09/2010 (Brasil, 2010a), com os seguin-
tões, a aplicação foi realizada de modo tes pontos norteadores: a situação do
presencial por ocasião de uma avaliação AEE no Projeto Polí co Pedagógico da es-
do curso. Um total de 898 responderam cola; a organização do AEE; a adaptação
os ques onários, sendo 107 da região de materiais e currículo; caracterís cas
Norte; 252 da região Nordeste; 163 da do alunado atendido na SRM; a relação
região Sudeste; 103 da região Centro- entre o trabalho desenvolvido na SRM e
Oeste e 273 da região Sul. a sala comum; a formação ofertada para
A segunda etapa da pesquisa con- professores da SRM e da sala comum
sis u num estudo de campo com obser- com vistas ao atendimento de alunos
vação direta de a vidades e entrevistas com deficiências, Transtorno Global do
com profissionais com professores das Desenvolvimento e Altas Habilidades/
SRM e gestores de 15 (quinze) escolas Superdotação. Foram verificados ainda
das regiões cinco regiões brasileiras. pontos relacionados ao espaço sico,
Assim, foram escolhidas três escolas tais como as condições de acessibilidade
por região, sendo uma de cada estado e da escola e os recursos e equipamentos
atendendo ao critério de a escola estar disponíveis e u lizados na SRM.
situada em município com professores A equipe da pesquisa é compos-
cursando a especialização em AEE na ta por professores, alunos e técnicos
UEM e apresentar o maior número de do Programa de Pós-Graduação em
alunos definidos pelas atuais polí cas Educação e de cursos de graduação, da
educacionais como o alunado da edu- Universidade Estadual de Maringá. O
cação especializada, ou seja, pessoas levantamento foi realizado pelo grupo
com deficiências, Transtorno Global do e a coleta de dados nas regiões ficou
Desenvolvimento e Altas Habilidades/ sob a responsabilidade dos alunos da
Superdotação. Pós-Graduação, visto que o estudo de
Desse modo, o campo de abran- cada uma delas resulta numa dissertação
gência dessa etapa da pesquisa foi o ou tese. Ao final, o conjunto de dados
seguinte: Manaus (AM), Belém (PA), e será retomado, com vistas a compor um
Porto Velho (RO), na região Norte; Ga- quadro da inclusão escolar na educação
ranhuns (PE), Fortaleza (CE), Salvador básica.
(BA), no Nordeste; Campo Grande (MS),
Cuiabá (MT) e Aparecida de Goiânia, no

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Resultados e discussão de currículo, a vidades, estrutura sica
e de pessoal acessível e com profissio-
O levantamento possibilitou traçar nais preparados para trabalhar com as
um perfil dos profissionais que atuam necessidades de cada grupo. Em quase
no AEE, bem como o público alvo nele todas as escolas inves gadas, um dos
atendido. Os dados indicaram que a problemas é a acessibilidade; as condi-
maioria dos profissionais são mulheres ções de acesso sico são complicadas
(96%), com graduação em Pedagogia e precárias. Também há dificuldades
(70%), Letras (9%), outros cursos (16%); em termos de adaptação de materiais
uma pequena parcela não especificou a e a vidades na sala comum. Nas SRM
formação (5%). Muitos cursistas já eram foi observado o esforço dos professores
especialistas (72%), a maior parte deles especializados em adaptar materiais
em Psicopedagogia (36%), seguida de para os alunos; todavia, há escassez de
Educação Especial (19%). As respostas recursos financeiros para a aquisição e
sobre as caracterís cas do alunado aten- manutenção dos materiais. Das três es-
dido por professores do AEE indicam a colas observadas por Fellini (2013), duas
prevalência das deficiências (64%). Na recebem recursos apenas por meio de
sequência são indicados os alunos com programas e uma conta exclusivamente
Transtornos Globais do Desenvolvimento com o suporte do município.
(32%) e, por úl mo, aqueles com Altas Conforme os dados de quatro
Habilidades/Superdotação (4%). Quanto regiões estudadas – Norte, Nordeste,
à segunda etapa da pesquisa, até o mo- Centro-Oeste e Sudeste – somente nessa
mento foram colhidos os dados das cinco úl ma o AEE estava previsto no Projeto
regiões brasileiras. Foram analisados Polí co Pedagógico da escola. Contudo,
os dados das regiões Norte, Nordeste em todas as escolas havia uma preocu-
e Centro-Oeste e iniciada a análise das pação em atender à polí ca nacional
regiões Sul e Sudeste. Após a finalização de educação inclusiva. Dambrós (2013)
da etapa de análise por região, os dados observa que na região Norte, a educação
serão retomados de forma global, de inclusiva está sendo implantada, mas
modo a compor um panorama sobre a essa concre zação acompanha o tem-
efe vação da polí ca nacional de inclu- po, a capacitação docente e o recurso
são no Brasil. financeiro de cada estado. Os Estados do
A educação inclusiva tem muito a Amazonas, Pará e Rondônia já iniciaram
contribuir para a aprendizagem e desen- suas propostas de inclusão escolar, no
volvimento de pessoas com deficiências, entanto, essa efe vação está se concre-
Transtornos Globais do Desenvolvimento zando aos moldes financeiros de cada
e Altas Habilidades/Superdotação. Toda- Estado e Município; de modo geral, a
via, como afirma Fellini (2013), para que municipalização diminuiu os recursos
o processo se realize, há necessidade financeiros. No Amazonas, além da

256 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
contenção financeira, outro obstáculo mento especializado a alunos com Altas
para a implantação é extensão territo- Habilidades/Superdotação. Das escolas
rial; a distância dificulta a formação dos inves gadas, apenas no Município de
professores e o acompanhamento da Campo Grande, na região Centro-Oeste,
implantação da nova polí ca. houve referência a esse atendimento.
Um problema grave é o acesso às De acordo com a Polí ca Nacional de
SRM. Ao estudar a região Centro-oeste, Educação Especial na Perspectiva da
Sierra (2013) comparou as matrículas Educação Inclusiva (BRASIL, 2008b), as
da educação especial e o número de pessoas com Altas Habilidades/Superdo-
matrículas na SRM; concluiu que em tação apresentam necessidades educa-
2011, 58% dos alunos matriculados cionais especiais e – da Educação Infan l
na educação especial no município de ao Ensino Superior, em escolas públicas
Campo Grande nham acesso a SRM ou privadas – elas devem receber AEE
e em Cuiabá a relação era de 68%. Em em SRM ou em outros espaços, como,
Aparecida de Goiânia o percentual caia por exemplo, em Núcleos de A vidades
para 30%. de Altas Habilidades/Superdotação, os
À escassez de SRM acrescente-se a quais oferecem atendimento a esse alu-
dificuldade de deslocamento dos alunos. nado e orientações aos seus pais, bem
A despeito da garan a de transporte como formação para os professores.
aos alunos da rede municipal e estadual Esses núcleos existem unicamente nas
ter sido incluído na LDB 9394/2006 em capitais e em grandes centros, o que
2003, em todas as escolas foi constata- dificulta o acesso a eles.
do o expressivo o número de falta dos Outro fator preponderante para a
alunos ao atendimento especializado. ausência de referências ao alunado com
No tocante às práticas pedagó- Altas Habilidades/Superdotação é a di-
gicas, a parceria entre os professores ficuldade de iden ficá-los. Perez (2013)
especializados e os professores da sala atribui essa dificuldade está ligada à falta
comum é problemá ca. Nesse contex- de informação e de formação dos pro-
to, é necessária uma formação inicial fessores das salas comuns e das SRM e
e continuada que supere a oposição às representações culturais equivocadas
entre educação comum e especial. Para rela vas ao conceito.
Rodriguero (2013), o professor da sala Se, por um lado, a pesquisa de-
comum precisa de capacitação para en- monstrou a falta de AEE aos alunos com
sinar alunos do público alvo do AEE e o Altas Habilidades/Superdotação não,
professor do atendimento especializado por outro evidenciou que alunos com
necessita ter uma visão mais ampla so- diagnós cos de hipera vidade e distúr-
bre aprendizagem e desenvolvimento. bios de aprendizagem – transtornos não
Outro destaque diz respeito ao previstos na polí ca – são atendidos na
número pouco expressivo de atendi- SRM. Isso ocorre tanto em municípios

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onde a polí ca nacional não foi implan- Desenvolvimento e Altas Habilidades/
tada, como naqueles que aderiram, mas Superdotação na rede regular de ensino.
con nuam a desenvolver uma polí ca Para o governo paranaense, isso ocorre-
própria. rá com 80% dos alunos com deficiência,
A análise preliminar dos dados da pois 20% deles apresentam deficiências
região Sul aponta uma situação bem pe- acentuadas que impedem a sua inclusão
culiar no Estado do Paraná, visto que as no ensino comum. Pelo pioneirismo e
escolas estaduais e municipais seguem organização da Educação Especial no
diretrizes diferentes, com destaque para Estado do Paraná, o acompanhamento
dois pontos: o atendimento aos alunos do seu processo inclusivo certamente
com Transtornos Funcionais Específicos contribuirá para avanços na área.
(TFE) e a transformação das escolas es- A síntese dos resultados da pesqui-
peciais Escolas de Educação Básica na sa aponta divergências e convergências
Modalidade Especial na área de Defici- no processo de implantação da polí ca
ência Intelectual e Múl pla. nacional de educação inclusiva nas dife-
No que se refere ao TFE, dos rentes regiões do Brasil. Em todas elas,
22.276 alunos da rede pública estadual constatamos a ampliação do acesso à
paranaense que participam do AEE, escola comum, mas o caminho para a
12.181 (54%) estão classificados como inclusão é longo e processual, exigindo
alunos com TFE, dos quais 8661 (71%) mudanças na própria forma de pensar a
apresentam queixa de problemas re- educação em termos polí cos e organiza-
lacionados à leitura, escrita e cálculo cionais e de concepção, quanto ao modo
e 3520 (29%) alunos têm indicativos como determina o desenvolvimento.
de Transtorno de Déficit de Atenção e
Hipera vidade. Considerações finais
Quanto à criação das Escolas de
Educação Básica na Modalidade Especial No presente texto destacamos ini-
na área de Deficiência Intelectual e Múl- cia vas e encaminhamentos a par r da
pla, amparadas por um parecer exarado década de 1980 que foram determinan-
pelo Conselho Estadual (PARANÁ, 2010), tes para a polí ca nacional de educação
elas poderão ofertar educação escolar inclusiva. Ao buscar como essa polí ca
para Educação Infan l, anos Iniciais do está se efe vando em escolas localizadas
Ensino Fundamental e Educação Profis- em 15 estados das cinco regiões brasilei-
sional, Qualificação para o Trabalho e ras, constatamos avanços na educação
Educação de Jovens e Adultos. inclusiva, especialmente em termos de
O Projeto de Lei do Plano Nacional norma vas e de par cipação dos órgãos
de Educação (BRASIL, 2011) prevê para gestores na implantação da polí ca nas
até 2016 a matrícula de todos os alunos escolas. Todavia, as prá cas pedagógi-
com deficiência, Transtornos Globais do cas ainda evidenciam dificuldade para

258 Nerli Nonato Ribeiro MORI. Educação e inclusão em escolas de educação básica: análise...
promover o acesso ao conhecimento sis- de. Esse processo exige o diálogo aberto
tema zado a todos os alunos, especial- com a sociedade para a construção de
mente para alunos que não atendem os um projeto de educação para todos e o
padrões de normalidade estabelecidos. enfrentamento do desafio de escolas mal
Ainda é grande o desafio de avançar para projetadas e equipadas, do problema da
além da legislação que propicia o acesso formação insuficiente para a realização
e efe var prá cas educacionais que con- de prá cas pedagógicas promotoras do
siderem as especificidades dos alunos desenvolvimento humano.
com deficiência, transtornos globais do Como e quanto uma pessoa com
desenvolvimento e altas habilidades/ deficiência pode aprender? Numa pers-
superdotação. pec va humanizadora, as caracterís cas
O expressivo aumento das ma- humanas, as possibilidades de par cipa-
trículas dos alunos especiais no ensino ção no mundo se formam na interface
comum é um indica vo do estabeleci- do psicológico com o social. As leis do
mento da educação como um direito e desenvolvimento são iguais para todas
da escola como o espaço privilegiado as crianças, mas as singularidades da
para sua concre zação. Ir além do cam- organização sociopsicológica dos alunos
po norma vo implica, no entanto, em com deficiência implicam em recursos e
enfrentar questões como a par cipação métodos especiais de ensino.
das ins tuições especializadas e mudan- A efe vação do processo inclusivo
ças quanto à expecta va de aprendiza- implica no delineamento de um caminho
gem da pessoa com deficiência. em que par cipem todos os envolvidos
A trajetória das ins tuições espe- com o processo educa vo, sob o princípio
cializadas no atendimento às pessoas de que o desenvolvimento é produto da
com deficiência e o conhecimento por educação e não o resultado do amadu-
elas acumulado as coloca como parte recimento de estruturas psicológicas do
integrante do processo de mudanças. No sujeito. Um diagnós co de deficiência,
movimento de transformação, também Transtorno Global do Desenvolvimento
elas se modificam e podem assumir no- ou Altas Habilidades/Superdotação é
vas configurações. importante para saber como uma pessoa
A escola regular também precisa aprende, mas não determina até onde
romper com um modo de pensar e pla- ela pode chegar. A aprendizagem não
nejar a educação que provoca o fracasso elimina limites ou deficiências, mas ins-
escolar de alunos que não atendem pa- trumentaliza para um desenvolvimento
drões de normalidade e homogeneida- maior e mais qualita vo.

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Recebido em março de 2014


Aprovado para publicação em abril de 2014

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