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O consumo não é algo descolado do mundo cultural, não é algo que flana por
aí sem significação, e muito menos os bens de consumo. Nesse artigo de
Grant McCracken ele nos elucida justamente sobre essa ‘’estruturação’’
profunda da Antropologia do consumo, o autor nos coloca sobre a perspectiva
de estrutura de Levi Strauss (1963) aplicado no estudo do consumo. E essa
perspectiva de estrutura que organiza sua elucubração no decorrer do artigo,
e consegue comunicar com potência acerca desse estudo até algumas
décadas atrás um tanto quanto relegado: a Antropologia do consumo.
‘’As categorias mais importantes talvez sejam as que as culturas criam para a
comunidade humana – as distinções de classe, status, gênero, idade e
ocupação.’’ (Grant McCracken, p. 103, 2007) essa segmentação dos bens de
consumo, é essencial para entender essa estrutura ao qual o autor fala. Pois
o ‘’mundo culturalmente constituído’’ forma termos inteligíveis para os
membros da cultura, e esses membros tem um status quo de entendimento,
já que eles compartilham dentro dessa cultura dos mesmos valores. Então
quando a pessoa investe o seu próprio significado particular a cultura constitui
o mundo ‘’É de um mundo assim constituído que decorre o significado
destinado aos bens de consumo.’’ (Grant McCracken, p. 104, 2007), onde
esse bem vai ter a significância dentre o meio ao qual ele está inserido,
devido ao que o mundo culturalmente constituído opera nele. As categorias
culturais são extremamente importantes pois ela é a coluna vertebral de um
mundo culturalmente constituído, é através dela também que se irradia as
significações culturais, pois ela segmenta de uma maneira que ‘’organiza’’ de
forma inteligível onde cada grupo vai se encaixar, as categorias não são algo
físico, embora operem no mundo físico, elas são invisíveis e operam dentro
do âmbito social, entretanto ‘’(...) as categorias culturais são constantemente
materializadas pela prática humana.’’ (Grant McCracken, p. 102, 2007). Há
um esforço coletivo dentro desses grupos de pessoas que personificam uma
categoria, um esforço de construção desse mundo, dessa narrativa, um
esforço de legitimação da sua própria existência.
Os bens então, são onde esses grupos materializam essas categorias, pois
eles são os objetos materiais de uma cultural, e esses objetos são
constituídos de acordo com a planta baixa da cultura e eles mesmo dão
matéria e substância as categorias dessa planta baixa (Grant McCracken,
2007). Sendo o objeto algo físico, concreto e tangível, ele é um potente
construtor desse mundo cultural constituído, já que sendo ele algo físico, ele
carrega os significados culturais de todo o grupo social ao qual ele quer
representar ‘’não é exagero dizer que os objetos têm uma função
“performativa” (Austin, 1963; Tambiah, 1977) na medida em que dão ao
significado cultural uma concretude que ele do contrário não teria para o
indivíduo.’’ (Grant McCracken, p. 102, 2007). De modo que os bens se
moldam a partir de uma ordem da cultura, sendo que os bens tem seus
significados nas categorias que uma cultura diferencia o mundo.
Os presentes dados à criança contêm propriedades simbólicas que o pai desejaria que ela
assimilasse (Furby 1978, p. 312-313).
O significado que a publicidade transfere aos bens é o significado da coletividade. O significado que
os gestos pessoais transferem aos bens é o significado da coletividade na forma dada pela inflexão
da experiência pessoal do consumidor individual.
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