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Brasil

Portugal começou a depender da colônia e, consequentemente, a exploração tornou-se


mais intensa. De 1750 a 1777 → Período Pombalino (Marquês de Pombal, governo de
Dom José). O marquês de Pombal, sendo um déspota esclarecido, foi bastante
rigoroso e autoritário, mas foi um iluminista em algumas visões políticas e econômicos.
Permitiu manufaturas no Brasil (que antes não eram permitidas), mas estabeleceu uma
cobrança do ouro que todo ouro era quitado (20% ou 1/5), que tinha que dar 100
arrobas de ouro (Minas tinha que pagar por ano, no mínimo, 100 arrobas de outro para
a coroa portuguesa). Caso não houvesse o pagamento, haveria a derrama, que seria a
cobrança que faltavam.

A derrama era uma invasão das casas em busca de ouro e formas de pagar a dívida.
De 1750 a 1763 foi um período de esgotamento do ouro. Havia muito contrabando de
ouro na época, principalmente nas minas. Alguns historiadores acreditam que a política
das 100 arrobas foi criada justamente para contornar esse contrabando.
Minas Gerais cumpriu a cota das 100 arrobas até 1763, coisa que não aconteceu em
1764. Aí vem a derrama. Porém, a derrama não foi cobrada e a dívida so cresce. Em
1777, Dom José morre e dona Maria assume, encerrando
o período Pombalino. A opressão aumenta nesse período, pois a coroa portuguesa
depende cada vez mais da colônia.
Porém, a colônia continua se desenvolvendo. Muitos filhos de colonos vão estudar na
Europa, tendo contato com o iluminismo, e passam a questionar a ordem pública

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portuguesa. O pacto colonial incomodava muito a elite colonial. A partir daí, passa-se a
criar um sentimento anti-lusitano (lusitano faz referência a português) influenciados
pelo iluminismo. Criam-se diversas sociedades secretas para discutir literatura,
filosofia, etc., pois a Coroa Portuguesa não deixava que esses assuntos fossem
discutidos livremente. O sentimento anti-lusitano e a intenção de acabar com o pacto
colonial tornam-se muito fortes. Por isso, diz-se que, a partir de 1777, há uma crise do
sistema colonial.
3 revoltas dessa crise (Inconfidência ou conjuração), com ideais separatistas,
defendendo a independência e a ruptura com a coroa portuguesa. Até metade do
século XIX, o regionalismo prevalecia sobre o nacionalismo, defendendo a
independência própria à independência do Brasil.

Conjuração mineira (inconfidência mineira) (era de uma elite) (1789) (elitista)

Conjuração carioca

Conjuração baiana

Inconfidência tem a ver com traição. Nessas revoluções, as traições são com a rainha
de Portugal.
Conjuração significa um grupo de pessoas que se unem contra uma ordem pública. A
sociedade secreta que estava articulando a inconfidência mineira já estavam
articulando como seria um novo país, com moeda única (diferente da do Brasil).
Criariam também uma universidade, ideia muito influenciada pelo iluminismo. O resto
do Brasil, tirando minas, era visto como um outro país.
Em nenhum momento durante a Inconfidência se discutiu sobre a abolição da
escravatura, pois a elite obviamente apoiava a escravidão (lembrando que a
inconfidência era ELITISTA). Vários membros da elite tinham dívidas com o governo e,
se proclamasse uma nova república, um novo país, essas dívidas seriam quitadas.
Porém, as dívidas do povo não. Os elitistas contavam com uma manifestação popular,
que só aconteceria na cobrança da Derrama.
A rainha Maria disse que se até o final de 88 os impostos não tivessem sido pagos, a
derrama seria finalmente cobrada em 89, relativa ao ano de 88. Nessa época, a dívida
de Minas com a coroa portuguesa era de 600 arrobas. Essas informações já eram de
conhecimento da sociedade secreta e eles articularam um golpe para quando a

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derrama viesse ser aplicada. Porém, o Visconde de Barbacena sabia que, caso a
derrama fosse cobrada, a situação ficaria feia e ele se recusa a cobrá-la.
Sem a cobrança da derrama, a inconfidência iria esvaziar, pois a derrama não seria
cobrada e o povo deixaria de lado a sociedade. Assim, somente a elite não conseguiria
executar seu golpe. Um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, sabendo que a
Inconfidência não iria acontecer, relatou tudo sobre a sociedade e sobre a Inconfidência
para a Coroa Portuguesa em troca da quitação de suas dívidas. Ironicamente, ele foi
um inconfidente dos inconfidentes. Joaquim entregou até mesmo o Tiradentes, que
estava no Rio de Janeiro e nem percebeu que o golpe aos poucos se encerrava. A
propósito, Tiradentes não era um zé ruela qualquer, ele tinha terras e escravos (pouco).

Motivo do Tiradentes estar no Rio de Janeiro: Tiradentes tinha uma oratória muito
boa, com uma capacidade enorme de convencer as pessoas com seu discurso.
Assim, os inconfidentes mandaram Tiradentes e outros companheiros ao Rio de
Janeiro para pedir apoio dos cariocas.

Assim, conclui-se que o movimento nunc s era uma morte horrível. Porém, ia pegar
muito mal para a coroa portuguesa se eles matassem aquelas pessoas da elite (pois
eles tinham riquezas) e tentaram arranjar um perdão com os inconfidentes. Após isso,
os inconfidentes, com medo de serem esquartejados e diante de um perdão da rainha,
começaram a gritar "Viva a Rainha".

No final de tudo, Tiradentes se ferrou, pois ele era o líder do movimento e não faria
tanta diferença para a coroa, uma vez que Tiradentes não era ricão. Todos foram
perdoados e Tiradentes foi enforcado e esquartejado em 1792, tendo as partes de seu
corpo jogadas em praça pública.

CURIOSIDADES:

- Tiradentes lembrava Jesus fisicamente. Ele é muito cristianizado pela história.


Além disso, a República precisava dessas referências (heróis) para se
legitimar. Por isso, o Brasil fica supervalorizando as pessoas que fazem
qualquer coisinha a mais.

- Criaram essa figura de heroísmo da Inconfidência Mineira e não da


Conjuração BAiana, por exemplo, pois na
conjuração tiveram milhares de negros, que ainda eram vistos como escravos
na proclamação da República

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A conjuração baiana e a carioca não foram organizadas por uma elite. A carioca até
sim, mas não era uma elite política e econômica, e sim intelectual e urbana. A
conjuração carioca aconteceu em 1793 e 94. Diferentemente de Minas, as informações
eram passadas muito mais fácil no rio de janeiro. Com medo de serem tirados do poder
como foram os Bourbon na França, o governo resolveu tomar atitudes quanto a
movimentos contra a Coroa, ocorrendo alguns punimentos leves para certas pessoas.

As revoltas nas colônias continuavam e no final do século XVIII estourou uma


revolução, chamada de conjuração baiana. Todas as conjurações eram contra o Pacto
Colonial e tinham um sentimento anti-lusitano. Os baianos perderam muito contato
político com a capital e demonstravam certo grau de insatisfação. Os trabalhadores
urbanos que dependiam do comércio estavam instatisfeitos com a coroa portuguesa. A
elite baiana começaram a articular em uma sociedade secreta uma ruptura com o
governo português para criar uma república baianês. Buscaram adesão e aprticipação
desses grupos populares que estavam na cidade de salvador.
Porém, os interesses de um grupo são diferentes do outro. Esses grupos populares
queriam mudanças mais radicais, como fim da escravidão e uma reforma agrária.
Assim, a elite se afasta e os interesses populares prevalecem. Os líderes eram
alfaiates. Para criar a república precisavam de um apoio da população e começaram a
criar panfletos que obviamente chegariam no governo. Quando o governo vê, a
repressão vai ser violenta, uma vez que a repressão não é contra uma elite, e sim
contra um povo. Foi um massacre. Dos 4 líderes, os 4 foram pesadamente executados.
Nenhum dos movimentos de conjuração teve sucesso. A história do Brasil muda 180°
com a chegada da família real ao Brasil.

FAMÍLIA REAL

O nosso país é tão diferente dos outros países da América latina graças à família real,
que fugiu rapidamente de Portugal em 1807, chegando primeiramente à Salvador em
1808, uma vez que o porto dessa cidade era um dos melhores do Brasil. Depois, foram
para o rio de Janeiro, chegando lá em março de 1808. A chegada ao Rio foi
impactante, houve uma enorme mudança de mentalidade no rio, exemplificada pelo

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uso de turbante por parte das mulheres da colônia na tentativa de imitar a família real,
que os usava por causa de piolho.

A primeira mudança de mentalidade foi a abertura dos portos, chamado de tratado da


amizade, pois o governo português precisava abrir os portos para as nações amigas,
possibilitando o comércio com essas nações (no papel, ocorreu em 1810). Os produtos
ingleses tinham tarifa de 15%, os produtos portugueses tinham tarifa de 16% e os dos
outros países tinham 25%. Dessa forma, o pacto colonial se encerrou. Porém, a elite
não ficou completamente satisfeita, pois era uma medida provisória, uma vez que,
quando a corte voltasse para Portugal, tudo voltaria ao que era antes. Além disso, os
portugueses também não se agradaram com o fim do Pacto Colonial, de modo que
Dom João não agradou ninguém.
Com o tratado da amizade, milhões de produtos ingleses vão chegar ao Brasil, e os
habitantes do país vão começar a usá-los, mudando sua rotina. Outra mudança
permitida por Dom João é abertura da produção manufatureira. O Brasil poderia se
tornar uma potência manufatureira, mas não virou, pois não dava para competir com os
Ingleses, uma vez que a Inglaterra era uma potência e produzia produtos de excelente
qualidade e somando as tarifas alfandegárias baixas, o mercado interno do Brasil se
tornava fraco. Além disso, havia o escravismo, que propõe que quem produz a riqueza
é o escravo e quem tem escravo tem poder político e econômico. Porém, o escravo
não era um consumidor, pois ele não comprava, ele era um "objeto" e isso impedia o
avanço do Brasil como uma potência manufatureiro.

Nessa época, vários investimentos estavam sendo feitos no país e o dinheiro dos
impostos passaram a ser investidos aqui no Brasil e não ir para Portugal. No rio de
Janeiro sofreu modificações imensas: foram construídos prédios nos lugares dos
mangues, foi construída a biblioteca pública e o jardim botânico, foram construídas
casas de campo (eram chamadas de quintas e eram mais sofisticadas e maiores) para
os mais ricos, etc. Era observado uma mentalidade nova no Brasil, muito diferente da
América Espanhola, uma mentalidade de país independente, mas mesmo assim, a
estrutura era totalmente colonial (escravista e produção voltada para o mercado
externo). Mesmo regionalista, tudo no Brasil era centralizado no Rio de Janeiro.

A queda de Napoleão e o surgimento do Congresso de Viena contribuíram para a


evolução do Brasil, pois os governantes deviam voltar para seu território, mas Dom
João não queria, ele sumia (obs: a coxinha foi inventada pq o dom João gostava de
frango). Em 1815, o Brasil deixou de ser colônia. Em 1816 foi trazido pro brasil a

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missão francesa, que foram artistas trazidos para o brasil para retratar esse país
maravilhoso lá na Europa. O principal desses artistas era um pintor chamado Debret,
que tinha perdido a esposa e a filha na queda de napoleão. Ele teve grande influência
na história do Brasil e ficou famoso por causa dessas pinturas do Brasil. Além disso,
ele criou junto com Dom Pedro e José Bonifácio da silva a bandeira do Brasil: o verde
representa a casa dos Bragança (casa de Dom Pedro); o amarelo na forma losango
representava a família de habisburgo-lorenna, que era da Leopoldina (o amarelo) e o
losango representava napoleão; o brasão era um globo português e uma coroa em
cima. Essa Bandeira ficou até 1853, onde a coroa da bandeira era diferente e ja existia
o contornar das folhas de café no brasão. Essa bandeira ficou até 1889, quando se
proclamou a república. Uma vez, tentaram copiar a bandeira dos estados unidos,
porque no século 19 existia o positivismo, uma ideologia que era mais racional que o
iluminismo onde tudo era explicado pela ciência, e os símbolos de um país deveriam
trabalhar o passado, o presente e o futuro. Bandeira atual: Verde e amarelo →
Passado. Globo com os estados; Ordem → Presente; Progresso → Futuro.

Em 1816, junto da missão francesa, dom João reivindicou umas terras que ele tinha
direito para o Brasil (província da cisplatina) que estava buscando sua independência,
pois não gostaram, uma vez que tudo era diferente, os costumes, etc.

Quando o Brasil era colônia, a província mais rica era Pernambuco. Os proprietários de
terra e escravos dessa região tinha muito poder político e econômico. Em 1763, com a
mudança da capital, a influência desses proprietários começa a diminuir, piorando de
vez quando a família real chega no Brasil. Assim, a insatisfação cresce muito. E pra
piorar, o açúcar entra em crise e a elite perde poder econômico também. Em 1817, eles
decidem se rebelar para criar uma república própria, insatisfeitos com os gastos da
coroa e pelo fato de pensarem que ela so gastava por interesses próprios. O
movimento foi reprimido por dom joão e geral morreu.

Estoura em Portugal em 1820 uma revolução chamada revolução do porto (que é uma
das revoluções liberais que a gente estudou), pois não aceitam mais o governo
absolutista de dom João sexto, eles querem uma monarquia constitucional parlamentar,
de modo a limitar o poder de Dom João. Foram enviados deputados para criar uma
constituição, e um dos mais importantes deles foi José Bonifácio da Silva. Para
portugal era liberalismo e para o brasil seria o conservadorismo

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