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ALUNOS: Nikolas Flores, Ivan Augusto

Métodos e Processos
Ferramenta Poka-Yoke

Durante a década de 60 o engenheiro Shigeo Shingo desenvolveu um


sistema para reduzir a quantidade de erros humanos que ocorriam diariamente
na produção da montadora Toyota, este sistema recebeu o nome de Poka-
Yoke (aprova de erros). Estes erros faziam com que uma quantidade maior de
materiais fossem desperdiçados ou ainda produtos fossem fabricados
apresentando falhas o que consequentemente poderia trazer uma reputação
negativa e impactos o setor financeiro da empresa; estes erros poderiam surgir
por variados motivos como a falta de atenção de um operador na execução de
uma tarefa, peças muito semelhantes que poderiam ser confundidas em uma
linha de produção, entre outros tantas falhas que o fator humano poderia
originar, deste modo, o sistema Poka-Yoke surgiu para tornar a produção mais
enxuta e padronizada.

A literatura apresenta uma multiplicidade de definições do Poka-Yoke,


alguns autores apresentam-no como um dispositivo de impacto limitado a
estabilidade da operação em que está implantado ou também como um
sistema de garantia de qualidade e redução das variáveis na produção, entre
outros. O autor do estudo de caso salienta a pouca disponibilidade de estudos
de caso que descrevam a real extensão do uso deste sistema por quatro
motivos: 1 A falta de padronização do conceito de Poka-Yoke. 2 A ausência de
métodos de avaliação da eficiência e eficácia do uso de Paka- Yoke. 3 A
carência de métodos para controlar o retorno financeiro do sistema. 4 A
ausência de estudos que podem ser testados e validados com método
científico.

O sistema Poka-Yoke se caracteriza por apresentar soluções


relativamente simples para problemas que poderiam acarretar efeitos danosos
para a empresa, funcionários e também clientes; essas soluções podem ser
dispositivos que emitam sinais sonoros, sistema de luzes de alerta, peças que
não aceitam serem encaixadas em ordem diferente, sensores de presença,
entre outros; sua aplicação não se limita a indústria, esses sistemas também
são utilizados com o cliente final, um exemplo muito simples de poka-Yoke é
utilizado por agências bancárias, quando se faz o uso de um caixa eletrônico o
equipamento só permite finalizar a operação quando o cliente remove o seu
cartão emitindo um sinal de alerta para evitar que o cliente esqueça seu cartão.
Conceitos de Poka-Yoke ao longo dos anos:
Ainda segundo o autor os Poka-Yokes são classificados por 63% dos
estudos como dispositivos, 21% como procedimentos, métodos e técnicas, e
16% como sistemas.

Para se implantar um sistema Poka-Yoke deve-se primeiro se identificar


os problemas que precisam ser resolvidos, depois uma equipe designada
desenvolve um projeto de um Poka-Yoke que venha minimizar ou mesmo zerar
a ocorrência desses erros; após implantados deve-se criar pontos de inspeção
para se verificar a eficácia do sistema, gradualmente estes pontos podem ser
removidos na medida que os erros forem solucionados e se chegar a
estabilidade do processo, posteriormente os Poka-Yokes devem receber
manutenção preventiva para sua plena funcionalidade.
O estudo de caso foi montado com as diretrizes de avaliação do método
poka yoke aplicados na planta de uma multinacional de grande porte, a qual
trabalha com uma variada gama de produtos destinados a reposição em
automóveis e outras áreas em menor escala. A empresa usa sistemas de
gestão de qualidade e ambiental, certificado com base nas normas ISO e um
sistema PE inspirado no modelo utilizado pela Toyota. A empresa em questão
utiliza um sistema de gestão de poka-yokes chamado PRESET no qual um
setor responsável dentro d empresa faz a verificação dos resultados antes e
depois de sua utilização. Conceitualmente a empresa considera sistema Poka-
Yoke como todos os dispositivos capazes de realizar a inspeção 100%
automática e que detectam a ocorrência de erros.

Segundo o autor, pelo fato da empresa apresentar esse envolvimento


com a qualidade dos seus produtos, tornou o estudo de caso possível e
adequado para o método de avaliação dos poka yokes propostos. O conceito
da empresa para com os sistemas é que sejam quaisquer dispositivos capazes
de detectar completamente e de forma automática a ocorrência de erros e
falhas, sendo elas humanas ou técnicas.

O estudo de caso iniciou-se com um treinamento dos envolvidos na


avaliação e para esclarecer o objetivo, importância e funcionamento da
ferramenta e verificar possíveis requisitos a serem avaliados ao método. Dando
continuidade, foi escolhida por representantes da empresa qual seria o setor
que seria avaliado no estudo de acordo com a necessidade e prioridade de
avaliação do SGPK (Sistema Global de Preferências Comerciais) nesta
unidade. Foi escolhido a unidade que tratava do fornecimento para clientes de
alto valor agregado, foi feito um encontro entre os encarregados do setor, um
analista treinado foi selecionado para o estudo e a equipe envolvida no estudo.

“O encontro tinha por objetivo mostrar a sistemática do trabalho,


esclarecer dúvidas e obter informações iniciais com relação aos sistemas poka
yokes.”

Na terceira etapa do estudo foi feita a avaliação dos sistemas utilizando


o método definido em uma das etapas da pesquisa, a qual utilizou de um
processo de criação que partiu da revisão bibliográfica sobre o assunto,
definição de critérios e coleta de informações, passando pela criação do
método e assim a revisão, ajuste e validação do próprio. A sistemática
desenvolvida apresentou uma planilha contendo de forma organizada cada
característica de SGPK, divididas em questão de funcionalidade e política da
empresa. Segundo o autor o método criado possibilita uma avaliação dos
sistemas de forma que cada organização realize melhorias focadas naqueles
que apresentam deficiências. As informações obtidas permitiram que fossem
definidas ações de melhoria nos sistemas poka yokes da empresa.

A unidade utilizava de um total de 43 poka yokes disponíveis que, depois de


feita a analise e selecionados de acordo com os pontos críticos definidos,
foram definidas sete avaliações necessárias destes.

Os resultados obtidos através da avaliação dos sistemas investigados se


subdividiu em características tratadas como atributos, dessa forma na análise
dos dados é feita uma totalização das categorias pelo numero de
características distribuídas em cada uma que é multiplicado pelo peso de
importância de tal categoria. De acordo com o autor o sistema se mostrou bem
estruturado e funcional em relação a avaliação, levando em conta que a
utilização das categorias de avaliação subdivididas em características, faz com
que diferentes situações possam ser tratadas pelo sistema de avaliação.

“Por exemplo, quando é avaliada a característica em relação a garantia de


segurança do operador em relação ao processo. Nessa característica é
verificado que o sistema poka-yoke transite por áreas de projeto e engenharia
de segurança, o que caracteriza a abrangência ressaltada.” Pag 80

Nas conclusões finais do autor ele ressalta a importância de manter o sistema


poka-yoke ativo de maneira correta fazendo o acompanhamento e manutenção
do mesmo. Ele fala também mais especificamente sobre seu método no qual
utilizava de caraterísticas binárias para concluir o comportamento dos sistemas
em relação as existências de determinada caraterística, e salienta a limitação
do mesmo por conta de verificar a necessidade de utilizar escalas para
mensurar a proporção de impacto das características sobre os sistemas, e
também em relação a perecividade do método, em relação ao surgimento de
novas caraterísticas sendo necessário uma revisão para reconstruí-lo.
Entretanto o método é julgado como eficiente para avaliar a dimensão dos
poka-yokes sobre o sistema de manufatura dependendo do foco analisado.

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