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FALAS SP4

2 – Conhecer quais são os períodos em neonatologia

A idade gestacional materna, é calculada a partir do primeiro dia da última menstruação. Quando não
for confiável, utiliza-se a idade gestacional determinada pela ultrassonografia realizada no primeiro
trimestre da gestação. Depois utiliza-se da usg e por fim exame físico para estimar a idade
gestacional.

MACDONALD, Mhairi G.; SESHIA, Mary M. K.. Avery neonatologia, fisiopatologia e tratamento


do recém-nascido. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1304 p.

Embora prematuridade e baixo peso ao nascer (BPN) estejam interrelacionados, eles não são
sinônimos. Somente cerca de dois terços dos RNs com baixo peso são pré-termo.

Os RNs com baixo peso em qualquer idade gestacional correm maior risco de morte e morbidade. Há
várias subcategorias de BPN.
Os RNs com muito baixo peso ao nascer (MBPN) apresentam 100 vezes mais probabilidade e RNs
com baixo peso apresentam 25 vezes mais probabilidade de morrer no primeiro ano de vida em
comparação com RNs que pesam 2.500 g ou mais ao nascer.

 Pre Termo: menor que 37 semanas nascido vivo

 Termo precoce: entre 37 semanas, 0 dia e 38 semanas 6 dias

 Termo pleno: entre 39 semanas, 0 dia e 40 semanas 6 dias

 Termo tardio: entre 41 semanas, 0 dia e 41 semanas 6 dias

 Pós-termo: 42 semanas e além.

Tem discordância com outra literatura:

CLOHERTY, John P. et al. Manual de neonatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2019. 813 p.

Classificação de acordo com o peso ao nascer:


1.Peso normal ao nascimento (PNN). De 2.500 a 4.000 g
2.Baixo peso ao nascimento (BPN). Menos de 2.500 g. Observe que enquanto a maioria dos recém-
nascidos de baixo peso é pré-termo, alguns crianças são a termo, mas PIG. Os recém-nascidos com
baixo peso podem ainda ser subclassificados como se segue:
a. Muito baixo peso ao nascimento (MBPN). Menos de 1.500 g
b. Extremo baixo peso ao nascimento (EBPN). Menos de 1.000 g.

Classificação do recém-nascido pela IG (pós-menstrual)


a. Pré-termo. Menos de 37 semanas completas (259 dias).
b. Pré-termo tardio. Um subgrupo de recém-nascidos com IG entre 34 e 36 semanas (238 a 258
dias).
c. A termo. De 37 a 41 6/7 semanas (260 a 294 dias).
d. Pós-termo. Quarenta e duas semanas (295 dias) ou mais.

Problemas de parto pré-termo estão relacionados à dificuldade de adaptação extrauterina devido à


imaturidade dos sistemas de órgãos.
Respiratório:
a. Depressão perinatal na sala de parto devido à má transição para a respiração
b. Sindrome da angustia respiratória em neonatos devido à deficiência de surfactante e imaturidade
pulmonar
c. Apneia devido à imaturidade dos mecanismos que controlam a respiração
d. Doença pulmonar crônica (DPC) da prematuridade, insuficiência pulmonar crônica da
prematuridade
Neurológico: Depressão perinatal, Hemorragia intracraniana (HIC)
Cardiovascular. Os prematuros podem apresentar problemas cardiovasculares
Hematológico: Anemia, Hiperbilirrubinemia
Nutricional. Os pré-termos exigem uma atenção específica ao conteúdo, densidade calórica, volume
e via de alimentação
Gastrintestinal. Os prematuros correm risco aumentado de enterocolite necrosante; a alimentação
por fórmula é um fator de risco adicional; o leite materno parece ser protetor
Metabólico. Os problemas, especialmente nos metabolismos da glicose e do cálcio
Renal: Rins imaturos são caracterizados por uma baixa taxa de filtração glomerular
Regulação da temperatura. Imunológico, Oftalmológico

Tabela 1.1   Classificação de recém-nascidos de acordo com o peso de


nascimento segundo livro do MELO de Neonatologia
Peso de nascimento Classificação
Tabela 1.2   Classificacao
< 1.000 g de recém-nascidosdedeextremo
Recém-nascido acordo baixo
com apeso
idade
gestacional
< 1.500 g segundo livro doRecém-nascido
MELO de Neonatologia
de muito baixo peso
Idade gestacional
< 2.500 g Classificação
Recém-nascido de baixo peso
< 28 semanas Recém-nascido pré-termo extremo
28 a 31 semanas e 6 dias Recém-nascido muito prematuro
32 a 36 semanas e 6 dias Recém-nascido pré-termo moderado
34 a 36 semanas e 6 dias Recém-nascido pré-termo tardio
37 a 41 semanas e 6 dias Recém-nascido de termo
≥ 42 semanas Recém-nascido pós-termo

3 - Discutir como é feito e a importância do pre natal (exames e gravidez de risco)


NO CASO DA SP A CRIANCA NASCEU COM 27 SEMANAS, ENTRE 6 E 7 MESES DE
GESTACAO. Importância de confirmar na caderneta de vacinação a vacina da Tríplice viral
(sarampo, caxumba e rubéola)

A captação de gestantes para início oportuno do pré-natal é essencial para o diagnóstico precoce de
alterações e para a realização de intervenções adequadas sobre condições que tornam vulneráveis a
saúde da gestante e a da criança.
Além das questões de saúde, a gestante precisa ser orientada sobre questões referentes a seus
direitos sexuais, sociais e trabalhistas.

 MS – Manual Técnico – Gestação de alto risco de 2010:

Os exames que devem ser feitos, nessa primeira consulta, incluem hemograma completo com
contagem de reticulócitos; eletroforese de hemoglobina; exames para detectar lesão renal e
acometimento hepático; determinação dos estoques de ferro; glicemia, ácido úrico, sorologia para
hepatite A, B e C, HIV l e ll, HTLV l e ll, rubéola e sífilis, toxoplasmose, citomegalovirus, listeriose; e
as da urina, urinocultura, MIF e teste para detecção de anticorpos contra eritrócitos. Recomenda-se
manter o estoque de unidades de concentrado de hemácias fenotipadas compatíveis com a paciente.
A ultrassonografia para avaliação da idade gestacional de gravidez múltipla também deve ser
realizada na primeira consulta.

Gestação de Alto Risco é “aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-
nascido têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada”.
A assistência pré-natal pressupõe avaliação dinâmica das situações de risco e prontidão para
identificar problemas de forma a poder atuar, a depender do problema encontrado, de maneira a
impedir um resultado desfavorável. A ausência de controle pré-natal, por si mesma, pode incrementar
o risco para a gestante ou o recém-nascido.

O intuito da assistência pré-natal de alto risco é interferir no curso de uma gestação que possui maior
chance de ter um resultado desfavorável, de maneira a diminuir o risco ao qual estão expostos a
gestante e o feto, ou reduzir suas possíveis consequências adversas.

O vírus da rubéola apresenta elevada toxicidade para tecidos embrionários, notadamente no início da
embriogênese, causando a viremia materna que pode acarretar aborto, natimortalidade e infecção da
placenta e ocasionando infecção embrionária persistente que pode causar a síndrome da rubéola
congênita (glaucoma, catarata congênita, cardiopatia congênita, surdez central ou coclear, cegueira,
microftalmia e retardo mental).

4 – Compreender o que acontece na circulação materno fetal (interferência no uso de medicamentos


e de doenças).

As circulações materna e fetal são


independentes, não havendo, em
condições
normais, comunicação alguma entre elas
Sabemos que a placenta apresenta permeabilidade seletiva, porém o transfer placentário humano é
pouco conhecido, e a maior parte das informações vêm de experiências em mamíferos. O transporte
através da placenta envolve o movimento de moléculas entre três compartimentos: sangue materno,
citoplasma do sinciciotrofoblasto e sangue fetal. Esse movimento de moléculas pode ocorrer por um
destes mecanismos apresentados adiante.

Sabemos que a placenta apresenta permeabilidade seletiva, porém o transfer placentário humano é
pouco conhecido, e a maior parte das informações vêm de experiências em mamíferos. O transporte
através da placenta envolve o movimento de moléculas entre três compartimentos: sangue materno,
citoplasma do sinciciotrofoblasto e sangue fetal. Esse movimento de moléculas pode ocorrer por um
destes mecanismos apresentados adiante.
Por difusão simples as moléculas ultrapassam a membrana sinciciocapilar (bicamada fosfolipídica)
por difusão passiva. O gradiente é descendente, sem gasto de energia, até o equilíbrio de
concentrações. Gases, moléculas hidrofóbicas, benzeno, uréia, etanol, pequenas moléculas sem
carga elétrica são assim transportados

5 – Discorrer as doenças congênitas (catarata unilateral, rubéola)


Gestante IgG (+)
A gestante com IgG antivírus da rubéola positivo significa contato prévio com esse vírus. Nessa
situação, o risco de transmissão vertical é mínimo.
Gestante IgG (-)
A gestante com IgG antivírus da rubéola não reagente ou negativo indica que ela é suscetível, ou
seja, não entrou em contato com o vírus da rubéola. Portanto a mesma deverá ser vacinada contra a
rubéola (tríplice ou dupla viral) logo após o parto, preferencialmente ainda na maternidade.

O vírus da rubéola apresenta elevada toxicidade para tecidos embrionários, no- tadamente no início
da embriogênese, causando a viremia materna que pode acarretar aborto, natimortalidade e infecção
da placenta e ocasionando infecção embrionária persistente que pode causar a síndrome da rubéola
congênita (glaucoma, catarata congênita, cardiopatia congênita, surdez central ou coclear, cegueira,
microftalmia e retardo mental). Entretanto, existe a possibilidade tanto de acometimento isolado de
órgãos (não configurando a síndrome completa) como de síndrome de rubéola congênita ampliada
(entre outras alterações, miocardite, hepatite, púrpura, alterações ósseas, retardo de crescimento
intrauterino e óbito). No quadro a seguir estão representados os percentuais médios das
complicações estruturais graves da rubéola congênita de acordo com o período gestacional em que
ocorreu a infecção primária materna.

 CADERNO DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA RECÉM-NASCIDO DE RISCO – Feito pelo


Governo do estado do Paraná

É uma infecção causada por vírus RNA, transmitida ao recém-nascido por via transplacentária. A
taxa de infecção fetal é em torno de 54% nas primeiras 8 semanas, 34% da 9a a 12a semana e de
10% da 13a a 24a semana de gestação. Cerca de 85% das malformações aparecem quando a
infecção ocorre nas primeiras 12 semanas, 54% da 13a a 16a semana e 25% no final do 2o
trimestre.

As manifestações precoces são:


• Retardo do crescimento intra-uterino;
• Abortamento ou natimorto;
• Surdez neurosensorial (50%);
• Defeitos cardíacos (PCA, estenose pulmonar, CIV e outras);
• Alterações oculares (catarata, coriorretinite, microftalmia glaucoma e iridociclite);
• Sistêmicas (adenite, hepatite, hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia, trombocitopenia,
pneumonia, lesões ósseas, meningite, miocardite).
Os sintomas tardios incluem deficiência imunológica, defeitos de audição, retardo psicomotor,
autismo, panencefalite subaguda esclerosante, diabetes melitus, hiper ou hipoti- reoidismo.

Prevencao: Como medidas profiláticas é indicada a imunização ativa para mulheres susceptíveis que
não estejam grávidas ou imunização passiva com gamaglobulina 0,55ml/kg IM para a mãe exposta
susceptível. Esta medida pode reduzir as mani- festações clínicas da rubéola na mãe em 80% os
casos, porém não previne a infecção fetal. No caso de RN com diagnóstico confirmado, é indicado o
isolamento de contato durante o primeiro ano de vida em caso de internação.

Tratamento: Não há tratamento específico. Ë obrigatório o acompanhamento multidisciplinar com


atenção especial à reabilitação da criança com retardo no desenvolvimento neuropsico- motor e
deficiências sensoriais.

 ARTIGO: Catarata congênita: aspectos diagnósticos, clínicos e cirúrgicos em pacientes


submetidos a lensectomia – 2004
62 crianças foram operadas no Setor de Catarata Congênita do Departamento de Oftalmologia da
UNIFESP-EPM.
Resultado: Entre as 62 crianças estudadas, 13 (20,97%) apresentavam diagnóstico de infecção
congênita pelo vírus da rubéola. Em 6 (9,68%) verificaram-se outras causas infecciosas como
citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis. Em 12 (19,35%) foi determinada a etiologia genética.O
restante, isto é, 31(50%) casos permaneceram sem diagnóstico definitivo, sendo considerados
idiopáticos.
Em relação às condições gestacionais maternas, das 62 mães, 14 (22,58%) não realizaram pré-natal
ou o fizeram de forma incompleta; 4 (6,45%) tiveram hipertensão arterial sistêmica durante a
gestação; 5 (8,06%) apresentaram sorologia positiva para rubéola, confirmando infecção aguda ainda
na gestação e 1 (1,61%) desenvolveu eclâmpsia.
Conclusao: A rubéola persiste como uma das principais causas de catarata congênita em nosso
meio, sendo necessário maior atenção às medidas preventivas 

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