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urbanização e pandemia
Dentre tantos desafios e aprendizados que a pandemia da COVID-19, provocada
pelo vírus SARS-CoV-2, tem colocado para a sociedade está a necessidade de
repensar o modelo de urbanização, especialmente nos grandes centros urbanos.
Não é coincidência que a disseminação do vírus tem sido maior em grandes
cidades, como Wuhan, na China, com população de 11 milhões de pessoas; na
região da Lombardia, a mais populosa da Itália, onde fica Milão, centro urbano e
financeiro daquele país; Nova York, nos Estados Unidos; e, no caso do Brasil, na
cidade de São Paulo, igualmente, um dos maiores conglomerados urbanos do
planeta.
13 de Abril de 2020
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Durante este período, o grande perdedor será o transporte coletivo. Boa parte de sua
demanda advém das viagens pendulares (casa-trabalho-casa e casa-ensino-casa) e, logo
que a quarentena começou, empresas de ônibus passaram a operar os horários de fim de
semana ou de férias e, algumas, simplesmente suspenderam as suas operações devido à
falta de demanda.
Esta quebra abrupta vai impactar muitos operadores, levando alguns à falência. Da
mesma forma que houve uma diminuição no volume de passageiros de transporte
público, houve também uma redução drástica no tráfego automóvel e estacionamento,
reduzindo assim a poluição do ar e sonora, a insegurança viária e o desgaste das
infraestruturas. Quem ainda precisa ir trabalhar pode aproveitar a cidade com pouco ou
nenhum trânsito e ônibus e metrôs vazios. Mas uma hora isso vai acabar e a vida vai
voltar lentamente ao normal. E como serão nossas cidades pós COVID-19?
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Mesmo que a atividade econômica retorne ao normal, o transporte coletivo levará mais
tempo para se recuperar, pois os ônibus, trens e metrôs muito cheios são propícios para
a disseminação da doença. Os passageiros que têm outra opção de mobilidade vão
provavelmente a escolher. Nestes casos, muitos vão optar pelo carro particular, piorando
ainda mais os níveis de congestionamento de antes. Como provavelmente nenhuma
prefeitura vai adotar uma taxa de congestionamento para mitigar este potencial efeito
futuro, a solução passará por investir nas calçadas e ciclovias de modo a melhorar as
alternativas ao carro particular. E o momento ideal para se fazer isso é justamente
agora que as ruas estão vazias.